TEXTO DE MARIA DONZÍLIA ALMEIDA
Penedo da Saudade
Esta vida de estudante
É uma vida atormentada!
Quem estuda, não pode amar,
Quem ama, não estuda nada!
Quem não se lembra
desta toada? Dos tempos gloriosos da sua vida de estudante, dos tempos em que
se vivia à custa dos pais, sem outras preocupações que não fosse estudar? Os
pais investiam e acreditavam no investimento que faziam, queriam apenas ver os
dividendos, periodicamente.
O tempo era de
mergulhar, no mundo do saber, mas essencialmente da vida!
Foi na velha Academia
de Coimbra que passei o melhor dos meus verdes anos. Saída do regaço materno,
diretamente para o turbilhão duma cidade fervilhante de vida, fiz o meu
mergulho, na mais genuína turbulência académica. Conheci os meandros da Lusa
Atenas e, esporadicamente, fazia uma incursão ao exuberante Jardim Botânico,
mesmo ali, ao descer da Faculdade de Letras. Vem daí, o meu gosto e admiração
pela arte da jardinagem e o culto por espécies botânicas exóticas e de variadas
proveniências. Circulava na voz do povo: