sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OUTRAS FÉRIAS: Serrazes de paz e natureza virgem



Solar dos Malafaias



Serrazes foi uma grande experiência de férias diferentes. O contacto com a natureza, virgem e verdejante, deixou marcas indeléveis no meu espírito e no espírito de todos os meus filhos e esposa. Não conhecíamos tal povoação do concelho de S. Pedro do Sul, mas um casal amigo, Margarida e Jeremias Bandarra, teve a gentileza de nos indicar o parque de campismo ainda desconhecido de muita gente, mais dada a esta forma de gozar férias sem grandes custos.
 A primeira visita terá sido numas miniférias, ao que suponho de Carnaval. Chuva, muita chuva, estragou-nos a festa. Mas nem assim deixámos de programar o acampamento para o mês de agosto. E assim foi. Nesse longínquo mês de agosto e noutros que se lhe seguiram. O parque de campismo de Serrazes tinha o estritamente necessário, sem luz elétrica. Porém, lá nos adaptámos a essas raras condições de sobrevivência. A luz veio tempos depois.


Pedra da Escrita



O contacto com a natureza sem mácula, longe de ruídos e da poluição, sem multidões no acampamento, sem horários nem pressas, era a mais-valia desejada para quem precisava mesmo de descansar. E que recordações!

MUNDO HIPÓCRITA

As reportagens suscitadas pela luta de um povo que quer ver-se livre do ditador e sanguinário kadhafi mostram-nos como este mundo está cheio de políticos hipócritas. Também há, obviamente, outra gente hipócrita. Gente que, por interesses pessoais, é capaz de vender a alma ao diabo. Os políticos que durante 40 anos bajularam o terrorista Kadhafi, para com ele negociarem o seu petróleo, são precisamente os mesmos que agora se vangloriam com a esperada queda do ditador. Veja-se na televisão como políticos sem estofo moral o recebiam e acarinhavam, em nome, dizem, dos interesses pátrios. Será que na política vale tudo? Será legítimo sentarmo-nos à mesa com gente deste calibre? Não haveria petróleo noutras áreas, para se dispensar o de Kadhafi?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais voluntariado de proximidade

Texto da Rádio Terra Nova


O padre João Gonçalves diz que é hora da sociedade civil organizar comissões locais para a promoção do voluntariado. Deu o "pontapé de saída", ontem, com uma reunião que juntou representantes dos Centros Sociais da Paróquia de Ílhavo. Em tempos de crise, tempos de isolamento social, diz que "é importante criar mecanismos que ajudem a criar uma rede de apoio". E tudo começa com a promoção das acções de voluntariado. "Existem tantas necessidades que as comunidades locais tem de se organizar e apostar no voluntariado de proximidade, de vizinhança, ás vezes, ao nosso lado, estão pessoas que precisam de apoio, de uma palavra e temos de arranjar respostas, no campo do voluntariado, mas temos de nos organizar", disse, em declarações à Rádio Terra Nova. - Posted using BlogPress from my iPad

Os ricos e a crise

Andam por aí a advogar a ideia de levar os ricos a serem generosos, ajudando o Estado a endireitar as contas com um imposto especial. Parece que a ideia veio de alguns ricos americanos que, dizem, estão cansados de receber benesses do Governo através de isenções fiscais. Os que falaram estão dispostos a contribuir. Outros ficaram calados. Em Portugal, pelo que ouvi e li, parece que não vale a pena estar à espera deles, os ricos. Um diz, com grande lata, que até nem é rico. É, pelos vistos, um simples assalariado. Outros nem se pronunciam, porque continuam à espera de facilidades. Um economista, Miguel Beleza, afiança que não temos assim tantos ricos e que os contributos de que se fala não seriam significativos. Alguns, esclarecem, que, afinal, a grande ajuda dos ricos está nos empregos que possam oferecer. Cá para mim, acho que não vale a pena tentar esperar dos abastados qualquer generosidade que implique redução do défice público. Tenho por experiência próprio, em ações de solidariedade, que os pobres e remediados estão muito mais disponíveis para colaborar do que os milionários. O resto são cantigas. - Posted using BlogPress from my iPad

Figueira da Foz: alguns apontamentos

Nas férias de 2011, vividas mais na Figueira da Foz, dei comigo a tentar saber um pouco mais dos Mónicas, como construtores navais, alguns dos quais exerceram essa profissão na cidade mais identificada pela sua extensíssima praia.


De algumas coisas que li, dispersas e existentes na Biblioteca anexa ao Museu Santos Rocha, fiquei a saber que as primeiras referências conhecidas sobre a construção naval naquela zona datam da segunda década do século XVI, conforme refere a Monografia da Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz (MFSJFF), de Rui Ascensão Ferreira Cascão. Diz o autor que «a primeira carreira de construção naval (…) ficaria a SE da Igreja Matriz, provavelmente na margem da Praia da Ribeira, para o lado da R. das Parreiras». 
 Em 1517, há referências a um tal «Diogo Viana,”mestre de fazer navios”, e nos últimos vinte anos do século XVIII houve, citando Santos Rocha, «um primeiro de expansão de construção naval», seguindo-se, muito mais tarde, na década de 40 do século XIX, «uma segunda fase relativamente boa».  Rui Ascensão afirma, depois, que, «a partir de 1859, se iniciou uma longa crise que conduziu à paralisação quase completa desta actividade, por volta de 1875».
Entretanto, a MFSJFF Sublinha que «laboravam no século XIX seis estaleiros, não contando com o da Gala. O estaleiro de Baixo situava-se entre a actual R. Bartolomeu Dias e o local onde foi implantada a estação ferroviária; dele saiu a maior parte dos cerca de 50 navios construídos entre 1813 e 1893, a maior parte deles da responsabilidade dos conceituados carpinteiros navais Gonçalves Mendes (Francisco e seus filhos Manuel, Filipe, Vítor e José),» 

 Nota: Os apontamentos vão continuar - Posted using BlogPress from my iPad

Agosto triste




Não há dúvida. Pode ser um lugar-comum dizer-se que há muito tempo que não havia um agosto tão triste. Mas eu penso, realmente, que este mês não deixa saudades a ninguém. É mesmo um mês para esquecer, tão desagradável tem sido ele. Contudo, quem goza férias, tem de encontrar alternativas. A leitura pode ser uma boa maneira de passar o tempo quando a temperatura não é o que devia ser. - Posted using BlogPress from my iPadh

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ela foi uma Grande Companheira



Conheci-a em fins de 1961. Tinha um aspecto de disponibilidade, mas a sua manutenção tornava-se muito cara. E eu já tinha esposa e um filho, e estes estavam em primeiro lugar. Namorei-a durante algum tempo, e, aconselhado por um amigo lá me decidi. Estávamos próximo a embarcar para o Ultramar e era a altura. Ou agora ou nunca. Quando embarcámos levei-a comigo e daí em diante nunca mais a deixei e ela também sempre me acompanhou, por aquele maldito mato, em operações diurnas e até nocturnas.

António dos Santos Rocha, um ilustre figueirense




António dos Santos Rocha (1853 - 1910) foi um figueirense ilustre que em tudo dignificou a sua terra. Assim se lê no monumento que em sua honra foi construído em MCMLIII, junto ao Museu Municipal que o tem como patrono. Celebrou-se desta forma o centenário do seu nascimento. Em letras gravadas, pode ler-se que Santos Rocha foi um eminente arqueólogo e pré-historiador, bem como fundador do referido museu. Também se lê que foi um notável jurisconsulto, historiógrafo, e presidente do município. Numa placa ao lado do monumento ainda se vê que os maçónicos o homenagearam no centenário da sua morte, em 28 de março de 2010.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Leituras em agosto

"Encontros Marcados": 
o mais recente livro de Gonçalo Cadilhe




Todas as boas leituras servem para qualquer época do ano. Mas temos de convir que as leituras de viagens casam melhor, a meu ver, com períodos de férias. Talvez porque podemos seguir, sem grandes custos, viagens virtuais que alimentam sonhos e enriquecem a nossa imaginação. Em agosto, entre outras leituras, li o mais recente livro de Gonçalo Cadilhe, "Encontros Marcados". Gonçalo Cadilhe é natural da Figueira da Foz, sendo hoje um viajante profissional, com muitos textos e livros publicados, relatando, através de uma escrita que denota grande sensibilidade e profundos conhecimentos captados, bem apoiados numa cultura geral muito completa. O autor revela-nos que "viajar serve para encontrar o que não se procura", enquanto nas suas andanças nos recorda factos históricos, nos apresenta gentes e paisagens exóticas, nos conduz até civilizações estranhas. Gonçalo Cadilhe colabora no Expresso, na Visão e noutras publicações. Em alguns livros de viagens dá-nos conta da volta a mundo sem aviões, da rota de Fernão de Magalhães, entre outras, garantindo que a sua viagem preferida será a "próxima". Na badana da capa lê-se: "Neste livro, Gonçalo Cadilhe repercorre lugares, livros, filmes, canções, pessoas e momentos que fizeram dele o ser humano - e o viajante - que é hoje. Um livro pessoal, inspirador e indispensável para todos os que gostam de viajar - pelo mundo e dentro de si próprios." 

Donzília Almeida em S. Tomé

Mais um pouco de história, com oportunidade





A flora aqui é riquíssima. Encontrei espécies botânicas, completamente desconhecidas para mim. É notória a abundância de frutos, com que a natureza presenteou esta terra e estas gentes. Ao nível das infraestruturas sociais, saúde, educação e abastecimento de água e eletricidade, ainda há muito por fazer! É um país africano com as características de muitos outros. Só de referir que, à noite, as ruas estão quase às escuras, só havendo luz nos resorts e sua proximidade. A influência dos Portugueses ainda se faz sentir, sobretudo nos edifícios urbanos e... na nossa querida língua portuguesa! O povo é afável, mas muito pobre. O turismo veio dar movimento e vida a estas paragens e sobretudo trouxe muitos postos de trabalho a esta gente. O clima é quente, mas não exageradamente, e a água do mar faz inveja às temperaturas gélidas do mar que banha as nossas costas, exceto a algarvias. S.Tomé está rodeado por mar em toda a sua extensão, mar esse onde aparecem rochas pretas como breu, que me parecem de origem vulcânica. À mistura com a areia da praia, aparecem conchas de várias formas que fazem as delícias dos turistas. Eu também fiz a minha colheita! Os nativos mergulham para capturar as conchas maiores e mais bonitas, que depois vendem aos turistas. Têm que fazer pela vida! 

 Maria Donzília Almeida