sábado, 19 de março de 2011

Recanto de paz no Santuário de Schoenstatt

Santuário de Schoenstatt

O inverno pode ter o seu encanto para alguns, mas a primavera, ou sinais dela, envolve-nos de tal forma que nos transforma o ânimo, fazendo de nós pessoas renovadas. Acontece assim com todos os seres vivos.
Com o sol a brilhar, sem vento, dei comigo a deambular por espaços que vi nascer e crescer ao longo de décadas. Refiro-me ao Movimento de Schoenstatt que em boa hora se instalou entre nós, graças à visão dos padres Domingos Rebelo e Miguel Lencastre. De modo que, sempre que posso e o tempo permite, lá vou saborear a paz que ali se respira. Entrei no Santuário por momentos para, no meu íntimo, reviver tantas horas agradáveis de encontro comigo próprio e com o transcendente, enquanto recordei e experimentei, mais uma vez, que o Santuário é, de facto, um lugar onde é bom estar.

FM

Qual é o lugar do bispo na comunidade cristã?



Bispos cristãos

Anselmo Borges

Causou alguma admiração tanto interesse dos media, aquando do 75.º aniversário do patriarca de Lisboa, José Policarpo, e do seu pedido de resignação, sendo seguro que o Papa lhe concederá mais dois anos. Mas, afinal, o móbil dos media pareceu ser, mais do que fazer um balanço, por todos considerado positivo, a curiosidade quanto ao sucessor.
Só curiosidade? Alguma forma de pressão? A dança das cadeiras episcopais e dos seus ocupantes ainda atrai público? Afinal, a Igreja continua com peso suficiente para despertar interesse social e político? Concretamente, no caso de Lisboa, não há dúvida de que, embora o patriarca não tenha jurisdição sobre os outros bispos e não seja o "chefe" da Igreja em Portugal, de facto, mora na capital, está mais próximo do Poder e, consequentemente, não é indiferente para a sociedade o nome que se segue.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Primavera à vista


Igreja de Nossa Senhora dos Campos


Apesar de oficialmente a primavera chegar na próxima segunda-feira, 21, hoje pude saborear um tempo primaveril. Havia certezas de frio de manhã e à noite, mas o dia, meus amigos, esteve lindo.
Deambulei pela Colónia Agrícola, com ruas que se cruzam em todos os sentidos, sempre debaixo do ar resinoso dos pinheiros, com manchas aqui e ali de áreas de cultivo há muito abandonadas. Outras áreas, preparadas para aquele fim, nunca chegaram a sentir o gume da enxada ou da charrua.
Casas de antigamente, de modelo único, não se veem nos horizontes possíveis, limitado pelas ramagem dos pinheiros. Passei por instituições e serviços que aproveitaram os terrenos abandonados e as famílias que ficaram readaptaram as habitações às suas vidas, com mais filhos e netos que entretanto foram nascendo. E a velha Colónia Agrícola é agora uma povoação em crescendo, quem sabe se a caminho de uma freguesia. Voltarei ao tema.

FM

Algum PS contra Sócrates

António Costa contra ministro das Finanças

Medeiros Ferreira sugere António Costa para o lugar de Sócrates

Escola Municipal de Educação Rodoviária, hoje com mais vida

Crianças aprendem a dar as primeiras pedaladas com regras

A Escola Municipal de Educação Rodoviária (EMER), instalada na Colónia Agrícola, mesmo ao lado da Piscina Municipal da Gafanha da Nazaré, esteve hoje com mais vida, para celebrar o seu 7.º aniversário. Um programa recheado destinado a todas as escolas do concelho de Ílhavo, envolveu cerca de 200 crianças, para aprenderem, assim, a dar passos importantes na arte de andar, com regras, nas nossas estradas e ruas. Logo de manhã assisti às "corridas" dos utentes dos nossos infantários. Escusado será dizer que a EMER está aberta todo o acto, com ações programadas, para crianças das escolas do nosso concelho e não só.

Luís Miguel Cintra lê o Eclesiastes


Ouvir mais aqui

quinta-feira, 17 de março de 2011

Os políticos, quando estão na oposição, reivindicam o que agora negam


Profetismo corajoso
da igreja,
uma urgência à vista


António Marcelino

Os políticos no poder, pelo seu modo de falar e de agir, têm sempre razão no que fazem e no que dizem, e, no seu pensar, só eles a têm. Por isso mesmo, se fecham orgulhosamente às opiniões contrárias e às críticas sobre problemas concretos, por mais justas e legítimas que sejam umas e outras. Os mesmos políticos, quando estão na oposição, reivindicam o que agora negam. Assim se mostra, lamentavelmente, a pobreza do jogo democrático e se mina o seu sentido, bem como se mostra a impreparação de muitos políticos para a missão que a nação espera deles.

Escola Municipal de Educação Rodoviária comemora mais um aniversário

Escola Municipal de Educação Rodoviária


A Câmara Municipal de Ílhavo comemora amanhã, dia 18 de Março, o 7.º Aniversário da Escola Municipal de Educação Rodoviária (EMER), tendo preparado um programa especial para esse dia.
Desde a sua abertura, a Escola Municipal de Educação Rodoviária, situada junto à Piscina Municipal da Gafanha da Nazaré, foi visitada por 18 307 Crianças e Jovens de vários Estabelecimentos de Ensino do Município de Ílhavo e de toda a região Centro, sendo que 3542 fizeram-no durante o último ano.
Para assinalar mais um ano de existência, a EMER contará com a presença de cerca de 200 Alunos dos Estabelecimentos de Ensino do Município que, durante o dia, terão a oportunidade de desenvolver vários ateliês subordinados à temática da Prevenção Rodoviária. Ao longo do dia todas as Crianças e Jovens poderão divertir-se no circuito externo, com a utilização das viaturas, colocando em prática os comportamentos adequados a ter na via pública.
Em dia de aniversário, a EMER apresentará a “I Prova de Orientação Rodoviária”, a desenvolver ao longo do 3.º período lectivo, a qual será dirigida às Escolas dos 2.º e 3.º Ciclos e Secundárias do Distrito de Aveiro.

Fonte: CMI

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dia Mundial da Floresta: 21 de Março



A importância da Floresta é bastante evidente nos tempos que correm. O pulmão da terra está aí. Há autarquias, escolas e outras instituições que vivem de forma pedagógica o Dia Mundial da Floresta. Seria bom que todos nós o fizéssemos . Como a CMA, por exemplo.

Nova Evangelização

A Nova Evangelização levou o jornalista António Marujo, no seu blogue, a iniciar um inquérito de muito interesse para quem gosta de se debruçar sobre estes temas, crentes ou não crentes. 
Veja aqui

Efeméride: Fernão de Magalhães chega às Filipinas

Fernão de Magalhães

Nós, os portugueses, somos muito orgulhosos. Quando um dos nossos atínge os píncaros da fama, ficamos todos vaidosos. Fernão de Magalhães chegou, neste dia de 1521, às Filipinas. No mês seguinte, acabaria por morrer, sem ter concluído o sonho de dar a volta ao mundo. Que importa que tenha feito a viagem ao serviço de Espanha? Pelo que sei, não terá perdido a nacionalidade. É bom recordar o feito deste nosso compatriota. Veja aqui.

Dia Mundial da Poesia: 20 de março, pelas 16 horas, no Museu de Ílhavo


Dia 20 de março, pelas 16 horas, na Sala da Biblioteca do Museu Marítimo de Ílhavo. Leve o poema de que mais gosta. Organização da Confraria Camoniana de Ílhavo. Apoios da CMI e do MMI.

Museu Marítimo de Ílhavo: Um documento inédito sobre a pesca do bacalhau à linha

Apresentação de livro: 19 de Março, 17 horas, no  Museu Marítimo de Ílhavo


Aparelhos e Métodos de Pesca à Linha
usados na Frota Bacalhoeira Portuguesa

A pesca do bacalhau à linha com dóris de um só homem foi uma saga de heroísmos cruéis. O projecto cultural do Museu Marítimo de Ílhavo e a investigação empenhada em conhecer este “fenómeno total” têm permitido revolver uma memória que, em certos meios, teima em persistir fechada e mítica, conservadoramente épica.
Porque se trata de um documento inédito, escrito em finais dos anos cinquenta do século XX, optámos por não alterar o original, quer na grafia, quer nos desenhos e fotografias. Por razões diversas, esta improvável aliança determinada por compromissos externos que a organização corporativa das pescas acabou por assumir para defender a política de abastecimento de bacalhau resultou num escrito a duas mãos que não chegou a ser publicado. Fazê-lo agora significa partilhar um documento de admirável realismo científico que
exprime como poucos a íntima ligação dos aspectos humanos, técnicos e científicos da “grande pesca” por homens e navios portugueses no Atlântico Norte.
Edição Câmara Municipal de Ílhavo/Museu Marítimo de Ílhavo.


terça-feira, 15 de março de 2011

A Salve Rainha de Alçada Baptista



De vez em quando volto ao Alçada Baptista, um escritor intimista e memorialista que muito me marcou. Hoje andei às voltas com estórias e estorietas de “A cor dos dias — memórias e peregrinações”, escritas com saber e sabor inexcedíveis, pela forma e sumo.

Alçada Baptista nunca perdia a oportunidade de criticar o que em seu entender estava mal, tanto em textos cívicos como religiosos. Um dia insurgiu-se contra o Hino Nacional, naquela parte que nos incita a lutar contra os canhões. Em sua opinião, essa fase já está ultrapassada, pelo que seria importante dar uma volta ao texto. Hoje recordo a sua discordância em relação à Salve Rainha, uma oração que acompanha a recitação do terço. E propõe uma nova oração, para eliminar «os degradados filhos de Eva», e depois «deste desterro nos mostrai Jesus». Então diz:
«Eu acho que era bonito termos uma oração a Nossa Senhora mas escusávamos de nos desvalorizar tanto para o fazer.» Sugeriu então:

“Salve Rainha, mãe de Deus, olhai por nós que somos frágeis. A vós nos dirigimos do meio das dificuldades da vida com ansiedade e confiança. Lançai sobre nós os vossos olhos bondosos e, depois da nossa morte, leva-nos a Jesus com a ternura da mãe para o filho querido. Ó doce Virgem Maria, ajudai-nos e olhai para nós e ajudai-nos para podermos alcançar as promessas de Cristo.”

Mário Soares sem papas na língua

Diz o antigo Presidente da República:

«O primeiro-ministro tem-se esforçado, na resolução da crise, com um zelo patriótico e uma energia pessoal absolutamente excepcionais. Mas cometeu erros graves: não tem informado, pedagogicamente, os portugueses, quanto às medidas tomadas e à situação real do País. Nos últimos dias, negociou o PEC IV sem informar o Presidente da República, o Parlamento e os Parceiros Sociais. Foram esquecimentos imperdoáveis ou actos inúteis, que irão custar-lhe caro. Avisou tão só o líder da Oposição, após a reunião de Bruxelas, pelo telefone. A resposta pública foi-lhe dada no discurso que Passos Coelho proferiu, em Viana do Castelo, muito didáctico, e foi negativa: "Não conte com o PSD para aceitar as novas medidas (negociadas/impostas?) pelos líderes da Zona Euro, reunidos no dia 11 de Março, em Bruxelas." Assim se abre, ao que parece, uma crise política, a juntar às outras que a precederam: financeira, económica (estamos a entrar em recessão), social, ambiental e de valores.»

Centro Cultural de Ílhavo: Nadir Afonso — Retrospectiva

Inauguração: 24 de Março, às 22 horas


Nadir Afonso nasceu em 1920, em Chaves. Após ter completado o ensino liceal, quis inscrever-se na Escola de Belas-Artes do Porto mas, por influência de seu pai, acabou por se matricular em Arquitectura. Em 1946, troca o Porto por Paris para frequentar a Escola Nacional Superior de Belas-Artes. Ao longo da sua carreira conviveu e trabalhou com figuras notáveis da cultura contemporânea como Jean Cocteau, Fernand Lèger, Le Corbusier e Óscar Niemeyer.
A exposição apresenta um conjunto de obras de pintura, guache e estudos preparatórios, que permite ao visitante uma reflexão sobre a metodologia de trabalho e o percurso de um artista incontornável na história da arte portuguesa do século XX.
Patente ao público até 19 de Junho.

Fonte: CMI

A nossa vida está prometida à primavera


A primavera está por toda a parte. Até em nós?


José Tolentino Mendonça

A primavera está por toda a parte. Em nosso redor a natureza parece vencer a imobilidade do inverno e amontoa os traços insinuantes do seu reflorir. Há uma seiva que revitaliza a paisagem do mundo. Mesmo nos baldios, nos pátios e quintais abandonados, nos jardins mais desprovidos a primavera desponta com uma energia que arrebata. Penso muitas vezes nos versos do Cântico dos Cânticos, o mais primaveril poema da Bíblia: «Fala o meu amado e diz-me: “Levanta-te! Anda, vem daí, ó minha bela amada! Eis que o inverno já passou, a chuva parou e foi-se embora; despontam as flores na terra, chegou o tempo das canções, e a voz da rola já se ouve na nossa terra; a figueira faz brotar os seus figos e as vinhas floridas exalam perfume. Levanta-te! Anda, vem daí, ó minha bela amada! Minha pomba, nas fendas do rochedo, no escondido dos penhascos: deixa-me ver o teu rosto, deixa-me ouvir a tua voz; pois a tua voz é doce e o teu rosto, encantador”» (Ct 2, 10-14). Neste poema, a primavera do mundo é uma representação simbólica da primavera interior que nos desafia. Na verdade, o nosso coração não pode continuar eternamente sequestrado pelos impasses dos seus invernos gelados. A nossa vida está prometida à primavera – é a mensagem que o despertar da natureza (e aquele mais íntimo) nos parece segredar.

Ler todo o texto aqui


domingo, 13 de março de 2011

A Epopeia do Bacalhau

Museu Marítimo de Ílhavo: Apresentação de livro, 19 de Março, 17 horas edição CTT - Correios de Portugal

Álvaro Garrido traça a evolução histórica da pesca do bacalhau, descrevendo as vicissitudes dessa actividade, os perigos, os métodos de pesca, a vida a bordo e a importância do bacalhau na economia portuguesa. David Lopes Ramos reflecte sobre a importância deste peixe nos hábitos alimentares dos portugueses apresentando as receitas clássicas do bacalhau.
Trata-se de uma edição profusamente ilustrada, sobretudo com iconografia do acervo do Museu Marítimo de Ílhavo. De tiragem numerada e limitada a 5.000 exemplares, contém 6 selos com o valor facial de €3,45 da emissão filatélica Pesca do Bacalhau de 2000.
Edição bilingue

Júlio Pedrosa, ex-ministro da Educação e ex-reitor da UA, diz, no PÚBLICO, o que mudava em Aveiro

(Clicar na imagem para ampliar)

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 228

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 11



E SURGIU O BICICLO ...


Caríssima/o:

Ao que tudo indica desde que as primeiras draisianas foram para as ruas sempre se pensou em dotá-las de um sistema de propulsão que não fosse feito pelo andar do seu condutor. A primeira a ser adaptada com pedais surgiu em 1839, criada pelo ferreiro escocês Kirkpatrick Macmillan (1810-1878).
Ele aproveitou o conceito da máquina criada por Drais, redesenhou a viga central que ligava as duas rodas, e adaptou um sistema de propulsão por pedais em balanço ligados a um virabrequim [cambota] no eixo da roda traseira por meio de alavancas. O ciclista accionava o sistema em paralelo à roda dianteira, com os pedais movimentando-se para a frente e para trás. Este sistema era semelhante ao daqueles carrinhos de pedais usados pelas crianças. A bicicleta ficou com mais rapidez e estabilidade.
Foram quatro anos de árduas experiências. MacMillan percorria com ele o caminho de 22km entre o seu povoado, Courthill, e a capital do condado, Dumfries. Curiosamente, Mac Millan foi preso e multado por ter atropelado um menino em Courthill, Drumfrieshire...
Sem vocação para os negócios, MacMillan não sabia ao certo o que fazer com o veículo, que logo foi esquecido. A bicicleta funcionava bem, mesmo assim não se popularizou.
Até que em 1855, MacMillan e o seu filho, de apenas 14 anos de idade, adaptaram os pedais ao eixo dianteiro, e aumentaram o tamanho da roda dianteira, exigindo menos força do ciclista, e possibilitando uma posição mais confortável sobre a bicicleta, apesar do invento pesar aproximadamente 45 Kg. Era o surgimento do “Biciclo” (ou Velocípede)!
Em 1868, aconteceu em Paris a primeira prova de Biciclos, no Parque Saint’Cloud, vencida pelo inglês James Moore, que foi considerado o primeiro campeão de ciclismo do Mundo!

Manuel

sábado, 12 de março de 2011

Geração à rasca: centenas de milhares protestam nas ruas


Será que os portugueses vão castigar o PS e o PSD?

Centenas de milhares de pessoas manifestaram hoje, por todo país, o seu descontentamento pela situação precária em que se encontra a maioria dos trabalhadores. A incerteza quanto ao futuro, aliada a um presente sem horizontes, ditou este descontentamento generalizado. O manifesto dos promotores dez assim:
«Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.»

Ler mais aqui.

O problema é muito complexo. A credibilidade dos políticos está muito por baixo: garantem que está tudo bem, mas logo anunciam mais medidas de austeridade; prometem hoje o que negam no dia seguinte; afirmam que tudo rola sobre rodas oleadas, mas logo todos podemos ver que está tudo mal; e vivemos neste ambiente de políticas sem verdade, sem futuro.
Os portugueses habituaram-se a ver na governação o PS e o PSD. Com ou sem alianças, todos construíram esta sociedade injusta, sem alma, sem sonhos.
Com as políticas do PS que puseram de rastos muitos sonhos de muitos portugueses, o que vemos, do lado do PSD, é um partido sem gente nova capaz de alterar este estado de coisas. Pelo menos, é isso que as sondagens nos mostram. Falam muito, mas não nos indicam caminhos seguros e com perspetivas de futuro melhor.
Então, face às incompetências socialistas e à falta de garantias dos sociais-democratas, que haveremos de fazer? Os pequenos partidos (PCP, CDS e BE) nunca se mostraram com votos suficientes para chegar ao Governo. Será que os portugueses, desiludidos com os que nos têm governado, vão desta feita castigar, severamente, o PS e o PSD?

FM

Efeméride: Centro Cultural e de Congressos de Aveiro,

Centro Cultural e de Congressos de Aveiro


Neste dia, do ano de 1984, a Câmara Municipal de Aveiro, «incentivada pelo interesse combativo da ADERAV e de outros aveirenses, deliberou nomear um grupo de trabalho para o efeito [visando o estudo e a formulação de um plano da salvaguarda e da utilização do valioso e histórico edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos, Filhos]; assim se procurou suster a sua prevista demolição».

Fonte: “Aveiro 2009: Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.

Ainda bem que foi possível evitar a demolição. Hoje, aquele edifício foi adaptado a Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, sendo palco de inúmeros eventos.

Ratzinger procura a figura de Jesus e o núcleo da sua mensagem


O Jesus de J. Ratzinger/Bento XVI

Anselmo Borges

Foi ontem posto à venda, em várias línguas, o volume II da obra sobre Cristo, de Joseph Ratzinger/Bento XVI: Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição, condenado, como o primeiro, publicado em 2007, a ser um best-seller.
Os media já tinham tido acesso a excertos, e destacaram sobretudo a afirmação de que não foi "o povo judeu enquanto tal" a insistir que Jesus fosse condenado à morte, mas "o círculo das autoridades sacerdotais e o grupo dos apoiantes de Barrabás".
Agora, com o livro todo disponível, pergunta-se: qual é a sua tese central?
Ratzinger procura a figura de Jesus e o núcleo da sua mensagem. O que ele quer entregar-nos é o Cristo da fé, mas este Cristo é o Jesus da história. De facto, a mensagem do Novo Testamento não consiste numa mera ideia: "Funda-se na história que aconteceu sobre a superfície desta Terra."
No meu entender, é este o fio condutor da obra: "A Encarnação de Jesus ordena-se para o sacrifício de Si mesmo pelos homens, e este para a ressurreição; caso contrário, o cristianismo não seria verdadeiro."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Revista LER publica n.º 100, com entrevista a George Steiner



A religião mundial é actualmente o futebol

A revista LER publicou este mês o n.º 100, com uma edição cheia de recordações, muito interessante para quem tem acompanhado a sua vida. Gostei, como tenho gostado de todas as edições que mês após mês saboreio.
Este n.º 100 oferece-nos uma excelente entrevista, o que se verifica todos os meses, aliás. Desta vez com George Steiner, ensaísta, crítico literário e professor em Cambridge. Foi uma conversa com Beata Cieszynska e José Eduardo Franco.
Na abertura, é sublinhado que se trata de «uma lição que deve ser digerida com atenção», porque nela se cruzam temas como o ensino, as redes sociais e as exigências de leitura, fazendo George Steiner «revelações sobre literatura portuguesa». «Lobo Antunes é um gigante, o maior escritor português da actualidade.»


George Steiner


Algumas afirmações de George Steiner, das muitas que podem ser lidas na LER:

«Para ler seriamente é preciso silêncio. Não ponha música, tire a rádio e a televisão do quarto. Tem de saber viver, e conviver, com o silêncio. (Cada vez menos jovens querem viver com o silêncio. Na realidade, têm-lhe medo. O silêncio tornou-se, de resto, muito caro. Uma casa como esta, com um jardim sossegado, é uma exorbitância para um casal jovem, que vai possivelmente viver para um prédio, com paredes tão finas, que é possível ouvir tudo! Vivemos num inferno de ruído constante.)»

«Aquilo que amamos, devemo-lo saber de cor. Não é por acaso que “coração” em latim é “cor”. Ninguém nos pode tirar nunca o que sabemos de cor. Deixem-me frisar: saber, saborear de cor, com o coração, não com a cabeça. Queremos sempre levar connosco o que amamos. Eu sou muito velho, mas tento, todos os dias, ou quase todos, aprender um poema, ou fragmentos de poema, de cor, porque é assim, que se agradece uma bela obra.»

«Tenho sempre um dicionário aberto na minha secretária. Os mais novos não usam dicionário. Empregam um vocabulário mínimo nas sms que enviam. Shakespear usava 24 mil palavras. Num estudo mais recente, (…) o total de palavras usadas por 90 por cento dos americanos ao telefone é de 150 palavras.»

«E o problema mais premente da educação e do ensino é que, sem um pouco de Matemática, é impossível fazer parte da grande aventura que é a mente humana. O facto de haver péssimos professores de Matemática é terrível. São matemáticos que não sabem de Matemática, eles próprios, e matam à nascença esse gosto, essa inclinação, de muitas crianças. É uma espécie de miséria que se autopropaga.»

«Platão, o melhor dos filósofos, o poeta da Filosofia, terá dito à porta da Academia: “não entre quem não gosta de Matemática.” Por isso me perturba tanto o talento infantil que se perde, as possibilidades que se coarctam, por meio de alguma ineficiência docente.»

«No ano passado, foram publicados 300 mil novos livros. Destes, 90 por cento não serão lidos, ou sê-lo-ão apenas por um círculo restrito de pessoas. E é aí, estou em crer, que a internet e as redes sociais vão mudar tudo, inclusivamente as Humanidades. As nossas dissertações, os nossos trabalhos já estão disponíveis online. Estamos num período histórico incrivelmente complicado, mas fantástico.»

«Agora, para os jovens, Deus não existe em absoluto. A religião mundial é actualmente o futebol. É a única coisa capaz de congregar milhões de pessoas. (…) Vive-se para o futebol, morre-se pelo futebol. É a única religião do mundo.»

«Já a música é-me absolutamente indispensável. Sem música poria termo à vida de imediato. A música é para mim, agora, o mysterium tremendum. O que é a música afinal? Por que razão causa determinada reacção numa pessoa, e noutra algo completamente diferente? Não fazemos ideia de como funciona a música dentro de nós. Se passar por uma janela aberta, e lá dentro estiver alguém a tocar piano, a melodia que ouviu não o abandonará jamais.»

Etc.

Seleção de Fernando Martins