quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Caminho do Natal



O PRESÉPIO SOMOS TODOS NÓS


O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno

José Tolentino Mendonça

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um livro de Armando Tavares da Silva

Ilustração do convite

"Camões e a Química A Química em Camões"

No âmbito das comemorações do 50.º aniversário da CIRES, vai ser lançado, no próximo dia 17, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Estarreja, um livro de Armando Tavares da Silva, professor catedrático aposentado da Universidade de Coimbra, intitulado  "Camões e a Química — A Química em Camões". No mesmo auditório, decorre uma exposição fotográfica retrospectiva dos 50 anos daquela empresa.

III Jantar de Confraternização de ex-acólitos da Gafanha da Nazaré


Alegria marcou presença

Homenagem póstuma a Paulo Sérgio Bola

A confraternização anual dos Ex-Acólitos da cidade da Gafanha da Nazaré teve lugar no restaurante «Porto de Aveiro», no dia 11 de Dezembro, em ambiente festivo e contagiante. Apesar dos compromissos profissionais e associativos, a organização conseguiu reunir cerca de vinte elementos, maioritariamente representativos da geração dos anos 80 e 90.
Os elementos presentes tiveram oportunidade de prestar uma homenagem póstuma ao amigo Paulo Sérgio Bola, recentemente falecido, como sinal de gratidão pela tenacidade e perseverança, qualidades reconhecidas por todos, particularmente nos campos profissional e desportivo.
Sob a inspiração de S. Lourenço, patrono dos acólitos, a iniciativa tem servido para desfiar as recordações das actividades outrora assumidas pelo grupo, bem como para comemorar muitos anos de sadia camaradagem. Com efeito, o grupo pretende manter vivos os laços de entreajuda e de sentido de responsabilidade formativa dos seus elementos, como valores de referência para sempre.

Hélder Ramos

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: Dança entre nós



Domingo, 19, às 17 horas

Este espectáculo procura mostrar de que formas a dança se pode exprimir. Entre diferentes idades e com diferentes experiências se chega a um conceito de dança contemporânea. Artistas convidados de vários pontos da cidade e com diferentes estilos visionários vão apresentar ao seu máximo apresentações e performances variadas. Organização: Casa do Povo da Gafanha da Nazaré e apoio da Câmara Municipal de Ílhavo.

Câmara de Ílhavo promove Festa de Natal


A Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar, pelo décimo terceiro ano consecutivo, uma Festa de Natal para todas as Crianças do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico e Instituições Particulares de Solidariedade Social com valência de Pré-Escolar do Município de Ílhavo.
Para este ano a organização optou por preparar um espectáculo de Circo, o qual inclui magia, palhaços, malabaristas, entre outras surpresas que, seguramente, farão as delícias de toda a pequenada.
A Festa de Natal 2010 realiza-se no próximo dia 15 de Dezembro, Quarta-feira, no recinto da Feira dos 13, na Vista Alegre, e contará com a presença de cerca de 2500 Crianças.
À semelhança dos anos anteriores, a Câmara Municipal facultará o transporte de todas as Crianças, respectivo Corpo Docente e Auxiliares para o local do espectáculo e, em parceria com as quatro Juntas de Freguesia do Município, oferecerá a cada Criança uma lembrança deste dia de Festa que comemora o Natal.
Por motivos de logística serão efectuados três espectáculos com a duração de 1,30 horas: às 9h30, 11h30 e outro às 15h00.

Fonte: CMI

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Costa-Nova-do-Prado — 200 anos de História e Tradição” em 3.ª edição

Maria José Santana, Senos da Fonseca e Helena Malaquias

Maria José Santana e Senos da Fonseca

Ílhavo seria muito diferente sem a Costa Nova

Um ano depois da 1.ª edição do livro “Costa-Nova-do-Prado — 200 de História e Tradição”, de Senos da Fonseca, surge a 3.ª, apresentada no sábado, 11, no Hotel de Ílhavo . No meio ficou a 2.ª edição, naturalmente. A razão é clara: a obra merece e os leitores não lhe viraram as costas. Voltada, ao que julgo, para quem conhece a Praia da Costa Nova do Prado, a obra começa a ser conhecida para além das nossas fronteiras regionais. A receita vai ser canalizada para o CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), como já o fora nas outras edições.
Helena Malaquias, da direcção daquela instituição, sublinhou o facto e o gesto do autor, que ofereceu o produto da venda, pela sua postura de ser solidário. Recordou a fundadora do CASCI, na década de 80 do século passado, Maria José Senos da Fonseca, «que toda a população de Ílhavo deve ovacionar de pé». Apresentou um vídeo que mostra a dinâmica e a projecção social na região ilhavense daquela instituição, com ramificações até Aveiro e Vagos. Lamentou, entretanto, que não tivesse sido possível fazer o lançamento desta 3.ª edição do livro de Senos da Fonseca num espaço mais amplo e adequado da tutela da Câmara Municipal, apesar de atempadamente ter sido solicitado.

A Caminho do Natal


Para rezar enquanto se constrói o presépio


Primeiro Andamento

Visite-nos, Senhor, a Tua alegria.
Seja ela o dom que sustém esta hora da nossa vida.
Tenha o poder de reedificar, em nós, o caído,
de aclarar a tenda que a noite atribulou,
de unir aquilo que a pressa ou o cansaço interromperam.

Seja ela o sinal da leveza com que nos vês,
a carícia que nos estendes no tempo,
o assobio do Pastor que inaugura as tréguas.

Dá-nos Senhor, neste tempo,
a alegria como alento revitalizador:
inscreva ela em nós o sabor da vida abundante e
multiplicada;
perfume cada um dos nossos gestos;
traga às nossas palavras a luz daquela estrela
que o Teu Nascimento para sempre acendeu.

Que o Teu Nascimento inspire cada um dos nossos
renascimentos
Que a Tua presença, nos ensine o que significa tornar-se
presente
E o dom que fazes de Ti, nos ajude a tecer a vida
como quem entretece uma história de amor.

Segundo Andamento


Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes
de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas
lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
12.12.10

domingo, 12 de dezembro de 2010

Jantar de Natal do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Na hora de partir e repartir  o bolo

Se esquecermos o passado não teremos futuro

Ontem, 11 de Dezembro, num restaurante da nossa praça, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) levou a cabo mais um convívio de Natal, sob o signo da alegria. Cerca de 100 convivas, entre membros do grupo e amigos, partilharam o que é típico desta quadra: o prazer da troca de impressões e a satisfação de se reverem, ao mesmo tempo que debitaram opiniões sobre o folclore e sobre vivências proporcionadas por um ano de trabalho intenso em prol da cultura da nossa região. E a propósito, Vasco Lagarto, um amigo do grupo e presidente da Direcção da Cooperativa Cultural e da Rádio Terra Nova, sentado ao meu lado, como é hábito, escreveu na toalha de papel da mesa comum: «O passado pode ser importante, mas quando o esquecemos não temos futuro.» Pois é verdade. Fiquei a pensar nisto e a medir a urgência, que é grande, de olharmos um pouco para as nossas raízes.
Com uma refeição farta e variada, bem regada e conversada, o bolo de aniversário e a música culminaram o repasto, de mistura com curtos discursos bem-humorados. O presidente e fundador do GEGN, Alfredo Ferreira da Silva, voltou mais uma vez a reclamar a já célebre Casa da Música, tendo em conta que as condições de trabalho e de ensaio não são as ideais. Claro que a crise, tão apregoada, até mete medo a quem precisa de pedir, mas o nosso amigo Alfredo não hesitou em o fazer, até porque «atrás de quem pede ninguém corre».

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

A Caminho do Natal


NATAL

A voz clamava no Deserto.

E outra Voz mais suave,
Lírio a abrir, esvoaçar incerto,
Tímido e alvente, de ave
Que larga o ninho, melodia
Nascente, docemente,
Uma outra Voz se erguia…

A voz clamava no Deserto…

Anunciando
A outra Voz que vinha:
Balbuciar de fonte pequenina,
        Dando
À luz da Terra o seu primeiro beijo…
Inefável anúncio, dealbando
Entre as estrelas moribundas.

Augusto Casimiro
(1889-1967)