domingo, 14 de novembro de 2010

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 210

PELO QUINTAL ALÉM – 47



O CARVALHO


Tomás Tavares de Sousa, eng.


Caríssima/o:

a. Aí fica a fotografia dos nossos dois carvalhos, por trás do canavial.
Como todas as árvores do nosso quintal, também nos podiam contar a sua história. Mas a quem poderia ela interessar?
E se os trago hoje é por falta de um castanheiro, que já os houve, mas como não davam castanhas...nesta época do S. Martinho traziam a tristeza da desilusão!

e. E carvalhos se viam alguns pelos nossos campos da Gafanha; contudo e como era (será ainda?) habitual, pouca ou nenhuma importância se lhes dava: procuravam-se frutos comestíveis... para matar a fome...

i. A madeira do carvalho é muito boa para a construção, sob a forma de vigas.
Serve igualmente como combustível. A lenha de carvalho é excelente para dar calor, queimando devagar e uniformemente, até que todo o tronco se desfaça.
As folhas e frutos (bolotas ou landes) podem ser aproveitados como alimento para o gado.
Já foi usado para bronzear couro.

o. O seu tronco forte é coberto por uma casca rugosa riquíssima em propriedades curativas. O chá é recomendado para diarreias, e na forma de banho para aliviar hemorróidas e fissuras.
Como é habitual, muito utilizada na medicina popular. O gargarejo ou líquido para limpeza bucal é usado para laringites, faringites, dor de garganta e amigdalite; compressas para queimaduras, cortes, eczema, dermatite, hemorróidas, lombriga, varizes e vasos capilares fracos.

u. Curiosidades:

sábado, 13 de novembro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo em Festa

Ministra ladeada por Ribau Esteves e Fernando Maria

Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo


Unidade de Cuidados Continuados
recebe os primeiros doentes
na próxima segunda-feira

A Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo esteve hoje em festa, com a inauguração da sua Unidade de Cuidados Continuados. Associaram-se as forças vivas do concelho, com o povo que costuma estar atento a iniciativas deste género. Marcou também presença a ministra da Saúde, Ana Jorge.
No momento da bênção, o administrador paroquial de Ílhavo, Padre João Gonçalves, recomendou a quantos vão trabalhar com os doentes neste Hospital que olhem para eles com o coração, porque «quem vê com o coração vê melhor, vê mais longe».
O provedor da Santa  Casa, professor Fernando Maria da Paz Duarte, não escondia a sua satisfação pela meta alcançada, que é, contudo, um  outro ponto de partida… E pediu a todos que continuem a dar os seus contributos, para mais ajudarem  os que mais precisam.
Recordou a longa caminhada «com alegrias e tristezas, mas sempre com muita determinação», louvando o apoio constante da autarquia ilhavense, nomeadamente do seu presidente, Ribau Esteves, «durante todos estes anos de canseiras». Contudo, não esqueceu os Irmãos e a Mesa Administrativa da Misericórdia e quantos «incentivaram a concretização deste projecto». Uma referência especial para o benemérito ilhavense, Joaquim Coelho, emigrante nos EUA, onde conseguiu congregar conterrâneos, e não só, com o objectivo de angariar fundos para o Hospital  de Cuidados Continuados.

O País mudou e nem tudo é mau


PROTESTO, LUTO E REFLEXÃO
Anselmo Borges

A sabedoria da história bíblica das vacas gordas e das vacas magras - armazenar no período da abundância para os tempos de dificuldade - há muito que foi esquecida entre nós. E aí está a crise, incalculável, na perplexidade, e sobretudo sem horizontes de futuro. Ninguém nos diz o que se pode razoavelmente esperar, depois de tanta crise e sacrifícios sem fim, e este é o perigo maior.
Há a crise mundial, uma imensa interrogação sobre o que ainda se chama União Europeia, a subordinação da política ao poder económico-financeiro. Entre nós, é tudo isto. Mas não só.
É certo que o País mudou, e nem tudo foi mau. A rede viária, por vezes até com excessos desnecessários - que interesses estavam em causa? -, permite comunicação rápida. Pôs-se fim ao analfabetismo. Há nichos de excelência na investigação e no ensino. Houve alguma mudança nas mentalidades, a convivência com outras culturas e religiões é boa. Grandes camadas da população viram o seu nível de vida melhorado.
Mas, depois, há perguntas que inevitável e desesperadamente se colocam, e todas, quando se pensa na situação presente e no que aí vem, convergem para esta: como foi possível chegar à beira do abismo em que nos encontramos?

Uma reflexão para este fim-de-semana

Fé e cultura




Além do rebanho
Henrique Raposo


Perante o tópico "catolicismo no espaço público português", convém discutir três pontos.


I. Em Portugal, o catolicismo tem de enfrentar algo que é comum a todas as sociedades europeias: a ilegalização de Deus. As elites europeias transformaram Deus num assunto semi-clandestino. Deus passou ser um assunto impróprio para as elites sofisticadas. Como se pode combater esta clausura de Deus? Bom, para começo de conversa, temos de salientar um "pormenor": a ilegalização de Deus é um fenómeno europeu, e não mundial. Com o seu habitual eurocentrismo, a elite europeia consagrou o fim da religião como uma das marcas obrigatórias da modernidade. Porém, várias sociedades modernas (EUA, Índia, Israel, Brasil, etc.) conciliam a modernidade com a fé. A Europa está sozinha na ilegalização de Deus. Sobre este ponto, recomenda-se - e muito - a leitura de "O Regresso de Deus" (Quetzal), de John Micklethwait e Adrian Wooldridge.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Porto: Estação de São Bento

Egas Moniz apresenta-se ao Rei de Leão, com mulher e filhos


Cenas do Douro

Torneio de Arcos de Valdevez

Um curto passeio pelo Porto, de que já dei conta neste meu espaço, não podia dispensar uma visita à Estação de São Bento. Os painéis que ostenta, de sabor histórico, despertaram o interesse de turistas e eu não fugi à regra. Recordar o que na antiga escola primária aprendi e ainda ensinei é sempre agradável. A História de Portugal, do meu tempo de menino, tinha por finalidade objectiva estimular o amor à Pátria Lusa em cada português. Era uma História em que por norma só se falava de heróis, santos e mártires, com muita lenda à mistura. Haveria tempo, depois, para descobrir os feitos reais e as lendas que inculcaram no nosso espírito. Mas também algumas omissões de permeio. 

FM

Bateira do Mar "Carlitos"

Bateira do Mar "Carlitos


A Bateira do Mar "Carlitos", de que vi notícia no blogue  Marintimidades, é mais uma flor para o jardim da nossa cultura. O trabalho do Capitão António Marques da Silva, um apaixonado pelas coisas do mar e da nossa laguna, tem encontrado um palco certo, aquele blogue, para chegar a todo o mundo.

Veja aqui

As modas: Av. Dr. Lourenço Peixinho precisa de rejuvenescer

Av. Dr. Lourenço Peixinho


Ontem passeei um pouco pela Av. Dr. Lourenço Peixinho para matar saudades. Andava uma equipa atarefada a arrancar árvores e a transportá-las para fora daquele espaço que foi, outrora, a sala de visitas da cidade. Era por ali que aos domingos, dia de folga, eu passeava com minha mulher e filhos, para ver as montras e para equacionar eventuais compras. Depois, chegada a hora do lanche, entrávamos num café ou numa pastelaria para saciar os apetites, que gente nova precisa de comer com frequência. Também havia o Parque Infante D. Pedro, como zona que atraía as pessoas, sobretudo no Verão.
Quando surgiu o OITA, a sala de visitas mudou-se, em grande parte, para aquele novo centro, onde não faltavam novidades para todos os gostos e apetites. Mal se podia passar pelos corredores e pelas escadas que davam acesso aos quatro pisos. As novidades sempre atraíram as pessoas e continuam a atrair. Gostamos de visitar o que aparece, gostamos de apreciar as inovações, gostamos de ver as novidades. Mas o OITA de hoje já não atrai o público como antigamente. Vi por lá muito pouca gente. As lojas praticamente sem ninguém, num dia de semana à tarde. Novas propostas nasceram e outros desafios desviaram as nossas atenções.
Presentemente, as salas de visitas são outras. As Glicínias e o Fórum despertam os interesses das populações, com ofertas sedutoras e variadas. O pessoal está todo voltado para aqueles espaços.
Pensa-se em revitalizar a antiga Av. Dr. Lourenço Peixinho. Há muitos aveirenses envolvidas no processo da sua reconstrução. Oxalá consigam descobrir uma forma de dar vida nova àquele espaço, para que ele não fique reservado apenas para zona de passagem, sem motivos que nos desafiem a ficar.

FM
 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O dinheiro tanto fecha os olhos ao pobre como ao orgulhoso



O gigante e o anão

António Marcelino


Parece que a esperança da salvação do país virá agora da China. De lá veio, já desde há anos, a ruína do pequeno comércio, porque ninguém pode competir com quem de lá veio e encheu cidades e vilas de novas lojas dos 300, com patrocínios dos nossos governos, que os de cá não têm, nem nunca tiveram. E ainda não sabemos tudo. Nem sei se alguma vez o saberemos. Até os governantes democráticos cultivam tabus de seu interesse e nem sempre dão contas de tudo.
O senhor da China passeia-se disponível pela Europa, no meio de manifestações a favor e contra, para comprar as dívidas dos países falidos ou à beira da falência, e propondo-se assinar acordos que lhe permitam acessos sempre crescentes e sem regresso. Quem só vê o dinheiro que precisa, nem se interroga sobre a fonte que o produz e como se acumulam biliões num país com milhões de pessoas forçados a viver como escravos. Para ajudar a Europa virá agora dinheiro de um país que tem o último Prémio Nobel da Paz na prisão, milhares de trabalhadores expropriados na sua terra, gente sem voz para reagir à injustiça, muitos que vivem sob o fio ameaçador da pena de morte, verdadeiros proletários obrigados a produzir sem direitos, milhões de cidadãos proibidos de sonhar com uma vida livre. Mas, como se diz que o dinheiro não tem cor…

Fátima Ribau: Uma catequista persistente


Fátima Ribau

A mais antiga catequista
da Gafanha da Nazaré em actividade



Fátima Ribau, funcionária aposentada da Junta de Freguesia, é a mais antiga catequista no activo da nossa comunidade. Viúva, duas filhas e seis netos, cuidou de duas crianças, agora adultas, filhas de uma família pobre e desestruturada, ainda a viverem consigo. Estudante voluntária, na juventude e quando casada, licenciou-se em Português e História e tirou o curso Básico de Teologia no ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro). Participou também em inúmeras acções de formação ao nível da Catequese.
Neta de Manuel Ribau Novo (Ribau da Russa), um dos grandes obreiros da construção da nossa igreja matriz, Fátima Ribau naturalmente viveu os problemas da comunidade com muito empenho. Começou a dar catequese em 1962, com 15 anos apenas, depois de ter estagiado dois anos, ajudando catequistas mais experientes. O responsável na altura pela organização e dinamização da catequese era o Padre José Manuel, coadjutor do Prior Domingos Rebelo.
Recorda que já havia fichas de inscrição das crianças da catequese, catecismos e guias para os catequistas. As Senhoras Mestras, que ela ainda frequentou para se preparar para a Primeira Comunhão, tinham dado lugar aos novos catequistas, agora sob orientação mais programada.
Recordando os seus primeiros passos como educadora da fé, cita a Fernanda Matias, como a catequista que mais a marcou pela sua dedicação à catequese. E acrescenta que há décadas havia muito o espírito de levar as crianças a recitar orações e fórmulas, embora já houvesse orientações no sentido de ajudar «as crianças a sentirem a presença de Deus na vida, com a indispensável colaboração das famílias».