quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Na catedral de Sagrada Família não trabalha só o prodígio da altura


Começou o Século XXI

José Tolentino Mendonça


A Sagrada Família não trabalha só o prodígio da altura. Nestes tempos, como dizia Pierre Bordieu, tão afunilados numa desvitalizante miséria simbólica temos aqui o dinâmico esplendor do símbolo



O Papa Bento XVI deu início, em Barcelona, ao Século XXI. Um dia comentar-se-á assim a primeira sagração que se fez de uma parte da catedral da Sagrada Família. Ainda faltam construir três quartos, as melhores previsões atiram a sua conclusão para 2025 ou 2030, mas o actual momento da obra, com a finalização e funcionalidade da nave central, coberta com um inesquecível céu de colunas arborescentes, representa a viragem há muito desejada.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Livraria Lello: notável pela arquitectura interior





Durante a minha vida, passei diversas vezes pela célebre livraria Lello, que ostenta a fama de pertencer a um grupo restrito das mais belas do mundo. De facto, ali tão perto da também célebre Torre dos Clérigos, tudo  faria crer que eu a  tivesse visitado, mas assim não aconteceu, por razões que desconheço, já que sou um frequentador assíduo de livrarias. A fachada é notoriamente  diferente das que a ladeiam, dando por isso nas vistas. A verdade é que lá fui pela primeira vez há dias, aquando da minha visita ao Porto. A sua beleza e fama estão na arquitectura do seu interior, realmente histórica e digna de ser vista. Não há quem lhe fique indiferente e julgo que é por isso que há sempre quem entre e aprecie com gosto. Aconteceu comigo. Fotografei de um lado e de outro, subi para desfrutar a livraria Lello por todos os cantos. E até desci à cave onde há umas tantas edições,  próprias, de bolso,  provavelmente únicas, no género.


Cá estão visitantes de máquina em punho, fazendo o que eu havia feito, depois de outros me convidarem, pelo seu exemplo, a fotografar. Pelo que vi, o interior é chamariz para muitos turistas. Portugueses e estrangeiros, havia no rosto de muitos um certo ar de espanto. Depois lá olhavam para os livros.


Livros em estantes antigas, em expositores e em prateleiras. Edições recentes de publicações novas. Edições de livros mais antigos. Tudo como na maioria das livrarias. Menos livros do que em livrarias modernas. Um casal estranhou, como eu estranhei, não haver edições de colecção, para além de algumas num recanto. O gerente, que estava na caixa, convidou o casal, com aspecto de gente endinheirada, a acompanhá-lo ao seu gabinete, onde teria, provavelmente, o que procuravam. Como não sou coleccionador de obras ou edições  raras, fiquei no espaço comum. Ao fundo, uma vagoneta com livros, pronta para deslizar sobre os carris. Como decoração, claro.
Confesso que, para além do aspecto arquitectónico  da  Lello, fiquei um tanto ou quanto desiludido. As suas ofertas são muito inferiores às de muitas livrarias que apostam em chegar a grandes número de eventuais compradores, com obras variadas  para todos os gostos. Valeu a visita pelo símbolo de uma época que ela  representa, mas que já não volta. O comércio de livros exige espaços mais funcionais, com arrumações que chamem e cativem os que que entram. 

Noite ao Luar

Novembro, sábado, 13, a partir das 15 horas,
no Centro Cultural de Ílhavo




Esta segunda edição da Noite ao Luar vai recriar a velha tradição dos contos à volta da fogueira, com jovens e crianças, lembrando os segredos e o imaginário de Outonos de antigamente. O S. Martinho e as castanhas, para animar o pessoal, garantindo tradições válidas.

PROGRAMA:

A partir das 15h00

Mostra de Artesanato
Mercado de Trocas e Vendas
Contadores de Histórias
Espectáculo e Workshop de Marionetas
Workshop de Dança
20h30 Caldo Verde e Castanhas
22h00 Concerto de Música e Dança

Visita de amigo emigrante

João Carlos


PRECISAMOS DA CULTURA DO NOSSO POVO


Há dias recebi a visita de um amigo emigrante, radicado há 30 anos nos EUA, mais concretamente em Elizabeth, New Jersey. Foi, enquanto jovem, meu vizinho e esteve recentemente em Portugal uns dias para celebrar o 80.º aniversário de seu pai, José Vareta, que reside na Gafanha da Nazaré. É ele o João Carlos Neto Rodrigues, filho do referido José Vareta e da Alice Neto, falecida há muito tempo.
Foi um prazer receber este nosso conterrâneo, pela simpatia e pela oportunidade de me levar a recordar tempos idos. É casado com a Fátima, natural de Sangalhos, e tem dois filhos, o André e a Lídia. Os filhos, americanos, não escondem o seu orgulho pelas origens dos seus antepassados e até «se assumem como portugueses», lembra o João Carlos.
Depois de evocarmos os seus avós, Manuel de Mira e Maria Merendeiro, o João Carlos fez questão de dizer quanto aprecia o meu blogue, que considera «uma janelinha por onde nós espreitamos para ver Portugal e a nossa terra; é uma fonte positiva de informações».
Formado em fisiologia, é presentemente investigador analítico numa empresa de fármacos genéricos, profissão que o faz feliz. Mas não deixou de lamentar o estado de abandono em que se encontram os emigrantes. «Os Governos não apoiam nem mostram interesse pelo ensino da Língua Portuguesa; nós pagamos pelo ensino do Português aos nossos filhos menores o que aqui se paga pelos filhos que frequentam as Universidades», adiantou.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Unidade de Cuidados Continuados vai ser inaugurada

Unidade de Cuidados Continuados


Presidente da CMI e provedor em visita à Unidade a inaugurar

No próximo sábado, 13 de Novembro, pelas 11.30 horas, vai ser inaugurada a Unidade de Cuidados Continuados Integrados, com a presença da ministra da Saúde, Ana Jorge. Trata-se de uma obra de largo alcance social, da iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo. Isto mesmo foi hoje anunciado pelo provedor, Fernando Maria, e pelo presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves. No dia 15 começam a entrar os doentes, dando-se, assim, início à actividade desta Unidade de Saúde.

Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua 1.º de Maio

Rua 1.º de Maio

Homenagem legítima ao trabalhador

Se pensarmos bem, o nome de cada rua é uma lição de história. Internacional, nacional, local. Santos, heróis, artistas, reis, navegadores, professores, sábios, cientistas. Gente que fez história e de estórias. Mas também de gente humilde, que foi exemplo para o comum do cidadão. A rua de hoje — 1.º de Maio — é uma homenagem ao trabalhador que, há décadas, era explorado pela indústria nascente.
A Rua 1.º de Maio estende-se da Rua Camilo Castelo Branco até à Rua Padre Américo. Atravessa um núcleo populacional recente, com prédios novos, ocupando um espaço na antiga zona agrícola da Marinha Velha.
Em 1886 surgiram nos EUA as primeiras manifestações de trabalhadores a exigirem 8 horas de trabalho diário, o que provocou respostas violentas por parte da polícia. Aconteceu em Maio e uma greve geral mostrou o descontentamento reinante contra a exploração do homem pelo homem.

domingo, 7 de novembro de 2010

Bento XVI celebra «génio» de Gaudí

Basílica da Sagrada Família de Gaudí

Papa repete convite 
à redescoberta de Deus e elogia beleza
da basílica da Sagrada Família

«Bento XVI celebrou este Domingo, em Barcelona, o “génio” de Antoni Gaudí ao dedicar ao culto a igreja da Sagrada Família, um "milagre arquitectónico" que elevou à categoria de basílica.
Segundo o Papa, que falava perante uma igreja completamente repleta, obras como esta ajudam a “mostrar ao mundo o rosto de Deus, que é amor e o único que pode responder ao desejo de plenitude do homem”.
“Essa é a grande tarefa, mostrar a todos que Deus é o Deus da paz e não da violência, da liberdade e não da coacção, da concórdia e não da discórdia”, disse na homilia da Missa de consagração do templo, em construção há mais de 125 anos.
Para Bento XVI, esta celebração é de “grande significado” numa época em que “o homem pretende edificar a sua vida de costas para Deus, como se já não tivesse nada a dizer-lhe”.»

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Fome em Portugal

Nos refeitórios sociais a procura quase triplicou

Foto do PÚBLICO de hoje


A classe média está a chegar à sopa dos pobres
Natália Faria

«Ficaram sem ter como pôr comida na mesa e começam agora a engrossar as filas nas instituições que prestam ajuda assistencial. Muitos dos 280 mil portugueses que dependem dos cabazes do Banco Alimentar contra a Fome são da classe média. Tinham emprego, férias, acesso à net e tv por cabo, cartão de crédito. Ficaram com uma casa para pagar ao banco, um subsídio de desemprego que tarda a chegar - quando chega - ou que já acabou. Um carro que já não sai da garagem.»

 
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A propósito da fome que grassa no país


Padre João Gonçalves, director das Florinhas do Vouga, alerta:

Padre João
É urgente inventar


«As valências que mais me entusiasmam não são as chamadas valências clássicas (Creche, Jardins-de-Infância, ATL e Lares); isto qualquer instituição pode fazer», frisou o Padre João Gonçalves. E, com ênfase, sublinhou: «O que é preciso é que as instituições saiam dos próprios muros; é preciso avançar para valências atípicas; é urgente inventar, com imaginação e objectividade, respostas a novas emergências sociais, que trazem muitas carências!»
E no mesmo tom, o Padre João, que ainda é capelão hospitalar e Coordenador Nacional da Pastoral Prisional, afirmou: «Não nos podemos acomodar, fazendo só o que está estabelecido; eu acho que a nossa imaginação tem de ir muito além disso, respondendo aos desafios que a sociedade nos traz.»
Reforçando a importância da imaginação na luta contra a pobreza e pela inserção social, o nosso entrevistado lembrou o problema do desemprego em crescendo no nosso país, mas ainda alertou para a necessidade de combatermos a solidão. E sobre esta questão, garantiu que já tem mais um projecto a «fermentar», que se resume em organizar voluntários para acompanharem idosos em solidão.

FM



PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na foto para ampliar)


TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 209

PELO QUINTAL ALÉM – 46



A ROMÃZEIRA

A
Juventino
e Herdeira
Caríssima/o:

a. A plantação da primeira romãzeira obedeceu a uma lógica interesseira: os grãos da romã são muito apreciados cá em casa. Havia já uma que dava frutos pouco convidativos, azedos; e ainda uma outra que em tempos (há quantos anos!) trouxera da casa do Juventino mas que, sendo das doces, só muito poucas vezes nos brindou com escassos frutos. Em horto especializado comprou-se a garantia de romãs de óptima qualidade! E de novo a expectativa ficou aquém do prometido... que o doce esperado nunca apareceu...
Finalmente de casa de gente boa e amiga veio uma plantazinha que já este ano nos regalou com duas belas, magníficas romãs e, finalmente, das boas, daquelas que os grãos são mesmo doces!

e. As nossas memórias tragam grãos de romãs azedos, mas bonitos...

i. A utilização da romãzeira é usual em jardins e é crescente o seu cultivo em vasos, adaptando-se a varandas e pequenos espaços.
As romãs, cujas sementes, envoltas por uma polpa translúcida e líquida, são as partes comestíveis e apresentam um sabor doce e suavemente adstringente, podem ser consumidas ao natural, em saladas de frutas ou na forma de sumos, geleias e vinhos.
Em Portugal é muito utilizada no Natal e Fim do Ano.

o. Indicações medicinais: afecções da boca, olhos e pele, amigdalites, cólicas intestinais, envelhecimento, doenças cardíacas.
Propriedades: anti-séptico, antiinflamatório, antioxidante, adstringente, diurético.
As folhas, casca da raiz e do fruto são usadas para efeitos medicinais. Os frutos são ricos em ácido gálico, grenalina e tanino. A casca da planta, de sabor acre, é utilizada em gargarejos no tratamento da amigdalite (inflamação das amígdalas e gengivas).