domingo, 7 de novembro de 2010

Fome em Portugal

Nos refeitórios sociais a procura quase triplicou

Foto do PÚBLICO de hoje


A classe média está a chegar à sopa dos pobres
Natália Faria

«Ficaram sem ter como pôr comida na mesa e começam agora a engrossar as filas nas instituições que prestam ajuda assistencial. Muitos dos 280 mil portugueses que dependem dos cabazes do Banco Alimentar contra a Fome são da classe média. Tinham emprego, férias, acesso à net e tv por cabo, cartão de crédito. Ficaram com uma casa para pagar ao banco, um subsídio de desemprego que tarda a chegar - quando chega - ou que já acabou. Um carro que já não sai da garagem.»

 
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A propósito da fome que grassa no país


Padre João Gonçalves, director das Florinhas do Vouga, alerta:

Padre João
É urgente inventar


«As valências que mais me entusiasmam não são as chamadas valências clássicas (Creche, Jardins-de-Infância, ATL e Lares); isto qualquer instituição pode fazer», frisou o Padre João Gonçalves. E, com ênfase, sublinhou: «O que é preciso é que as instituições saiam dos próprios muros; é preciso avançar para valências atípicas; é urgente inventar, com imaginação e objectividade, respostas a novas emergências sociais, que trazem muitas carências!»
E no mesmo tom, o Padre João, que ainda é capelão hospitalar e Coordenador Nacional da Pastoral Prisional, afirmou: «Não nos podemos acomodar, fazendo só o que está estabelecido; eu acho que a nossa imaginação tem de ir muito além disso, respondendo aos desafios que a sociedade nos traz.»
Reforçando a importância da imaginação na luta contra a pobreza e pela inserção social, o nosso entrevistado lembrou o problema do desemprego em crescendo no nosso país, mas ainda alertou para a necessidade de combatermos a solidão. E sobre esta questão, garantiu que já tem mais um projecto a «fermentar», que se resume em organizar voluntários para acompanharem idosos em solidão.

FM



PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 209

PELO QUINTAL ALÉM – 46



A ROMÃZEIRA

A
Juventino
e Herdeira
Caríssima/o:

a. A plantação da primeira romãzeira obedeceu a uma lógica interesseira: os grãos da romã são muito apreciados cá em casa. Havia já uma que dava frutos pouco convidativos, azedos; e ainda uma outra que em tempos (há quantos anos!) trouxera da casa do Juventino mas que, sendo das doces, só muito poucas vezes nos brindou com escassos frutos. Em horto especializado comprou-se a garantia de romãs de óptima qualidade! E de novo a expectativa ficou aquém do prometido... que o doce esperado nunca apareceu...
Finalmente de casa de gente boa e amiga veio uma plantazinha que já este ano nos regalou com duas belas, magníficas romãs e, finalmente, das boas, daquelas que os grãos são mesmo doces!

e. As nossas memórias tragam grãos de romãs azedos, mas bonitos...

i. A utilização da romãzeira é usual em jardins e é crescente o seu cultivo em vasos, adaptando-se a varandas e pequenos espaços.
As romãs, cujas sementes, envoltas por uma polpa translúcida e líquida, são as partes comestíveis e apresentam um sabor doce e suavemente adstringente, podem ser consumidas ao natural, em saladas de frutas ou na forma de sumos, geleias e vinhos.
Em Portugal é muito utilizada no Natal e Fim do Ano.

o. Indicações medicinais: afecções da boca, olhos e pele, amigdalites, cólicas intestinais, envelhecimento, doenças cardíacas.
Propriedades: anti-séptico, antiinflamatório, antioxidante, adstringente, diurético.
As folhas, casca da raiz e do fruto são usadas para efeitos medicinais. Os frutos são ricos em ácido gálico, grenalina e tanino. A casca da planta, de sabor acre, é utilizada em gargarejos no tratamento da amigdalite (inflamação das amígdalas e gengivas).

sábado, 6 de novembro de 2010

Arte na rua: Garrett na porta do Hotel Teatro

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Em Sá da Bandeira, no Porto, no Hotel Teatro, de linhas modernas e convidativas, registei, com prazer, este poema de Almeida Garrett. Decerto uma homenagem ao escritor multifacetado e renovador do Teatro Português, Almeida Garrett. Nada melhor para um hotel que ostenta o nome de TEATRO.

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Aqui fica o poema...

Seus olhos

Seus olhos — se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou —
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! — e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.

Almeida Garrett (1799-1854)

É PRECISO EDUCAR PARA A ACEITAÇÃO DO PLURALISMO

Sínodo para o Médio Oriente

Anselmo Borges

Passou despercebido entre nós, mas foi um acontecimento importante, a ponto de ter sido objecto de crítica por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
Refiro-me ao Sínodo dos Bispos para a Médio Oriente, que teve lugar no Vaticano de 10 a 24 de Outubro passado. Participaram 185 Bispos, do Médio Oriente e da África do Norte e do Leste, onde os cristãos vivem entre a maioria muçulmana e judeus. Houve representantes das Igrejas ortodoxas e comunidades evangélicas, bem como convidados hebreus e muçulmanos. Os cristãos no Médio Oriente são apenas 1,6%, com tendência a diminuir - teme-se mesmo o seu lento desaparecimento -, por causa da situação político-social.
Logo na primeira sessão, o patriarca de Alexandria dos Coptas, A. Naguib, referiu que nos Territórios Palestinianos a vida é "muito difícil, por vezes insustentável", e que a situação dos cristãos é muito delicada. Lamentou que a política mundial "não tome em consideração suficiente a situação trágica dos cristãos no Iraque". No quadro da expansão do islão político, a partir de 1970, referiu que ele "deseja impor um modo de vida islâmico a todos os cidadãos, por vezes com violência". Evidentemente, o islão não é uniforme e as dificuldades surgem do facto de os muçulmanos "não distinguirem entre religião e política". E afirmou: "Os cristãos sentem-se cidadãos de segunda e precisamos de um reconhecimento que passe da tolerância à justiça e à igualdade, baseado na cidadania, na liberdade religiosa e nos direitos humanos."

Uma reflexão para este fim-de-semana


À procura do tesouro
«Vivemos tempos em que o ritmo do desenvolvimento e da mudança é tão rápido e radical que nem sequer ousamos pestanejar com medo de perdermos algo importante. Só precisamos de pensar na palavra “Internet” ou “computador” para sentirmos o vento da mudança soprar na nossa direção.
Nada disto aconteceu por acaso. Centenas de milhares de mentes brilhantes, criativas e laboriosas contribuíram para criar este novo mundo. E muito pouco desta evolução se realizou sem imenso esforço e sacrifício.»


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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um livro de Inês Amorim: Aveiro e os Caminhos do Sal

Capa do livro

Marnoto e moço

Um registo de D. João Evangelista de Lima Vidal


Quando vou ao Porto, tenho por hábito passar por um alfarrabista (Sousa & Almeida, L.da), onde encontro livros que já não andam muito pelas bancas dos livreiros. Editados há algum tempo, passam de moda e dão lugar a outros. Tem mais de 50 anos de existência aquela livraria, como me confidenciou o gerente, Joaquim de Oliveira Almeida, pessoa simpática, diga-se de passagem.
Ontem comprei dois livros e muitos outros ficaram debaixo de olho. Aqui falo hoje de “Aveiro e os caminhos do Sal”, (sécs. XV e XX), de Inês Amorim, a autora de um outro, mais recente, “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”.
“Aveiro e os caminhos do Sal” tem edição da Câmara Municipal de Aveiro, com data de 2001. Não o tenho visto pelas livrarias, talvez por estar na posição dos que deram lugar a outras obras. Mas vale a pena ser lido, apreciadas as ilustrações e interpretados os mapas que nos mostram a evolução do salgado aveirense, sobretudo até à fase decadência, que se situa nos finais do século XX, como é sabido de todos.
Aqui fica a referência, sucinta, mas suficientemente capaz de mostrar que há trabalhos que merecem um pouco mais da nossa atenção.

FM