quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua Luís de Camões


Luís de Camões

Rua Luís de Camões

Homenagem ao Príncipe dos Poetas Portugueses

A Rua Luís de Camões é mais conhecida pela rua da escola da Cale da Vila. Estende-se desde a rua D. Manuel Trindade Salgueiro até à rua João XXIII. Trata-se de uma via com grande movimentação de pessoas e veículos, e a ela estão ligadas outras que sustentam o acesso ao casario intenso que se tem construído naquela zona da Gafanha da Nazaré.
Sendo indiscutível que a Chave foi o ponto de partida para a Gafanha da Nazaré dos nossos dias, a verdade é que a Cale da Vila se tornou no primeiro pólo de desenvolvimento da nossa terra, situando-se ali as principias indústrias e comércio ligados ao mar.
Depois destas curtíssimas notas, viremo-nos agora para o “patrono” desta rua, o mais cantado poeta português, ou não tivesse ele a dita de estar associado ao Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Com justiça, em nossa opinião, embora haja quem o queira destronar do lugar cimeiro dos poetas lusos.

Poesia para este dia

Fonte: Revista Ecclesia

MUSEU DA CIDADE DE AVEIRO celebra a República




Até 31 de Outubro – Curiosidades da República
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00
visitas guiadas mediante marcação prévia

Até 11 de Outubro – Bandeira(s) e Hino(s) Nacional
Colecção de bandeiras Nacionais pertença do Museu Militar do Porto
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00
visitas guiadas mediante marcação prévia

14 de Outubro – Lançamento do Roteiro republicano de Aveiro
autoria de Flávio Sardo e António Neto Brandão
18.30
Antiga Capitania do Porto de Aveiro

Outubro a Dezembro - Ciclo de Palestras “ A República”
Museu da Cidade de Aveiro
auditório do Museu da Cidade

Exposições MCA:

Até 31 de Outubro – A Jóia do Museu
(futuro) Museu Arte Nova
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Hugo tinha a chave da felicidade!

Crónica de um professor



Os ténis
Mª Donzília Almeida

O dia amanhecera cinzento. O plúmbeo céu abatia-se sobre aquela povoação, criando nas pessoas uma vaga sensação de opressão. Uma brisa fresca sacudia a copa das árvores que ramalhavam num movimento contínuo. No chão rodopiavam as folhas caídas, que estralejavam à passagem da pequenada.
E assim se abriu a escola, nesse dia outonal, para mais um dia pleno de actividades. As crianças, cheias de vivacidade e energia, corriam e saltavam, indiferentes àquelas condições meteorológicas. Quaisquer que sejam, não falta alegria, nem boa disposição nas suas vidas. Para elas, viver é sempre um acto de grande prazer, contrariamente aos adultos que até pelo tempo se deixam influenciar.
Dirigiram-se para a sala, alunos e professora, para mais uma aula, que prometia muita actividade.

Luta contra a pobreza em Portugal

Nem seria preciso esta crise que se sente e vive para se reconhecer que temos de apertar o cinto. Há anos que se conhece o número assustador de pobres que existe no país, sem que ninguém consiga dar a volta ao problema. Mas hoje, por força da Rede Europeia AntiPobreza, mais uma vez foi badalada a realidade. São 18 por cento de compatriotas nossos que vivem no limiar da pobreza.
Conhecem-se iniciativas ajustadas à situação. Há instituições a voltarem-se para os mais carentes, nomeadamente, para os desempregados e pobres envergonhados. Vi na TV mais uma Loja Social, onde será possível ajudar pessoas e famílias. O que não serve a uns serve para outros. Boa regra para partilhar solidariedade. Só tenho pena que tantas das nossas IPSS fiquem eternamente agarradas a valências de há décadas, sem coragem nem capacidade de iniciativa para a inovação. Lá vão vivendo com os apoios estatais, mas ultrapassar essa fase, avançar para  iniciativas arrojadas e criativas, não está no seu espírito. Como as Lojas Sociais, as Cozinhas Sociais, a troca de serviços e o envolvimento de voluntários na intervenção em prol dos mais pobres. Ainda todos estamos a tempo de fazer algo de diferente.

Será que a história já não é mestra, nem sequer para a Igreja?



Leitura serena e sem preconceitos

António Marcelino

Ouvimos agora falar muito dos “valores republicanos” que, diz-se, é preciso defender e promover. Falam disto os republicanos tradicionais e os mais modernos. Fala o que resta da geração da velha carbonária. Fala a maçonaria actual e as suas lojas. Falam ministros socialistas e laicos de todas as cores. Fala-se, também, no Parlamento, em discursos políticos, em entrevistas e escritos diversos. A todos parece que a salvação do país e a solução da crise está na implementação rápida destes valores, mais do que na sua efectiva compreensão. Diz-se serem eles o legado da República, via Revolução Francesa, a bíblia dos sistemas que enchem os seus códigos com a doutrina de uma modernidade mal entendida e não travada a tempo nas limitações que provocam injustiça e empobrecimento social.
Liberdade, igualdade e fraternidade, a trilogia intocável do regime republicano, não traduz senão conceitos evangélicos e atitudes de uma cultura cristã milenar que ajudou a construção da Europa. Assim o afirma e o afirmará a história, mesmo que dela se rasguem folhas incómodas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um violino no fado


NOTA: Proposta do Orlando Figueiredo


CUFC: Tertúlias às quartas


(Clicar na foto para ampliar)

NINGUÉM SABE A HISTÓRIA TODA NEM TODAS AS HISTÓRIAS



A Agência Ecclesia, ligada à Igreja Católica, editou um número especial do seu semanário de actualidade religiosa, dedicado ao Centenário da República. Trata-se de um trabalho muito bom e oportuno, que reflecte o sentido da Igreja face aos 100 anos da República, sem ignorar conflitos, que os houve, entre o Estado republicano e a comunidade religiosa, no seu todo, apesar de logo no início ter sido decretado o respeito pelas diversas confissões.
A revista “Agência Ecclesia” apresenta, em 88 páginas, temas muito variados, agrupados em três partes: Sociedade e Religião; Relação Igrejas, Estado e Sociedade: do regalismo à separação; Universos Espirituais e Experiências Religiosas durante a Primeira República. Ilustrações da época e datas marcantes, referências a variadíssimas situações e, no fundo, um conjunto de estudos que nos poderão servir para tomar conhecimento mais completo da problemática relacionada com a República, que agora comemoramos e que nasceu sob o signo da separação do Estado e da Igreja Católica, até então considerada a religião oficial, com privilégios conhecidos.
Investigadores sabedores das matérias a abordar, nomeadamente, António Matos Ferreira, Guilherme Sampaio, Hugo Dores, João Miguel Almeida, Marco Silva, Rita Mendonça Leite, Sérgio Ribeiro Pinto e Tiago Apolinário Baltazar, brindaram-nos com estudos bem delineados e esclarecedores, coordenados por António Matos Ferreira e Rita Mendonça Leite, sob a responsabilidade do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa.
António Rego, padre e jornalista, mas também director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, sublinha que «ninguém é quimicamente puro nas análises que ensaia porque ninguém sabe a história toda nem todas as histórias. Como o futuro, o passado límpido apenas a Deus pertence». E mais adiante frisa: «Com a humildade de quem sabe que a história é uma recolha meticulosa de fragmentos que parecem ser um todo, não podemos cansar-nos de procurar as linhas mestras que a sequência vertiginosa dos séculos foi criando como um vulcão paciente que atingiu altíssimas temperaturas e no arrefecimento progressivo e lento  foi criando montanhas, planícies, desertos, oásis, terras áridas e rios abundantes.»
O director da revista, Paulo Rocha, e seus mais directos colaboradores, estão de parabéns.

Fernando Martins

5 de Outubro de 1910: Discurso do Presidente da República



Portugueses,


«Se o regime monárquico, como disse o seu último chefe de governo, suscitava a indiferença do povo, porque durou tão pouco tempo a Primeira República? Se tinham ideais tão elevados, porque se deixaram os políticos republicanos enredar em conflitos e divisões que acabaram por conduzir o país para uma ditadura?
A resposta terá de ser dada pelos historiadores. Mas é sabido que a instabilidade da Primeira República se ficou a dever, entre outros factores, à ausência de um elemento fundamental: a cultura da responsabilidade.
É pacífica a conclusão de que a República foi um regime atravessado por querelas e lutas que pouco diziam ao comum dos Portugueses. Lutas que eram perfeitamente secundárias face aos problemas que o País tinha de enfrentar: o analfabetismo e a pobreza, o atraso económico, as desigualdades, a dependência do exterior, a entrada na Grande Guerra, o desequilíbrio das contas públicas.
O essencial não é a discussão e a luta dos políticos. Há cem anos, como hoje, o essencial é a vida concreta das pessoas.»

Ler todo o discurso aqui