sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

TÁCTICAS NA POLÍTICA

A política é mais complexa do que o futebol. Penso eu, claro. E porque é complexa, usa imensas tácticas em tudo. Umas que percebemos e outras que nunca descobriremos.  Vasco Pulido Valente, a propósito das negociações em curso para viabilizar o Orçamento do Estado, aponta duas tácticas.

No integrismo ou no igualitarismo não há diálogo



Ecumenismo e integrismos

1. Se formos elaborar um estudo exaustivo, mesmo que numa análise do campo exterior, a origem das religiões revela-se sempre imensa de ser universalista e totalizante, dador de sentido à existência de cada um e de todos. Nessa análise, na generalidade, detectar-se-ia uma frescura de interiorização e universalização capaz da inclusão das múltiplas diversidades e visões. Com o crescer e com o necessário realismo, como é natural, vem a procura de regulação e enquadramento, um estabelecer de balizas de ideias e de compreensões práticas, facto que, a partir de uma determinada racionalidade (porventura codificada), pode levar a excluir as diferenças, fazendo crescer a dura e crua semente do integrismo, fanatismo, fundamentalismo.


Crónica de um Professor: Já faltou mais para o equinócio da Primavera! Graças a Deus!



O Tempo

Quando não há outro assunto de conversa, fala-se do tempo. Entre os Britânicos, é assunto recorrente, quando a intimidade das pessoas não lhes consente outro tema de conversa. É suficientemente abrangente para tocar a todos e está sempre na ordem do dia. O tempo que fez, o tempo que faz e o tempo que se espera, cabem sempre nos interesses e no conhecimento de cada um.
Isto acontece quando o tempo é comedido e não extravasa os limites que lhe são atribuídos. No momento presente, é tema central de muitas conversas, digamos até que anda nas bocas do mundo, pelos excessos que tem cometido. Basta lembrar as cheias que têm acontecido no Brasil, uma calamidade, nos Estados Unidos, os nevões do norte da Europa e ultimamente os abalos telúricos no Haiti. Todos os dias nos chegam as imagens pungentes dum povo sofredor que está, neste momento, a tentar reerguer-se perante a catástrofe. É chocante, deprimente a exibição da tragédia humana que assolou um povo, já tão fustigado pelas intempéries da vida.

M.ª Donzília Almeida

O voyeurismo da tragédia

A realidade de algum jornalismo está bem retratada aqui. Concordo com o autor deste texto, publicado no blogue "A origem das espécies". Ajuda-nos a ver como se trabalha e como se joga "ao faz de conta". Há reportagens do Haiti que já enojam. Quando alguns repórteres começam a falar  já sabemos o que é que vão dizer. Até parece que lhes faltam as palavras. Ou então dizem sempre o mesmo. Como mostram imensas vezes as mesmíssimas imagens. Neste texto, fala-se, também, de um repórter fotográfico, gafanhão. O Pedro Loureiro não foge das guerras.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ÍLHAVO: Prémios de Artes Plásticas e Design para finalistas

Autarquia quer estimular a criatividade
e homenagear figuras ilhavenses


A Câmara Municipal de Ílhavo aprovou a criação e atribuição dos Prémios “Artes Plásticas Cândido Teles” e “Design João Carlos Celestino Gomes” destinados a Alunos Finalistas em Artes Plásticas e Design das Escolas Superiores destas áreas, a nível nacional, relativos ao ano lectivo 2009/2010.
Com a atribuição destes prémios, a CMI pretende, além de estimular a criatividade artística, homenagear duas das mais importantes personalidades da cultura ilhavense, num projecto que se pretende afirmar como um dos mais importantes prémios a nível nacional.
Enquanto entidade promotora e patrocinadora deste evento, a autarquia atribuirá dois prémios de aquisição a duas obras seleccionadas pelo Júri constituído para o efeito, sendo cada um dos prémios — “Artes Plásticas Cândido Teles” e “Design João Carlos Celestino Gomes” — do valor de 1250 euros.
Todos os alunos interessados em participar deverão enviar até ao dia 30 de Abril de 2010, para o Centro Cultural de Ílhavo, a respectiva candidatura utilizando para o efeito os meios de comunicação habituais (e-mail e correio).

UE inaugura Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social



80 milhões de europeus
vivem abaixo do limiar de pobreza

«A Comissão Europeia e a Presidência espanhola da UE lançam esta Quinta-Feira o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES), sob o lema “Acabemos com a pobreza já!”.
A campanha visa pôr a luta contra a pobreza, que afecta directamente um em cada seis europeus, no centro das prioridades em toda a UE durante 2010, refere comunicado da Comissão Europeia.
José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, e José Luis Rodríguez Zapatero, Primeiro-ministro espanhol, inauguraram o Ano Europeu num evento que tem lugar em Madrid.
A Estratégia UE 2020 é essencial no combate à pobreza e deve assentar em medidas que apostem na criação de emprego, mas que vão para além de paliativos tradicionais, com políticas inclusivas e de solidariedade, defende Durão Barroso.
Falando na sessão de abertura da apresentação do Ano Europeu da Pobreza, em Madrid, o presidente da Comissão Europeia considerou que para oito por cento dos europeus o emprego "não tem sido suficiente para poder sair da pobreza”.
Uma situação “claramente inadmissível”, frisou, que obriga a políticas menos tradicionais, que incluam um rendimento mínimo garantido. “Aqueles para quem o trabalho não seja uma opção realista devem ter igualmente um rendimento mínimo adequado compatível com uma vida digna”, afirmou.
Durão Barroso insistiu na oportunidade que a Estratégia UE 2020 - que definirá as linhas mestras da política económica comum - pode ter no combate à pobreza, mas adverte que os indicadores nem sempre têm sido positivos, pelo que “chegou o momento de conseguir um novo consenso político sobre esta questão na Europa”.
Perto de 80 milhões de europeus (17% da população da UE) vivem actualmente abaixo do limiar de pobreza. Este facto alarmante encontrou grande eco junto da opinião pública, segundo um recente inquérito Eurobarómetro sobre as atitudes face à pobreza.»

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SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃO




A paciência do Espírito Santo

Está a decorrer a Semana de Oração pela Unidade dos Cristão. Ano após ano, esta iniciativa repete-se, no sentido de fortalecer os laços de proximidade entre os cristãos ligados a diversas Igrejas. Todos aceitam Jesus Cristo como Salvador e Redentor da humanidade. Porém, mantêm-se separados há séculos por motivos, por vezes, ridículos, para clérigos responsáveis.
Várias vezes me tenho interrogado sobre o porquê desta situação, para além dos conflitos que lhe deram origem. Muitos estão por dentro das “guerras” que os cristãos alimentaram entre si, por vontade própria ou por interesses vindos de fora. O que me impressiona é ver como a Boa Nova, legada por Cristo, desde as origens pautada pelo princípio da unidade, ainda não foi assimilada por todos. Será?
Desde sempre ouvi, na semana de oração pela unidade dos cristãos, que se espera do Espírito Santo um sinal ou uma ajuda para que a unidade plena se faça. Mas a verdade é que num milénio de cristianismo a separação persiste. Será assim? Será que o Espírito Santo concorda com esta realidade? Ou estará a testar a nossa paciência ou teimosia? Ou estará Ele, com a sua infinita paciência, à espera que compreendamos que a unidade, matizada por muitas correntes, está tão-só na aceitação de Jesus Cristo, como único Salvador?

FM

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Obama está a ser fiel ao próprio desígnio que apontou: «o caminho vai ser longo»


Obama

A ilusão e gestão das expectativas

1. Faz um ano (20 de Janeiro) que Barack Obama tomou posse como presidente dos Estados Unidos. No mundo das emoções, grandes expectativas podem conduzir a grandes desilusões. Após um ano de sua eleição e depois de um inédito estado de graça, Obama tem neste momento a popularidade em baixa, ou pelo menos não em tão alta. Como se sabe, das emoções sociais – um sintetizador de opinião sempre na ténue fronteira da sensibilidade – espera-se o melhor e o pior; mas a verdade é que Obama, crescendo acima de si próprio tornando-se mito quer pela sua eleição inédita de afro-americano quer envolto de uma nuvem clarividente de esperança inabalável, Obama continua a ter “razão”. Talvez tenha havido, e continua a haver, um problema de comunicação e de responsabilidade. O slogan «yes we can» está construído na primeira pessoa do plural, facto que não personaliza nele próprio o centro de referência.

Alexandre Cruz

XI Capitulo da Confraria do Bacalhau recebe Confrarias Gastronómicas Espanholas e Francesas

Catedral de Barcelona (interior)

Confraria Universal del Bacallà de Espanha presente
no XI Capitulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau em Ílhavo,
no próximo dia 23 de Janeiro


Das Confrarias Gastronómicas já confirmadas no XI Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau, vai estar presente a Confraria Universal del Bacallà de Barcelona. Esta Confraria espanhola foi fundada em 1200 e reconhecida como de grande importância para Espanha pelo rei Alfonso V (O Magnânimo) em 1447, sendo detentora de um túmulo no chão da Catedral de Santa Maria del Mar, Barcelona. Após algum tempo sem actividade foi “refundada” em 1986.
Esta Confraria Espanhola faz parte da organização do I Congresso Mundial do Bacalhau a decorrer em 2011, em Barcelona, juntamente com o Gremio de Bacallaners e a Fundação do Instituto Catalão de Cozinha. Na cerimónia de Entronizações, a Confraria Universal del Bacallà entronizará o Grão Mestre da Confraria do Bacalhau, João Manuel Madalena.

Houve tempo, já lá vão séculos, em que a Igreja caiu na tentação de construir palácios com muralhas




Igreja em campo aberto


.A Igreja sempre esteve em campo aberto. É de sua natureza e, por isso mesmo, essa é a sua missão e seu modo natural de agir. Em campo aberto: ao calor do Verão, ao frio do Inverno, à beleza da Primavera, à serenidade do Outono. O Vaticano II veio dizer que assim é.
Porém, houve tempo, já lá vão séculos, em que a Igreja caiu na tentação de construir palácios com muralhas. À maneira de reis e fidalgos. Umas mais ostensivas a denunciar poder. Outras mais discretas, com frestas estreitas para poder espreitar, guardando da tentação de sair para o vento. Visto de longe, tudo parecia bem e iluminado. Assim, se tornou mais difícil entrar e sair, e mais cómodo estar de ouvidos cerrados ao rugir de vendavais e ao cair da chuva. O mesmo é dizer, estranho às intempéries da vida que geram sofrimento, e à luta inglória de muitos sem saberem como enfrentar o abandono.
As verdades foram ganhando bolor, as gargantas ferrugem, e o povo a ter de se contentar com a esmola ocasional e fugidia das palavras piedosas de algum frade pregador, que passava, de tempo a tempo, pelo povoado. Muitas casas paroquiais já nem eram do padre, mesmo com ele a viver lá dentro. E, onde ele ainda mandava, não raro as propostas de religião que apontavam para Deus eram limitadas, sempre iguais e de alcance reduzido para aqueles a quem chegavam, que, mesmo estes, iam escasseando, a pouco e pouco.
Um dia os maiores se aperceberam que, lá fora, em campo seu, se moviam outras forças e nelas estava o inimigo que era preciso esconjurar. Saíram, então, das muralhas para fazer guerra ao intruso. De defesa da fé e da verdade, dizia-se. Tarde de mais. Com a luz debaixo do alqueire não se pode estranhar que, na noite da vida, surjam lampiões. Os de fora equiparam-se com armas depreciadas pelos de dentro. A estas, outras se juntaram, de novo cariz e não menos poderosas. E a guerra de oposição não terminou mais.
Avisos do céu foram abafados. Palavras de profetas, não ouvidas. Sinais de novos caminhos, rejeitados. O bem que os outros faziam, desfeiteado…

António Marcelino