segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Florinhas do Vouga: Balneário no Bairro de Santiago

«A instituição Florinhas do Vouga criou um balneário no Bairro de Santiago para prestar apoio ao nível da higiene pessoal, estando, ainda, associado àquele espaço um roupeiro com lavandaria. O espaço é diariamente procurado por pessoas com problemas sociais, como sem-abrigo associados aos arrumadores de carros, toxicodependentes, alcoólicos, carenciados, entre outros. Qualquer necessitado pode utilizar aquele espaço para tomar banho e mudar de roupa, de forma gratuita. O espaço está aberto de segunda-feira a sábado. Às terças e sextas-feiras encerra a partir das 13 horas.»




BANCOS ALIMENTARES CONTRA A FOME ANGARIAM 2498 TONELADAS DE ALIMENTOS NA CAMPANHA DO ÚLTIMO FIM-DE-SEMANA



"Dê a melhor parte de si ao Banco Alimentar:
a sua solidariedade"


«Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim-de-semana um total de 2.498 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em 1323 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora e Beja, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo e Viseu. Em relação a  Novembro de 2008, houve  um acréscimo de 30,9%.
A campanha, cujo lema foi "Dê a melhor parte de si ao Banco Alimentar: a sua solidariedade" suscitou uma enorme adesão do público e dos voluntários que quiseram colaborar. As campanhas são extraordinárias cadeias de solidariedade onde cada elo - pessoas que colocam os seus donativos nos sacos do Banco Alimentar, voluntários que dão o seu tempo e trabalho e empresas que garantem seguros, transportes, refeições, segurança, limpeza - é indispensável e igualmente importante.»

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Nota: Apenas uma palavra para sublinhar a gernerosidade do nosso povo. Mesmo em tempo de crise, não deixa de levar à prática, quando solicitado e não só, o dom de dar e de se dar. Somos, de facto, um povo com um coração muito grande.



Para começar a semana: Advento



«Chegou sem ser esperado, veio sem ter sido concebido. Só a mãe sabia que era filho de um anúncio do sémen que existe na voz de um anjo. Tinha acontecido a outras mulheres hebreias, a Sara por exemplo.

Só as mulheres, as mães, sabem o que é o verbo esperar. O género masculino não tem constância nem corpo para hospedar esperas. Sinto de novo a agravante de ignorar fisicamente a voz do verbo esperar. Não por impaciência, mas por falta de capacidade: nem mesmo durante as febres
de malária me acontecia recorrer ao repertório das fantasias de me curar, de estar à espera de.»

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domingo, 29 de novembro de 2009

Suíça fere orgulho da Europa democrática

A Suíça feriu hoje, de forma algo inesperada, o orgulho da Europa democrática e civilizada, ao aprovar, por mais de 57 por cento, a proibição da construção de minaretes (torres) nas mesquitas. Como é sabido, na Europa, os islâmicos podem construir as suas mesquitas, com autorização dos respectivos países, no respeito pela liberdade religiosa inerente a uma democracia.
O mesmo, como também é conhecido, não acontece em inúmeros países muçulmanos. Mas a Suíça, hoje, deu um passo atrás, ao proibir os minaretes. Era o mesmo que proibir, em qualquer espaço europeu, os cristãos de construírem as torres das suas igrejas.

Bento XVI pede alegria no Advento




O Santo Padre exortou ontem, na celebração de vésperas do I Domingo do Advento,  os católicos a viverem este tempo litúrgico com alegria. E adiantou: “O homem, na sua vida, está permanentemente em expectativa, à espera: quando é criança, quer crescer; como adulto, tende à realização e ao sucesso; avançando na idade, aspira a um merecido repouso. Mas chega um momento em que descobre que esperou demasiado pouco de si mesmo; para além da profissão e da posição social, nada lhe resta para esperar.” E disse mais: “A esperança marca o caminho da humanidade. Mas, para os cristãos, a esperança encontra-se animada por uma certeza: que o Senhor está presente no fluir da nossa vida, Ele acompanha-nos e um dia enxugará as nossas lágrimas. Um dia, não muito distante, tudo encontrará o seu cumprimento, no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz.”
 

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Na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré: O Papel das TIC no Exercício de uma Cidadania Responsável



No próximo sábado, 5, pelas 15 horas, vai ter lugar na Escola Secundária uma palestra sobre as TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) e a Cidadania. A rádio, como não podia deixar de ser, está incluída na temática e sobre ela vai falar o professor António Rodrigues, docente na mesma escola. O general Garcia dos Santos abordará a importância das comunicações no 25 de Abril e o eng. Lagarto explicará por que razão já não podemos viver sem as TIC.
Palestra a não perder...

Museu Marítimo de Ílhavo assume novos desafios em 2010



Ribau Esteves garante
dinamização do Museu

«O ano de 2010 será um ano de mudança e afirmação para o Museu Marítimo de Ílhavo. Quem o diz é Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal, que tem previsto para este mandato vários projectos que visam a dinamização do museu. Um deles é a ampliação que está prevista e que irá permitir, entre outras valências, a criação de um aquário de bacalhaus. De referir também a aposta na investigação com a implementação do Centro de Inovação e Empreendedorismo e a criação de um novo pólo museológico, com a musealização da barca do século XV encontrada no Canal de Mira.»

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Francisco José Viegas sobre a Bíblia Literária


«O escritor e editor Francisco José Viegas apresentou a nova edição e não evitou a polémica a propósito das declarações de Saramago. "A Bíblia não é um manual de costumes", disse Viegas, que se definiu como alguém "inquietado pela Bíblia".

"Há um conforto que vem da inquietação" que a leitura do texto bíblico provoca, disse. E a leitura deve levar o leitor a perder-se. Citou um rabi judeu: "Não perguntes o caminho a quem o conhece, pois de contrário não te poderás perder". A leitura da Bíblia, tal como as críticas, é interminável, disse ainda. Por isso seria "confrangedor" remeter o texto para as "velharias da humanidade".»

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Ler também na LER "Diário de ocasião" do mesmo escritor

Efeméride aveirense: Prof. Doutor Egas Moniz


1974

Comemorou-se na cidade de Aveiro o primeiro centenário do nascimento do Prof. Doutor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, de cujo programa constaram uma exposição filatélica e medalhística, outra bibliográfica e ainda uma sessão pública.

In Calendário Histórico de Aveiro

O que é preciso é mudar de opções e adoptar medidas que ajudem os mais pobres

ATITUDES
PERANTE A CRISE


Sonhei, acordado. A imaginação deu largas à fantasia. Ouvi o mundo a queixar-se. Vi legiões de pessoas desfiguradas, empresas fechadas, famílias desfeitas e à procura de estabilidade, escolas questionadas, clubes endividados. Notei que havia muitos sinais de crise que parece ser global. Dei conta que num fórum se discutiam propostas para ultrapassar a situação e tentei apurar os sentidos para captar o conteúdo de cada uma.
Realmente o mundo está mal, sofre de uma doença terrível – afirma o banqueiro. Não sei onde pára o dinheiro, que é a base da sua alimentação. Ele nunca é muito, mas nos últimos anos dispusemos de enormes quantias. Ainda bem que tive a ideia e a sorte de pôr o meu em lugar seguro.
Mas, se não há dinheiro – atesta o empresário -, o mundo não pode comer e aumenta a fome, mas sobretudo como posso eu garantir os meus lucros?! Temos que fazer uma declaração de crise, despedir trabalhadores e candidatar-nos a alguns recursos que o Estado tenha para estas circunstâncias.
A solução – sentencia o político com ares de quem dispõe de medidas acertadas e eficazes – passa pela injecção de doses de dólares e de euros. (Usou duas palavras novas: a dólar-icina e o euro-tamol). Só assim o mundo pode recuperar e manter-se como estava.
Estou em completo desacordo – declara o voluntário da organização não governamental para o desenvolvimento. O que é preciso é mudar de opções e adoptar medidas que ajudem os mais pobres, medidas que acabem com os paraísos fiscais que sempre “engordam” a riqueza de quem a tem e usa de forma egoísta.
Deixem-se de devaneios – aconselha o médico lembrando que o doente precisa de uma boa análise de todos os sintomas e de um diagnóstico exacto, São necessários mais especialistas para contrastar opiniões. Só depois se pode receitar uma correcta terapia e esperar que o mundo se cure.
O meu sonho acordado vê entrar em cena Jesus de Nazaré ressuscitado. Confiante, aproxima dos intervenientes no fórum, olha-os com simpatia e manifesta-lhes a sua preocupação. Tento apanhar tudo o que diz e faz, por gestos e palavras. Não aponta os males do mundo. Mostra apreço pela bondade e beleza das pessoas, reconhece e louva o que se faz de bem e recomenda uma nova escala de valores, a começar pela atitude de cada um.
Ânimo – diz-lhes com tom vigoroso -, aprendei com a crise a ser mais solidários, criai um nova organização de bens e serviços a nível mundial e local, encorajai-vos mutuamente, prestai uma atenção maior a quem está mais desfavorecido. E contai sempre comigo que, discretamente, estou no meio de vós para impulsionar a vossa esperança.
O meu sonho chegou ao fim. Cortei o fio à imaginação com a certeza de que tinha feito um retrato muito nítido, embora reduzido, de algumas atitudes humanas que a realidade nos vai mostrando.

Georgino Rocha

Para começar o Advento

ADVENTO

Tempo de esperança e de procura.Tempo de peregrinação e de chegada.Tempo de fraternidade. Tempo de Luz que ilumina todos os homens.Tempo do Menino Jesus.
Deus vem para a nossa humanidade. E quando chegar a cada um de nós, convida-nos para uma caminhada, lado a lado, rumo à paz universal.


NOTA: A partir de hoje e até à vinda do Menino, o espírito natalício vai aparecendo por aqui. Com a colaboração de todos os que o desejarem. Ilustrações, poesia, contos, recordações, vivências...

sábado, 28 de novembro de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 159

BACALHAU EM DATAS - 49


Bissaya Barreto - 1943

88% DAS PROVISÕES ERAM
DE PRODUÇÃO NACIONAL

Caríssimo/a:

1950 - «Na década de 50, a frota continuará a ser renovada, agora suportada pelos Planos de Fomento das Pescas Nacionais.» [Oc45, 114]

«Em França, a congelação a bordo de arrastões bacalhoeiros foi aplicada pela primeira vez em 1950, no arrastão-congelador Jacques Coeur.» [Oc45, 106, n. 29]

«O último navio francês de pesca à linha demandara os bancos em 1950». [Oc45, 95]

24 de Janeiro - O navio BISSAYA BARRETO, construído nos Estaleiros Navais do Mondego, foi devorado por um violento incêndio, quando se encontrava fundeado no Douro.

1951 - Forma-se a empresa João Maria Vilarinho, com quatro barcos (NAVEGANTE I e II, ADÉLIA MARIA e CAPITÃO JOÃO VILARINHO)

«Nas campanhas de 1951 e 1952 a capacidade de pesca dos arrastões já se aproxima da dos navios de linha.» [Oc45, 101]

25 de Abril - A Lusitânia lançou à água um novo navio designado BISSAYA BARRETO.

1952 - 14 de Maio - Bota-abaixo do navio de pesca bacalhoeira CAPITÃO JOÃO VILARINHO.

24 de Setembro - Naufrágio do navio-motor JOÃO COSTA.

1953 - «Em 1953 a frota bacalhoeira portuguesa conta com 21 arrastões, menos um do que a frota espanhola que introduzira o arrasto ainda antes de começar a Guerra Civil.» [Oc45, 95]

1954 - «1954-58 Os 17 navios lançados ao mar neste quinquénio foram todos construídos em estaleiros nacionais e todos eles de pesca à linha, uma vez que os arrastões mobilizavam mais investimentos avultados em importações de aparelhagem e chaparia.» [Oc45, 93]

«...[O] advento dos primeiros arrastões pela popa dotados de instalações frigoríficas ocorre apenas cerca de uma década depois da experiência pioneira da série britânica dos Fairtrys, modernos navios-fábricas cujo modelo depressa se estendeu a outros países da Europa Ocidental e de Leste desde que o primeiro foi lançado ao mar em 1954.» [Oc45, 101]

«De notar que em 1934, ano em que o Estado Novo começou a reorganizar o vector do bacalhau criando um esquema de protecção de pesca nacional capaz de promover a substituição das importações, o grau de auto-aprovisionamento do mercado interno era de 16%. Em 1954 a “Campanha do Bacalhau” atingia o auge: 88% das provisões disponíveis eram de produção nacional. Cálculos nossos obtidos a partir de estatísticas do INE.» [Oc45, 104 n. 7]

Manuel

Linguajar dos gafanhões

Para ficarem com uma ideia do linguajar dos gafanhões, segundo as minhas recordações e algumas leituras, podem ler aqui.

Diz Vasco Pulido Valente:"A história é triste. É Portugal por uma pena."



Portugal por uma pena

"Agora, Jaime Gama, que - segundo corre - alimenta ambições presidenciais, resolveu pôr a casa na ordem. Com um cargo essencialmente simbólico, não lhe assiste qualquer autoridade para essa operação. O que não o impediu de perorar sobre os "deveres parlamentares", nomeadamente sobre o "dever de assiduidade", de exigir um "visto" oficial para certos tipos de faltas (não ao plenário, evidentemente) e de proibir certas benesses muito apreciadas (o "desdobramento" de algumas viagens, em primeiro lugar). Perante isto, o Parlamento (incluindo o grupo socialista), que sempre obedeceu sem mugir nem tugir aos chefes dos partidos, teve um sobressalto e uma revolta. Votar como lhe mandam não ofende a deputação do país. Prescindir da hipocrisia, da trapalhada e da borla não admite. A história é triste. É Portugal por uma pena."



Vasco Pulido Valente, no PÚBLICO de Hoje


"Só faltava esta: descender de macacos! Se for verdade, rezemos para que ninguém saiba"


Darwin

Darwin e a religião


Ainda no contexto da dupla celebração neste ano de 2009 - 200 anos do nascimento de Charles Darwin e 150 anos da publicação de A Origem das Espécies -, fica mais uma reflexão sobre o tema em epígrafe.

Aquela história repetida - o bispo de Oxford, S. Wilberforce, perante enorme assistência a uma conferência, perguntou a Thomas Huxley, defensor de Darwin, se descendia do macaco pelo lado do avô ou pelo lado da avó; face à resposta, desconfortável para o bispo, uma senhora desmaiou e a mulher do bispo terá murmurado: "Só faltava esta: descender de macacos! Se for verdade, rezemos para que ninguém saiba" - não será completamente verdadeira, mas revela bem o abalo e a perplexidade causados pela tomada de consciência de que descendemos por evolução de outros animais.

Concretamente quanto à religião, é significativo que a obra de Darwin não tenha figurado no Índex (lista dos livros proibidos aos católicos). Por outro lado, Darwin foi sepultado com pompa na Abadia de Westminster, a alguns passos do túmulo de outro gigante da ciência, Newton.

Em 1996, o Papa João Paulo II declarou, perante a Academia Pontifícia das Ciências, que "a teoria da evolução é mais do que uma hipótese". E, para marcar os 150 anos de A Origem das Espécies, realizou- -se recentemente na Universidade Gregoriana de Roma um Congresso sobre "Evolução biológica, factos e teorias", patrocinado pelo Conselho Pontifício para a Cultura. Os organizadores fizeram questão de excluir os partidários do "criacionismo" e mesmo do "desígnio inteligente".

Há evolucionistas materialistas, ateus, mas também os há crentes. As relações só azedam, quando, de um lado e do outro, se ergue o fundamentalismo: cientista ou religioso. Ora, contra esse duplo fundamentalismo, é preciso saber que Deus não é objecto de ciência: cientificamente, não se demonstra nem que há Deus nem que Deus não existe. Deus é objecto de fé e há razões para acreditar como há razões para não acreditar.

Assim, é tão ridículo invocar o livro do Génesis, com o seu mito da criação, lido literalmente, para negar a evolução, como invocar a ciência para provar que não há Deus. O Génesis é um livro religioso e não científico e a ciência nega-se a si mesma, quando pretende pronunciar-se sobre questões da esfera metafísica e religiosa.

A evolução e a fé não são incompatíveis. A ciência responde ao "como" e não ao "porquê" da realidade. Porque há algo e não nada? Qual o sentido último da realidade? A própria afirmação do acaso cego confronta-se com o que se pode chamar o seu paradoxo: como é que por puro acaso surge um ser - o Homem - cuja questão fundamental é a do sentido.

Aliás, há o famoso "princípio antrópico", que não demonstra Deus, mas que dá que pensar. O físico R. Dicke apresentou-o, em 1961, na sua forma "fraca": "Uma vez que há nele observadores, o universo deve possuir propriedades que permitam a existência desses observadores". Depois, Brandon Carter apresentou-o na sua forma "forte": "O universo deve ser constituído de tal modo nas suas leis e na sua organização que não deixa de um dia produzir um observador". Mesmo se é menos justificável nesta forma "forte", há sempre esta pergunta: porque é que o mundo é como é, de tal modo que aparecemos nele, perguntando por ele e pelo seu sentido? De facto, a mínima variação nas suas condições iniciais faria com que não estivéssemos cá a colocar todas estas questões.

O próprio Darwin viveu a questão religiosa em perplexidade. Na sua Autobiografia, escreve que é extremamente difícil, ou melhor, impossível "conceber este imenso e maravilhoso universo, incluindo o homem, como sendo o resultado do acaso cego ou da necessidade. Quando começo a reflectir assim, sinto-me obrigado a recorrer a uma Causa Inicial que possua uma mente inteligente, até certo ponto análoga à mente do homem; e mereço ser chamado Teísta". Mas, depois, "surge a dúvida" e confessa: "Não posso pretender lançar qualquer luz sobre problemas tão abstrusos. O mistério do início de todas as coisas é insolúvel para nós; e por mim contento-me em permanecer Agnóstico."

Para começar o dia: Recordando o Douro


Douro


O Douro sempre apetecido

É nos dias menos agradáveis que me vêm à memória os bons momentos vividos em dias bonitos. Como é o caso de um passeio ao Douro, onde a paisagem, vista de qualquer ângulo, tem uma beleza ímpar. Nesta foto, até as nuvens são dignas dos nossos olhares àvidos do belo.




sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Os abusos sexuais foram trágicos

Um só crime


1. A hierarquia católica nunca lidou bem com os abusos sexuais do clero, como mostra de novo o relatório publicado na Irlanda (como, já antes, documentos semelhantes no Canadá, EUA, Áustria e Austrália). Durante décadas, vários bispos (incluindo cardeais, como Bernard Law, ex-arcebispo de Boston) preferiram o chamado "bem da Igreja" ao bem das vítimas - exactamente o contrário do que a sua fé lhes diz.
Uma das razões para esta falta de tacto era a forma como se reprimia a sexualidade. Como certeiramente disse o ministro irlandês da Justiça, Dermot Ahern, o episódio traduz a "ironia cruel de uma Igreja que, motivada em parte pelo desejo de evitar o escândalo, de facto criou um outro, de uma incrível amplitude". Para a própria Igreja, o encobrimento foi trágico: nos EUA várias dioceses tiveram que vender património e declarar falência, para pagar indemnizações às vítimas.


2. O problema é mais vasto: o relatório irlandês culpa também as instituições do Estado pela omissão na descoberta da verdade. A questão traduz também o modo como, em sociedade, nos relacionamos com os afectos e com os mais frágeis. As relações entre as pessoas são também, em muitos casos, relações de poder e só nas últimas décadas a pedofilia começou a ser mal vista pela opinião pública. O caso Polanski aí está para o recordar: alguns desculpam ao cineasta o que não perdoam em outros casos. E as contradições judiciais do caso Dutroux, na Bélgica, mostram a dificuldade com que ainda se lida socialmente com estas questões.


3. Nem sempre os media deram igual atenção às medidas tomadas para sanear o problema (posições de João Paulo II ou Bento XVI, decisões dos episcopados) que deram aos escândalos. Outro dado: números da Conferência Episcopal americana (80 por cento dos padres envolvidos eram dos EUA, uns 4400, num total de 5000 em todo o mundo) dizem que, desde 1950, foram "só" quatro por cento do número total os padres que estiveram envolvidos em casos de pedofilia. Apesar de tudo, uma parte reduzidíssima do clero. Mas bastaria um crime de um único padre para que a questão já fosse importante.

António Marujo, no PÚBLICO de hoje

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Um poema para esta hora de silêncio na minha tebaida



SILÊNCIO

Só o silêncio
no ramo!
Já chegou
e já partiu
quem nele poisou
um dia
e quem sofreu
a agonia
de ser uma pausa
breve...
silêncio
de quem já foi
silêncio sorriso
alegre
silêncio
da dor que mói...
só o silêncio
se escuta
naquele ramo
oscilante
silêncio
da asa solta
que se foi
ao sol levante!...

Maria Mamede

In Grupo Poético de Aveiro

É neste momento que os monárquicos choram o seu rei

Acabou-se a liberdade


«Já ninguém se entende no país dos brandos costumes e agora pegou a moda de todos acusarem todos. O país está a brincar com o fogo: não tarda nada esquece a importância do significado da palavra liberdade. E aí...

O regulador dos media, a ERC, vai investigar se existem interferências do governo no sector. Os juízes, por sua vez, querem saber se existe espionagem política no país. Todos se sentem vigiados, mas ninguém sabe se essa sensação é real. Ou melhor, o director do "Sol" acusou claramente pessoas ligadas ao primeiro-ministro de lhe terem prometido dinheiro (para os problemas financeiros do semanário que dirige) em troca de não publicar notícias sobre o Freeport. E um juiz de Aveiro sustenta que Armando Vara está envolvido em negócios obscuros. O que se passa neste país?»

Martim Avillez Figueiredo

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EUROPA DOS INTERESSES

Europa dos interesses
ou do pluralismo democrático?


A decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, a partir de um equívoco do laicismo provocado por outros equívocos, que define a “presença dos crucifixos nas escolas da Itália como uma violação da liberdade religiosa dos alunos”, traz ao de cima um problema mais grave que o dos sinais religiosos em lugares públicos. Este problema cifra-se na prática corrente de as instâncias europeias decidirem, com um dogmatismo carregado de moralismo ou amoralismo, sobre os países da União, em relação a aspectos que bolem com a sua história, cultura, religião e identidade nacional, como se tratasse de definir as cotas leiteiras. Agora foi a Grécia a reagir.

Para começar o dia: Uma Boa Ideia para Portugal

"Uma ideia: preparar o futuro da educação. Como: preparando melhor os futuros professores. Porquê: porque em breve vai aumentar a procura de profissionais do ensino. De que forma: dando maior importância à formação dos futuros professores e instituindo exames para entrada na profissão. Quando: já!"

Nuno Crato

No i de hoje

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Açores... terra de ventos fortes



Que grande susto!

O meu filho João, que  vive e trabalha nos Açores, quis assustar a família, enviando-me esta foto de um avião em situação delicada, por causa dos ventos fortes e incertos. O piloto lá conseguiu aterrar, depois do susto que pregou aos passageiros. Mas o meu João, homem corajoso, não vai ter medo de levantar voo na Terceira, para passar o Natal connosco. Até um dia deste, João! Por cá te esperamos.

Nossa Senhora dos Navegantes está em toda a parte...



SENHORA DOS NAVEGANTES

Um leitor, amante da fotografia e da cultura, mas também amigo do seu amigo, teve a gentileza de me enviar esta foto, captada em Japaratinga, julgo que no Brasil. Sabe quanto gosto de Nossa Senhora dos Navegantes, ou não fosse eu filho de marítimo, e aqui fica a prova da sua amizade. Para o Dinis, um abraço, com um obrigado por se ter lembrado de mim, certamente bem longe da Capela da Senhora dos Navegantes, no Forte da Barra,  Gafanha da Nazaré.

Dar o peixe é sempre pouco...



Alimentar o pão da esperança

1. Este fim-de-semana decorre a nível nacional a campanha do Banco Alimentar contra a Fome. Não é publicidade, são milhares de toneladas de alimentos partilhados, são milhares de voluntários pelo país inteiro, são milhões de pessoas generosas que partilham das suas possibilidades com quem nada tem. É um facto: matar a fome primeiro, formar e reformar para que a fome não exista vem depois. São centenas as instituições que ao longo do ano beneficiam desta corrente solidária que marca um sinal de solidariedade no nosso país. Quem diria há alguns anos que a campanha do Banco Alimentar se viesse a tornar a enorme esperança de pão para muitos que hoje representa?

2. Sabe-se que o dar o peixe é sempre pouco e que o ensinar a pescar representa o passo formativo em ordem ao futuro efectivamente melhor e mais comprometido. Mas às bocas sem pão, à fome que existe habitualmente e mesmo à nova fome escondida como consequência das recentes crises, o “pão” é que salva, pois ele é que pode dar a força ao corpo e garantir os mínimos da dignidade a que cada pessoa humana tem direito. Tal como é verdade que o pão garantido aumenta a esperança de o ganhar cada dia, do mesmo modo o contrário também se confirma: quando o pão não existe «todos ralham», a desmotivação cresce, o desespero amplia-se, o lar familiar pode entrar numa espiral descendente onde tudo é negro e tudo parece amargo e perdido.

3. O frio está a começar a apertar, para todos, com abrigo ou sem abrigo. O abandono às noites das grandes cidades, local como mundialmente, reflectem a brisa de muita solidão que teima em manter-se, quando não um cortejo a ampliar-se. Esta dura realidade solitária interpela todos e os proclamados modelos de desenvolvimento. Estes dias que abrem o mês de Dezembro apelam-nos à nobreza do essencial da vida para que a partilha seja dar-se a si mesmo numa esperança que irradie dias melhores para todos. O pão da esperança precisa mesmo de todos!

Bancos Alimentares realizam mais uma Campanha de recolha de alimentos em 28 e 29 de Novembro





A solidariedade sempre renovada
dos portugueses volta a ser posta à prova


Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam a apelar, no próximo fim-de-semana, à generosidade do público em mais uma campanha de recolha de alimentos. A solidariedade sempre renovada dos portugueses volta a ser posta à prova num momento de particular dificuldade e necessidade: nunca como agora fez tanto sentido a ideia de que é possível fazer a diferença apenas com um pequeno gesto.
Numa época em que muitas famílias portuguesas se encontram em dificuldades, a partilha e a solidariedade são mais do que nunca necessárias. Os desempregados, os idosos, as crianças e as famílias desestruturadas são os grupos mais atingidos pela situação de forte agravamento da situação económica que se vive em Portugal e no Mundo. Para fazer face a um crescente número de pedidos de apoio que tem vindo a chegar aos Bancos Alimentares contra a Fome é forçoso que estes alarguem a sua capacidade de resposta. Concretizar esse objectivo e minorar as carências alimentares das pessoas necessitadas é a proposta lançada uma vez mais a toda a sociedade civil: contribuindo com trabalho voluntário e com alimentos é possível fazer a diferença.
A combinação da solidariedade generosa dos portugueses e da eficácia comprovada da acção dos Bancos Alimentares Contra a Fome na tentativa de minorar a penosa realidade das carências alimentares, constitui a prova evidente de que a sociedade civil se pode - e deve - substituir-se com vantagem ao Estado na resolução de alguns dos problemas com que se confrontam as sociedades modernas, tornados recentemente ainda mais evidentes e agravados pela crise económica, que trouxe consigo um significativo abrandamento da actividade e um brutal e súbito agravamento do desemprego.