terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia Mundial da Saúde

No dia de hoje, dedicado à saúde, designado por Dia Mundial da Saúde, apenas ouvi referências à doença! Estranha contradição do ser humano! Será que ambas as partes vivem tão interligadas que a sua relação é, na mente humana, indissociável? Com efeito, durante o tempo em que me ocupava dos meus afazeres domésticos, hoje de manhã, assisti, via radiofónica, a um debate, na antena 1, sobre a utilização dos genéricos. A discussão foi acesa e aí se esgrimiram os vários argumentos, pró e contra os referidos medicamentos. A questão que eu levanto é esta: por que razão, neste dia, não são transmitidas receitas, conselhos, dicas para manter esse estado de perfeito bem-estar físico e psicológico a que denominam saúde, em vez de se falar na parte negativa da questão? Pela positiva é que devemos reger-nos, não é esse o lema deste blog? Por que motivo, sempre que se fala de saúde, vem imediatamente, à memória, esse rol ilimitado de doenças, incómodos, maleitas, que perturbam o equilíbrio do nosso dia a dia? Do tratamento das doenças estão encarregados os médicos e pessoal paramédico, e deixemo-los trabalhar! A minha filosofia de vida para manter uma boa saúde é o lema apresentado pelo poeta romano Juvenal e largamente difundido pela literatura, que se sintetiza no “Mens sana in corpore sanu”. Assim, uma boa prática de exercício físico, aliada a uma higiene de vida mental são a garantia desse bem estar harmonioso que todos almejamos! Amigos! Toca a andar, marchar ou até correr, porque não, para termos uma vida de qualidade, ou a qualidade de vida que merecemos como seres superiores na hierarquia da criação! E... haja Saúde! E... só uma redonda dica: “An apple a day...keeps the doctor away!”
Mª Donzília Almeida

Reino dos Algarves para ingleses

Praia da Rocha 

Quando D. Afonso III conquistou definitivamente o Algarve, expulsando os mouros, passou a usar o cognome de Rei de Portugal e dos Algarves. Portugal, a partir daí (século XIII), ficou, mais ou menos, com as fronteiras que ainda hoje tem. Vem esta lembrança a propósito de eu ter dito um dia destes que estava no Reino dos Algarves. E assim parece, sobretudo nas zonas turísticas, onde pontificam, passe a palavra, os veraneantes estrangeiros, com destaque para os ingleses. 
No interior, tanto quanto sei, o nosso povo continua, com a sua pobreza e idiossincrasia, a ser português, alheio às infraestruturas que suportam a carga populacional que tem raiz no Reino de Sua Majestade Isabel II. 
Tal como vejo, em algumas zonas do litoral algarvio predominam estabelecimentos hoteleiros e comerciais para toda a gente, é certo, mas mais direccionados para os estrangeiros. Sinal disso são os dísticos publicitários que não enganam ninguém. E até a natureza de algumas ofertas, que não se vêem tanto noutras terras do País. 
Na zona onde me instalei para estas curtas férias pouco mais há do que isso. Quando perguntei por uma livraria, logo me disseram que a grande maioria dos turistas não vêm para o Algarve para ler. Livrarias, só nos grandes centros urbanos ou nas grandes superfícies. O mesmo se diga para outro género de comércio, que não case com este sector do lazer. Assim, para além de hotéis e restaurantes, mais bares e garrafeiras, e similares, pouco mais há. 
No fundo, o que existe tem de ir ao encontro do consumidor. E como nós precisamos de viver, vamos na onda. E agora vem a história. O Algarve, no litoral, faz jus ao título que já ostentou. É, realmente, um Reino para férias de muita gente. 
Se calhar, no tempo de D. Afonso III, esta invasão de turistas seria tida como ameaça à nossa tranquila independência. Hoje, não será assim. E o que precisamos é de muitos turistas, já que essa será a melhor aposta, à falta de indústrias que nos imponham no mundo. Mas, cá para mim, podíamos enriquecer estas zonas com a nossa cultura. Estruturas somente para inglês ver e usufruir, com pouco do que é intrinsecamente nosso, parece-me obra inacabada.

Fernando Martins

O conserto dos Vinte

Sabemos que as coisas não estão bem. Que possivelmente nunca estarão bem. Pelo menos no nosso tempo. Sabemos que todas as pessoas, instituições, iniciativas, das cobardes às heróicas, sempre longe do infinito, padecem duma limitação, tornando mais visível o mal feito que o bem escondido Mas que existe. Entretanto continua a fazer notícia a metade do copo sem água, a mancha mínima sobre a alvura extensa, as distâncias que faltam, sem olhar as percorridas. Vendo bem as coisas a imperfeição está mais na forma como se olha aquilo que se faz. O estado de alma é o primeiro grande factor da óptica que temos sobre o mundo.
António Rego
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AVEIRO: Encontro Internacional de Poesia

O Encontro Internacional de Poesia vai realizar-se em Aveiro, no Museu da Cidade, junto à sede da Rota da Luz, em 18 de Abril de 2009, pelas 17h30m. Trata-se de uma organização do Grupo Poético de Aveiro e conta com o apoio da câmara aveirense. Participam, entre outras instituições e pessoas, o Grupo Literário e Artístico Sarmiento, de Valladolid, e poetas de Pontevedra, Argentina e Itália. Como convidada especial, estará presente Olinda Beja. A entrada é livre.

Fé e cultura: São Paulo poeta

São Paulo
1.Estamos na antigamente chamada «Semana da Paixão», agora a quinta da Quaresma, e parece-me oportuno chamar hoje a atenção para alguns textos de Paulo.Falar de Paulo como poeta parece mais um título provocador e, de facto, não está nos esquemas habituais dos teólogos e exegetas falar de Paulo como poeta, mas antes como um judeu convertido, um pregador itinerante de Jesus morto e ressuscitado, um catequista de adultos, um organizador de comunidades cristãs, um apologista da mensagem cristã, um pensador, um homem da reflexão a tender para o sisudo. É verdade, mas também é verdade que, nas suas catequeses escritas ou cartas pastorais, Paulo inclui alguns textos poéticos de fina sensibilidade que a Igreja utiliza na «Liturgia das Horas» com o nome de «hinos» ou «cânticos». Alguns exegetas discutem se eles serão todos da iniciativa de Paulo ou recolhidos nas assembleias cristãs. Seja como for, a sua inclusão nas cartas revela a sensibilidade de Paulo e a força evangelizadora desses textos. Ao falar de «hinos», não deve pensar-se em textos com rima. Essa nem é característica essencial da poesia. O texto poético traduz em poucas palavras, escolhidas e densas, o dinamismo interior de um acontecimento, de um gesto, de uma pessoa. Faz apelo ao rosto oculto das coisas e o texto releva o que está para além da sintaxe gramatical. A poesia ultrapassa a prisão da morfologia mas não a verdade das coisas e dos factos «Ser poeta é ser mais alto», «é ter sede de infinito e dar de beber». Aquilo que na poesia parece excessivo é, afinal, o espaço exigido pela abundância da Criação e dos gestos divinos. É esse mistério da abundância que Paulo exprime nesses textos, o «comprimento, largura, altura e profundidade» do amor de Cristo.
D. Joaquim Gonçalves
Bispo de Vila Real
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

ARGUS "REGRESSA" A PORTUGAL



O Argus entrou na Barra de Aveiro. Mesmo longe, não fico indiferente à notícia do "regresso" do velho bacalhoeiro ao nosso País, onde, penso, foi feliz. Mas para conhecer a sua história, clique aqui. Outro futuro, espero que risonho, lhe auguro.

Renascença lança uma «campanha pela positiva» na imprensa

PELA POSITIVA
Congratulo-me com a "campanha pela positiva" encetada pela Rádio Renascença. Há anos que ando nela, no meu blogue, e não só, mas é óbvio que não chego tão longe e tão alto. Quem nos dera que outros alinhassem. O mundo seria bem diferente.

Dois prémios para João Alberto Roque


João Alberto Roque, 47 anos, professor de Biologia e Geologia na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, contista, inscreveu dois primeiros prémios no seu currículo literário. O primeiro alcançado no concurso Matilde Rosa Araújo, patrocinado pela Câmara Municipal da Trofa, em 2006, com o conto “Pirilampo e os deveres da escola”, e o segundo no concurso António Feliciano Rodrigues (Castilho), organizado pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Funchal, em 2008, com “O primeiro passo na Lua”. 
O “Pirilampo e os deveres da Escola” foi editado com ilustrações de Helena Zália e entrou já no Plano Nacional de Leitura (PNL). “O primeiro passo na Lua”, para além da edição por conta da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, tem já agendada publicação na Editora Nova Vega, esperando o autor que o seu conto veja a luz do dia a 20 de Julho de 2009, quando perfaz 40 anos sobre a chegada do homem ao satélite da Terra. 
João Roque sempre gostou de escrever, mas foi no Timoneiro, há anos, que descobriu a sua veia ficcional, quando alimentava, mensalmente, a rubrica “À volta de um provérbio”. Os anos foram passando, até que alguém colocou na escola onde lecciona um cartaz anunciando um concurso literário da Câmara da Trofa. “Aquilo desafiou-me; eu era capaz de escrever e de concorrer; em dois ou três dias tinha o conto escrito e quando o acabei gostei muito do que tinha escrito; pedi à colega Cláudia Ribau que o ilustrasse e enviei o trabalho; surpreendentemente, acabei por ganhar.”
Para o nosso entrevistado, os concursos têm de interessante a certeza de que o que escrevemos “vai ser lido por alguém; alguém que, em princípio, tem capacidade crítica; no concurso da Trofa, por exemplo, o júri era constituído por gente de pergaminhos: António Torrado, Viale Moutinho, Armandina Maia, António Pontes (vereador da autarquia) e, sobretudo, Matilde Rosa Araújo, que representou, para mim, uma satisfação muito grande”. 

A complexidade da Justiça

1. Se a complexidade apresenta-se como um eixo de interpretação de todo quanto se move, então o “simplificar” com eficácia para actuar em conformidade será o lema a seguir. Não custa a compreender que sistemas como o de justiça, num mundo global que pula e a avança a toda a pressa, são facilmente surpreendidos e fintados com todas as mil-e-uma tecnologias que hoje têm poderes de comunicação e agilidade muito acima das instituições dos estados. A desarticulação actual entre as justiças nacionais e as sociedades efectivamente (nos valores e nos defeitos) transnacionais, apesar de instâncias que vão procurando responder aos novos desafios, essa desarticulação será hoje uma das grandes batalhas sociais a vencer.

Um poema de Domingos Cardoso

Favor
Olhando-me ao espelho, devagar, Vejo as marcas que o tempo foi deixando Nas rugas que me cercam o olhar brando Lavado por um pranto por chorar.
Vejo-me de alma aberta, par em par, E ressaltam desse ar tão venerando, Alegrias compradas, contrabando, Quem, por feliz, se quer fazer passar.
Vida, que és repetido recomeço, Concede-me um favor que não mereço, E eu te entrego o meu ser hipotecado.
Tomando a esperança por esteio, Neste mudar de vida o mais que anseio É viver sem os erros do passado.
Domingos Cardoso