domingo, 22 de fevereiro de 2009

AVEIRO: Feira das Velharias

Há sempre algo para matar saudades

Sei que há quem não goste de antiguidades e de velharias. As peças consideradas antiguidades tem um peso muito grande na memória dos mais idosos. Móveis antigos, por exemplo, são quase garantia de perenidade. Para o meu gosto, ficam sempre bem numa casa qualquer. Há quem prefira o mais moderno e o minimalista, em particular. Mas, como disse o escritor Mário Cláudio, qualquer mossa numa peça moderna inutiliza-a, qualquer mossa numa peça antiga deixa-a na mesma. De qualquer forma, há gostos e apetites para todos, desde o mais moderno ao mais antigo.
No caso das velharias, onde nem sempre o bom gosto impera, podemos encontrar de tudo, não tanto com arte, mas com utilidade decorativa, e não só. Hoje fui à Feira de Velharias que se realiza em Aveiro, no quarto domingo de cada mês. Como me sinto bem em Aveiro, também me senti lindamente na Feira, que se estende dos Arcos e Praça Melo Freitas até à igreja da Vera Cruz e depois para a Praça do Peixe. 
Havia de tudo, ao jeito da Feira da Ladra, onde nunca fui, mas de que tenho ouvido falar. Desde louça antiga e outra a fingir de antiga, até livros velhos e novos à mistura. Desde LPs de vinil, até grafonolas de manivela. Desde rádios a cair de podres, até mesas a fingir de antigas. Desde relógios de bolso, até canetas de tinta permanente que não servem para nada, nem para decorar o que quer que seja. Eu virei-me para os LPs e lá comprei três, de jazz, de mais de 20 anos. Estou a ouvi-los e acho que valeu a pena.

 FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 119

BACALHAU EM DATAS – 9
A CAPITANIA DA TERRA NOVA DO BACALHAU
Caríssimo/a:
1520 - «Para o período de 1520 a 1525 continuam a existir dados referentes a uma colónia de pescadores de Viana instalada na costa da Terra Nova. A existência destas colónias permite pensar que a forma de pesca então praticada seria a chamada pesca sedentária.» [HPB, 21]
1550 - «Segundo a Corografia Portuguesa [...] o número de naus destinadas à pesca da Terra Nova em 1550 seria de 150.» [HPB, 21] «Em 1550, segundo António de Oliveira Freire (1739), os moradores de Aveiro “empregavam mais de 150 embarcações no comércio, que então estava levado ao maior auge, principalmente o do bacalhau”.
Também o bispo de Coimbra, D. João Soares, afirma que, especialmente a parte extra-muros, chamada Vila Nova (actual freguesia da Vera Cruz, onde se concentravam os pescadores e mareantes), havia beneficiado imenso com a pescaria do bacalhau, actividade responsável pelo envio de cerca de 50 embarcações à Terra Nova.»[Oc45, 77]
1567 -«...[O]ra em 1506, o mesmo rei [D. Manuel I] reivindicou para si o dízimo da pesca da terra Nova, nos portos de Aveiro e Viana do Castelo, mostrando como ela era importante para a sua fazenda e, nessa mesma altura, a pedido do próprio e dadas as circunstâncias, acabaria por conceder ao mesmo Vasqueanes os benefícios que já tinha dado a seus irmãos desaparecidos [Gaspar e Miguel Corte Real]. Esse benefício foi renovado por D. João III em Setembro de 1522, passadas para seu filho em 1538, confirmadas por D. Sebastião em 1576 e reconfirmadas em 1577. Entretanto, no ano de 1567 foi lá enviada uma expedição que avaliou das condições da terra e que determinou a criação de uma capitania própria (Capitania da Terra Nova), que viria a ser entregue ao herdeiro dos Corte Reais em 12 de Julho de 1574.» [Oc45, 19]
«De Viana partiu nessas datas [1520/1530] um grupo de colonizadores com destino à Terra Nova do Bacalhau, com a intenção de reforçar a colónia [vd. 1506], que, financiada por comerciantes de Aveiro e da ilha Terceira, controlava uma grande parte do litoral. A esta segunda vaga portuguesa seguiu-se uma terceira em 1567, composta de duas naus e de uma caravela com mantimentos e gente, sobre os quais as fontes, infelizmente, não são esclarecedoras. A colónia mantinha-se em 1574, como demonstra a nomeação de Manuel Corte Real para a Capitania da Terra Nova, e novamente em 1579 de Vasqueanes Corte Real.» [Oc45, 28-29]
Esta última transcrição remete-nos para assunto deveras curioso e que dará para estudo paciente e, quiçá, bastante promissor e profícuo: a Capitania da Terra Nova. Que apareça um «Corte-Real» que faça valer os seus direitos!
Manuel

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Nuno Álvares Pereira vai ser canonizado no dia 26 de Abril

O Papa Bento XVI anunciou hoje a canonização este ano de dez beatos, entre os quais o carmelita português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, segundo um comunicado do Vaticano.
Nuno Álvares Pereira integra, ao lado de quatro italianos, o primeiro grupo, que será canonizado no próximo dia 26 de Abril. Os quatro italianos são o padre Arcangelo Tadini (1846-1912), fundador da Congregação das irmãs operárias de Sagrada Família, a religiosa Caterina Volpicelli (1839-1894), fundadora da Congregação das Ancelles do Sagrado-Coração, o teólogo Bernardo Tolomei (1272-1348), fundador da Congregação do Mont-Olivet, e Gertrude Caterina Comensoli (1847-1903), fundadora das Irmãs Sacramentinas.
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SÓCRATES na inauguração da Plataforma Portuária

Ministro das Obras Públicas, primeiro-ministro, presidente da APA e secretária de Estado dos Transportes
Nos últimos 50 anos, nunca se investiu tanto no Porto de Aveiro
A Plataforma Logística Portuária de Cacia foi ontem inaugurada, em cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, e que contou com a presença do Ministro dos Transportes, Obras Públicas e Comunicações, e da Secretária de Estado dos Transportes, entre outras individualidades. José Sócrates sublinhou a “importância que este investimento do Porto de Aveiro tem, desde logo para a economia regional”: “A valorização do Porto de Aveiro é absolutamente decisiva para que a região possa ganhar mais atractividade económica e maior competitividade” – afirmou o líder do governo, acrescentando: “Quero sublinhar também a importância que este investimento tem para o conjunto da economia nacional. Esta obra não é apenas uma obra regional” – disse. “Nos últimos 50 anos nunca tivemos um período em que o Estado tivesse investido tanto no Porto de Aveiro. Estamos a recuperar o tempo perdido, porque não fazia o mínimo sentido não estar, o Porto de Aveiro, dotado de uma ligação ferroviária. A isto chama-se investir na performance logística do País e na melhoria da competitividade de um porto que é absolutamente essencial para o conjunto da economia nacional” – continuou José Sócrates, considerando significarem, “estes últimos três anos e meio, um período de ouro para o Porto de Aveiro”.
Fonte: Newsletter do Porto de Aveiro

COMO RECONHECER DEUS?

Há relativamente pouco tempo, coloquei esta pergunta a um grupo de crentes: "Se Deus lhe aparecesse, dizendo 'aqui estou, sou eu o Deus', como o reconheceria?" As respostas, no meio de imensa perplexidade, foram muito interessantes. Que Deus não pode aparecer directamente. Que ninguém, como diz a Bíblia, pode ver Deus. Que Deus é inobjectivável. Que se manifesta indirectamente: nas pessoas, nos acontecimentos, no esplendor da beleza - aqui, recordei a exclamação de uma sobrinha minha com 11 anos, nos Alpes, numa tarde irradiante de Sol sobre a neve e as montanhas todas à volta: "Parece Deus!" Que, para os cristãos, Jesus é a revelação de Deus. Que a experiência de Deus se dá nas experiências-cume de plenitude. Que lhe pediriam um milagre claro, que se visse e o credenciasse. Ele devia manifestar o seu poder. Quando se fala de Deus, a questão nuclear é saber de que Deus é que se fala. Que se quer dizer quando se diz Deus? O mais comum é associar Deus ao poder. Deus deve ser, antes de mais, a omnipotência. Deus deve ser infinitamente bom e poderoso, mas sobretudo poderoso. No entanto, a mística Simone Weil, cujo centenário do nascimento se celebra este ano, preveniu: "A Verdade essencial é que Deus é o Bem. Ele só é a omnipotência por acréscimo." Por isso, "é falsa toda a concepção de Deus incompatível com um movimento de caridade pura". Afinal, a revelação de Cristo é essa: Deus é puro amor. O escândalo: "Eu não vim para ser servido, mas para servir." Não se nega a omnipotência divina. O Poder de Deus, porém, não é Dominação e Espectáculo, mas Força infinita criadora. O Deus de Jesus é o Deus- amor, o Deus-origem-infinita-pessoal-criadora. A modernidade, pela secularização, quis herdar a omnipotência divina, postergando a bondade. A crise que está aí hoje visível no universo económico-financeiro é mais funda, pois é uma crise de civilização, cuja raiz é esta herança religiosa. Neste contexto, referindo-se à Igreja, o teólogo X. Pikaza recria de modo alegórico o passo evangélico da cura da sogra de Pedro. Na alegoria, a sogra de Pedro é a Cúria Romana. Jesus chega e cura-a. E depois, alegoricamente? A Cúria (sogra), que significa casa, corte do Kyrios ou Senhor, estava doente. A casa de Pedro é o Vaticano, um Estado, e quem manda é a Cúria, como ainda recentemente se mostrou no caso dos lefebreveanos. Não protege o Papa, mas impõe-se a ele. Ela "sofre de inércia, de poder". Jesus cura a Cúria para que, como a sogra de Pedro, se ponha a servir os outros. Que consequências teria a cura da Cúria Romana, que funciona há dez séculos enquanto os Pedros (Papas) vão mudando? Como Jesus, que, segundo o Evangelho, cura as pessoas diante da casa de Pedro, a Cúria curada veria gente que viria para curar-se. Sobretudo gente mais pobre e perdida (os "endemoninhados", os doentes). Agora também lá vão muitos, mas "vão curar-se ou em busca de prebendas?" Ainda segundo o Evangelho, Jesus saiu de noite, para rezar e ir ao encontro das pessoas também noutros lugares. Na alegoria, Jesus parte porque não quer ficar fechado na casa de Pedro. Jesus não tem "Cúria". Também Pedro e os funcionários da Cúria têm de sair da sua casa, da Cúria, para ir à procura de Jesus, conhecer o mundo e cuidar dele. A Igreja está em crise e precisa de conversão. Neste sentido, há 15 dias, a propósito da "falta de vocações", o director do DN, num texto subordinado ao título "Os erros da Igreja", exemplificados nos escândalos dos padres pedófilos, a intransigência quanto aos métodos de planeamento familiar, "declarações absolutamente estúpidas" como as do bispo Williamson a negar o Holocausto, alguns investimentos dúbios no plano dos negócios, escrevia que o resultado é que "a religião vai desconfiando dos seus missionários e o ambiente não aconselha a 'vocação'". E João Marcelino concluía: "Um dia pagaremos bem caro a crescente desagregação desse factor de união ocidental, bem patente sobretudo na Igreja Católica mas que também afecta todo os ramos do cristianismo." Anselmo Borges, in DN

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ílhavo bebe água de boa qualidade


Análises confirmam elevada qualidade da nossa água

A Câmara Municipal de Ílhavo, à semelhança dos anos anteriores, voltou a receber Parecer Positivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), relativamente ao Programa de Controlo de Qualidade da Água do Município. A lei obriga a que sejam efectuadas análises em número representativo e que cubram toda a rede de abastecimento, de acordo com uma listagem de parâmetros, a fim de se apurar se água tem qualidade para ser consumida pelos munícipes.
Com base nos resultados obtidos com as análises já efectuadas, foi confirmada a elevada qualidade da água distribuída pelos serviços municipais, para cada uma das suas zonas de abastecimento. Para mais informações consultar site da Câmara Municipal (www.cm-ilhavo.pt), área do Ambiente, no subitem do Abastecimento de Água.

Fonte: Newsletter da CMI

Fórum da Juventude aberto à colaboração com as escolas

ESPAÇO COM VIDA PARA TODOS OS JOVENS

Fórum da Juventude da Gafanha da Nazaré tem porta aberta no Centro Cultural. Trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Ílhavo, que aposta em oferecer aos jovens, entre os 12 e os 19 anos, um ambiente acolhedor, denominado “A tua nova casa”, como nos referiu Paulo Costa, vereador da autarquia ilhavense, para este sector.

O vereador do Pelouro da Juventude frisou que tem havido a preocupação de colaborar “o máximo possível com as escolas”, e que o Fórum tem cerca de 1700 inscritos nas mais diversas áreas criadas para os seus utentes. Ainda referiu a importância dos cursos e concursos, enquanto lembrou que é sempre valorizado o princípio de que os jovens podem avançar com ideias e projectos de sua iniciativa.
Quem entra neste espaço percebe facilmente que ali há vida. Paredes decoradas, uma exposição de pintura de uma jovem artista gafanhoa, computadores, revistas, gente que chega e que sai, com rostos que denunciam interesse.

Cartazes variados anunciando eventos e sinais claros da sensibilização para o ambiente e para a reciclagem, tudo nos diz que rapazes e raparigas ali podem encontrar propostas importantes para a sua formação.

Paulo Costa adiantou-nos que o Fórum vive o dia-a-dia numa perspectiva de “estimular os jovens para que descubram e desenvolvam as suas capacidades”. E a propósito, sublinha que os artistas mais novos podem apresentar naquele espaço “a sua primeira exposição”, momento único na vida de qualquer pessoa.

Mas não se julgue que o Fórum da Juventude se limita a proporcionar um ambiente capaz de levar os seus utentes a descobrirem as suas capacidades. Ali funciona também o Serviço de Apoio à Formação e ao Emprego, paralelamente com Cursos de Informática e com as Oficinas Criativas.

As Oficinas, que abrangem uma pluralidade de temas, vão permitir experiências enriquecedoras nas áreas da Fotografia, da Trapologia, das Artes Florais, do Teatro, da Dança e da Língua Gestual, entre outras. A participação nestas oficinas está dependente de inscrição e no final cada jovem receberá o respectivo Certificado de Participação. O Fórum da Gafanha da Nazaré funciona de segunda a sexta-feira, das 10 às 12.30 horas e das 12.30 às 18 horas. Fernando Martins

Regresso da Pesca


O regresso da pesca, na manhã de ontem, mostra a serenidade do pescador. De pé, sem ondas que o incomodem, o pescador olha quem o aprecia, à entrada da barra de Aveiro. Paredões e pedregulhos completam o enquadramento, com o azul da água salgada e o pequeno barco que volta da faina a sobressaírem. Agora vai ser a venda do peixe e o descanso, ao fim de uma noite de trabalho árduo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Praia da Barra:

É Preciso Encontrar Soluções Definitivas

Na Praia da Barra, o mar voltou a atacar, chegando a ameaçar bares e a deixar as populações preocupadas. A praia viu fugir-lhe parte das suas areias, tão importantes para a época balnear que se aproxima a passos largos. A questão é cíclica e não há, aparentemente, técnica que resolva o assunto de vez. Mas também é verdade que, se o mar ataca, o homem contra-ataca. A reconstituição do areal está em curso, com máquinas escavadoras e camiões a laborarem em pleno. Pelo que já se sabe, 50 mil metros cúbicos de areia estão a ser movimentados, apesar de as ondas, com alguma frequências, surgirem ameaçadoras. Mas a vontade humana de garantir a praia para os milhares de veraneantes que nos visitam, ano após ano, e tranquilizar as populações é mais forte. Durante duas semanas, os mais cépticos podem confirmar a azáfama que por ali vai, graças à intervenção oportuna da Câmara de Ílhavo, que fez chegar ao Instituto da Água (INAG) as suas inquietações. E segundo este instituto, está a ser seguido o princípio de recolocar na praia a areia que o mar dali retirou, nos últimos tempos. Daí que, como presenciámos, a máquina escavadora tenha andado a trabalhar com as lagartas assentes no oceano. É garantido que esta situação se tem repetido ao longo dos tempos, o que obrigou os responsáveis a responderem com obras e mais obras, bem patentes aos olhos de todos. Mas de um dia para o outro, com ventos fortes e chuvas intensas, marés vivas e correntes que ninguém esperava, tudo se torna frágil face à força das ondas que atacam sem piedade. Paredões mar adentro, reforço com pedras e blocos de cimento, reposições dos areais e preservação das dunas têm sido as respostas aos ataques do Atlântico. Porém, não se julgue que este fenómeno se verifica apenas na Praia da Barra. Costa Nova e Vagueira, para falar somente do que está mais perto de nós, também têm sido vítimas da fúria das ondas. O INAG, segundo informações que colhemos, vai voltar a intervir na Barra, espera-se que antes da época balnear, não só para reforçar o areal, mas também para emprestar mais consistência à zona dunar. Nessa altura, está prevista a colocação de mais de um milhão de metros cúbicos de areia. Entretanto, Carlos Borrego, docente da Universidade de Aveiro e especialista em questões ambientais, em declarações à Rádio Terra Nova, alerta para a necessidade de se encontrarem soluções definitivas, de forma a deixar tranquilas as populações. Fernando Martins

Superar Interesses, Enfrentar Dificuldades

"Se cada vez mais se faz tábua rasa da dignidade de cada pessoa e da igualdade radical de todas, independentemente da sua raça, língua, cor ou religião; se o bem comum deixou de ser norma orientadora das leis e das decisões políticas; se teimamos em falar mais de direitos que de deveres; se os valores morais e éticos sofrem alterações à revelia da objectividade; se tudo passa a ser classificado segundo interesses e ideologias inconsistentes; se o agradar passou a ter mais importância que o servir e o trabalhar, então ninguém pode estranhar que o vazio social, que se foi implementando, atinja os deveres de justiça, as relações laborais, as regras da convivência, o apreço exagerado pela riqueza, a cultura da solidariedade e da responsabilidade, a discriminação pessoal."
António Marcelino
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Dia Luminoso

CÉU AZUL O dia luminoso que hoje nos foi dado mostra um céu azul que indicia a fuga do frio para breve. E no céu azul diviso ao longe muito longe dois traços que se cruzam reflectindo uma harmonia que saúdo. Ela aí está como riqueza oferecida neste dia luminoso.

Crónica de um Professor...

A DEFESA
Não, não tinha medo de ser abalroada pelo autocarro escolar e ir desta para os anjinhos! Atirara, em tom provocatório, àquele aluno, que a interpelara acerca da sua colagem ao autocarro que conduzia os alunos para a Escola. E, como a missão dum professor, cá na terra, é fazer felizes (!?) os seus alunos, sabia a teacher que sem a sua acção pedagógica a "charingar-lhes" o juízo, eles iriam dar pulos de contentes, com a libertação de mais um incómodo, uma obrigação!!! Bela forma de testar a sua popularidade! No seu pequeno percurso para a Escola, várias vezes a teacher se postava, atrás do autocarro escolar, tão coladinha a ele, que suscitou a pergunta... naquela criatura, que observava todos os gestos, actos e decisões da “sora”. Na verdade, os seus olhos inquiridores, dum verde-água cristalino encadeavam a teacher, que não conseguia resistir ao seu ar matreiro... Chega a ser perturbadora a limpidez e transparência do seu olhar! - Vai ser mais um arrasa-corações, daqui a uns tempos! Decretaram a teacher e o DT, em conciliábulo!! Um coro de vozes se ergueu imediatamente, a contestar aquela afirmação, liderado pelo Kevin. A sonoridade britânica do nome, associada a uma carinha laroca, havia conquistado a teacher! Uma cabeleira farta, a emoldurar-lhe o rosto de feijão miúdo, fazendo inveja a tantos carecas incipientes, os óculos de correcção, na crista da moda, semiescondidos, haviam despertado a simpatia e a ternura maternal, que o envolviam no seu amplexo pedagógico. A reciprocidade dessa afeição, despertou nele a responsabilidade duma defesa intransigente! Ma não era o único a bater-se em defesa da “mártir”! Outros, tomando o partido da defesa, engrossaram as suas fileiras, contra as intenções suicidas(!?) da teacher! Lá estava também o Paulinho, aquela criaturinha cândida, defensora dos valores da família... que havia, dias atrás, anunciado com circunspecção, que o seu cão, guarda da casa, acabara de ser pai! O DT e a teacher sorriram com bonomia, ao ouvir aquela notícia da boca dum aluno tão responsável, com tanta naturalidade! Nem todos comungavam desta facção, pois apareceram rapidamente os detractores, que apodaram de graxistas os correligionários do menino Kevin! No fim dessa aula, despediram-se alguns com um beijinho na face da teacher e... foram avisando que não se colasse tanto ao autocarro escolar!
Mª Donzília Almeida 18.02.09

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aveirenses Ilustres: D. Manuel de Almeida Trindade

No dia 26 de Fevereiro, quinta-feira, entre as 18.30 e as 19.30 horas, vai ser homenageado o antigo Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade, falecido em Agosto do ano passado. A homenagem insere-se no âmbito do Ciclo Aveirenses Ilustres e terá lugar no auditório do Museu da Cidade. O palestrante convidado vai ser o actual Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos.

Celebrar a República sem reabrir feridas

Nada será feito para dividir os portugueses
As comemorações oficiais do centenário da República querem “mobilizar” a sociedade portuguesa, sem reabrir quaisquer feridas do passado. A garantia foi hoje dada por Artur Santos Silva, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar o programa comemorativo. Este responsável frisou que há que evitar uma “visão passadista”, contrapondo-lhe uma preocupação prospectiva, descobrindo elementos que possam ser úteis na construção do futuro do país. Neste sentido, Santos Silva assegurou que nada será feito para “dividir os portugueses”, saudando como um facto “extremamente positivo” a presença de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, entre os membros da Comissão Consultiva da CNCCR.
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Laura Vaz em Moçambique

Voluntária com grande espírito de serviço
Li a notícia, no Correio do Vouga, da partida da Laura Vaz para Moçambique, onde vai trabalhar, durante um ano, como voluntária. Já aposentada, não assumiu um resto de vida, curto ou longo, acomodada em atitudes passivas. Conheço o seu entusiasmo e a sua alegria de viver, tantas vezes em tarefas para os que mais precisam. Sempre com o seu sorriso contagiante. E se é certo que poderia continuar por aqui, envolvida em inúmeras actividades, a verdade é que a Laura vai mesmo deixar-nos, com a convicção de que, em Moçambique, fará mais falta. Ali vai trabalhar com crianças, com a vivacidade que lhe conhecemos, com o espírito de serviço que a caracteriza. Vai com muitas ideias, mas nem a noção de que nem tudo será possível fazer a demove de partir, com um gosto pela vida e pelo bem-fazer que tem de mexer connosco. Boa viagem e bom trabalho, Laura. Por cá ficaremos à espera de notícias tuas. Que vais ter muito que contar, do muito que hás-de fazer, lá isso vais.
Fernando Martins

Praia da Barra

(Clicar para ampliar)
Cada Dia Cada Paisagem
Cada dia cada paisagem é a melhor recomendação para quem visita a Praia da Barra. O que é preciso é olhar. Hoje apreciei diversas cenas. Esta foi uma delas. Os pára-quedistas, descarregados no ar pelo avião, até parece que vão cair no mar, mesmo à boca da barra. Mas não. O dia está lindíssimo, com sol brilhante, mas ainda não apetece mergulhar no oceano. Esse treino virá para o Verão. Sabe-se lá se os pára-quedistas, um dia qualquer, em tempo de paz ou de guerra, terão mesmo de descer para as águas, de um rio ou de um mar!

António Lobo Antunes

Sobre a origem da escrita:
«Será Deus que escreve pela nossa mão?»
Sobre a origem da escrita e da inspiração literária, interrogava-se em entrevista recente António Lobo Antunes: "Até que ponto o livro é do autor ou ele foi apenas um meio de que o livro se serviu para existir? É um problema que sempre se me pôs enquanto leitor em relação aos grandes livros. A Guerra e Paz é feita pelo Tolstoi ou através do Tolstoi? A grande literatura, a grande pintura e a grande música é feita pelos autores dos livros, dos quadros ou das sinfonias ou por uma outra entidade que, por hipótese, é comum a todos e que toma diferentes tonalidades consoante a personalidade?" – Mas que outra entidade é que poderia ser? – perguntou-lhe o entrevistador – "Não sei, será Deus que escreve pela nossa mão?" (DN, 16.02.2009) Escreveu P. António Vieira: "O amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. Quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino." Paulo Pires do Vale In Pastoral da Cultura

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mensagem Quaresmal do Bispo de Aveiro

:
Uma Igreja renovada na fidelidade e no amor :
Na sua Mensagem Quaresmal, o Bispo de Aveiro, D. António Francisco, lembra que é na Páscoa de Jesus que somos chamados a viver a “nobreza dos seus sentimentos, a audácia dos seus gestos, a entrega corajosa da sua paixão, a alegria jubilosa da sua ressurreição.” Recomenda, depois, que “A Quaresma surge como um tempo especial para contemplarmos o modelo de vida que Jesus nos comunica”, o que constitui “uma oportunidade privilegiada para intensificarmos a renovação da Igreja diocesana”, no sentido de a tornar, “no mundo, farol de esperança para todos”, servindo “com desvelo os mais pobres.”
Pode ler toda a Mensagem aqui

Acordo Ortográfico deverá entrar em vigor ainda neste semestre

"O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, afirmou hoje que o novo acordo ortográfico deverá entrar em vigor no primeiro semestre de 2009, mas tudo depende de negociações com os outros países da CPLP. "Estamos em conversações com os outros países da CPLP [como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe] para ver se encontramos uma data para o adaptar nos documentos oficiais, nas imprensas nacionais e que os diários oficiais [Diário da República] dos vários países passem a adoptar a ortografia do novo acordo ortográfico", disse Pinto Ribeiro. O ministro falava em Lisboa no final do lançamento do FLIP 7, uma ferramenta informática criada pela empresa Priberam que permite uma conversão automática do português de Portugal e do Brasil de acordo com as novas normas ortográficas dos dois países. Esta ferramenta está já a ser testada na Imprensa Nacional Casa da Moeda, entidade responsável pela edição do Diário da República (DR). Assim que o acordo ortográfico entrar em vigor em Portugal, todos os documentos oficiais terão de obedecer às novas regras da escrita em língua portuguesa. Com a ferramenta informática FLIP 7, quem escrever em português terá a opção de converter automaticamente o texto segundo o novo acordo ortográfico, sejam as normas do Brasil sejam as de Portugal."
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Fome de Primavera?

Paisagem da ria de Aveiro
Eu não sei se é fome de Primavera ou cansaço de um Inverno chuvoso e frio o que sinto. Só sei, e bem, é que ontem e hoje pude, por alguns momentos, dispensar as casacas e sobretudos para andar por aí, saboreando um sol acariciador. E foi muito bom. De tal modo, que me apeteceu partilhar esta satisfação com os meus amigos. Deixei a minha tebaida, pus de lado algumas leituras, fechei o rádio e olhei, sôfrego, a luminosidade dos dias, o calor que me aconchegou, o rosto de gente alegre. Deu para perceber que, realmente, a Primavera está a caminho. Ainda falta? Claro. Mas ela há-de vir com toda a sua beleza.
FM