quarta-feira, 16 de julho de 2008

Boas Férias

O PRAZER DE CONVIVER
Com o corre-corre da vida, nem sempre temos tempo para conviver. Bem nos lembramos disso, mas vamos adiando o encontro sempre agradável com familiares e amigos, para momento mais tranquilo. Esse momento, se pensarmos com calma, pode ser nas férias. Porém, nem nessa altura conseguimos olhar para o lado para descobrir quem precisa da nossa atenção. Façamos, então, o propósito de nas próximas férias dedicarmos algum do nosso tempo aos familiares e amigos, para pormos em dia a conversa eventualmente interrompida há anos. Sem pressas, mais com a preocupação de escutarmos os outros, falemos de coisas agradáveis, recusemos a maledicência e apostemos no positivo. Olhemos para eles como gente que é capaz de partilhar connosco ideias que contribuam para um mundo melhor. Recordemos vivências experimentadas em comum, na certeza de que lembrar o passado pode ser reviver. Procuremos amigos isolados na sua solidão, talvez doentes e acamados, talvez esquecidos, talvez marginalizados e à espera de alguém que os oiça. Se isso acontecer, saibamos escutá-los generosamente para, a partir daí, conseguirmos recriar amizades que nos ajudem a ser mais fraternos e, por isso, mais cristãos. As férias não podem ser somente um espaço de tempo exclusivamente para nós. É fundamental que saibamos dar para um dia também recebermos, decerto em duplicado. E como cristãos, temos de dar um sabor especial ao mundo que nos rodeia com os valores do Evangelho. Saibamos, então, aproveitar todas as oportunidades para conversar, deixando fluir em nós os critérios de Deus, com toda a serenidade, compreensão e disponibilidade, porque é preciso reconquistar o tempo perdido com a vida a correr que temos levado. FM NOTA: Texto escrito há anos. Penso, contudo, que mantém a actualidade. Por isso aqui fica.

Novo Seleccionador Nacional de Futebol

Carlos Queiroz é o novo seleccionador nacional de Futebol. Vem substituir o carismático Felipe Scolari. Que seja feliz, para todos os portugueses o acompanharem nessa felicidade. Vem ganhar, segundo diz a comunicação social, um milhão e meio de euros por ano. Durante quatro anos.
Quando se fala de salários elevados, escandalosamente elevados, muitos protestam, clamando que é uma ofensa à pobreza nacional. Quando se trata de treinadores e jogadores de futebol até parece que toda a gente concorda. Eu, claro, discordo.
FM

Do Concurso de Fotografia “Porto de Encontro"

Foto de Guilherme Lima, de Vagos
O Concurso de Fotografia "Porto de Encontro" foi uma oportuna iniciati-va do programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro, que registou forte adesão da comunidade, com 61 concorrentes e perto de 500 fotografias. Os prémios foram entregues no passado dia 3 de Abril.
Fonte: Porto de Aveiro

AVEIRO: Turismo religioso

Festa de São Gonçalinho
A Turel e a Câmara Municipal de Aveiro assinam hoje, 16 de Julho, um Protocolo que firma a adesão da Autarquia Aveirense à Turel – TCR – Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural. Segundo foi comunicado, o turismo religioso em Aveiro ganha outro fôlego, pois o concelho será incluído nesta rede de temática religiosa, para além da inclusão em roteiros específicos com informações úteis (contactos, horários de visita a espaços religiosos, entre outras) e a possibilidade de haver guias especializados em turismo religioso para visitas guiadas”.

PRAIA DA BARRA: Mensagens Bíblicas

(Clicar nas fotos para ampliar) :
Na Praia da Barra, zona privilegiada de veraneio na costa aveirense, os banhistas e outros visitantes podem, a par do sol e da maresia, reflectir sobre Jesus Cristo. Há sempre quem se lembre de nos sugerir essa proposta, pese embora muitos grantirem que não há lugar para Deus no mundo materialista e hedonista que nos envolve. Em tempo de férias e do lazer que lhe anda associado, este desafio até pode ter o seu lugar. Não há nada como experimentar.

PONTES DE ENCONTRO

XXIII Jornada Mundial da Juventude – Sydney 2008
Iniciou-se, ontem, dia 15, em Sydney, na Austrália, com a participação de milhares de jovens, vindos das mais variadas partes do globo, a cerimónia inaugural da XXIII Jornada Mundial da Juventude, cujo tema-base é retirado do Livro dos Actos dos Apóstolos, através da passagem: “Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas.” (Act 1,8) Apesar de já se encontrar em Sydney, desde o passado Domingo, dia 13, só a partir da próxima quinta-feira, este evento, que decorrerá até ao próximo Domingo, contará com a presença do Papa Bento XVI. As cerimónias de ontem iniciaram-se com a chegada da grande cruz de madeira que os jovens transportaram até Sydney, após ter viajado por toda a Austrália, com cânticos e danças aborígenes, uma saudação do Primeiro-Ministro australiano e a celebração de uma missa pelo Cardeal e Arcebispo de Sydney, George Pell. Na homilia, o Cardeal George Pell enviou uma mensagem aos jovens para que desenvolvam uma missão evangelizadora não apenas na Austrália - país que tem 5 704 000 católicos, o que corresponde a 26,6% dos seus 20 700 000 habitantes -, mas no mundo todo. "O chamado de Cristo é para todos os que sofrem e não apenas para católicos ou pessoas de outras religiões, mas especialmente para aqueles sem religião. Cristo está a chamá-los a todos, para retornarem a casa, para viverem o amor, para a reconciliação e a comunhão" – declarou o Cardeal Pell –, ao mesmo tempo que pediu aos jovens presentes na Eucaristia inaugural da JMJ para não se deixarem dominar pelo conformismo, nem passarem a vida sem tomarem qualquer posição, sobretudo perante as injustiças e os sofrimentos. A I Jornada Mundial da Juventude foi celebrada, pela primeira vez e de forma oficial, no Domingo de Ramos, do ano de 1986, na Cidade de Roma, tendo como seu grande artífice e impulsionador a figura ímpar do Papa João Paulo II e teve como tema: "Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1Pd 3, 15) Ao longo dos anos em que têm decorrido as JMJ, tem-se feito sentir alguma contestação e reservas e muitos ainda continuam a afirmar que tudo isto não passa de “fogo de vista” e que os jovens nada mais fazem do que turismo. Pessoalmente, não acredito que esta seja a regra, mas antes a excepção que, a existir, confirma a primeira. É usual dizer-se que os jovens são o futuro da Igreja – e, realmente, pela ordem natural da vida, hão-de ser eles os novos portadores da mensagem de Cristo, fazendo desta compromisso de acção, testemunho de vida e anúncio de conversão. Entretanto, para que este futuro aconteça, tem que se estar atento às oportunidades que o presente já oferece e entender que os objectivos necessários para tal só podem ser atingidos em cada comunidade cristã, onde cada jovem cristão está inserido. Li, há dias, numa breve nota sobre as JMJ, que estas são um testemunho público de fé que começa, na maior parte das vezes, numa caminhada pessoal de espiritualidade e oração, acabando por se tornarem (ou não) numa prova real à vitalidade das paróquias e das dioceses, pelo que o avaliar e o corrigir fazem parte deste percurso permanente. Na sua Mensagem, para esta XXIII JMJ, Bento XVI, a dado passo, dirigiu-se ao jovens nestes termos: “Muitos jovens reflectem sobre a sua vida com apreensão e formulam muitas interrogações. Preocupados, eles perguntam-se: como inserir-se num mundo assinalado por numerosas e graves injustiças e sofrimentos? Como reagir ao egoísmo e à violência, que por vezes parecem prevalecer? Como dar pleno sentido à vida?” Que estas e outras interrogações encontrem ecos e respostas no mais íntimo do coração de cada um dos participantes na XXIII JMJ, para que estes possam partilhar as suas experiências de vida e de fé com os que não puderam estar presentes e tornarem, pela acção do Espírito Santo e do seu testemunho, a Igreja, mais santa e santificadora.
Vítor Amorim

terça-feira, 15 de julho de 2008

A Nau Portugal

D. João Evangelista de Lima Vidal, Arcebispo-Bispo de Aveiro, descreveu, num belo "poema", o bota-abaixo da Nau Portugal, quando ela, ao entrar na ria, se inclinou para ali dormir um sono de morte aparente. Haveria de ressuscitar. Leiam em Galafanha.

O maior navio de sempre no Porto de Aveiro



Tive ontem à noite o privilégio de testemunhar um acontecimento histórico no Porto de Aveiro, entre algumas pessoas que vibram com as vitórias da maior infra-estrutura portuária da região centro de Portugal. Pela primeira vez na sua já longa vida de 200 anos, tantos quantos leva da abertura da Barra, o Porto de Aveiro acolheu o maior navio de sempre.
O “Beluga Intonation”, com os seus 166 metros de comprimento (170 com o quebra-gelo), demandou a zona portuária com uma carga de aerogeradores e outro material destinados à indústria de energia alternativa. Comandado pelo capitão Johan Marcel Buysse, o "Beluga Intonation" apresentou-se altaneiro, no domingo, na tranquilidade com que passou a barra, rumo a um descanso merecido, enquanto a carga seria, como foi, colocada no cais, graças ao esforço de três potentes gruas do próprio navio.
Na torre de comando, no 6.º andar, de onde se divisavam a área portuária, a ria e terras circunvizinhas, demarcadas pela iluminação de ruas e habitações, Carlos Oliveira, em representação da APA (Administração do Porto de Aveiro), apresentou cumprimentos ao comandante, sublinhando o significado da estadia do seu navio no nosso porto. Oferecendo-lhe como lembrança desta sua presença entre nós o livro “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim, editado no âmbito das comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, expressou a garantia da excelente operacionalidade do nosso porto.
Também o capitão Johan mostrou a sua satisfação pelo acolhimento que lhe foi prestado, bem como pelos bons serviços desenvolvidos pelos diversos operadores portuários. Os aerogeradores chegados a Aveiro vieram da Índia com destino a uma empresa sedeada em Vagos, para ali serem transformados. Posteriormente, uns serão exportados para os EUA e outros destinar-se-ão aos campos eólicos do nosso país.

FM

segunda-feira, 14 de julho de 2008

POBREZA EM PORTUGAL

"Trinta e cinco por cento dos pobres são pessoas que trabalham", garantiu Alfredo Bruto da Costa, presidente do Conselho Económico e Social, aos jornalistas, no final de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém. E logo adiantou, ao jeito de quem quer sugerir que se estudem respostas concretas, que "o problema não é aquilo que se faz" para resolver esta questão, mas "o que não se faz”. Bruto da Costa, conceituado especialista em matéria de pobreza, elaborou um estudo – “Um Olhar Sobre a Pobreza - Vulnerabilidade e Exclusão Social no Portugal Contemporâneo" – que já foi entregue ao Presidente da República, esperando-se agora que o Governo procure soluções adequadas. O trabalho de Bruto da Costa contraria a opinião generalizada que aceitava estarem os pobres, fundamentalmente, no grupo dos desempregados. Afinal, os estudos apontam para uma realidade diferente, o que denuncia, a priori, os baixíssimos salários dos nossos trabalhadores, talvez com as mais baixas qualificações. Bruto da Costa dirigiu um apelo à sociedade, para que “tenha mais acentuadamente o sentido dos limites. Os recursos não podem ser ilimitados e as famílias têm de ter noção do limite dos recursos. A isso chama-se solidariedade", frisou. Face a este estudo, recomenda-se a todos os portugueses que estejam atentos às análises que hão-se surgir, numa perspectiva de se encontrar um rumo certo e atento à realidade da pobreza que existe entre nós, sendo importante exercitar a solidariedade e o espírito de entreajuda.

Na Linha Da Utopia

VERÃO OLÍMPICO
1. O tempo de verão não se esgota meramente numa das quatro estações do calendário do ano. Verão, na riqueza cultural dos variados programas festivos e turísticos, quer ser oportunidade de apreciar a beleza natural que nos envolve, da Ria ao mar, da serra aos momentos de partilha festiva. Quebrar as rotinas do exigente e rigoroso trabalho ao longo do ano, fazer uma viagem ou caminhada por locais diferentes, respirar a maresia do relaxamento de quem contempla e aprecia, são “pausas” que também podem dar anos de vida mais saudável. Não será uma questão de ir para longe ou de muitas despesas; este cultivar da paz consigo mesmo, com os outros e a natureza, é realidade gratuita, é como que uma oferta da bondade do criador, esta uma leitura significativa que dá sentido à própria vida também na procura de alimentar com serenidade os relacionamentos humanos. Como Alguém diz, o sol põe-se todos os dias, cumpre-nos apreciá-lo! 2. Este verão para os portugueses parece que vai ser mais ecológico. Saber das dificuldades discernir as soluções também pode significar que, com o aumento desenfreado dos combustíveis e do consequentemente custo de vida, as opções podem-se nortear por apreciar caminhos diferentes daqueles que são as grandes viagens turísticas (ainda que estas, necessárias, também garantam a vida aos seus promotores)... Ir “para fora cá dentro” poderá proporcionar um reconhecer nos patrimónios de Portugal um bem que tantas vezes é por nós próprios desconhecido. O verão, assim, pode ser oportunidade privilegiada para reconhecer nos “caminhos de Portugal” (ainda que muito património por preservar), toda a riqueza que temos, natural como edificada em monumentos seculares, facto que, isso sim, pode contribuir para a nova consciência propiciadora para sermos um país sempre melhor acolhedor daqueles que visitam o nosso sol! 3. No mundo, estamos a breves semanas do início dos Jogos Olímpicos de Pequim. Durante um mês a China quer passar a imagem de simbólica capital do mundo. Os sacrifícios e investimentos foram feitos a pensar no novo “poder” hegemónico, onde, todavia, a problemática crua dos Direitos Humanos aparece como o permanente aguilhão; que o diga a “chama olímpica” na sua atribulada viagem rumo ao Olimpo chinês! Há atletas que dizem que correm de máscara devido à grande poluição; há tarjas e bandeiras já feitas para “libertar” o Tibete; mas há presidentes de nações que, após a ameaça de ausência na cerimónia de abertura, já confirmaram a sua presença. Sabemos como são as coisas: abertos os jogos, certamente recheados de alma e mitologia chinesas, a corrida vai ser pelas medalhas. Já agora e porque as coisas são assim mesmo, puxando a brasa…vamos ver se Portugal consegue fazer ouvir o hino em Pequim! Do mal o menos, sejam estas as notícias e não venham incêndios (o São Pedro tem ajudado!)! 4. A Linha da Utopia vai de férias. Também irá ver o mar e a serra; retomará fresca em inícios de Setembro!

PONTES DE ENCONTRO

CARROS ELÉCTRICOS: O INÍCIO DE UMA NOVA ERA?
No passado sábado, dia 5 de Julho, escrevi um texto com título “As energia renováveis e o futuro do homem”. A dado passo, dizia que “o sector dos transportes também sofrerá profundas alterações, não só com a introdução dos carros híbridos (…), mas, também, dos veículos eléctricos…”. Quatro dias depois, ou seja, no dia 9, o Governo português assina com o consórcio Nissan-Renault, um memorando de acordo sobre a introdução e comercialização, em larga escala, a partir dos anos de 2010-2011, de carros, totalmente eléctricos, em Portugal. Além de Portugal, este consórcio escolheu, igualmente, Israel e a Dinamarca, para o lançamento deste tipo de veículo, na medida em que considera estes três países na liderança e diversificação das fontes de energias renováveis e alternativas. Como portugueses, não podemos ficar indiferentes a esta escolha e só se espera que tudo quanto tem sido feito até aqui, em termos de energias renováveis, não só continue como haja um reforço, cada vez maior, nestas novas opções energéticas. Por outro lado, todas estas novas movimentações e apostas tecnológicas devem estar direccionadas no sentido do bem-estar de todos os cidadãos e na consciencialização de que podemos, definitivamente, estar a dar início a uma profunda alteração do paradigma energético e da estrutura social, a nível planetário, cujas consequências ainda estão longe de poderem ser projectadas e avaliadas com o rigor desejável. Não se pense, contudo, que este caminho (ou caminhos) não está isento de enormes dificuldades e desafios, muitos deles imprevistos, o que vai requerer muita vontade política, determinação, no sentido de buscar uma verdadeira ecologia de futuro sustentável e imaginação, para que todos possam usufruir do quanto positivo daqui for surgindo. Às entidades que vão liderar todo este processo de desenvolvimento e produção exige-se rigor e boa-fé, até porque, à partida, não existem soluções perfeitas e só com trabalho se pode ir corrigindo e ultrapassando o que estiver menos bem. Segundo as informações disponíveis, de momento, estes primeiros veículos eléctricos têm uma autonomia de 160 a 200 quilómetros e prevê-se uma redução de 70% nas emissões de dióxido de carbono, até 2050, por comparação com os níveis do ano de 2000. Estou certo que outros fabricantes, com outros aperfeiçoamentos e inovações, surgirão, entretanto, no mercado. O fabrico deste veículo será feito no Japão e, segundo os seus fabricantes, terá um preço “atractivo”, que pretende concorrer no segmento C dos automóveis ligeiros convencionais, tais como o Renault Mégane ou Volkswagen Golf. O modelo pode ser “reabastecido” de três formas: ligado, em casa, à corrente, numa ficha convencional (6 horas para o carregamento), carregar a bateria numa estação (o que pode demorar 25 a 30 minutos) ou trocar a bateria gasta por uma nova, operação que leva entre cinco a dez minutos. Tudo isto vai traduzir-se em enormes alterações nos hábitos dos cidadãos e do país e vai exigir que sejam criadas as infra-estruturas necessárias para a criação de uma ampla rede de estações de carga, para este tipo de veículos, a nível nacional, para além de um conjunto logístico e organizativo de apoio e manutenção. Há que lembrar que, já antes, surgiram outros modelos de carros eléctricos que, por razões desconhecidas ou obscuras, nunca obtiveram a autorização necessária para o seu fabrico e utilização em larga escala. Finalmente, este dossier, de dimensão internacional, ganhou pernas para andar, até porque, como dizia o Primeiro-Ministro, José Sócrates, durante a cerimónia da assinatura do memorando: “não podemos continuar passivos por muito mais tempo.” Costuma-se dizer que “o caminho faz-se caminhado”, pelo que há que o fazer, para se aprender a fazer melhor. E, sempre que necessário, aprender com os próprios erros e as dificuldades que surgem, para bem do futuro comum do homem e do planeta Terra.
Vítor Amorim

domingo, 13 de julho de 2008

NA LINHA DA UTOPIA

Nelson Mandela
1. O mundo celebra os 90 anos de Nelson Mandela (nasceu em Qunu, a 18 de Julho de 1918). Têm sido muitos os testemunhos eloquentes sobre esta personalidade que representa a luta pelos direitos cívico e sociais da África do Sul do séc. XX. Mais que o activismo antiapartheid de Mandela, que lhe custou décadas amarguradas, o destaque da sua vida orienta-se pela capacidade de entender os tempos políticos e o facto de não viver sentimentos de “vingança”, estes que poderiam ser uma atitude “justificada” de retaliação em relação ao tempo de cativeiro que sofreu. Nelson Mandela viveu 27 anos como prisioneiro, em que teve como número «46664», o actual nome numérico de uma organização de luta contra a sida em África, criada por si em 2003. O seu percurso de vida enaltece a capacidade de reconciliação acima de tudo, em que para o consolidar da democracia, como diz, «lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra» na África do Sul. 2. No ano de 1993 Mandela recebe o Prémio Nobel da Paz. Uma atribuição ao “fim” de uma vida de luta incansável pela dignidade da pessoa humana, patamar único que poderá garantir a paz social. O esforço de isenção, a valorização do que une em vez do que separa, a capacidade de viver o “tempo” da vida na esperança de um “amanhã” livre e melhor, efectivamente, fazem de Mandela um símbolo para as gerações da actualidade. A construção do seu projecto de vida exigiu uma resistência ilimitada: foi preso em 1962, escapou à pena de enforcamento, ficou no cativeiro em prisão perpétua. Insistia no grito: “lutem!” A conjuntura sócio-política foi-se abrindo até à sua libertação, pelo presidente Frederik de Klerk, em 1990, “momento” que nos lembramos de ver em directo da televisão (sem tudo compreender na altura). A “liberdade” e igual dignidade das gentes da África do Sul teve, na generosa vida de Mandela, um elevado preço que importa agora saber cuidadosamente preservar. 3. A actualidade, mesmo nas instabilidades da África do Sul e do próprio mundo, exige que não se perca a memória da história que precedente. É sempre um perigo o que se verifica nos tempos posteriores à conquista das liberdades. O alimentar da liberdade é tarefa que, todos os dias, precisa de ser realizada na formação, educação e cultura da responsabilidade pessoal e social. Apesar daquilo que é o mistério da vida, na essência sempre limitada em cada pessoa humana, é bom e importante apreciar os exemplos de grande humanismo que nos fizeram chegar até ao presente. Das pessoas vivas, Mandela talvez seja o último «humano gigante», ainda que também uma memória construída pela conjuntura de perseguição, é certo. Mas dele será importante aprender os valores da entrega, da bondade e da generosidade; sempre ao serviço dos outros. Seja esta a autêntica escola de vida para o séc. XXI!

BANCO ALIMENTAR DISTINGUIDO PELA GULBENKIAN

A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome foi distinguida, na categoria Beneficência, nos prémios da Fundação Gulbenkian. Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, considerou em declarações à agência Lusa que o Prémio Gulbenkian é um reconhecimento da actividade que tem sido feita de forma "estruturada e consistente" através da "mobilização colectiva". “É um motivo de grande alegria. É um reconhecimento muito importante e dá-nos uma responsabilização acrescida", afirmou Isabel Jonet, acrescentando que com este prémio o júri terá querido mostrar que os bancos alimentares são um "exemplo de mobilização colectiva", através de voluntariado, em torno de "um ideal comum e que devia ser seguido". O valor do prémio são 50 mil euros, destinados, segundo a Presidente ao investimento em melhoramentos dos bancos alimentares já existentes, à compra de equipamentos de refrigeração e em intervenções de higiene e segurança alimentar.
Fonte: Ecclesia

Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré - 2

Porque sei que os gafanhões, tanto os residentes na Gafanha como os que se encontram em qualquer parte do mundo, apreciam o trabalho do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, aqui lhes ofereço um "cheirinho" do Festival Nacional de Folclore, que ontem se realizou na nossa terra.

Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré


Um Quarto de Século ao Serviço da Cultura



Realizou-se ontem, na Gafanha da Nazaré, o XXV Festival de Folclore, com organização do Grupo Etnográfico da mesma cidade. Foi, também, o XI Festival Internacional. Na recepção aos grupos participantes, o fundador e presidente da direcção do Grupo anfitrião, Alfredo Ferreira da Silva, fiz questão de homenagear José Maria Marques, falecido há anos num acidente rodoviário, quando regressava a Portugal de uma actuação do Grupo Folclórico da Região do Vouga, de que era director, no estrangeiro. José Maria Marques, como foi recordado com oportunidade, foi quem ajudou o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) a dar os primeiros passos, na linha de rigor seguida pela Federação do Folclore Português, de que então era dirigente.