sábado, 28 de janeiro de 2006

Encontro Nacional "HERITY"

Encontro "Herity",
no Museu Nacional
de Etnologia
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A HERA-Associação para a Valorização e Promoção do Património, atenta às inovações na área da gestão do património e desenvolvimento do turismo cultural, vem por este meio divulgar o ENCONTRO NACIONAL "HERITY"- Gestão de Qualidade do Património Cultural.
O Encontro terá lugar no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, no dia 1 de Fevereiro.
Para mais informações, contactar a Hera, através de www.heraonline.org

PRIMEIRA ENCÍCLICA DO PAPA: Reacções e comentários

“DEUS É AMOR” “Deus caritas est” (Deus é amor) é a primeira encíclica do Papa Bento XVI, um teólogo há muito respeitado na Igreja, que agora vem mostrar aos cristãos e ao mundo o núcleo da fé católica.
O Papa procura apresentar uma “fórmula sintética da existência cristã”: Deus é amor e os cristãos acreditam nesse amor, fazendo dele a “opção fundamental” da sua vida.
O texto é estruturado em duas partes. A primeira, mais teórica, unifica os conceitos de Eros (amor entre homem e mulher) e Agape (a caridade, o amor que se doa ao outro); na segunda, centra-se na acção caritativa da Igreja, que apresenta como mais do que uma mera forma de “assistência social”, mas como uma parte essencial da sua natureza.
Esta encíclica é a primeira do Papa e, por isso, a mais aguardada. Todos esperavam ver nela uma espécie de “programa” de pontificado, e, de certa maneira, ele está presente nas linhas da “Deus caritas est”.
Como o próprio reconhece, “num mundo em que ao nome de Deus se associa, às vezes, a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência”, falar de Deus como amor “é uma mensagem de grande actualidade e de significado muito concreto”.
A encíclica parte de uma citação da I Carta de São João: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4,16). Para Bento XVI, começa aqui a desenhar-se o seu primeiro objectivo, devolver ao “amor” o seu esplendor original.
Hoje, como lembra o Papa, o amor é utilizado por tudo e por nada, o que faz com que, na maioria dos casos, estejamos na presença de caricaturas e não do verdadeiro amor. Por isso, defende no seu documento que é preciso regressar à origem, “ao amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros”.
O amor é apresentado como “uma única realidade, embora com distintas dimensões”, desde o apaixonado “eros” que, passando por um caminho de “purificação”, desemboca na “agape”, no amor que renuncia a si mesmo, em favor do outro.
Desde o início da encíclica, o Papa apresentou a relação entre homem e mulher como o “arquétipo” do amor. No número 6, explica-se que o ser humano passa “do amor indeterminado e ainda em fase de procura” para “a descoberta do outro” e que dessa evolução do amor faz parte que ele procure um “carácter definitivo”: “no sentido da exclusividade e no sentido de ser para sempre”.
(Para ler mais, clique Ecclesia)

Um poema do Patriarca Atenágoras

TEMPO NOVO ONDE TUDO É POSSÍVEL Consegui desarmar-me. Participei nesta guerra. Durante anos e anos. Foi terrível. Mas agora estou desarmado. Já não tenho medo de nada, porque “o amor afugenta o medo”. Estou desarmado da vontade de prevalecer, De me justificar à custa dos outros. Já não estou alerta, Zelosamente apegado às minhas riquezas. Acolho e partilho. Não me importam especialmente as minhas ideias, os meus projectos. Se me propõem outros melhores, aceito-os de bom grado. Quer dizer, não os melhores, mas os bons. Bem sabem, renunciei ao comparativo… O que é bom, verdadeiro, real, esteja onde estiver, É o melhor para mim. Por isso já não tenho medo. Quando nada se possui, já não se sente medo. “Quem nos separará do amor de Cristo?” Mas, se nos desarmarmos, se nos despojarmos, Se nos abrirmos ao Deus homem que renova todas as coisas, Então é Ele que apaga o passado mau E nos devolve um tempo novo, Onde tudo é possível. ---- Patriarca Atenágoras Atenágoras I foi Patriarca de Constantinopla de 1948 a 1972 e, portanto, o maior representante da Igreja Ortodoxa. Aristokles Spyrou (nome de baptismo) nasceu em 1886, em Epiro (Grécia), e morreu em Istambul (Turquia) em Julho de 1972. O Papa Paulo VI e o Patriarca de Constantinopla encontraram-se três vezes (no Vaticano, no decorrer do Concílio; em Jerusalém; e durante a viagem papal a Istambul, Éfeso e Esmirna), lançando as bases para um entendimento entre a Igreja Católica e a Ortodoxa, separadas desde 1054. Fonte: Correio do Vouga

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Picasa REDE DE SERVIÇO SOLIDÁRIO,
UM BEM A NÃO DESVIRTUAR Os números dizem muito pouco, quando comparados com a realidade que se vive por esse país fora. Refiro-me à rede extraordinária das instituições particulares de solidariedade social que actuam nas diversas comunidades, possibilitando respostas sociais, necessárias e urgentes, que o Estado nunca, por si só, poderia dar, com igual dedicação e os mesmos gastos. É uma reflexão, a que os cidadãos sem preconceitos, têm de se habituar: verificar que há soluções para muitos problemas das pessoas no campo social, agora só falamos neste, que as instituições particulares, dentro das regras e das normais exigências, fazem melhor e mais economicamente que os serviços do Estado. Alguns, que não abdicam do ideal do estado providência e permanecem nostálgicos de um estado colectivista centralizador, irmãos gémeos de há muito falidos, continuam a lutar contras as instituições particulares, distorcendo conceitos e dados, como se a vida em democracia fosse de sentido único ou apenas calibrada pela visão estrábica de pessoas e de grupos, mais barulhentos e teimosos para os quais há sempre púlpito aberto Quando se fala do contributo financeiro a estas instituições para realizarem uma missão que é da responsabilidade do Estado, pois é ele que arrecada os impostos para obviar às necessidades gerais dos cidadãos e às exigências normais do bem comum, soltam-se gritos indignados, como se se tratasse de sanguessugas a chupar, para proveito próprio ou só de alguns, o dinheiro de todos. Procurem saber, se o conseguirem, quanto gasta o Estado com as poucas instituições de solidariedade que ainda teima em manter sob a sua direcção e comparem com o que recebem, com igual número de beneficiados, as instituições particulares. Depois, falem, porque o facto dá argumento que chegue e sobre para tal. Neste e noutros campos. As instituições de solidariedade são, no seu conjunto, o maior empregador, mormente em concelhos sem indústria significativa. E são o maior benfeitor das pessoas socialmente mais carecidas, em virtude das condições de trabalho de muitos casais com filhos e pais dependentes, da do crescente número de idosos, das muitas formas de exclusão social, da atenção qualificada a grupos sociais mais vulneráveis, da possibilidade de ocupar e de tirar da rua muitas crianças, cujos pais estão presos a rigorosos horários de trabalho. Quando se visita uma zona que tinha há uma dúzia de anos duas ou três instituições de solidariedade e hoje as tem em todas as freguesias do concelho, sejam elas da iniciativa da Igreja ou de cidadãos voluntários que se associaram para o efeito, então se vê a diferença, em número e qualidade, das respostas sociais que foi possível implementar para problemas que já existiam e iam apodrecendo aos poucos. Os governantes, em momentos festivos, que controlam ao milímetro até no dizer da placa de inauguração ou de simples visita, vêm ver, embora sempre à pressa. Desfazem-se, depois, em elogios simpáticos, porque nunca imaginaram que numa aldeia escondida, se pudesse fazer tanto bem e com tanto amor e dedicação. Raramente, porém, isto chega para dar outra orientação às leis e outro sentido à administração dos dinheiros públicos e até outro teor da comunicação oficial que mais pretende fazer passar a ideia de um favor que se faz às pessoas e instituições, que de um dever que se cumpre e nem sempre bem, nem atempadamente. Agora, entram as Câmaras no concerto. Vale a pena reflectir sobre a colaboração pedida e o espírito que parece animar a mesma. As instituições não são políticas, nem pode ser político o serviço social a quem dele precisa. Saberá isto a gente da capital?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

A LIÇÃO DE MÁRIO SOARES

EXEMPLO PARA TANTOS IDOSOS QUE VIVEM
À ESPERA DA MORTE Quando Mário Soares se candidatou a um terceiro mandato para Presidente da República, por razões que não importa sublinhar nesta hora, logo houve quem lembrasse a sua provecta idade. Para esses contestatários, a partir de uns tantos anos de vida, a pessoa tem de se remeter ao silêncio, aos bancos dos jardins, a um nada fazer. No fundo, a uma vida sem sentido, que mais não é do que um projecto de morte lenta. Ora o antigo Presidente da República veio mostrar que os velhos são gente com ideias e com capacidade para liderar projectos para um País. São gente com dinamismo e com alma enriquecida pela experiência da vida e pela cultura que conseguiu amealhar ao longo dos anos. São gente que tem muito para dar, precisamente numa altura em que tantos, por egoísmo, se fecham na sua concha. Mário Soares veio dizer com o seu exemplo que, com os 81 anos que já viveu, ainda está à altura de abordar, com opinião própria, qualquer assunto, das mais diversas áreas, sendo escutado, por isso, nos grandes areópagos internacionais. E já avisou que, depois de descansar uns tempos, vai voltar à liça, porque muito terá que dizer às novas gerações, quantas vezes cheias de nada. Lembro hoje e aqui o seu exemplo pela simples razão de que não gosto de ver tanta gente muito mais nova do que ele simplesmente à espera da morte. São cadáveres adiados que nada fazem de útil à sociedade, quando há tantos à espera de mão amiga para saírem da solidão e para regressarem à vida. Mário Soares veio dar-nos o testemunho de que é preciso, é mesmo urgente, que todos façamos mais qualquer coisa, para além das caminhadas pelos jardins (também importantes, diga-se de passagem), dos aborrecidos programas televisivos, das sestas nos sofás, do olhar mortiço fixado em horizontes de sonhos irrealizáveis. Fernando Martins

AS ELEIÇÕES DO ÚLTIMO DOMINGO

CAVACO SILVA VAI SER O NOVO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA Em poucos meses, os portugueses foram chamados a votar três vezes: para as legislativas, de onde saiu o Governo; para as autárquicas, de onde saíram os representantes do povo para o poder local; e para as presidenciais, tendo sido eleito, pela primeira vez na segunda república, um candidato do centro-direita, precisamente o Prof. Cavaco Silva. Durante a campanha cometeram-se excessos indesculpáveis para candidatos à mais alta magistratura da Nação. Sabemos que foi o calor da luta que os levou a isso, mas pensamos que uma linguagem mais serena e mais delicada ficaria bem, como exemplo a seguir no futuro, em todas os actos eleitorais. Bonito foi o que ouvi, via telefone, de um amigo ligado à campanha de um candidato que não conseguiu ser eleito, após a apresentação pública dos resultados: ganhou o Prof. Cavaco Silva e o cargo fica bem entregue, disse-me ele. É um democrata, um homem honesto, um conhecedor dos meandros do poder, tem capacidade de liderança, sabe estabelecer consensos, sabe o que se espera de um Presidente da República. Não foi o meu candidato, mas aceito a escolha dos portugueses, concluiu o meu interlocutor. Quem uma semana antes nem queria acreditar na vitória do Prof. Cavaco Silva, que seria, em seu entender e no entender de muitos, um descalabro para a democracia, na hora da derrota do seu candidato soube reconhecer que o pretendente à cadeira presidencial mais contestado e atacado, como foi o antigo primeiro-ministro, é, afinal, um homem à altura do alto cargo que assumirá em pleno no dia 9 de Março. Temos de convir que no calor das lutas político-partidárias nem sempre somos comedidos e só vemos o mal no adversário, que não é, nem pode ser, um inimigo a abater. Penso até que nas últimas eleições presidenciais, outro que fosse o eleito, saberia estar à altura do Portugal de hoje e de todos os portugueses, sobretudo dos mais feridos da vida. Mesmo sem governar, que não é esse o papel do Presidente da República, o Prof. Cavaco Silva saberá lembrar, no diálogo frequente e atento com o Governo, que o nosso País não pode continuar no grupo dos mais pobres e atrasados da União Europeia. Urge, pois, que Governo, Presidente da República, deputados, partidos, sindicatos, trabalhadores e empresários saibam dar as mãos neste momento crucial da nossa história, para se tirar Portugal do fosso em que se encontra há muito. São estes os meus votos. Fernando Martins

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Um artigo de Céu Neves, no DN

184 mil imigrantes candidatos à autorização de residência
Alexsandro, Luís e Mihai vieram para Portugal para ficar. Exercem profissões menos qualificadas que no seu país e perderam dias em filas para se legalizarem, mas têm emprego e um ordenado mais elevado. Eles estiveram entre os primeiros imigrantes a substituírem o título de permanência pelo de autorização de residência - um processo que ontem se iniciou e que se espera vir a envolver mais 184 mil imigrantes.
Aqueles imigrantes fazem parte da segunda vaga que chegou a Portugal em finais do século XX, na maioria brasileiros e cidadãos do Leste europeu. Obtiveram uma autorização de permanência (AP) de um ano, no âmbito do processo de legalização (Decreto-Lei n.º 244/98) que decorreu entre 22 de Janeiro e 30 de Novembro de 2001. Foram regularizados 183 833 estrangeiros, 126 901 dos quais logo no primeiro ano."Fui o 14.º a conseguir a AP", conta Alexsandro Pimentel, brasileiro do Paraná, 27 anos, pintor da construção civil, ex-montador de sistemas hidroeléctricos.
Veio para Portugal em 2000 e o filho e a mulher, doméstica, vieram um ano depois. O rapaz, de oito anos, regressou ao Brasil. "Saíamos muito cedo para o trabalho e ele ficava na escola. Agora tem os avós e os primos", justifica.
(Para ler mais, clique aqui)

BENTO XVI, UM PAPA PROFESSOR

Expectativa marca
publicação da primeira
encíclica de Bento XVI
No dia 19 de Abril de 2005, ao final da tarde, os Cardeais eleitores escolhiam o Cardeal Joseph Ratzinger para suceder a João Paulo II. A eleição gerou uma onda de desconfiança perante a herança de um pontificado excepcional, de 26 anos e meio, num mundo em mudança, com desafios específicos em cada continente: desde a pobreza e as desigualdades sociais à secularização e indiferença religiosa, passando pelo diálogo com as outras religiões e o relativismo moral.
Quando, há quase 27 anos, foi apresentado ao mundo o Cardeal Karol Wojtyla houve uma espécie de atordoamento geral; há nove meses, pelo contrário, todos sabiam (ou julgavam saber) quem era aquele homem que surgia vestido de branco."Deus Caritas est", com publicação anunciada pelo Papa, para 25 de Janeiro, fala do conceito do amor nas suas diversas dimensões.
À primeira vista, parece que estaremos na presença de um texto eminentemente doutrinal, mas é admissível esperar que a primeira encíclica retome, pelo menos, algumas das ideias do primeiro discurso de Bento XVI, após a sua eleição, na Capela Sixtina.Nesse dia, o Papa comprometeu-se a dar continuidade à dinâmica gerada pelo II Concílio do Vaticano, que abriu a Igreja ao mundo, nos passos do seu predecessor, João Paulo II, que "deixou uma Igreja mais corajosa, mais livre, mais jovem".
O Papa considera, desde então, que a reconciliação entre os cristãos é o seu "compromisso primário" ao qual prometeu entregar-se "sem poupar energias". A luta contra a "ditadura do relativismo" tem sido a bandeira destes meses, nos quais o Papa se adaptou à missão de ser o líder de mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo. A crescente globali-zação abre problemas novos, na relação com o mundo e na definição da Igreja: colegialidade, prática litúrgica, ministério da presidência, questões éticas, doutrina social, pastoral familiar, produção teológica, tudo o que se conseguir pensar sobre as comunidades eclesiais.
Os constantes conflitos internacionais e as desigualdades no campo socio-económico são ainda outro desafio, depois de João Paulo II ter feito da Igreja uma referência moral nesse campo, mesmo em países não católicos. A Igreja de amanhã, porque é nela que falamos, não será fechada em si mesma numa defesa auto-apologética ou na restauração de um velho confessionalismo - mesmo se era isso que muitos esperavam de Joseph Ratzinger.Linguagem simples e ricaAo assumir o seu ministério, Bento XVI afirmou que a sua missão "é a de fazer resplandecer diante dos homens e mulheres de hoje a luz de Cristo: não a sua própria luz, mas a de Cristo".
Como um professor, o Papa apresenta, desde o início do pontificado, uma abordagem menos "dogmática" aos diversos assuntos, procurando uma linguagem que seja compreendida por uma audiência maior - o mundo. Bento XVI convida, sem cessar, indivíduos e sociedades a mudar a sua relação com Deus, que muitas vezes é de indiferença e de confronto.As suas catequeses nas audiências gerais das quartas-feiras, com um impacto mediático relativamente reduzido, têm procurado mostrar um Deus próximo da humanidade, que não se esconde "atrás de uma nuvem impenetrável de mistério". A explicação, para um cristão, é simples: Deus mostrou-se aos homens e fala com eles, em Jesus Cristo, para guiar as suas vidas.No já referido discurso da Capela Sixtina, Bento XVI propusera-se "prosseguir, unicamente preocupado em proclamar ao mundo inteiro a presença viva de Cristo".A existência de vidas sem espaço para Deus, nem para grandes ideias, preocupa verdadeiramente o Papa que não concebe a vida sem abertura à transcendência. Quando as portas do coração se fecham, não há nenhum lugar por onde Deus possa entrar, porque homens e mulheres dos nossos dias pensam "que não têm necessidade de Deus e não o querem".
O tema da primeira encíclica do pontificado enquadra-se neste conjunto reflexivo e já tinha ficado claro, no passado Verão, quando Bento XVI se encontrou com um grupo de padres em Vale de Aosta, onde passava férias. "Nós acreditamos em Deus, mas que Deus? Um Deus com rosto, com rosto humano, que reconcilia, que supera o ódio e nos dá o poder da paz, que mais ninguém pode dar", disse.Qual é, então, o objectivo dos que lideram a Igreja? "Devemos fazer as pessoas perceber que o Cristianismo é, na verdade, muito simples e, por isso, muito rico", responde o Papa.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

POSTAL ILUSTRADO

FIGUEIRA DA FOZ:
TORRE DO RELÓGIO,
NA PRAIA
Quem visita a Figueira da Foz sente-se logo atraído para as extensas praias que tornam mais famosa este bonita cidade. E num areal bastante frequentado, lá está a Torre do Relógio para indicar aos veraneantes a hora do banho.

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

ACTIVIDADE CINEMATOGRÁFICA
EM PORTUGAL
A venda, em data recente, do catálogo de 90 filmes portugueses da Madragoa Filme ao grupo PT (Lusomundo), terá sido uma surpresa para muito cinéfilos. Em Portugal, apesar de tudo, vão sendo produzidos alguns filmes. Por que será então que se mantém o seu divórcio com o público?Os filmes produzidos, salvo raras excepções, só se tornam possíveis através de uma significativa comparticipação estatal, através do ICAM. E como tal participação é limitada e os cineastas são muitos, dificilmente haverá quem disponha de tal apoio com a necessária frequência para conseguir exercer o cinema como actividade profissional regular.
Há excepções, é certo, de que Manoel de Oliveira é a mais evidente, mas para a generalidade dos concorrentes ganhar um concurso de atribuição de um subsídio do ICAM não é fácil, e muitas vezes nem é barato para quem concorre sem garantia de vitória. Há que entregar todo o projecto, argumento redigido ou já planificado, desenvolver múltiplos contactos, comprovar situação perante o fisco, etc., etc. Entregue o projecto, depois se verá.
Para vencer tais limitações é frequente o mesmo projecto ser apresentado ano após ano, burilando defeitos, alterando o título ou refundindo boa parte do conteúdo. Mas os resultados, em termos de continuidade de trabalho, não são ideais.Vejamos um exemplo.
Acaba de estrear "Lavado em Lágrimas" de Rosa Coutinho Cabral. Desde há muito ligada ao cinema esta cineasta realizou "Serenidade", sua primeira obra, em 1989. Não foi um êxito, mas era um trabalho promissor. Só cinco anos depois correu em sala e passou por três vezes na RTP. Em 1996 voltou a poder realizar, mas apenas um documentário de 60 minutos, "Cães sem Coleira", esperando depois mais dez anos para ver estrear "Lavado em Lágrimas", em que trabalhou nos tempos mais recentes. Daqui se vê como a falta de treino não poderá deixar de afectar o resultado de cada filme produzido.Francisco Perestrello

Um artigo de António Rego

A cidade silenciosa
A cidade não é um ser vago e abstracto. "É um chão, um pulmão que respira…" no dizer do poeta. Mais que um sítio, um centro, uma capital. É lugar donde viemos, o símbolo do que fomos, a imagem do que somos, a praça do que nos pertence. Onde queremos harmonia e humanidade, verde, tecto, palácio, pão e justiça. E afecto.
Como lugar fraterno de respiração para todos.A celebração de S. Vicente, aproximou de novo Lisboa da sua história, cultura e evangelização. O Cardeal Patriarca no seu dizer profético, poético e profundo, enquadrou de novo Lisboa na história comum do que somos, crentes ou não, inserindo a cultura como elo do passado, do presente e convergência das nossas diferenças. E tal como afirmou perante a Autarquia em pleno Congresso da Nova Evangelização,"não é objectivo da Igreja dominar a cidade mas huma-nizar a cidade… A humanização é obra de cultura, pois só esta garante os valores fundamentais que inspiram a construção da comunidade…"
E foram particularmente lembrados os cidadãos silenciosos: "os doentes, os solitários, os pobres, os desempregados, os sem abrigo, os presos…"Neste momento, com a eleição de um novo Presidente da República a cidade é o símbolo dum país que se abre de novo à aventura e ao desafio do recomeço, do bem e da paz para todos, dos direitos de cidadania e liberdade, da consciência que somos uma pátria alargada pelos emigrantes que por longe andam e pelos imigrantes que se aconchegam ao nosso rectângulo.
Num tempo com proclamação talvez excessiva da crise e perplexidade, dos horizontes sem nitidez, dos valores sem solidez e de vazios sem promessa importa descobrir e inventar novos sinais para além das evidências mais esmagadoras. Estamos numa cidade em construção.
E os cristãos, no dizer do Patriarca de Lisboa, têm pela oração, acesso à profundidade do ser. E assim se libertam do impossível na construção da cidade, casa comum.

domingo, 22 de janeiro de 2006

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

A verdadeira mudança
Vidas mornas, sem sentido nem compromisso, são vidas que não satisfazem, porque têm objectivos curtos; o Homem sonha e compromete-se.
São pois, inadmissíveis na sociedade, os que não tomam posições, os que se deixam arrastar, os que não admitem pensar e decidir por si; e, os que não sonham, correm o risco de não avançar e de impedir outros de abrir e percorrer horizontes grandes e elevados.
Quando Jesus passou por um grupo de homens de trabalho, comprometidos com a família e com a construção honesta da sociedade, pelo seu trabalho, suscitou outro estilo de vida; provocou a mudança; e eles logo deixaram os barcos e as redes e aceitaram construir, com o Mestre, um mundo diferente.
Aderir a Jesus Cristo e à Sua Palavra, é aceitar outra vida; é querer sair do quente-morno que só cria e alimenta a preguiça; cria dependentes e gera pobrezas de toda a ordem.
Há por aí quem queira subir, arriscando? Há por aí quem aceite a coragem de deixar para, mais livre e leve, poder dar, dar-se e ficar mais rico? Só quem dá é que recebe; só quem faz caminho de subir é que desfruta paisagens.
O tempo não é tudo, mas é muito importante, apesar de breve e fugaz.
Vivê-lo com densidade, compromisso e sonho evangélico, é pô-lo na verdadeira dimensão; é aceitar mudar, com coragem e, com o Mestre, construir mundos de Felicidade.
:: In "Diálogo", 1058 - III DOMINGO COMUM - Ano B

TERTÚLIAS DE DANÇA NO AVEIRENSE

TERTÚLIAS DE DANÇA ANIMAM ÚLTIMAS SEXTAS-FEIRAS DE CADA MÊS
Nas últimas sextas-feiras de cada mês, vai decorrer o projecto “DANÇA FORA DE HORAS”. Trata-se de uma tertúlia sobre dança que terá lugar, entre as 23 e as 23.30 horas, no Bar/Café do Teatro Aveirense, que mais não é do que um encontro entre intérpretes, criadores portugueses de dança contemporânea e público em geral.
Os interessados por esta forma de arte só têm que aparecer.

Um poema de Fernando Echevarría

Cada dia nos dê o nosso pão e comê-lo nos abra aquela casa de inteligência e coração onde sentar-se é mesa rasa de ver quantos não estão sentados nessa casa. E comer se ilumina, e abre-se portão, ou qualquer coisa de brasa entra no movimento e na palavra, como se cada gesto e cada som fosse uma leitura que se abra dentro da história de não haver senão a de estarmos à mesa da palavra, transparentes, à luz de se partir o pão.

IPSS PODEM CANDIDATAR-SE

Prémio Cidadania das Empresas e Organizações
Este prémio pretende reconhecer as empresas e ONG’s mais bem sucedidas na aplicação das suas políticas de responsabilidade social, nas componentes: económica, social e ambiental, simultaneamente. Premiar as ONG’s, mais do que reconhecer o seu empenho na aplicação de medidas efectivas, pretende ajudar na melhoria de implementação das mesmas.
Entenda-se por cidadania empresarial e organizacional, o exercício de um vasto conjunto de direitos e deveres que visam possibilitar aos vários stakeholders o seu pleno desenvolvimento através do alcance de uma igual dignidade social e económica, respeitando o ambiente.
A atribuição do prémio será feita através da avaliação de um questionário, desenvolvido com o apoio metodológico da SAM, a preencher pelas empresas e pelas ONG’s. Este questionário e a ficha de inscrição estão disponíveis no endereço http://www.premiocidadania.com/. Para esclarecerimento de dúvidas, deve utilizar o e-mail premiocidadania@pt.pwc.com
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(Para saber mais, clique SOLIDARIEDADE)

PINTURA DE VIEIRA DA SILVA

Biblioteca
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A OBRA DE VIEIRA DA SILVA ASSUMIU, DESDE CEDO,
CAMINHOS DE MODERNIDADE
A pintora Maria Helena Vieira da Silva nasceu em Lisboa em 1908 e faleceu em Paris em 1992. Orientada desde a infância para as Belas-Artes, começou a receber, em 1922, lições de pintura de Armando Lucena. Seguiu para Paris em 1927, onde estudos pintura, escultura e gravura com grandes mestres. Casou em 1930 com o pintor húngaro Arpad Szénes, tendo adquirido em 1956 a nacionalidade francesa. A sua obra, alicerçada culturalmente nas mais profundas raízes da pintura europeia, assume os caminhos de uma modernidade autêntica. Clique em
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Vieira da Silva
com seu marido Arpad Szénes

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

EM CADA FIRMAMENTO BRILHA UM ARCO-ÍRIS? Caríssimo/a: As últimas gotas do Arco-íris fizeram surgir, à minha frente, as figuras erráticas dos “pobrezinhos” que, vindos não sabíamos nós donde, palmilhavam os nossos caminhos. Andavam aos ranchos e a esmola era pedida ‘pelas alminhas de quem lá tem’ num chorrilho de rezas de que só entendíamos ‘painossoquestaisnocéu…amenjazusmariazé…’.Por vezes, aparecia um ou outro isolado, normalmente, os mais idosos que nos deliciavam com os seus vaticínios. (Mas isso são outras conversas…)
Ora, por trás destes quadros lá estão os problemas da Ria que é mãe e madrasta.
Quando é mãe, viva a alegria!...
Quando madrasta, vira a desgraça!
Como ligeira amostra, aí ficam as notícias de revoltas populares ali para os lados da Murtosa: uma em 1785 e que levou à transferência do mercado do peixe de Veiros para o largo de S. Lourenço de Pardelhas; outra em Abril de 1913, o levantamento do povo por causa da pesca e da apanha do moliço.Tenho aqui uma carta que é como que um lampejo desta última.
:
“D.:
Cá soube que o povo se tinha aí levantado por causa da pesca e do moliço e que tem aí estado tudo cheio de tropa. Até já sei mesmo que há gente ferida e que a tropa tem feito descargas. Sempre é verdade a casa do Silva estar cercada pela tropa por causa do povo? Isso acho que não está por aí nada bom. Não sei no que isso dará. Ainda lá os senhores da Governa são capazes de dizer que os culpados são os padres! Conta-me isso pelo miúdo e como souberes que se passam as coisas, porque aqui sabe-se alguma coisa mas muito pouco. Que diz lá o mestre João a estas coisas? Isto é uma desgraça; o povo tem fome depois, meu amigo, é isto que se está vendo. De quem é a padaria que o povo assaltou e comeu o trigo todo? Quem é o arrais Torreira que foi preso? Tomem por aí cautela e não se metam nessas coisas que pode ser perigoso. As mulheres, se eles não deixarem fazer praça, que não vão lá porque podem apanhar alguma pelo lombo. Sem mais, teu irmão P. Porto, 24-4-13”
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E por hoje, viva a alegria!
Manuel

EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS COM NOVO "SITE"

Edifícios e monumentos com novo "site" Os edifícios e monumentos nacionais vão passar a ter um novo "site" na Internet, onde o público poderá fazer uma pesquisa mais alargada e obter respostas mais simples e exactas sobre o património
: O "site" actual, disponível através do endereço www.monumentos.pt, possui cerca de 250 mil imagens e recebe 70 mil acessos por dia, revelou em entrevista à Agência Lusa o responsável pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).
Vasco Martins Costa considera, no entanto, que as potencialidades do "site" são ainda desconhecidas de muitos investigadores e estudantes que necessitam destes dados para o seu trabalho. A Direcção-Geral tem-se empenhado nos últimos anos a divulgar o IPA - Inventário do Património Arquitectónico, um sistema de informação interactivo desenvolvido na década de 90 que conjuga as fontes documentais e a investigação nas áreas da História, Engenharia, Urbanismo e do comportamento das patologias dos materiais.
:
Fonte: RR

UM OLHAR DE ESPERANÇA

Preparando a Semana
Social Nacional de 2006
A reflexão lançada pela Igreja católica sobre a realidade do emprego no nosso país, que culminará com a realização da Semana Social de 2006, pretende apresentar um discurso de esperança. Isso mesmo foi explicado à Agência ECCLESIA por Manuel Porto, presidente da Comissão Coordenadora Nacional das Semanas Sociais.“A intenção de fundo é apresentar uma perspectiva positiva, junto de estruturas sociais, empresariais e sindicais”, assegura. Nesse sentido, está a ser enviada uma carta a essas entidades, procurando encontrar casos de sucesso.
O fenómeno sempre presente do desemprego deve ser analisado, segundo Manuel Porto, desde as várias razões que o favorecem, “desde o progresso tecnológico ao modelo social que se implementa em determinado país”. Para este responsável, é fundamental a existência de uma “protecção sem rigidez”, defendendo os interesses de quem trabalha e apoiando quem está desempregado.
“A Igreja sempre defendeu que o Estado deve intervir, mas é necessário que as pessoas possam exprimir a sua iniciativa”, lembra. Assim, a Semana Social quer frisar que “a criação de emprego depende de cada um de nós” e irá apresentar “iniciativas criadoras de emprego em várias áreas”.
O Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, Jacques Delors, António Guterres, Vítor Constâncio e vários outros governantes e ex-governantes do nosso país estarão entre os convidados.Sob o tema “Uma sociedade criadora de emprego”, a iniciativa da Comissão Episcopal do Laicado e Família da CEP pretende mobilizar as dioceses e as organizações eclesiais e sociais em torno de uma questão chave para o desenvolvimento e o bem-estar do país.
Manuel Porto sublinha que estas são jornadas para “desassossegar as consciências”, recordando às pessoas que “têm a obrigação de tomar iniciativas”.
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(Para conhecer programa, clique aqui)

sábado, 21 de janeiro de 2006

CASA DO FUTURO

"A Energia na Casa do Futuro"
A Associação AveiroDomus está desde Dezembro a promover workhops temáticos nas áreas da Construção, Energia, Reabilitação, Materiais, Domótica e Reciclagem.
A AveiroDOMUS é uma Associação sem fins lucrativos, constituída por um conjunto de empresas com diferentes valências no meta-sector do habitat e pela Universidade de Aveiro, que está a desenvolver o InovaDomus – Projecto Casa do Futuro, cujo objectivo é a projecção de uma Habitação Futurista. Este projecto visa criar as condições para que as empresas e a Universidade desenvolvam, em parceria, produtos e soluções inovadoras e futuristas que conduzam à preparação do “Caderno de Encargos” para a construção da primeira versão da Casa do Futuro. Futuramente, estes cadernos de encargos servirão para concretizar a construção da Casa do Futuro.
(Pode ler mais em JN)

Um artigo de Sofia Jesus, no DN

Vaticano sai em defesa de Darwin
A "concepção inteligente" do mundo - que coloca em causa a teoria de Darwin- não é ciência e, por isso, não deve ser ensinada nas escolas, a par do evolucionismo. O argumento, defendido por muitos cientistas, aparece agora onde menos se esperava no L'Osservatore Romano - o jornal oficial do Vaticano. O artigo que promete relançar a polémica - instalada sobretudo nos EUA - foi publicado na terça-feira, no periódico de Roma.
De acordo com o autor, o padre Fiorenzo Facchini, professor de antropologia da Universidade de Bolonha, Itália, o ensino desta "concepção inteligente", lado a lado com a teoria da evolução, pode gerar confusão.
Recorde-se que, segundo a teoria de Charles Darwin, as espécies evoluem através da selecção natural os seres mais capacitados passam as suas características à geração seguinte, cruzando-as com as do seu parceiro sexual.
Por sua vez, os defensores da "concepção inteligente" - uma corrente muito próxima do criacionismo - consideram que a vida na Terra é demasiado complexa para poder ser explicada nestes termos e, por isso, pressupõe necessariamente a existência de uma inteligência consciente, superior.
O que a Igreja Católica insiste, esclarece Fiorenzo Facchini, é que a emergência do ser humano supõe um acto de Deus e que a vertente espiritual do homem não pode ser vista como um mero produto do processo da evolução natural. Mas este "salto ontológico" não tem que colidir com a visão darwinista.
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

Ricos mais ricos, pobres mais pobres
Apropaganda anticapitalista andou décadas a proclamar que os ricos estavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Era a versão popular da previsão marxista de um crescente empobrecimento das massas trabalhadoras. Ao longo do século XX, até por volta de 1970, aconteceu precisamente o contrário. Nos Estados Unidos, e depois noutros países desenvolvidos, a larga maioria dos proletários ascendeu à classe média. Passou a ter casa, carro e electrodomésticos.
O salário médio real (descontando a inflação) dos trabalhadores americanos mais do que duplicou nas três décadas seguintes à Segunda Guerra Mundial. A parcela do capital no rendimento nacional americano baixou, subindo a parte do trabalho. Sem ter eliminado a pobreza (longe disso), o capitalismo industrial reduziu os pobres a uma minoria.
Mas a tendência para a democratização económica inverteu-se desde há trinta e tal anos. Importa reparar no que se passa nos EUA porque a tendência vai sentir-se - já se sente - noutras paragens, incluindo Portugal.
O crescimento da economia americana não se tem reflectido na melhoria do rendimento da maioria das famílias, que quase deixou de subir, apesar dos enormes ganhos de produtividade (ganhos que, infelizmente, não se registaram em Portugal). Em 2000 esse rendimento chegou mesmo a baixar, coisa inédita desde a depressão dos anos 30. Os salários dos operários estagnaram, enquanto certos profissionais (advogados, médicos, gestores, etc.) passaram a ganhar somas fabulosas. As desigualdades voltaram em força. Porquê?
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(Para ler todo o artigo clique DN)

OBRAS NA PONTE DA BARRA

Ponte da Barra
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O auto de consignação da requalificação da Ponte da Barra, obra há muito esperada, será assinado em Fevereiro.
A intervenção, avaliada em cerca de dez milhões de euros, tem um prazo de execução de dois anos.
A requalificação contempla a reabilitação da estrutura, bem como criará melhores condições de circulação e de segurança para peões e ciclistas.

Um artigo de Laurinda Alves, no Correio do Vouga

Falar
em público
O sistema de ensino português tem lacunas graves e não são apenas aquelas que nos habituámos a enunciar. Todos sabemos que a Matemática e a Língua Portuguesa são dois quebra-cabeças complicados e que os programas são excessivamente extensos ou demasiado condensados.
O meio-termo não existe e nem sempre o bom-senso impera, porque existem muitas condicionantes dentro e fora das escolas. Acontece que, para além das dificuldades clássicas do sistema, existem alguns vazios por preencher; e um deles é seguramente o da comunicação. Explico melhor.
Não existe nas salas de aula um espaço exclusivamente dedicado à troca de ideias, ao ensaio do debate ou ao treino da argumentação; e também não existe nas escolas portuguesas um tempo unicamente dedicado ao exercício da polémica.Ao contrário do que é comum nas escolas inglesa, francesa e alemã (para dar apenas três exemplos próximos), onde há disciplinas de recitation, treino e improviso retórico, o sistema escolar português não aposta na capacidade de comunicação dos seus alunos.
Ora uma criança ou um adolescente que não aprende a falar em público, que não está habituado a expor as suas ideias perante os outros, que não treina a sua capacidade de argumentação, que não é estimulado no diálogo e é permanentemente poupado ao confronto verbal, é alguém que corre o risco de ficar para sempre amputado de uma faculdade essencial.
Saber comunicar não é um dom de poucos, mas antes um direito e um dever de todos.
Aprender a falar em público, seja perante a turma na sala de aulas ou numa plateia de especialistas, é fundamental, pois não basta ter boas ideias, é preciso saber comunicá-las. Acontece com demasiada frequência ouvir um conferencista falar e perceber que, apesar do empenho e esforço, não consegue prender a audiência, por não ser suficientemente claro ou assertivo. Pior, muitos profissionais que não foram preparados para falar em público têm sérias dificuldades em expor as suas ideias em reuniões de trabalho e em marcar o seu ponto de vista perante os pares ou a hierarquia. E, no entanto, muitos são excelentes profissionais. Ou seja, conhecem a teoria e sabem aplicá-la na prática mas não sabem expô-la e, muito menos, sintetizá-la.
A capacidade de sintese é outra característica que a maior parte dos portugueses não possui. Muitos alongam-se demasiado e não chegam ao essencial da questão. Outros dispersam-se e outros, ainda, perdem-se na argumentação, enredando-se em mil e uma coisas completamente acessórias e dispensáveis.
Por tudo isto e porque em matéria de comunicação (como em tudo na vida) ninguém nasce ensinado, valia a pena pensar no assunto e rever os currículos escolares na próxima reforma do ensino.

TELEVISÕES CATÓLICAS

Vaticano quer «rede mundial» de televisões católicas
O Vaticano manifestou hoje a intenção de promover uma melhore coordenação entre as televisões católicas de todo o mundo, de modo a fazer face às exigências de meios e de profissionalismo. O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, D. John Patrick Foley, defendeu a criação de um “fórum” de canais católicos, deixando votos de que estas televisões se transformem no “sistema nervoso da Igreja” e sejam capazes de “informar” sobre a mesma.
O membro da Cúria Romana desafiou as televisões católicas a “atingir a melhor qualidade” possível. “Não existe outro sector como o televisivo em que haja necessidade de uma rede, de forma a que a programação comum seja oferecida em todo o mundo, a formação profissional seja oferecida numa base internacional e as ideias sobre os programas sejam partilhadas”, apontou.
As propostas foram lançadas em Roma, durante a segunda reunião do comité organizador do Congresso Mundial das televisões católicas. O evento terá lugar em Madrid, no próximo mês de Outubro.“Um dos problemas do mundo é que há – graças a Deus – muitas iniciativas de televisões católicas, mas muitas vezes não há recursos suficientes para a programação, não há meios económicos ou pessoal especializado para mantê-las em actividade”, frisou o Arcebispo Foley.
Para o prelado norte-americano, seria uma “boa ideia” responder a pedidos que têm chegado de todo o mundo e “criar um fórum, para projectar e também ajudar a colocar em prática a coordenação e a cooperação” entre essas televisões.Essa “rede” mundial deveria oferecer uma programação de qualidade em todos os países e melhorar a formação profissional dos operadores televisivos católicos.
“Se os nossos esforços são pobres e pouco profissionais, aquilo em que acreditamos pode parecer de pouco valor e, paradoxalmente, pomos Deus a fazer uma fraca figura”, alertou D. John P. Foley.
Fonte: Ecclesia