quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

CONSELHO PERMANENTE DA CEP
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NOTA SOBRE A PROCRIAÇÃO
MEDICAMENTE ASSISTIDA
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, reunido a 10 de Janeiro de 2006, em Fátima, tomando conhecimento de um debate parlamentar relativo ao projecto de Lei que regulará a procriação medicamente assistida, decidiu manifestar a sua posição.
Reconhecendo o anseio sério de muitos casais em solucionar o seu problema de infertilidade ou de esterilidade, após impossibilidade de recurso a outros meios, bem como acolhendo a necessidade de uma lei que regule e estabeleça as fronteiras entre o cientificamente possível e o eticamente aceitável, consideramos, pelo serviço à dignidade da pessoa humana a que nos obrigamos, que este método deve atender ao direito da criança que irá nascer, como fim em si mesma e não resultado de um direito paterno ou materno sem limites.
Para além das exigências morais que recomendamos aos cristãos, julgamos ser nosso dever alertar a sociedade para alguns limites que a futura lei não deveria ultrapassar, a saber:
1. As técnicas de Procriação medicamente assistida devem ser reservadas a casais heterosexuais, para assegurar o dever ético de oferecer ao novo ser um homem como pai e uma mulher como mãe. Não admita o recurso a gâmetas fora do casal em virtude da grave dissociação entre paternidade genética e social.
2. Não considere aceitável o recurso a mães portadoras porque atinge a interacção profunda entre a criança e a mãe e porque experiências noutros países têm gerado muitas situações intoleráveis de conflito entre os pais biológicos e a mãe portadora, com enorme prejuízo para a criança a gerar.
3. Sendo o embrião uma vida humana dotada de dignidade, as técnicas usadas devem evitar a existência de embriões excedentários, mesmo destinados a uma segunda gravidez do casal. De nenhum modo estes embriões sejam utilizados para a investigação, enquanto vivos.
Fátima, 10 de Janeiro de 2006

Um artigo de Jorge Pires Ferreira, no Correio do Vouga

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Jorge Pires Ferreira
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A persistência da linguagem religiosa
nas páginas dos jornais
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A questão dos crucifixos na sala de aulas fez correr muita tinta, mas ficou esvaziada num ápice. Uma frase certeira de D. Carlos Azevedo, secretário da conferência dos bispos portugueses arrumou a polémica: “A Igreja Católica não vai exigir que os crucifixos permaneçam nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados”.
Porém, por ter surgido, despertou a minha atenção sobre o uso e a presença de sinais especificamente religiosos na linguagem de todos os dias e principalmente nas páginas dos jornais. Podemos retirar os sinais religiosos das paredes, mas não podemos tirar a religião da cultura.
As expressões de origem religiosa abundam na imprensa “laica” portuguesa, em usos que nada têm a ver com a religião. Afinal, os jornalistas, cronistas ou fazedores de opinião sabem bem que essas metáforas e expressões podem abrir as portas da compreensão dos leitores. Vou dar alguns exemplos dos últimos dias. O espaço não me permite referir as dezenas de recortes de jornais que tenho em mãos, nem o uso que os políticos têm feito de termos ou figuras religiosas.
* “Bastaram duas missas para converter os incrédulos. Na primeira, celebrou-se o aeroporto da Ota, na segunda, o Plano Tecnológico. Os chamados agentes económicos, que, na sua grande maioria, pareciam rebeldes sem fé, perante anúncios, miraculosos do Governo, acabaram rendidos às evidências”, escreveu Vicente Jorge Silva, no Diário de Notícias (26-11-05).
* “Quem nos liberta desta cruz”, pergunta Henrique Monteiro (Expresso, 19-12-05), a propósito das reformas sobre reformas na educação, sem resultados aparentes. “Religião baseada num incontrolável relativismo é o «eduquês»”, diz o agora director do Expresso.
* “O país e a paróquia” é o título de um texto de João Miguel Tavares (Diário de Notícias, 07-10-05), a propósito da campanha das eleições autárquicas. “O que temos visto é Portugal no seu pior: um país paroquial e desconfiado”, escreve o cronista. (De onde terá vindo o sentido pejorativo da palavra paróquia e seus derivados? Porque é cada vez mais comum usar o adjectivo “paroquial” para dizer que algo/alguém é mesquinho, tem vistas curtas, é irrelevante? Seria interessante que um linguista se debruçasse sobre esta questão.)
* “O bom pastor”, afirma, num título, Eduardo Prado Coelho sobre o médico João Lobo Antunes e o seu livro “Sobre a Mão e Outros Ensaios” (Público, 31-12-05). O mesmo Prado Coelho escreve sobre o corpo do doente acamado num hospital e invoca a expressão “corpo glorioso” (Público, 03-01-16), que tem necessariamente conotações religiosas (alguém ainda se lembra dos “dotes do corpo glorioso”?).
* Finalmente, no suplemento económico do jornal Público (Dia D, de 2 de Janeiro de 2006), afirma-se: “Os sete pecados capitais foram enunciados para os males do corpo e do espírito, mas são igualmente bons para descrever os males da sua vida financeira. A cada um destes pecados financeiros corresponde uma virtude que, quando praticada, o coloca no caminho para a multiplicação do seu dinheiro. Em cinco anos, estas virtudes podem levá-lo a acumular até 100 mil euros. E olhe que isto não é só conversa”. Os sete pecados financeiros são aqueles que se aprendiam na catequese embora por outra ordem: luxúria, gula, avareza, preguiça, ira, inveja, vaidade. As sete virtudes financeiras: castidade, temperança, liberalidade, diligência, paciência, caridade e humildade. Um exemplo de luxúria: uso e abuso do cartão de crédito, gastando aquilo que se tem e o que se há-de ter. Ao longo de dez páginas o leitor tem imensas sugestões para gerir as suas finanças com base em pecados/virtudes.
Quem diria que aquelas quase lenga-lengas outrora memorizadas na catequese serviriam para sugerir uma boa administração do dinheiro?

HISTÓRIA DE SUCESSO

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Jorge Sampaio
:: ORIANA E ANDREIA
ESTUDAM
NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
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Eu não sei se os meus amigos ainda se lembram da Oriana e da Andreia, duas meninas, irmãs gémeas, de Mafomedes, concelho de Baião, que estavam condenadas a engrossar a lista dos alunos que abandonavam a escola, por falta de condições. A história, recordada ontem pela revista “Pontos nos ii”, que aqui divulguei, lembra-nos que Oriana e Andreia, em 1998, mereceram do Presidente da República, Jorge Sampaio, uma intervenção, no sentido de diversas entidades se envolverem para resolverem o caso. Era importante que todas, de mãos dadas, criassem condições para as gémeas continuarem a frequentar a escola. Sublinha a revista que as separava da escola “uma distância intransponível, a pé, mas não só: também um quadro cultural de acordo com o qual saber ler e escrever é suficiente para cada um – e tanto mais se for mulher – fazer a sua vida. Transporte camarário para a escola mais próxima não havia. Sampaio soube da situação. As gémeas retomaram a escolaridade, desta vez em Baião, concluíram o Secundário, rumaram ao Superior”. Agora estudam na Universidade de Coimbra, uma Direito, outra Radioterapia. Esta história, que comoveu o País mais sensível, mostra que, quando há convergência de vontades, “não há casos incontornáveis de insucesso”, frisa a “Pontos nos ii”, que acrescenta: “Por arrastamento, mais 14 crianças da mesma região, eventualmente condenadas ao mesmo destino de abandono escolar, retomaram os estudos.” Esta é uma história que nos deve fazer pensar a todos. Fernando Martins

João Paulo II, estrela em filme de animação

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"O AMIGO DE TODA A HUMANIDADE"
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Os mais de 26 anos de pontificado de João Paulo II foram tempo mais do que suficiente para vários “recordes” e curiosidades, mas mesmo após a sua morte, o Papa polaco continua a fazer história.
A produtora catalão Cavin Cooper Productions está a preparar um filme animado, com cerca de meia hora, sobre os momentos mais desconhecidos e significativos da vida de Wojtyla, sobretudo durante a sua infância e juventude.
A intenção dos autores é mostrar uma visão mais próxima do Papa mais carismático do último século a crianças e adultos.
Intitulado “O amigo de toda a humanidade”, o filme conta com a supervisão explícita do Centro Televisivo Vaticano (CTV). Os desenhos animados irão iniciar-se com a visão de um Karol Wojtyla ainda criança, na sua Polónia natal, prosseguindo com o seu trabalho durante a guerra, os seus estudos clandestinos durante o comunismo e a entrada no Conclave de que saiu Papa, mostrando ainda afeições pessoais, como o futebol, o esqui e, sobretudo, o teatro.
Em entrevista à Agência Zenit, o produtor deste filme de desenhos animados, José Luis López-Guardia, explica que o objectivo é “chegar a toda a família”.“Nós mostramos a faceta mais humana do Papa, revelando ao mundo aspectos da sua vida desconhecidos para a grande maioria, incluindo também os grandes meios de comunicação”, assegura.
Este responsável assinala ainda que a colaboração com o CTV “foi decisiva, cordial e excelente”. A língua original da produção será o inglês. A produção aparecerá em sete idiomas de base: inglês, italiano, espanhol, francês, alemão, português e polaco.
Fonte: Ecclesia

Um artigo de António Rego

A coragem da mudança
Onde está afinal o problema? Na igualdade ou na diferença, na diversidade ou no unanimismo, no global ou no parcial?
Podemos, com ligeiros jogos de palavras, arranjar justificações para uma afirmação e para o seu quase oposto. E isso não é uma doença das mentes modernas. É o resultado da complexidade objectiva de todas as coisas que se não abarcam, num momento apenas, em todos os seus ângulos.
Mas o melhor é concretizar um pouco, apesar do risco do simplismo na redução para generalizar cada situação, ou no afunilamento dum todo amplo em fragmento pragmático. Andamos um pouco estonteados pelas rajadas de palavras de mais uma campanha eleitoral. E tanto nos cansamos para descobrir semelhanças como diferenças. A tentação mais imediata seria não haver debates, nem entrevistas, nem comícios, nem a fastidiosa repetição de perguntas e respostas de jornalistas e candidatos, que fogem ao pavor da saturação e do nada de novo para dizer. E se tivéssemos apenas um só, imposto de cima, sem saber quem impõe? E se, para sossego dos cidadãos, se reprimisse o direito à diferença, expressão, à escuta, à festa, à manifestação, ao passeio pelo bairro, ao desabafo directo, ainda que primário? E se se negasse o direito à recusa, à indiferença, ao voto em branco ou à abstenção?
Deixemos por momentos a política e entremos no terreno religioso, em vésperas da celebração pela unidade dos cristãos. Que questões nos colocam as profundas e insignificantes diferenças religiosas que hoje existem com visibilidade na praça pública? Entre nós, mesmo com as distinções de praticantes ou talvez não, cerca de 90 por cento dos portugueses se afirmam católicos quando a estatística os aborda a frio e pergunta que religião professam… Estamos em bom tempo de questionar: que há, nas diferenças, de divisão? Que há, no igual, de doutrina, harmonia, património, tradição, psicológico, circunstancial, teológico?
As divisões que hoje existem, entre cristãos, são fruto, em última análise, de quê? De opções teológicas, medidas disciplinares, desvios históricos, medos de mudança, fidelidade às tradições, clubismo irrenunciável?
Quando entramos nesta intrincada floresta de razões percebemos melhor que defender a diferença nem sempre é defender a fé. Como nem sempre da fé brotam alguns conceitos de unidade. Os novelos doutrinais e emocionais, são mais complexos do que parecem. Por isso, na oração pela unidade dos crentes nunca se pode deixar de pedir a Deus a coragem da mudança.
Muitas das divisões históricas não passam de fantasmas, edificados em castelos artificiais por decisões que depois se fizeram dogmáticas. Com muitas igrejas surgidas do nada, o mesmo é dizer, de birras religiosamente institucionalizadas.

PROCRIAÇÃO ASSISTIDA

BISPOS PORTUGUESES VÃO PUBLICAR
UMA NOTA PASTORAL SOBRE
PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai publicar nos próximos dias uma nota sobre a procriação medicamente assistida, numa altura em que o país discute mudanças legislativas nesta matéria. Quatro projectos de lei sobre procriação medicamente assistida foram aprovados em Outubro e estão agora em discussão na especialidade. Apesar de praticada desde 1986, a procriação medicamente assistida nunca foi regulamentada em Portugal.
Após a reunião do Conselho Permanente da CEP, que ontem decorreu em Fátima, D. Carlos Azevedo referiu à Agência ECCLESIA que a Nota Pastoral procura “estabelecer limites éticos para a prática existente”.
O secretário da CEP confirmou que os Bispos não estão inclinados para um referendo sobre esta matéria, reconhecendo que “é necessária uma lei, que regule, mas que tenha certos limites”. “Como cristãos, estamos sensíveis a limites que desejamos propor, desde já, para que a nova lei não seja desumanizadora”, acrescenta. Os Bispos prosseguem, assim, a sua reflexão sobre as questões ligadas aos problemas da vida.
A Conferência Episcopal Portuguesa já manifestara a sua “estranheza” pela ausência de debate em torno da nova Lei sobre as técnicas de procriação medicamente assistidas.
No comunicado final da última assembleia plenária da CEP, que decorreu em Novembro de 2005, lamentava-se que “o projecto de Lei que visa regular as técnicas de procriação medicamente assistida tenha sido introduzido no Parlamento sem a suficiente sensibilização pública, tratando-se de um tema de tanta importância e delicadeza, e de tão elevada exigência ética”.
A encíclica “Evangelium Vitae”, de João Paulo II, condenou explicitamente “o sistema que explora os embriões e os fetos humanos ainda vivos — às vezes «produzidos» propositadamente para este fim através da fecundação in vitro — seja como «material biológico» à disposição, seja como fornecedores de órgãos ou de tecidos para transplante no tratamento de algumas doenças” (nº 63).
Da reunião do Conselho Permanente da CEP saiu ainda o tema para a próxima assembleia plenária de Abril, centrada na “Iniciação Cristã”, na perspectiva da transmissão da fé.
Nesta reunião, os Bispos já deverão ter um primeiro projecto relativo às novas instalações da CEP e dos seus serviços.A CEP deverá também elaborar um texto de reflexão pastoral sobre a visita das Relíquias de Santa Teresinha ao nosso país, a partir da colaboração de cada Bispo.

Fonte: Ecclesia

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

VATICANO DENUNCIA DRAMAS DE CRIANÇAS

NO MUNDO, HÁ 860 MILHÕES
DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS,
TRAFICADAS, EXPLORADAS E DOENTES
A agência Fides, do Vaticano, acaba de publicar um dossiê sobre as 860 milhões crianças “desnutridas, traficadas, exploradas e doentes” no mundo, para quem o futuro não passa de uma grande incógnita.
Num trabalho intitulado “Herodes: a matança dos inocentes continua”, a agência do mundo missionário (www.fides.org) deixa vários alertas para as situações de trabalho forçado, prostituição, fome, Sida, abandono e guerra.
Para a Fides, estas situações são “o maior escândalo do nosso tempo” e afectam as vítimas mais indefesas da globalização: 2,2 mil milhões dos habitantes do planeta são crianças e metade delas vive na pobreza.
Os números apresentados espantam pela sua grandeza: 211 milhões de crianças entre os 5 e os 14 anos são obrigadas a trabalhar, e 120 milhões fazem-no em “full-time”. Entre estas crianças há situações particularmente chocantes, como a dos “intocáveis” de Tamil Nadu, na Índia, que trabalham dia e noite num verdadeiro regime de escravatura.
Igualmente brutal é a situação das 300 mil crianças-soldado, transformadas em máquinas de guerra treinadas para matar sem piedade, muitas vezes em frentes de guerra esquecidas que ensanguentam mais de 40 países.
Das histórias de guerra, a Fides destaca a situação de Rosy, raptada pelo LRA no Uganda e obrigada a transformar-se em “esposa” da savana para os guerrilheiros. Uma história que conheceu um final feliz quando a rapariga decidiu fugir, numa noite de lua cheia.
Outras 120 milhões de histórias poderiam ser contadas pelas “crianças de rua”, metade das quais vive na América do Sul. Em destinos que são apresentados como paraísos turísticos, uma criança morre de fome a cada nove horas.
É a fome, aliás, que se assume como a força mais devastadora: 11 milhões de crianças morrem antes de ter completado cinco anos. A desnutrição afecta 800 milhões de pessoas, mais de metade das quais são crianças, mas os números não ficam por aqui: uma em cada cinco crianças não tem água potável e uma em cada sete não tem nenhuma forma de assistência sanitária.
Os números da Sida assemelham-se, por outro lado, a um balanço de guerra: três milhões de mortes, meio milhão das quais crianças, e dois milhões e meio de seropositivos com menos de 14 anos. A cada minuto, uma criança é infectada com o HIV e uma morre por doenças relacionadas com a doença.
Quanto ao tráfico de seres humanos, a Fides lembra que, no mínimo, 1,2 milhões de menores de 18 anos estão envolvidos nessas redes. O tráfico de órgãos também estará na origem de vários desaparecimentos de menores em países subdesenvolvidos: um rim, o órgão mais requisitado, pode render de 2 mil a 10 mil Euros, segundo o país.
A situação geral agrava-se quando analisada no feminino: quatro milhões de meninas são compradas e vendidas para matrimónios forçados, prostituição e escravatura. O quadro dos horrores não acaba aqui: em cada ano são praticadas mutilações genitais em dois milhões de crianças, com especial relevo para a África, onde esta prática chega a atingir 98% das mulheres.
Fonte: ECCLESIA

NOVA REVISTA SOBRE POLÍTICA EDUCATIVA

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:: pontosnosii ::
pontosnosii é uma nova revista de política educativa, que o jornal PÚBLICO edita uma vez por mês. Tem como director o professor universitário Santana Castilho, sendo o projecto da responsabilidade de uma parceria entre aquele diário de referência e a Texto Editora. O primeiro número saiu hoje e foi oferecido aos leitores do PÚBLICO. No seu estatuto editorial, sublinha-se que pontosnosii “pretende dinamizar o debate das grandes questões educacionais que se colocam à sociedade, com a convicção de que só a informação e o saber geram sociedades plurais, intervenientes, abertas e solidárias e de que só destas podem emanar democracias fortes”. Refere-se, ainda, que a revista “é rigorosamente independente de poderes políticos e de interesses privados e tem apenas por limites os princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa, particularmente no que respeita ao espaço privado dos cidadãos”. Por sua vez, o Presidente da República, Jorge Sampaio, num texto em que saúda o aparecimento da revista, lembra que “precisamos de uma escola muito exigente” e que não defende “uma perspectiva passadista, mas maior responsabilidade sobre a aprendizagem”. E acrescenta que “é necessário mais estudo por parte dos alunos, e mais apoio e trabalho de equipa por parte dos professores”. Neste primeiro número, são oferecidos aos leitores temas tão diversos como, para além do artigo do Presidente da República, “Carta aberta aos professores do meu País”, de David Justino; “Manuais escolares: controlados e limitados”, de Margarida Maria; uma entrevista a Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; “A culpa dos políticos”, de Gabriel Ribeiro; uma entrevista a Maria Filomena Mónica, socióloga e investigadora; entre outros textos e notícias. pontgosnosii destina-se, obviamente, a pais, professores e demais educadores. F.M.

INSUCESSO ESCOLAR É PREOCUPANTE

Posted by Picasa Sala de aula :: No Ensino Básico e Secundário, insucesso escolar atinge 16 em cada 100 alunos
No ano lectivo de 2003/2004, num universo de quase um milhão e 400 mil matriculados no ensino regular, 223.676 alunos não conseguiram transitar de ano. Ou seja, 16 por cento dos estudantes do básico e secundário chumbaram ou desistiram. São estes os últimos dados disponibilizados pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) relativos às taxas de aproveitamento. No essencial, confirmam que poucos progressos tem havido desde meados da década de 90. E que os anos correspondentes à transição de ciclo - 5.º, 7.º e 10.º - continuam a ser dos que mais dificuldades causam.
Se em 1995/1996 a taxa de retenção no ensino básico se situava nos 13,8 por cento, oito anos mais tarde a percentagem está ainda nos 12 por cento. Ainda assim, desce pelo segundo ano consecutivo.
Ao nível do ensino secundário não houve qualquer progresso. Em 1995/1996, chumbaram 33,1 por cento dos matriculados. Oito anos mais tarde e algumas oscilações depois, o insucesso chega a ser ligeiramente maior: 33,8 por cento.
Dentro da escolaridade obrigatória, o nível de ensino mais problemático continua a ser o 7.º ano, com quase um quarto dos estudantes (31 mil ao todo) a ficarem retidos ou a desistir.
Mas o insucesso começa logo no 2.º ano da escola (a lei não permite que haja retençõe no 1.º). Em 2003/2004, não transitaram 12,3 por cento dos alunos matriculados. O caso dos Açores destaca-se das demais regiões do país por apresentar uma taxa de retenção invulgarmente elevada: praticamente 1500 alunos num total de 3400 chumbaram no 2.º ano de escolaridade.
Globalmente, a situação melhora à medida que se avança no 1.º ciclo, para voltar a piorar no início do 2.º ciclo. O aumento do número de disciplinas e de professores e a maior complexidade das matérias parecem trazer dificuldades acrescidas e o certo é que a taxa de retenção/desistência duplica de 7,8 por cento no 4.º ano para 14 por cento no 5.º.
Isabel Leiria
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(Para ler mais, clique PÚBLICO on-line)

UNIDADE DOS CRISTÃOS

Igrejas cristãs de Portugal
lançam apelo
à Oração pela Unidade
De 18 a 25 deste mês vamos, mais uma vez, elevar ao Senhor da Igreja as nossas preces pela Unidade dos Cristãos, com base num programa elaborado por um grupo ecuménico da Irlanda sob a égide do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e a Comissão “Fé e Constituição” do Conselho Mundial de Igrejas.
Na celebração da Semana de Oração somos chamados a reconhecer que a unidade é uma graça que Deus, na sua infinita misericórdia, nos concedeu em Jesus, pelo que assim e incessantemente a devemos invocar. Este ano, ao reflectirmos sobre o tema “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (S. Mat. 18,20), somos chamados a exercitar em actos concretos a unidade espiritual que já possuímos pela graça de Cristo vivo nos nossos corações. Na verdade, o que de mais importante existe na nossa unidade é a presença de Cristo ressuscitado, que prometeu aos seus discípulos que estaria com eles até ao fim dos tempos.
A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e as Igrejas Lusitana, Metodista e Presbiteriana do Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC), envolvidas em compromisso e confiança na peregrinação pela unidade, à luz da oração de Jesus ao Pai “que todos sejam um” (S. João 17,21), apelam aos seus fiéis e demais cristãos de boa vontade à participação activa neste movimento de oração em união com o Espírito Santo, “para que o mundo creia” que Jesus é o Senhor.
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D. António Marto, Presidente da Comissão para a Doutrina da Fé
D. Fernando Soares, Presidente do COPIC
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Fonte: Ecclesia

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

TENHO UM ALUNO COM SIDA. E AGORA?

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Módulo de formação
«Tenho um aluno com Sida. E agora?»
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A linha de investigação Promoção do Desenvolvimento Pessoal e Educação para a Saúde e Bem-Estar no Ensino Superior do LEIES - Laboratório de Estudo e Intervenção no Ensino Superior promove no próximo dia 16 de Janeiro, pelas 10h00, na Sala 23.3.7 do Complexo Pedagógico, o Módulo de formação «Tenho um aluno com Sida. E agora?». Com a realização deste módulo, a Unidade de Investigação Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação do Departamento de Ciências da Educação pretende contribuir para a reflexão e sensibilização de futuros professores e educadores sobre a temática Sida São destinatários desta iniciativa alunos (graduação e pós-graduação), docentes e funcionários da Universidade de Aveiro e comunidade.
Mais informações: Sara Monteiro, Ext.: 24226, E-mail: smonteiro@dce.ua.pt

UE PRECISA DE IMIGRANTES

A UE PRECISA DE 30 MILHÕES
DE IMIGRANTES
A União Europeia calcula que, entre 2010 e 2030, sejam precisos 20 a 30 milhões de imigrantes para compensar o envelhecimento da população. Propõe a criação de quotas e encoraja a contratação dos mais qualificados.
As expectativas apontam para uma diminuição de 1,5% da população da Europa comunitária nos próximos 45 anos. Por outro lado, as baixas taxas de natalidade levam ao envelhecimento dos países membros, calculando-se que sejam necessários mais 20 a 30 milhões de imigrantes até 2030 para colmatar as lacunas, adianta o Diário de Notícias.
As novas ideias, discutidas recentemente em Bruxelas, pelos comissários europeus da Justiça, Franco Frattini, e do Emprego, Vladimir Spidla, prevêem o estabelecimento de um "Cartão Verde" - à semelhança do green card, utilizado nos Estados Unidos - a pensar em imigrantes altamente qualificados e que, através deste sistema, obteriam autorização de residência em qualquer Estado membro da União Europeia.
Pretende-se intensificar a concorrência em relação a outros países, como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, que se têm mostrado bem sucedidos na atracção de "cérebros", especialmente nas áreas da Tecnologia da Informação e investigação científica. Os EUA atraem 54 % de estrangeiros com níveis de qualificação elevados, enquanto a UE capta 84% dos não qualificados.

ASTROS NÃO TÊM NENHUM ELEMENTO DIVINO

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Astros não têm nenhum
elemento divino,
lembra Bispo do Funchal
1. O homem criado por Deus é um ser livre, tem o destino em suas mãos e o dos seus irmãos, não depende do movimento das estrelas nem dos horóscopos. A noção de destino é contrária à liberdade de Deus e do homem. Para salvar a liberdade humana os padres da Igreja refutaram a astrologia, da qual conheciam a teoria e os métodos. Uma das narrações do Evangelho da Infância mais conhecida e sempre representada nos presépios é a dos Magos que vêem até Belém adorar o Rei nascido da Virgem Maria. O centro da narração é o encontro com Jesus, a Luz do mundo, para judeus e pagãos. Mas o elemento cénico mais conhecido é a estrela misteriosa e brilhante que conduz os pagãos a Belém, e à fé. A narração dos magos e da estrela é a idealização da Igreja dos gentios que ocupa um lugar da maior importância no Reino de Cristo.
(Para ler mais, clique aqui)

BUSS MORA EM www.bussocial.org

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Juan Carlos Martins
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BUSS - BALCÃO ÚNICO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL

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As Instituições precisam de cultivar,
também entre si,
a Solidariedade
O BUSS - Balcão Único de Solidariedade Social, que nasceu em 2004 no âmbito do projecto Aveiro Digital, pretende ajudar as pessoas e instituições a serem mais solidárias, mesmo sem saírem de casa. Sendo certo que "toda a gente tem um pouco de solidário dentro de si", como referiu ao SOLIDARIEDADE Juan Carlos Martins, gestor do balcão, também é verdade que nem sempre há tempo para mostrar essa faceta. Agora, por um simples clique no "site" do BUSS, todos podem partilhar bens e serviços com quem precisa. O BUSS, que mora em www.bussocial.org, está à espera da sua visita.
(Para ler todo o texto, clique SOLIDARIEDADE)

UNIDADE DOS CRISTÃOS

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Bento XVI
Apelo de Bento XVI
à unidade dos cristãos
Um novo apelo para que seja procurada a unidade de todos os cristãos, dando um impulso ulterior ao diálogo ecuménico foi lançado neste sábado por Bento XVI na audiência reservada à delegação da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas. Rezo - disse o Papa dirigindo-se aos membros da delegação - para que este encontro, dê ele próprio frutos de um renovado empenho no trabalho para a unidade de todos os cristãos.
O Papa agradeceu antes de mais pela participação de representantes da Aliança no funeral do seu predecessor João Paulo II, e na inauguração do seu pontificado. “Nestas manifestações de recíproco respeito e amizade - afirmou o Papa – vejo com prazer um fruto providencial do diálogo fraterno e da compreensão empreendidos nos últimos 40 anos, e um sinal de segura esperança para o futuro”.
Recordando a recente efeméride dos 40 anos do encerramento do Concilio Vaticano II que viu a promulgação do decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio, o Papa sublinhou como o diálogo entre os católicos e os membros das igrejas reformadas que iniciou dali a pouco, tenha dado um importante contributo para a necessária obra de reflexão teologia e pesquisa histórica, indispensável para superar as trágicas divisões que nasceram entre os cristãos no século XVI.
Bento XVI deteve-se depois ,tanto sobre as palavras da Unitatis Redintegratio ( não pode haver ecumenismo digno deste nome sem conversão interior) quanto sobre a figura de João Paulo II que em tema de diálogo ecuménico muitas vezes falou da necessidade de uma purificação da memória, no sentido de abrir os nossos corações para receber a plena verdade de Cristo.
O meu predecessor - observou ainda Bento XVI- especialmente por ocasião do Jubileu de 2000 deu um poderoso impulso a este esforço da Igreja católica e eu tenho a alegria de saber que muitas das Igrejas reformadas pertencentes à Aliança Mundial empreenderam iniciativas análogas - Gestos como estes - concluiu – são tijolos da construção para uma relação mais profunda que deve ser consolidada na verdade e no amor.
A Aliança Mundial das Igrejas Reformadas congrega 215 igrejas nascidas após a reforma protestante, com cerca de 75 milhões de fiéis em todas as partes do mundo.
Fonte: Ecclesia

domingo, 8 de janeiro de 2006

CANTAR AS "JANEIRAS"

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Violas e gargantas bem afinadas
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GRUPO ETNOGRÁFICO DA GAFANHA
DA NAZARÉ CANTA AS JANEIRAS
Esta noite, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré veio a nossa casa, como sempre o tem feito de alguns anos a esta parte. Veio cantar as "Janeiras", para manter a tradição, com melodias interpretadas com alma. Bonitas e ritmadas, recolhidas entre o povo mais velho das Gafanhas, que os membros do Grupo Etnográfico cantaram com alegria e no espírito de que quem corre por gosto não se cansa, apesar do frio cortante que se fez sentir.
Vieram não só para preservar a tradição, mas também para desejar Festas Felizes. E ainda para recolher os fundos possíveis, fundamentais para poderem continuar a estudar e a divulgar marcas indeléveis do passado dos povos das Gafanhas.
Amanhã, conto divulgar a letra de um ou outro cântico que o Grupo Etnográfico nos ofereceu nesta noite fria do Dia de Reis.
F.M.

POESIA NA FÁBRICA DE CIÊNCIA VIVA, EM AVEIRO

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A 9 de Janeiro, na Fábrica,
Ciclo de Poesia: «Os Quatro Elementos»
com o Grupo Poético de Aveiro
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A Fundação João Jacinto de Magalhães prossegue esta segunda-feira, 9 de Janeiro, pelas 21.30 horas, na Fábrica de Ciência Viva, o ciclo de poesia "Os Quatro Elementos", integrado no projecto "Criar Comunidades à volta do Património - Viagem no Tempo", desta vez com a participação do Grupo Poético de Aveiro. Clara Sacramento, António Lobo Antunes, Eduardo Chirinos, Eugénio de Andrade, Garcia Lorca, Casimiro de Brito, José Tolentino de Mendonça, David Mourão Ferreira, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Manuel Dias da Silva, António Luís Moita, Guerra Junqueiro, Paulo Teixeira, Herberto Hélder, Vasco Graça Moura, Luís Serrano, Eugénio de Andrade, Mário Sá-Carneiro, António Ramos Rosa, Sophia de Mello B. Andresen e Vitorino Nemésio foram os autores escolhidos por esta associação cultural. O Grupo Poético de Aveiro surgiu como tertúlia e grupo convergente de sensibilidades poéticas e deve o seu aparecimento público à vontade espontânea e ao prazer não elitista pela poesia, pela pintura e por outras formas de arte. Esta associação tem o objectivo de divulgar a poesia e a cultura de expressão portuguesa e da defesa do património cultural português.
Fonte: "Site" da UA

Tribunal turco liberta autor do atentado contra João Paulo II

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João Paulo II e Ali Agca
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Ali Agca esteve na prisão 25 anos
Um tribunal turco autorizou a libertação na próxima semana de Mehmet Ali Agca, que tentou assassinar o Papa João Paulo II em 1981, na Praça de São Pedro, no Vaticano. A saída da prisão do cidadão turco de 48 anos, após 25 anos de encarceramento, deverá acontecer terça ou quarta-feira, de acordo com responsáveis judiciais, citados pela agência noticiosa Anatólia, que pediram anonimato.
O atentado ocorreu a 13 de Maio de 1981. Na altura, Acga, com 23 anos, disparou sobre João Paulo II, quando este seguia no seu automóvel descapotável, na Praça de São Pedro.
O Papal foi atingido no abdómen e ficou gravemente ferido. Mas depois de ter recuperado encontrou-se com o cidadão turco na prisão, onde lhe manifestou o seu perdão pelo atentado.
O motivo do atentado ainda é um mistério e o envolvimento de serviços secretos búlgaros e soviéticos, que chegou a ser avançado, nunca foi provado.
Depois de ter passado 19 anos em prisões italianas, Agca foi extraditado para a Turquia, onde já havia sido condenado a duas penas pela justiça turca, por um ataque a um banco, cometido na década de 70, e pela morte de um jornalista turco, em 1979.
Quando Jean Paul II morreu em Abril de 2005, Agca declarou na sua cela que estava de luto pela morte do seu "irmão espiritual" e pediu às autoridades turcas que o deixassem assistir às exéquias do Papa, mas o seu pedido foi rejeitado.

Um livro de Manuel Alegre

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"CÃO COMO NÓS"
“Cão como nós” é um livro de Manuel Alegre, que acaba de sair com edição, cartonada, de PLANETA DeAGOSTINI. Lê-se num fôlego, com gosto, e conta a história de um cão, que não é um cão qualquer. É, como diz o título e como o autor repete e mostra largamente no texto, um cão como nós. Até talvez um cão com alma, com sentimentos, mas independente. Afinal, “não era um cão como os outros. Era um cão rebelde, caprichoso, desobediente, mas um de nós, o nosso cão, ou mais que o nosso cão, um cão que não queria ser cão e era um cão como nós”. “Um cão como nós” é um livro comovente, poético, profundamente humano e sempre presente um pouco em cada um de nós. De tal forma que, mesmo depois de ter morrido, o autor relata, com que encanto!, o regresso do espírito do seu cão ao mundo dos vivos. “Sei que andas por aí, oiço os teus passos em certas noites, quando me esqueço e fecho as portas começas a raspar devagarinho, às vezes rosnas, posso mesmo jurar que já te ouvi a uivar, cá em casa dizem que é o vento, eu sei que és tu, os cães também regressam, sei muito bem que andas por aí.” Isto diz o autor logo a abrir a novela, como que a desafiar-nos para conhecermos o resto da história do seu cão, que é, afinal, um cão que até parece gente. Se gosta de cães, leia esta bonita novela de Manuel Alegre. Mas se não gosta, também a pode ler. Porque um pouco de poesia faz bem à alma, numa tarde de frio ou num momento de alguma solidão, quantas vezes procurada, no meio das pessoas.
F.M.

Um texto de Alexandre Cruz

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Crianças sem presente(s)

Quantas terão sido as ofertas e presentes rejeitados? Quantos gestos terão sido vazios por falta de amor? E que sentir e dizer da grande multidão de crianças que, pouco importadas ou habituadas a receber brindes e brinquedos, não têm presente nem futuro? Das sensações difíceis para quem educa é o sentir que uma oferta cuidadosamente escolhida, seleccionada para a própria idade, no acto de recepção da parte da criança, eis que a resposta da parte desta é de uma total indiferença diante do esforçado presente. Pais e educadores vão notando cada vez mais esta sensação de se acharem enganados, apercebendo-se de que, pelos habituais excessos, estamos a estragar o significado das épocas, o sentido dos próprios gestos, a banalizar e vulgarizar os momentos especiais. Que alegria de outros tempos com um simples chocolate?! Que passividade hoje diante de tantas coisas?! É isso mesmo, temos de mudar! O ter e receber está a ocupar já espaço demasiado na mente de muitas crianças, gerando facilitismo, fragilidade e consequente indiferença. E, em última análise, por mau hábito que fica gravado na consciência em formação, acaba por haver pouco futuro para quem vive só habituado a receber a ponto de já nada ter valor. Claro que, para nós, é um pressuposto óbvio toda a visão saudável do gesto e da partilha que querem significar um estar presente, fortalecendo os laços, reforçando a amizade, sentindo a frescura e a criatividade no gosto de saber dar e receber. Todavia, diante daquilo que serão os excessos nada saudáveis, para pequenos e grandes, as coisas mudam... As dezenas de presentes comprados correm o perigo de estar a mais, a substituir o essencial e incomprável: a amizade e o amor, a esperança partilhada, os tesouros mais preciosos! E se nos apercebermos da dinâmica sempre crescente deste mundo negociado de (já) preocupação em vez de festividade… então a verdade será um regresso à simplicidade, onde o essencial serão sempre as pessoas e o mútuo convívio, limpando as quadras festivas das sacas carregadas de tudo mas por vezes de nada. E para as crianças, talvez a menor quantidade já seja por si qualidade de sentido das coisas, para que então o gesto tenha mesmo valor.

GAFANHA DA NAZARÉ: Cântico do Cortejo dos Reis

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Igreja da Gafanha da Nazaré, hoje em festa com o Cortejo dos Reis
ABRAM-SE AS PORTAS DA IGREJA Abram-se as portas da igreja Querem os pastores entrar Para beijar o Menino Qu’é Ele quem nos vem salvar (Coro) Nós somos de Deus A fé não negamos As nossas ofertas Trazê-las viemos. Num dia de Rosas Nasceu o Deus Menino No meio das palhas O Verbo Divino Entrai entrai pastorinhos Que as portas já estão abertas Para beijar o Menino Que é dia da Sua Festa Entrai entrai pastorinhos Vamos ao altar divino Prostrar o joelho em terra Para beijar o Menino In “Cortejo dos Reis – Um apontamento histórico”,
edição da paróquia, de 1992

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

Posted by Picasa ARCO-ÍRIS?… OU ESTRELAS?…
Caríssimo/a: Afinal, quando o Arco-Íris nos atrai lá do Céu, está sozinho ou há estrelas? Podes encarar esta questão como um enigma, uma charada ou apenas uma simples curiosidade intelectual… Para mim só uma certeza se me impõe: uma estrela surge… quer haja ou não arco-íris!… E qual de nós a viu primeiro? O João? O Artur? O Moisés? Terá sido o Armando? O Carlos? O Saul? O Arménio? O Oliveiros? Ou o Manuel? Qual de nós lançou o grito que ecoou: - Olha a Estrela!… Ih! Como vai alta!… E como brilha!… Mas passado um curto intervalo outro grito anunciando: - A Estrela sumiu-se!… E, por mais que olhássemos para o Céu, da Estrela… nem rasto!… Logo se nos impunham os Reis Magos, com os cavalos todos suados e que a procuravam, percorrendo o Céu com as suas lunetas… - A Estrela? - A Estrela desapareceu!… [Como estavam quentes os cavalos!…Nós até lhes tocávamos com as mãos e lhes sentíamos as tremuras com a nossa cara!…Isto sim eram cavalos a sério, não eram como os burricos da mulher que vinha vender aquelas laranjas azedas que diziam que eram de Mira!…] Vinha depois a cena do rei Herodes, mas nós só tínhamos olhos para o Cingo, o criado, a provar o vinho fino com o dedo, na rolha. [Aquilo que nos parecia um ‘roubo’, sabemo-lo agora, era a prova para ver se o vinho estaria com veneno!…Oh mundo!…] E logo o tirano a dizer que queria adorar o novo Rei!...[Aqui acho que lhe atirávamos um murro por detrás do muro!… Grande…, maroto, emendo eu!…] E quando os Reis Magos retomam a cavalgada, eis que se ergue de novo a Estrela e os guia e os leva até onde está o Menino!… Mas o curioso é que a nossa Estrela, assim mesmo com letra maiúscula, era um ser mágico que ia à frente dos Reis Magos, logo se sumia quando havia perigo, para de seguida se levantar altaneira… Lá nos passava pela cabeça que o homem da cana da Estrela suava as estopinhas para a transportar!…O que nos fazia vibrar era a altura e o brilho da Estrela-Guia!… E hoje, claro, presto a minha homenagem e tiro o chapéu ao Homem da estrela, mas ainda dou comigo a gritar: - A Estrela sumiu-se! Bom Cortejo dos Reis! Manuel

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

"JORNAL DA PAZ"

Nascimento do "Jornal da Paz", no Porto, dia 10 de Janeiro, no Colégio da Paz
No próximo dia 10 de Janeiro, no Colégio da Paz, no Porto, será lançado o "Jornal da Paz" que terá como director André Rubim Rangel. Num comunicado de imprensa, o director realça que o novo Órgão de Comunicação Social conta com os seguintes cronistas: Daniel Serrão, Marcelo Rebelo de Sousa e Fernando Santos. Ao nível de colaboradores, terá D. Manuel Martins, D. Carlos Azevedo, Vasco Graça Moura, Álvaro Magalhães, Cón. António Rego e Agustina Bessa Luis.
:: Fonte: Ecclesia

AVEIRO: FESTAS DE SÃO GONÇALINHO

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À espera das cavacas
SÃO GONÇALINHO:
A FESTA DAS CAVACAS
As festas em honra de São Gonçalinho começam amanhã, com as tradições a cumprirem-se. Assim, para além das cerimónias religiosas, haverá a famosa distribuição de cavacas, atiradas do cimo da capela. Como também diz a tradição, o povo devoto, e não só, lá estará para apanhar o doce, que às vezes é bem duro de roer.
A Comissão das Festas admite que durante os festejos deverão ser lançadas três toneladas de cavacas. Espera-se, por isso, que as populações locais e outras vivam os festejos com muita alegria, apanhanho e comendo as cavacas, mas também participando nas cerimónias que o Bairro da Beira-Mar prepara, com muito cuidado, para honrar o seu Santo Padroeiro.
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São Gonçalinho terá nascido em 1190 em Arriconha, perto de Guimarães, ganhando fama de santo casamenteiro, quando pregava na freguesia da Aboadela do Marão onde, segundo reza a lenda, queria casar os casais que viviam em situação imoral. São Gonçalo terá morrido em meados do século XIII e o seu culto expandiu-se, tendo chegado rapidamente a Aveiro, mais precisamente ao Bairro da Beira-Mar. Neste Bairro é-lhe atribuído o poder de curar doenças ósseas e de ajudar na resolução de problemas conjugais.

"PELA POSITIVA": Um texto de Jorge Pires Ferreira

Gosto de passar "Pela Positiva" e não queria deixar passar o primeiro aniversário em branco, mesmo com quase um mês de atraso... Sou um dos muitos visitantes que o blog conta. Sou, portanto, um dos beneficiados por este serviço público gratuito. Sim, o que o Fernando Martins faz vale muito, como provam as quase 20000 visitas que o blog conta. Como trabalho no jornal que o professor Fernando Martins dirigiu durante mais de uma dúzia de anos (1992-2004), o blog é para mim uma fonte de informação e - mais do que isso - de inspiração. Gosto das imagens, das poesias, das efemérides, das notícias sucintas, da nota sobre textos em jornais de referência... "Pela Positiva" inverte aquele lugar comum do jornalismo que diz que as boas notícias não são notícia - good news are no news (como a variante que diz "no news, good news", algo como "não há notícias? então as notícias são boas"). Mas também vai sendo mais comum, felizmente, ouvir dizer que precisamos de boas notícias. Há revistas que a elas se dedicam. E soube hoje mesmo que há um assinante do Correio do Vouga que só o assina porque não traz más notícias na capa... Tenho de lhe falar do "Pela Positiva".

Jorge Pires Ferreira,

Director-Adjunto do Correio do Vouga