domingo, 4 de dezembro de 2005

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Jubilosa esperança Não se fala muito desta força, a que chamamos esperança; ou então usamos a palavra sem lhe apanhar todo o significado e o compromisso que ela envolve.
É que dizer esperança é dizer futuro; mas um futuro certo. Esperar, em linguagem cristã, é afirmar que desejamos O que já possuímos.
A nossa esperança funda-se no Senhor nosso Deus, a Quem temos e que sempre desejamos, mais e mais. João, o pregador do deserto, dizia algo de semelhante, quando afirmava que vai chegar Quem já veio e está no meio de vós.
Estar preparado, é o que melhor se pode fazer; termos uma vida direita, isto é, vivida segundo Deus, é fundamental; estar interiormente livre para acolher o Senhor, é o convite que nos é feito, sempre.
O Homem, que tem sonhos de Infinito, não se fica apenas com as coisas que o mundo oferece; não fundamenta as suas esperanças nas coisas visíveis e caducas; o Homem vai mais além; nos seus sonhos e nas suas esperanças, ele deseja o Infinito, que o satisfaça plenamente; e vive em jubilosa esperança!
In "Diálogo", 1051 - SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO-B

sábado, 3 de dezembro de 2005

PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Posted by Picasa Dia Internacional da Pessoa com Deficiência sem comemorações oficiais e muitas críticas
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência assinala-se hoje, sem comemorações oficiais e sob as críticas das associações de deficientes, que acusam o Governo de promover medidas que os mantêm à margem da vida social.
Em conferência de imprensa realizada ontem, com a qual a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) quis assinalar a efeméride, o seu presidente, Humberto Santos, salientou que as mais recentes iniciativas do Governo têm contribuído para que o "grupo social" das pessoas com deficiência esteja entre o "mais pobre" e com maiores taxas de desemprego.
As críticas da APD recaem sobre a redução da comparticipação total de alguns medicamentos, que está a "afectar a qualidade de vida" das pessoas com deficiência, o adiamento da idade da reforma, a "manutenção de baixas prestações sociais" para os deficiente ou para quem deles cuida e a não aplicação da legislação relativamente às condições de trabalho.
Na segunda-feira, a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) promoveu uma vigília em frente à Assembleia da República em protesto contra a redução de verbas no Orçamento de Estado de 2006 para as organizações sem fins lucrativos que trabalham com deficientes e que empregam pessoas com deficiência.
De acordo com os mapas comparativos divulgados pela CNOD, estas instituições receberam este ano uma verba de cerca de 3,1 milhões de euros e vão receber em 2006 cerca de 2,9 milhões de euros, sendo a reivindicação da Confederação de quatro milhões de euros.
Para assinalar a data de hoje, a Câmara Municipal de Matosinhos, em parceria com Associação de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental de Matosinhos, promove uma mesa-redonda intitulada "Viver (com) a deficiência".
Em Évora, onde desde ontem decorre uma semana de solidariedade destinada a promover os direitos das pessoas com deficiência, a Câmara Municipal oferece aos deficientes do concelho e suas famílias um almoço convívio, seguindo-se a formação de um cordão humano no centro da cidade, a 5 de Dezembro.
(Para saber mais, clique PÚBLICO)

NATAL DE 2005

Posted by Picasa Presépio do Santuário de Fátima. Foto de F.M. O ponto de partida
pode mesmo ser o Natal No mundo conturbado em que vivemos e sonhamos, mas também em que nos deixamos envolver por guerras sem fim, um Menino nasce em cada ano para nos convidar à fraternidade. Por desejo dos homens e de Deus, o 25 de Dezembro de todos os anos lembra-nos, a nós cristãos e a todos os homens e mulheres de boa vontade, que a esperança num mundo de paz e bem aí está à nossa mão, para lhe darmos vida entre quem nos rodeia e com quem estamos envolvidos. Em cada Dezembro, a Luz veio até nós, não só para nos iluminar os caminhos de uma existência melhor, mas também para aquecer corações gelados, onde o amor não consegue penetrar. Resta-nos olhar essa Luz, que é Cristo, e caminhar em frente, com o calor do presépio a chegar às nossas almas e a oferecer-nos a felicidade interior que cada um procura. E não é verdade que neste ambiente, tantas vezes repetido, sentimos a frieza dos homens a construírem momento a momento a guerra e a alimentarem segundo a segundo a fome, a doença e a miséria? Afinal, o Menino-Deus ainda não foi compreendido e amado, mesmo por muitos que dizem senti-l’O nos seus corações. Com o Natal à vista, os conflitos entre povos que adoram o mesmo Deus, com invocações diferentes, têm marcado o quotidiano dos homens. Em nome de Deus, em muitas paragens da Terra, gente vive a guerra, negando assim, de forma dramática, a falta de amor, de compreensão e de entendimento. Não renunciam ao mal, não vivem o que dizem acreditar e nem proclamam o bem que, afinal, parece não desejarem, no fundo de si mesmos. E o Menino aí está, eternamente paciente e sempre à espera de que um dia os povos dêem as mãos, para juntos caminharem rumo a um mundo muito melhor. Cada Dezembro que passa, ano após ano, em qualquer balanço que se faça, é inevitável a referência aos conflitos que abalam o mundo e as pessoas. Sempre assim foi. Porém, como crentes, nunca podemos aceitar o pessimismo de quem não acredita em dias de paz e de harmonia. A esperança em dias melhores, por muito má que tenha sido a humanidade, deve marcar a nossa existência, porque só nela construiremos a nossa felicidade, que é a antecipação de um mundo melhor para todos. Com 2006 à vista, que auguramos como um ano de mais fraternidade, é importante que façamos dele, com as bênçãos inefáveis do Deus-Menino, um tempo de paz. E o ponto de partida para a construção desse mundo pode mesmo ser o Natal de 2005. Fernando Martins

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

BELÉM: PRISÃO A CÉU ABERTO

«Os cristãos de Belém estão fechados numa prisão a céu aberto, cercados por um muro com oito metros de altura, que os impede de ter acesso a terrenos indispensáveis para a sua sobrevivência»
Uma mensagem apresentada na passada quarta-feira pelos representantes dos sacerdotes, religiosos e leigos cristãos locais denuncia que «o encerramento do tradicional acesso à Basílica da Natividade e a abertura de um novo posto de controle, que impõe aos peregrinos horas de espera, é uma forma de barbárie moderna para estrangular economicamente uma cidade, para impor a insegurança diária a um povo e dar uma aparência legal a uma flagrante discriminação religiosa». O texto, que surge a poucos dias do Natal, realça que, pelo contrário, «os fiéis judeus podem ir tranquilamente à tumba de Raquel» e que «aos cristãos da Terra Santa são colocados obstáculos para entrar e sair de Belém».
Fonte: Ecclesia

Um artigo de D. António Marcelino

   VENTOS E TEMPESTADES


Todos os dias nos chegam notícias preocupantes. O povo diz, na sua sabedoria, que quando se semeiam ventos se colhem tempestades. A justeza do ditado está à vista. Sempre foi assim e assim continua a ser. Muita gente diz e pensa que uma coisa nada tem a ver com a outra, como se a sementeira fosse indiferente à colheita esperada. Lamentam-se as tempestades que estão caindo sobre o país, destruidoras de vidas, de valores morais e éticos, de convivência respeitadora. É a quebra crescente da natalidade; o aumento preocupante do consumo da droga e a proliferação incontrolável dos traficantes, que envolve milhões de euros; o número assinalável das mães adolescentes; o vergonhoso insucesso escolar; o desemprego injusto de quantos trabalham e sempre trabalharam, não tendo outra fonte de sobrevivência; a criminalidade em todas as idades, até já infantil; os alçapões, jurídicos e sociais, que destroem famílias que o querem ser a sério; o abandono escandaloso dos idosos e de tantos outros feridos da vida; a dramática violência doméstica; a insegurança pública que não respeita nem pessoas nem bens; a arbitrariedade por vezes cega do poder, à revelia do dever democrático; a prepotência de quem é pago para servir e mais se serve a si e aos seus; a linguagem escabrosa que se ouve nas ruas, se vê na televisão e até já entrou, a pretexto científico, num normal dicionário de língua portuguesa…

Um poema de Diogo Bernardes

Posted by Picasa É TEMPO QUE DEIS O PEITO É tempo que deis o peito, sacratíssima Senhora, a vosso filho que chora. Chora tremendo de frio, num presépio reclinado, de todo desabrigado. Até de feno vazio: achegai-lhe o peito pio, sacratíssima Senhora, porque já por ele chora. Diogo Bernardes (1532 - 1605)

NATAL DE JESUS CRISTO

A partir de hoje e até à chegada do DEUS-MENINO, o que acontecerá na noite santa de 24 para 25 de Dezembro, publicarei textos, meus e de outros, e fotos alusivos à quadra que estamos a viver. Obviamente, também estarei aberto à colaboração de quem quiser associar-se, na esperança de uma partilha pela positiva que a todos enriquecerá.
F.M.