terça-feira, 25 de outubro de 2005

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

Posted by Picasa Francisco Sarsfield Cabral LIBERAIS
Os países pobres queixam-se, com razão, de que as nações ricas fecham os mercados às suas exportações agrícolas, impedindo-os de se desenvolverem. Por isso não aceitam mais negociações para liberalizar o comércio internacional se o proteccionismo agrícola não recuar. Há 15 dias, os Estados Unidos propuseram reduzir os subsídios e - mais importante - os direitos aduaneiros que travam o acesso dos países pobres aos mercados agrícolas dos ricos. Pela voz do comissário Peter Mandelson, a União Europeia respondeu positivamente, ainda que com timidez, à proposta americana. Uma esperança para o mundo?
Infelizmente, parece que não. Obcecada como sempre pela Política Agrícola Comum, a França reagiu violentamente contra a abertura mostrada por Mandelson. Chegou mesmo a pretender retirar poderes ao Comissário nas negociações agrícolas, pretensão chumbada pela maioria dos seus parceiros na UE. Mas a França não desiste e tudo está a fazer para torpedear qualquer hipótese de redução do proteccionismo agrícola europeu. O ministro e candidato presidencial Sarkozy, considerado um liberal em economia (!), quer reforçar a "preferência comunitária", isto é, aumentar a protecção aduaneira da UE face ao exterior. Aliás, a França está em guerra geral com a Comissão Barroso, acusando-a de liberalismo económico (coisa pior do que o comunismo, para Chirac).
O mais grave é que a França não detém o exclusivo de uma visão obtusa do comércio internacional. O Japão é mais proteccionista na agricultura do que a UE. E no Congresso americano o proteccionismo está em alta, visando sobretudo a China. Parece já ter sido esquecida a terrível lição dos anos 20 e 30, quando os países se fecharam para se "protegerem" da concorrência dos outros, levando a agravar a crise económica em todos eles.

Reportagem SIC/Expresso junto dos missionários em Roraima

«Missão: sobreviver ao futuro»
Joaquim Franco e Pedro Góis, da SIC, viveram de perto com os missionários da Consolata entre os índios Yanomami e dos índios da Raposa Serra do Sol. A Reportagem é transmitida no “Jornal da Noite” de 29 de Outubro.Vivem na selva profunda. Mantêm tradições e costumes ancestrais, mas a cultura ocidental está cada vez mais perto. A preservação de um dos povos indígenas mais emblemáticos das Américas é o mote da Grande Reportagem SIC/Expresso, desta semana.
Uma equipa de reportagem da SIC foi ao coração da Amazónia e viveu de perto a experiência de missionários que permanecem junto dos índios Yanomami.Os missionários ensinam matemática e língua portuguesa mas, há 40 anos na selva, ainda não baptizaram um único índio. Assumem, como prioridade, a sobrevivência da tribo, ameaçada pelos interesses económicos que pairam sobre a Amazónia. No deve e haver do "choque cultural", garantem que aprendem mais do que ensinam.A mesma congregação missionária foi obrigada, pelas circunstâncias, a ter uma intervenção política no norte do estado de Roraima.
O presidente brasileiro homologou a Terra Indígena Raposa - Serra do Sol, contra a vontade de políticos e fazendeiros locais, e a violência contra os índios da tribo Macuxi provocou 21 mortos na última década, entre eles um padre. "Missão: sobreviver ao futuro" retrata a luta dos índios do Brasil e o trabalho arriscado dos "Missionários da Consolata", congregação católica, na defesa incondicional dos direitos do povo indígena.
Joaquim Franco, jornalista
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segunda-feira, 24 de outubro de 2005

NA UA: 12º ENCONTRO DE ESTUDOS PORTUGUESES

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CENTENÁRIO DE BRANQUINHO DA FONSECA Dedicando o 12º Encontro de Estudos Portugueses a Branquinho da Fonseca, a Universidade de Aveiro presta homenagem a um dos escritores contemporâneos que mais contribuíram para o enriquecimento cultural dos Portugueses. Branquinho da Fonseca (1905-1974) ocupa um lugar cimeiro na cultura portuguesa do século XX. Criou o serviço de bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, colaborou activamente na fundação da revista presença e deixou-nos uma obra literária de elevado mérito.
In Portal da UA

Ainda o Sínodo dos Bispos

Mensagem final do Sínodo dos Bispos denuncia situações de pobreza e injustiça
O Sínodo dos Bispos terminou com uma forte denúncia das situações de injustiça e pobreza na América Latina, África e Ásia, pedindo ainda aos políticos para não apoiarem leis contrárias ao direito natural, ao casamento e à família. "Denunciamos as situações de injustiça e de pobreza extrema que proliferam por todo o lado, especialmente na América Latina, na África e na Ásia. Estes sofrimentos clamam à Deus e interpelam a consciência da humanidade", referem os Bispos.
Na mensagem final da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, reunida no Vaticano desde o dia 2 de Outubro sob o tema "Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja", é também reiterado o "não" à comunhão eucarística para os divorciados que voltaram a casar, mas sem incluir qualquer referência ao celibato dos presbíteros. "A falta de sacedotes para celebrar a Eucaristia do Domingo preocupa-nos enormemente e convida-nos a rezar e a promover mais activamente as vocações sacerdotais", apontam os padres sinodais.
Os 252 Bispos participantes asseguraram que os divorciados recasados não estão excluídos da vida da Igreja, pedindo-lhes que participem na missa dominical, mas reiteraram que não podem comungar devido à "situação familiar irregular" em que vivem. "Pedimos que eles participem na Missa dominical e escutem a Palavra de Deus, para que alimente a sua vida de fé, caridade e conversão. Desejamos dizer-lhes que estamos junto deles com a oração e a solicitude pastoral. Juntos rezamos ao Senhor para obedecer fielmente à sua vontade", escrevem.
No texto da mensagem final, os Bispos exprimiram a sua alegria pela presença das igrejas de rito oriental, e advogaram pelo dia em que seja atingida a "unidade plena e visível" dos cristãos. Apesar disso, consideram prematuro que os membros das diferentes igrejas comecem já a comungar juntos, partilhando a Eucaristia, que é o centro da vida evangélica. "Gestos precipitados podem dificultar ainda mais a verdadeira comunhão", exprimiram os Bispos na mensagem, na qual recordam o compromisso de Bento XVI com o ecumenismo, e indicam que a Igreja Católica tem normas "precisas" de comportamento necessário neste caso.
“A Eucaristia, pão vivo para a paz do mundo” é o título da “Mensagem do Sínodo ao Povo de Deus”, publicada no dia 22 de Outubro. O texto, com 17 páginas e 26 parágrafos foi discutido na 20ª Congregação Geral, sendo aprovado após pequenas modificações.
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COIMBRA: Monarca 'vigia' Biblioteca Joanina

Posted by Picasa Biblioteca Joanina BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA Paula Almeida Cardoso
A Biblioteca Joanina transmite ainda hoje o discurso que esteve, em 1717, na origem da sua construção a exaltação do monarca fundador da obra. A tela com o retrato do D. João V, de autoria do pintor Domenico Duprá, desvia o olhar das sumptuosas estantes de dois andares, erigidas em madeiras exóticas, douradas e policromadas.
Toda a sua arquitectura, de influência barroca, envolve o tal retrato real, que, colocado na parede do topo do edifício, na última sala, acaba por ser o "ponto fuga" da biblioteca da Universidade de Coimbra, também chamada, noutros tempos, Casa da Livraria. É a glorificação do rei magnânimo, que ordenou a constituição, no interior da velha cidadela da escolástica, daquele que foi o primeiro reduto das novas ideias.
A nave central da Joanina - assim é vulgarmente designada - faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar. A dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, numa "esplendorosa composição alegórica", o rei.
Na Casa Livraria, executada pelo arquitecto Gaspar Ferreira e pelo construtor João Carvalho Ferreira e apenas concluída em 1728, tudo é, aliás, deslumbrante. Desde logo o douramento e pintura acharoada das estantes, feito por Manuel da Silva em 1723, e os frescos dos tectos em perspectiva, executados, na mesma época, pelos lisboetas António Simões Ribeiro e Vicente Nunes. Pintados em cada um dos três tectos estão motivos alusivos às artes e às ciências e, no centro, uma figura feminina simbolizando a Sapiência Divina.
Estendendo-se ao longo de elegantes varandins, as seis dezenas de estantes são decoradas com motivos chineses, talhados a ouro sobre fundos verdes, vermelhos e negros. As três salas da Joanina são ligadas por dois verdadeiros arcos de triunfo, encimados, tal como o portal que antecede o próprio monumento, pelo escudo real.
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Uma reflexão do padre Gerorgino Rocha, do CUFC

Posted by Picasa Padre Georgino Rocha
A GRANDEZA DO AMOR A tendência humana é para complicar aquilo que é simples. Deus, pelo contrário, simplifica o que nós complicamos. Os judeus fizeram 613 leis, sendo 248 mandamentos e 365 proibições, tal era a ânsia de prever todas as ocorrências. A Igreja, no seu código oficial, tem 1752 cânones, sem contar outras fontes de legislação. O Estado está organizado com base numa extensíssima Constituição da República e os diversos órgãos de poder regem-se por uma incontável lista de leis, normas e regulamentos. Outrora, os fariseus perguntam a Jesus: Qual é o maior mandamento?! Põem-lhe esta questão por matreirice e não para saberem organizar a vida segundo uma escala de valores. A mesma interrogação se mantém, hoje. O que é mais importante na vida?! O que é que não pode faltar a ninguém, se realmente quer ser feliz?! E Jesus responde com uma clareza impressionante, cheia de interpelações: Ama com todo o teu ser. A grandeza do amor não tem nada que se lhe compare. Amar é a única lei que gera vida e felicidade, cria proximidade, semeia solidariedade, constrói comunhão, faz germinar a doação. A realização mais expressiva do amor é a Eucaristia. Jesus Cristo prossegue com o seu projecto, apesar dos inimigos o condenarem à morte. Ama até ao fim. Sujeita-se a tudo, tão forte é o amor que nos tem. A Eucaristia é o garante, ao longo dos tempos, desta doação generosa. Por isso, a sua celebração é tão importante para os cristãos. A doação de Jesus abre horizontes de plenitude a todas as outras doações: Os cônjuges que sabem amar-se, os pais que se doam aos filhos proporcionando-lhes uma educação integral, os professores que, sem renunciarem ao ensino e transmissão de valores, acolhem a novidade da cultura dos alunos, os missionários que fazem do sonho uma realidade, partindo para junto dos que mais precisam de ajuda para poderem crescer em todas as dimensões humanas e cristãs. O sentido da vida é simples: amar, fazer-se próximo de quem precisa, lançar pontes de contacto e de comunhão, sentir-se sempre em missão. Tal como Jesus, doar a vida por um mundo novo: a civilização do Amor.
In "Para ti", Folha Dominical do CUFC

domingo, 23 de outubro de 2005

CASA PIA, COM LICENÇA

Na sua crónica dominical, no PÚBLICO de hoje, Frei Bento Domingues chama a atenção para um texto de Manuel de Lucena, sobre a Casa Pia, publicado no Diário de Notícias, no passado dia 18 de Outubro. Diz mesmo que é "essencial". Por isso, aqui fica para os meus amigos lerem.
F.M.
::: CASA PIA, COM LICENÇA
O caso da Casa Pia arrancou sob o signo de mitos débeis e de vícios graves, cujos efeitos continuam a fazer-se sentir.
1. O primeiro desses mitos - embalados pelo qual o Ministério Público e o juiz Rui Teixeira galoparam meses - reza que entre os arguidos há poderosos personagens, que intemeratos magistrados quiseram sentar no banco dos réus. Mas a simples verdade é bem diferente e talvez oposta. a) É diferente, porque tais arguidos são só pessoas conhecidas (abastadas algumas), e para se ser mesmo poderoso é precisa uma força própria, política ou económica ou combinada, que nenhum deles tem nem tinha. A Paulo Pedroso, o único que talvez estivesse a caminho de a ter, ainda lhe faltava comer muito pão, com tantos no PS mais influentes do que ele. b) E é, talvez, oposta. Com efeito, a pedofilia campeou na Casa Pia durante décadas, era daquelas coisas mudas que muita gente murmurava; e acabou por ser denunciada há 20 anos, sem êxito. Só em 2003 é que a justiça a atacou com alguma decisão. Ora, se - considerando apenas a derradeira (?) fase - o número das vítimas ultrapassou a centena; se a própria provedora vaticinou a pronúncia de notáveis abusadores ainda oficialmente incógnitos; e se agora as testemunhas continuam a produzir nomes - inevitável se torna a convicção de que a lista dos acusáveis está incompleta; e, permanecendo oculta a parte mais volumosa do icebergue, cresce entre os maus espíritos a suspeita de que pedófilos deveras poderosos vivem, nas suas sete quintas, à sombra do processo em curso; enquanto a justiça persegue poucos bodes expiatórios, culpados ou não. Questão de comodidade? Ternura política? Temor reverencial? Certo certo é que ainda ninguém de direito tentou explicar aos portugueses porque é que a dita justiça demorou tanto tempo a mexer-se para se concentrar afinal em tão poucos!
(Para ler todo o texto, clique aqui)

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

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SEJAMOS GENEROSOS, HOJE E SEMPRE Celebra-se hoje, em todo o mundo católico, o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES. Trata-se de uma excelente oportunidade para todos os crentes reflectirem sobre as necessidades espirituais, sociais, culturais e económicas de milhões de seres humanos espalhados pelo mundo. Quando se fala de Missões, logo associamos a esta palavra imagens, repetidas imensas vezes desde a nossa meninice, de pretinhos em conversa com padres e freiras, junto de palhotas que indiciam enormes carências. A pobreza material, a doença e o analfabetismo, que estão indissociavelmente ligados às Missões de tempos recuados, perduram nos nossos dias, apesar do grande esforço oferecido que inúmeras instituições cristãs envolvidas nas tarefas eclesiais e noutras. E se assim é, há que enfrentar, com mais determinação, a aposta nas Missões, na certeza de que estaremos a contribuir para a construção de sociedades mais justas e mais fraternas. Eu sei, todos sabemos, que é difícil deixar as comodidades a que estamos habituados, mas também não ignoro que há sempre alguém que tem a coragem de deixar tudo para se dar aos outros, em terras onde a fome de pão e de Deus são realidades palpáveis, em tempos em que uns têm tudo e outros vivem na miséria mais terrível. O casal Maria Emília e Manuel Carvalhais, a que me referi um dia destes, é um exemplo extraordinário dessa doação aos que mais precisam. De qualquer forma, penso que na retaguarda poderemos fazer muito mais, ajudando quem se dedica a tempo inteiro aos mais carecidos de tudo. Por outro lado, não podemos ignorar que a fome de pão e de Deus também existe entre nós, no nosso País, nas nossas cidades, vilas e aldeias. E também, certamente, na nossa rua. Hoje é dia de partilharmos um pouco do muito que temos com os que nada têm. Sejamos generosos, hoje e sempre. Fernando Martins

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES: 23 de Oububro

OS NÚMEROS DAS MISSÕES CATÓLICAS :: A Congregação para a Evangelização dos Povos apresenta no “Guia das Missões Católicas 2005” os números da acção da Igreja, após 25 anos sem uma publicação deste género ::
Desde 1989 até hoje, foram erigidas 134 novas Circunscrições eclesiásticas, e cerca de 150 sofreram modificações. Actualmente, à Congregação para a Evangelização dos Povos são confiadas um total de 1.069 Circunscrições eclesiásticas, quase 30% de todas as Circunscrições eclesiásticas da Igreja no mundo. Nelas contam-se 180 Arquidioceses Metropolitanas, 750 Dioceses, 1 Abadia Territorial, 72 Vicariatos Apostólicos, 45 Prelatura Apostólicas, 4 Administrações Apostólicas, 11 Missões "sui iuris" e 6 Ordinariatos Militares. O maior número de Circunscrições eclesiásticas encontra-se na África, onde são 477; segue-se a Ásia, com 453; a América, com 80; a Oceania, com 45 e a Europa, com 14.
Ao serviço da "Missio ad gentes" trabalham cerca de 85.000 sacerdotes, dos quais 52.000 pertencem ao clero diocesano; 33.000 são religiosos. Relativamente à distribuição territorial, 27.000 actuam na África; 44.000 na Ásia; 6.000 na América; 5.000 na Oceania e 3.000 na Europa. A sua actividade missionaria recebe o apoio, além disso, de 28.000 religiosos não sacerdotes, 45.000 religiosas e de 1.650.000 catequistas.
O Dicastério da Cúria Romana para as missões acompanha a formação espiritual e académica de 280 Seminários Maiores interdiocesanos, e de 110 Seminários Menores, garantido-lhes também um subsídio económico.
Um último dado que emerge é o contribuição que a Congregação deu na construção de inúmeras igrejas-capelas (principalmente para as pequenas comunidades espalhadas na áreas rurais). A isso, acrescentam-se actividades educacionais (cerca de 42.000 escolas); actividades de saúde (1.600 hospitais, mais de 6.000 centros de saúde, 780 leprosários); actividades de recreação e sociais (12.000 iniciativas).
FONTE: ECCLESIA

GOMES CANOTILHO DEFENDE REVISÃO PROFUNDA DA CONSTITUIÇÃO

Constitucionalista diz que é preciso aprofundar esquemas de transparência e combate à corrupção Um artigo de Leonete Botelho
O constitucionalista Joaquim Gomes Canotilho defende a necessidade de uma "profunda revisão constitucional", mas de sentido diferente ao que "se anda a agitar no dia-a-dia nos jornais", como é a questão dos poderes do Presidente da República. "Eu penso que há problemas de organização do poder político, mas que não são estes que são agitados", afirmou ao PÚBLICO, antecipando uma intervenção que fará em breve no Porto. Em seu entender, o que necessita de intervenção são questões ligadas sobretudo à fiscalização do Estado. "É preciso aprofundar a ideia da transparência das instituições, introduzir esquemas de combate eficaz à corrupção. É todo um conjunto de esquemas que hoje fazem parte da chamada "excelência da governação" que não está a ser introduzida no país", advoga.
Um dos instrumentos que o professor de Coimbra considera essencial ser transportado para o aparelho de Estado é o controlo de avaliação das instituições. "É um controlo que está a ser experimentado em tudo, que as empresas privadas têm, que está em curso nas Universidades, mas que devia ser alargado a todos os sectores do Estado, inclusive do Governo", defende. "O engenheiro Sócrates anda a dizer que ele próprio devia ser avaliado [enquanto primeiro-ministro], mas isso deve ser feito com esquemas mais profundos, mais institucionais e formais", considera.
A "excelência da governação", especifica, passa pela consagração da ideia da responsabilidade, de avaliação das instituições, da comparabilidade das instituições. Em termos de avaliação e responsabilidade no sistema actual, dá como exemplo o sector da Justiça: "O juiz presta contas a alguém? E o procurador? Quem é que responde perante o povo", questiona. Para defender que "temos de inovar, introduzindo um sistema de perguntas que há no sistema americano. Cá está uma dimensão presidencialista".
No próprio aparelho de Estado, Gomes Canotilho considera que é preciso mexer tanto a nível central como local e regional, desde o regime de financiamento das autarquias aos objectivos do Conselho de Estado. "O Parlamento não precisa de um staff melhor para exercer as suas funções de controlo, mesmo que seja à custa da diminuição do número de deputados?", interroga. Para afirmar que "há uma série de tópicos que é preciso agitar para renovar verdadeiramente a organização do sistema político".
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Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Padre João Gonçalves


Apenas um mandamento 

Se todos os valores estivessem profundamente assumidos por todos, não seriam precisos mandamentos, nem leis, nem ordens; todos sabiam o que fazer e como fazer, para não se prejudicar a si, nem aos outros, nem ofender a Deus. Todavia, a nossa fragilidade precisa da ajuda de normas e leis. 
Para o Cristão, há uma só Lei, um só Mandamento, porque todos os outros mandamentos se resumem e vão dar apenas no Mandamento de amar. Mas, se todos andássemos atentos a Deus e aos irmãos, até este seria dispensável, por ter sido já suficientemente assumido como normal comportamento.
Amar é colocar-se num patamar que ultrapassa tudo quanto está estabelecido como regra; quem apenas cumpre normas é “servo inútil”; quem ama, de verdade, cumpre as regras todas, porque ama, mas também se coloca na dimensão da heroicidade, da entrega gratuita e total. Amar é dar-se; é procurar mais o bem dos outros do que o seu; é ir, na dedicação e na solidariedade, até à morte; como fez o Mestre... porque essa é a maior prova. 
Por isso, basta-nos um Mandamento.

In "Diálogo", 1045 - XXX DOMINGO COMUM

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Picasa ÍLHAVO: Câmara Municipal

sábado, 22 de outubro de 2005

BOMBEIROS, EXEMPLO A SEGUIR

VOLUNTARIADO: uma opção de todos os dias O Governo português homenageou hoje, em cerimónia pública, os Bombeiros de Portugal, pela sua meritória e indiscutível disponibilidade para servir quem vive momentos de aflição. Foi uma homenagem justa, oportuna e louvável, se atendermos ao muito que estes homens e mulheres dão ao portugueses e ao País, sempre que solicitados e mesmo antes de o serem. Estão sempre prontos e põem o seu voluntariado à frente dos seus interesses e dos interesses das suas famílias. Eu não sei se todos reconhecemos o trabalho dos bombeiros, mas sei que eles merecem, da parte de todos nós, o nosso apoio e o nosso respeito. Mas também sei que o seu exemplo nos deve contagiar a todos, para que saibamos, no dia-a-dia, estar ao serviço dos nossos concidadão, ajudando e acorrendo a quem mais necessidade tem da nossa disponibilidade. Penso que uma forma de nos tornarmos solidários está, ou pode estar, no nosso envolvimento em campanhas de ajuda às vítimas de catástrofes naturais, tão frequentes nos últimos tempos, um pouco por toda a parte. Quantas vezes, ao tomarmos conhecimento do que acontece no mundo, a este nível, nos ficamos pela indiferença ou pelas palavras de circunstância, quando é preciso que contribuamos, de forma concreta, para minimizar o sofrimento dos mais pobres. Urge, pois, passar das palavras aos actos, contribuindo com o que pudermos. Afinal, o voluntariado deve ser uma opção de todos os dias, seguindo, precisamente, o exemplo dos nossos bombeiros. Fernando Martins

BOMBEIROS PORTUGUESES HOMENAGEADOS

Posted by Picasa Governo assume fracasso na protecção florestal
O ministro da Administração Interna, António Costa, reconheceu hoje o fracasso das políticas de protecção florestal e assegurou um aumento de 13 por cento nas verbas do Orçamento de Estado com destino à protecção civil. O governante falava no Parque das Nações, em Lisboa, onde se realizou uma cerimónia de homenagem pública aos bombeiros portugueses, no âmbito da qual foram condecorados a título póstumo os 12 bombeiros que, este ano, perderam a vida no combate às chamas. A cerimónia contou coma presença do primeiro-ministro, José Sócrates.
António Costa revelou ainda que o Governo convocou "um conselho de ministros extraordinário para o próximo sábado com o objectivo de analisar as conclusões do relatório da Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais".
A propósito da vaga de incêndios deste ano – 35 mil fogos que queimaram cerca de 300 mil hectares de floresta – o ministro lembrou que, em 2005 ocorreram "seis dos dez dias em que, nos últimos cinco anos, o risco de incêndio foi mais elevado".
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Um poema de Luís de Camões

Posted by Picasa Luís de Camões DESCALÇA VAI PARA A FONTE Descalça vai para a fonte Leonor pela verdura; vai fermosa e não segura. Leva na cabeça o pote, o testo nas mãos de prata, cinta de fina escarlata, sainho de chamalote; traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura; vai fermosa e não segura. Descobre a touca a garganta, cabelos de ouro o trançado, fita de cor de encarnado, tão linda que o mundo espanta; chove nela graça tanta que dá graça à fermosura; vai fermosa e não segura.