terça-feira, 31 de maio de 2005

FEIRA DO AMBIENTE no Carrefour - Aveiro

Posted by Hello
A HERA - Associação para a Valorização e Promoção do Património está presente na Feira do Ambiente, organizada pelo Carrefour -Aveiro, no espaço da Galeria Comercial. Trata-se de um evento à escala mundial.
A Hera espera a sua visita. Passe por lá para ficar a saber mais sobre o Ambiente e sobre o Património Cultural.

DIA MUNDIAL SEM TABACO

Posted by Hello
Os estudiosos hão-de explicar-nos, um dia, por que motivo um vício, com raízes antiquíssimas, se espalhou por todo o mundo, envolvendo gentes de todas as idades e de todos os estratos sociais. Isto, apesar de se saber, muito bem, que fumar é prejudicial à saúde e à bolsa. Todos sabem que o tabaco é o principal responsável pelo cancro do pulmão, entre outros malefícios que provoca, mas nem assim as pessoas deixam de fumar, levando muitas outras a inalarem o fumo, tanto nos locais de trabalho como nos recintos públicos, nomeadamente cafés, bares e restaurantes, apesar da legislação o proibir. E nem a subida do preço dos maços de tabaco, uma constante nos mais diversos países, leva os fumadores a porem de lado o vício, tão pernicioso para todos. Neste Dia Mundial Sem Tabaco, que hoje se comemora, seria bom que as pessoas reflectissem um pouco sobre o assunto e decidissem, de uma vez por todas, pôr de lado o tabaco. Não com cortes no número de cigarros que se consomem por dia, mas de forma radical, porque só assim haverá resultados palpáveis. O que acredita que pode deixar de fumar aos poucos, nunca deixará de o fazer. Conheço exemplos desses e também conheço quem foi capaz de renunciar ao tabaco, de forma decisiva, com êxito.
Para mais esclarecimentos, consulte o "site" da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
F.M.

Um artigo de António Rego

. Do alto de Subiaco
Poucas pessoas terão notado que o actual Papa, cerca de vinte dias antes de ser eleito, se havia deslocado ao Mosteiro Beneditino de Subiaco, para proferir uma conferência sobre a “Europa na crise das culturas”. Recebeu, nessa altura e nesse local, o prémio “S.Bento pela promoção da vida da família na Europa”. Poucas pessoas se terão apercebido, na hora do Habemus Papam, a razão íntima por que Ratzinger escolheu o nome de Bento XVI. Não foi uma inspiração circunstancial. Há muito que S. Bento e a Europa têm uma grande proximidade na percepção histórica e na sensibilidade do actual Papa.
O chumbo do Tratado Europeu, em França, não sendo uma catástrofe para a União Europeia, constitui um bom momento para relançar algumas questões sobre o nosso Continente, que alguma sofreguidão política e económica terá levado a diversos “saneamentos” históricos. O laicismo mórbido que se concretizou na negação da matriz cristã europeia, mina, sem o notar, a cultura da liberdade e da democracia, ao abjurar as suas raízes ou considerando-as, por mero oportunismo, apodrecidas. E, por essa via, definindo quem deve ou não pertencer à Europa.
“A Europa – disse Ratzinger em Subiaco - foi um continente cristão, mas também um ponto de partida para uma nova racionalidade científica... Foi na Europa que o cristianismo recebeu o seu impulso cultural e intelectual mais eficaz... mas foi, também, na Europa que se desenvolveu uma cultura que constitui a contradição mais radical não só do cristianismo mas também das tradições religiosas e morais da humanidade. Por isso a Europa está a atravessar uma autêntica prova de fogo... Daqui emerge a responsabilidade que nós, Europeus, temos de assumir neste momento histórico: no debate sobre a definição da Europa, não está em jogo uma batalha nostálgica de retaguarda da história, mas uma grande responsabilidade para a humanidade de hoje.”
Na crise da Europa não estará, visivelmente, o problema religioso. Mas quem risca do seu bilhete de identidade o nome de seus pais, parece não estar interessado em ser reconhecido como filho de boa gente.

Um artigo de António Martins da Cruz

. Portugal e a desordem europeia
Os franceses enganaram- -se na pergunta do referendo e a Europa entrou em crise. O voto da França compromete o futuro da Europa, para além de debilitar o próprio papel francês nos novos rumos europeus. As razões franco-francesas foram uma espécie de caldeirão do João Ratão onde os políticos de direita e de esquerda caíram. O paradoxo é que a França é não apenas o primeiro país fundador da União Europeia que vota não, como o próprio Tratado Constitucional Europeu é uma invenção francesa, imposta aos constituintes por Giscard d'Estaing. Que o diga Ernâni Lopes. Será interessante recordar que De Gaulle se demitiu de presidente em 1969 por uma questão referendária menos importante. E Chirac? A Europa foi vítima da França. Ou, como dizia o secretário-geral do PS francês na noite do referendo, a Europa foi vítima da desordem interior francesa. Para além do divórcio entre a França e a Europa e a dimensão interior do próprio referendo, apetecia-me dizer que o problema é da França. Infelizmente não é. Começa a ser útil, ou talvez necessário, olhar as coisas como elas são e não como nós gostaríamos que fossem.
(Para ler o texto na íntegra, clique DN)

Jorge Sampaio lança apelo ao "espírito patriótico" dos sindicatos e do patronato

Posted by Hello
O Presidente da República, Jorge Sampaio, lançou ontem um apelo ao "espírito patriótico" das associações sindicais e patronais, para que convirjam na busca de uma solução para a "grave situação" das contas públicas, depois de se ter divulgado que o défice poderá atingir os 6,83 por cento este ano. Em carta enviada ao Conselho Permanente de Concertação Social, que hoje se reúne com o Governo, Jorge Sampaio defende que a busca de uma solução para combater o défice "deve motivar" também "o conjunto dos agentes económicos e sociais" representados naquele órgão. Nesse sentido, o chefe de Estado deixa “um apelo ao espírito patriótico e ao sentido de responsabilidade das associações sindicais e patronais e, por seu intermédio, aos trabalhadores e aos empresários portugueses". Jorge Sampaio sustenta que as "condições de resposta à crise orçamental e às suas causas mais profundas" serão "tanto melhores quanto mais forte for a capacidade de concertação entre o Governo e os associações representativas dos interesses económicos e sociais". O Presidente da República chama a atenção para a "situação complexa" que o país vive e para os "esforços adicionais" que será necessário fazer, "no sentido de responder à necessidade de realizar um programa completo de consolidação orçamental e de responder às causas políticas, económicas e sociais do défice orçamental acumulado durante um período longo". "Essa grave situação constitui um problema nacional, cuja resolução deve motivar todos os portugueses, e, designadamente, o conjunto dos agentes económicos e sociais, que estão representados no Conselho Permanente de Concertação Social", escreve ainda Jorge Sampaio.

De Santo Agostinho, para reflectir

. Aquele Pão que vedes no Altar Aquele pão que vedes no Altar, consagrado pela Palavra de Deus, é o Corpo de Cristo. Aquele cálice, melhor, o que está dentro daquele cálice consagrado pela Palavra de Deus, é o Sangue de Cristo. Por eles nos quis o Senhor Jesus Cristo entregar o Seu Corpo e o Seu Sangue, que por nós derramou, para remissão dos nossos pecados. Se os recebestes com as devidas disposições, vós sois o que vós recebestes. Realmente o Apóstolo diz: "Embora sejamos muitos, somos contudo um só pão e um só corpo." Assim ele explica o Sacramento da Mesa do Senhor: "Somos muitos, mas somos um só pão e um só corpo." Com este pão se vos mostra quanto deveis prezar e amar a unidade. Porventura aquele pão foi feito de um só grão? Não eram muitos os grãos de trigo? Mas antes de chegarem a pão, estavam separados (...). Ora convosco passou-se coisa parecida. (...). Vejo o Baptismo e como que fostes amassados com água para chegardes a esta forma de pão.

segunda-feira, 30 de maio de 2005

AVEIRO: Visitas ao Património Cultural

Posted by Hello Canal central
O Pelouro de Preservação do Património Cultural da Câmara Municipal de Aveiro e o Instituto de Emprego e de Formação Profissional de Aveiro iniciaram, no passado dia 25 de Maio, nas instalações do Centro de Emprego de Aveiro, um Curso de Formação de Aperfeiçoamento de Visitas Guiadas ao Património Cultural de Aveiro. As exigências dos turistas, no sentido de conhecerem mais sobre os locais que visitam, têm-se traduzido numa crescente procura de visitas guiadas junto dos serviços culturais da Câmara Municipal de Aveiro. Tal facto é encarado como o reflexo de uma maior consciencialização do valor do património cultural, como factor identitário e de um interesse por Aveiro, que ultrapassa a tradicional busca de um turismo de sol e praia. De acordo com dados da Divisão de Museus e Património Histórico, entre os grupos que mais têm demonstrado interesse encontram-se as comunidades escolares que representam mais de 60 por cento das solicitações de visitas nos últimos dois anos. O papel relevante que a Escola desempenha nas questões patrimoniais, ao proporcionar o desenvolvimento da sensibilidade pelo assunto e enquanto detentora do saber histórico e artístico, justifica, em boa parte, os números, e estimula o sentimento de pertença e de identidade ao meio. Não obstante a primazia escolar, a procura dos serviços da Câmara Municipal de Aveiro tem-se estendido a outros grupos que, imbuídos de motivações diversas, expressam um interesse em ir para além do que é facultado pelas publicações de cariz turístico e vêem na fruição do património uma forma de lazer e de aprendizagem privilegiada. É tentando dar resposta a toda essa busca, aliada a um entendimento de que a comunidade local deve ter um papel interventivo nas iniciativas culturais, sob a forma de experimentação, que se propôs ao Instituto de Emprego e de Formação Profissional de Aveiro a realização desta formação de guias de visitas ao património de Aveiro. Em simultâneo, está-se a fornecer um possível instrumento de trabalho e a contribuir para o alargamento do âmbito profissional a um grupo, cujo perfil se considera uma mais-valia na tarefa primeira de todos os cidadãos, de preservar e valorizar o património cultura, segundo princípios de voluntariado e da prossecução do bem comum. Fonte: “site” da CMA

Tratado Constitucional da UE

Posted by Hello
Um desafio aos cidadãos No próximo dia 18 de Junho, pelas 9.30 horas, no CUFC, junto à Universidade de Aveiro, vai realizar-se uma jornada de reflexão sobre o Tratado Constitucional da União Europeia, que é, sem dúvida, um desafio para todos nós. Será conferencista o professor doutor Luís Lobo-Fernandes, director da secção de Ciência Política da Universidade do Minho. Intervém, ainda, o professor doutor Carlos Borrego, da Universidade de Aveiro e presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz. A moderação é do eng. Vasco Lagarto, membro da Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo e director da Rádio Terra Nova.

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

REACCIONÁRIOS
Uma boa parte dos franceses que votaram "não" ao tratado constitucional europeu quis rejeitar o chamado ultraliberalismo. Ou seja, o capitalismo de tipo anglo-saxónico, por sinal eficaz no crescimento económico e na redução do desemprego, mas com menos protecções para os que estão empregados. Para defender o "sim", Chirac chegou mesmo a dizer que o liberalismo é pior do que o comunismo. E mostrou-se contra princípios básicos do mercado livre e da própria integração europeia, como a concorrência nos serviços por parte dos novos Estados membros da União.
Na Alemanha o populismo antimercado está também em alta. A globalização e as deslocalizações de empresas para a Europa de Leste puseram em causa a "economia social de mercado", com a co-gestão, salários generosos e um alto grau de protecção social. O "capitalismo renano" está ali a ceder terreno ao modelo anglo-saxónico, mais assente na bolsa. O problema é que, tanto em França como na Alemanha, o tão apregoado modelo social europeu não consegue taxas de desemprego abaixo dos 10% da força de trabalho.
As reacções anticapitalistas de franceses e alemães são defensivas. São ditadas pelo medo e pela incapacidade de adaptação às novas realidades da globalização e até de uma integração europeia alargada a novos Estados membros. O populismo antimercado da França e da Alemanha não aponta para reformas com futuro, mas para regressar artificialmente a um passado que não voltará. É uma atitude reaccionária, que nada tem a ver com o combate aos reais defeitos do capitalismo liberal nem com o desejo de outros modelos possíveis (como o escandinavo, que funciona). Algo semelhante, e dramático, aconteceu nos anos 30, com a escalada proteccionista. A integração europeia surgiu, também, para que tal jamais se repetisse.

ISCRA oferece cursos de pós-graduação

Posted by Hello Seminário de Aveiro Ciências da Família e História das Religiões
No próximo ano lectivo, o Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA) oferece dois cursos de pós-graduação em Ciências da Família e em História das Religiões. As fortes tensões a que a Família tem sido sujeita “resultantes das mudanças sociais que se têm verificado nos últimos tempos, justificam, por si só, o aprofundamento das Ciências da Família, como ponto de partida para a realização da pessoa e para a humanização da sociedade” – sublinha um comunicado de imprensa do ISCRA.
Por outro lado, a dimensão “crescente dos conflitos religiosos a que assistimos em diversas partes do mundo tornam urgente a compreensão dos fundamentos da fé e o estudo e análise das diversas doutrinas e suas manifestações culturais, a bem da evolução do diálogo ecuménico e inter-religioso” – menciona.
As pós-graduações são dirigidas a titulares de um Bacharelato, Licenciatura ou equivalente em qualquer área, têm a duração de um ano lectivo e serão leccionados em horário pós-laboral.
As inscrições estarão abertas de 1 a 30 de Junho de 2005. Mais informações em www.iscra.pt ou contactar através do telefone 234 379 880, fax 234 379 887 ou do email iscra@netvisao.pt
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Dados do ISCRA
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Fundação: 29 de Junho de 1989
Instalações: Seminário de Santa Joana Princesa, Aveiro
Presidente: D. António Baltasar Marcelino, Bispo de Aveiro
Directora: Doutora Deolinda Serralheiro, snsf
Protocolos: com o Instituto Superior de Ciencias Religiosas a Distância “San Agustín, patrocinado pela Universidade Pontifícia de Comillas (para a Licenciatura em Ciências Religiosas a Distância)
Cursos: Licenciatura em Ciências Religiosas a Distância, Plano de Formação Sistemática e Curso Básico de Ciências Religiosas
N.º de alunos: cerca de 250, dos quais, 110 frequentam a Licenciatura em Ciências Religiosas a Distância.
Fonte: ECCLESIA

RECONCILIAÇÃO entre cristãos

O presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Unidade dos Cristãos propôs aos Ortodoxos um sínodo de reconciliação e, juntamente com os filhos da Reforma Protestante, uma aliança a favor da redescoberta das raízes cristãs. O Cardeal Walter Kasper fez estas propostas no Congresso Eucarístico Nacional Italiano, que decorreu em Bari. No início da sua intervenção, o cardeal alemão recordou que, em Bari, “cidade ponte entre Ocidente e Oriente, lugar do túmulo de São Nicolau, o santo da caridade reconciliadora, venerado tanto no Oriente como no Ocidente”, teve lugar em 1098 um sínodo de bispos gregos e latinos. “Por que não esperar que aqui, em Bari, mil anos depois do sínodo de 1098, em 2098 (e por que não antes?), possamos celebrar de novo um sínodo de bispos gregos e latinos, um sínodo de reconciliação?”, perguntou. O novo pontificado de Bento XVI, assegurou, “deu-nos a esperança de que estas expectativas não são utopias”. “Esperamos de coração, e eu estou profundamente convencido de que, depois dos grandes esforços e dos importantes passos de João Paulo II, o novo Papa Bento XVI aplane e abra o caminho para uma perspectiva assim”, acrescentou. O Cardeal Kasper reconheceu que ortodoxos e católicos “são herdeiros da cultura europeia comum e têm os mesmos valores éticos que são fundamentais para o bem das nossas sociedades e para os seus homens”. Nesse sentido, apontou como próximo passo, rumo à plena comunhão, a formação de “uma aliança a favor da redescoberta das raízes cristãs da Europa”. “Uma aliança – indicou – para nos ajudarmos mutuamente a favor dos valores comuns e de uma cultura da vida, da dignidade da pessoa, da solidariedade e da justiça social, pela paz e pela salvaguarda da criação”. O Cardeal Kasper abordou ainda a questão do ministério petrino (do Bispo de Roma), que constitui uma das dificuldades para o avanço do ecumenismo. “Por que não reflectir juntos sobre uma osmose entre o princípio de sinodalidade e o de colegialidade e o princípio petrino, que, precisamente nas semanas passadas, mostrou a sua força espiritual?”, desafiou. Fonte: ECCLESIA

domingo, 29 de maio de 2005

Um poema de Sabastião da Gama

Posted by Hello Oração de Todas as Horas Agora, que eu já não sei andar nas trevas, não me roubes a Tua Mão, Senhor, por piedade! Voltar às trevas não sei, e sem a Tua Mão não poderei dar um só passo em tanta Claridade. Pelas Tuas feridas minhas, pelas tristezas de Tua Mãe, Jesus, não me deixes, no meio desta Luz, de pernas presas... Não me deixes ficar com o Caminho todo iluminado e eu parado e tão cansado como se fosse a andar

LEGIÃO DE HONRA para Manoel de Oliveira

Posted by Hello Manoel de OLiveira Exemplo de invejável juventude
No próximo dia 3 de Junho, o realizador português Manoel de Oliveira vai ser condecorado pelo Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, no palácio do Eliseu, com a Legião de Honra. Será mais uma distinção a juntar a tantas outras que tem recebido, ao longo da sua carreira de cineasta. Manoel de Oliveira, o mais idoso dos realizadores no activo do mundo, com os seus 96 anos, continua, com uma serenidade impressionante, a trabalhar e a mostrar que, parando, pode ser o fim. Falar, hoje e aqui, do nível da sua extraordinária obra cinematográfica, não está nos meus horizontes, que isso fica para os críticos de cinema. Apetece-me, no entanto, apontar o seu exemplo de tenacidade e de vida a todos quantos, aposentados, se remetem a um não fazer nada, a ficar pelos cafés, calados ou a discutir banalidades futebolísticas e pouco mais, enfim, morrendo aos poucos e desligados do mundo. Manoel de Oliveira não pára, apesar da sua provecta idade, exibindo uma capacidade de trabalho invulgar e uma lucidez de espantar. Ouvi-lo na Rádio ou na TV e lendo as entrevistas que dá é um prazer para toda a gente sensível. E não podemos, mesmo, ficar indiferentes à sua cultura multifacetada e aos seus conceitos de arte, sobretudo da área que domina com mais profundidade e que é o cinema. O autor de “Aniki Bobó”, “Vale Abraão”, “Non ou a Vã Glória de Mandar”, “Douro, Faina Fluvial”, “A Carta” e de “Le Soulier de Satin”, entre tantos outros filmes, vai, como sempre disse, continuar a filmar, dando-nos um exemplo de invejável juventude.
F.M.

Reportagem de Jesus Zing, no JN

Reitora da Universidade de Aveiro critica Ministério
A reitora da Universidade de Aveiro (UA), Helena Nazaré, lamentou, na cerimónia de entrega de diplomas que assinalou o "Dia da Universidade", que o financiamento do ensino superior só seja "capaz de premiar a quantidade".
(Para ler o texto na íntegra, clique JN)

Um artigo de Diogo Pires Aurélio, no DN

: Mexer ou não mexer no Estado
Chegaram, finalmente, as tão faladas e, ao mesmo tempo, receadas medidas do Governo para reduzir o défice. Apoiado, na generalidade, pelos economistas, contestado por vários dos sectores atingidos, o receituário anunciado pelo primeiro-ministro é, no entanto, apesar da sua dureza e da coragem política que denota, encarado por muita gente como um soporífero que talvez não chegue sequer para o objectivo imediato de cumprir em tempo útil as obrigações decorrentes do PEC.
Tal como acontecera com Durão Barroso e a política protagonizada por Manuela Ferreira Leite, o anúncio das medidas de combate ao défice, em particular a subida de impostos, que num como noutro caso vieram ao arrepio dos objectivos repetidos em campanha eleitoral, fez-se acompanhar por uma alegação de ignorância quanto à verdadeira dimensão do défice existente.
(Para ler o artigo na íntegra, clique DN)

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Gaivotas descansam em cima do marégrafo, na Praia da Barra

sábado, 28 de maio de 2005

CORAGEM PODE EVITAR ESTAGNAÇÃO

Posted by Hello José Sócrates
Duarte Lima: “Há que ter a frontalidade de o dizer, sem subterfúgios ou meias palavras: as duras decisões anunciadas esta semana no Parlamento pelo primeiro-ministro, José Sócrates, revelam uma invulgar coragem política para os nossos costumes.” Mário Bettencourt Resendes: “ [Sócrates] faltou à palavra dada na campanha eleitoral, mas com isso é provável que tenha poupado aos portugueses mais alguns anos de estagnação económica e social.”

Para grandes males, grandes remédios

Penso que Portugal estava mesmo a precisar, há muito, de alguém que não brincasse com coisas sérias e que não adiasse por mais tempo a construção de estruturas políticas, económicas e sociais, que servissem de base a um país moderno, justo e solidário.
Moderno, para acompanhar, de forma dinâmica e responsável, os seus parceiros da UE, sabendo-se que Portugal se encontra na cauda da carruagem do progresso; Justo, acabando de uma vez por todas com portugueses-filhos (os trabalhadores do sector públicos) e portugueses-enteados (os trabalhadores do sector privado); Solidário, fazendo com que os ricos paguem mais, para que os mais pobres paguem menos. É certo que a perda de regalias é normalmente mal aceite, mas também é verdade que, num país em crise, se torna impossível equiparar os dois sectores de um dia para o outro, olhando só para os que estão na mó de baixo. A coragem de Sócrates vai ter muitos inimigos e até creio que alguns dos que votaram no PS já estarão arrependidos. Porém, se se pensar um bocadinho, temos de convir que, para grandes males, grandes remédios. E se estes remédios, agora anunciados, resultarem, todos ficaremos a ganhar. Fernando Martins

"O MUNDO DE SOFIA"

Um Livro para todas as idades


No “Mil Folhas” desta semana (Suplemento literário do "PÚBLICO"), Carlos Ademar Fonseca, autor de “O caso da rua Direita”, editado pela “Oficina do Livro”, diz no “Inquérito”, em resposta a uma pergunta sobre o último livro que ofereceu, que “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, está nas suas preferências. Isto porque, como sublinhou, “é um verdadeiro manual de Filosofia, que devia ser obrigatório por decreto. É magnífica a metáfora do insecto que passa a vida a cirandar sobre a pele do coelho e que um dia resolve subir por um pêlo acima e, à medida que subia, alargava os seus horizontes, e quando chegou ao cimo do pêlo maravilhou-se com a paisagem”. 
Li esta obra, editada pela “Presença”, em 1995, ano em que saíram quatro edições, em Portugal. Encantei-me, então, com a aventura em que embarquei através da história da Filosofia, na companhia de Sofia e de uma personagem misteriosa. Era e é um livro fundamentalmente para jovens, que os adultos também podem e devem ler. Carlos Ademar Fonseca recomenda-o a pessoas no fim da adolescência ou a jovens adultos. Eu li-o já cinquentão e não me arrependi nada. 

F. M.

CHOQUE

Posted by Hello
Há gente avisada que nunca é ouvida Esta semana, os portugueses sofreram um choque com o anúncio da subida de impostos para se tentar diminuir o défice das finanças públicas, que pode atingir os 6,83 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), até ao fim deste ano, se nada se fizer para o reduzir, segundo revelou uma comissão presida pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. No fundo, esse anúncio não foi uma surpresa, porque toda a gente já sabia que Portugal está numa situação difícil, mas a verdade é que ninguém gosta de acreditar no pior, mesmo quando a realidade está à vista de todos. Este problema do défice público não é de agora, muito menos dos últimos Governos. Já vem detrás, mesmo dos Governos de Cavaco Silva, sobretudo quando o Estado começou a aumentar, desmedidamente, os encargos com a administração pública e com outras despesas correntes. E também quando iniciou uma política de regalias sociais aos seus servidores, aos políticos e ex-políticos, quando fez obras incompatíveis com a nossa dimensão e capacidades, quando, enfim, começou a gastar, no dia-a-dia, mais do que recebia dos impostos dos portugueses. Há muito que os mais avisados têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de se reduzirem as despesas correntes, como única forma de equilibrar as finanças públicas, já que os rendimentos são curtos e os hábitos de muitos portugueses estão marcados pelo princípio de que é correcto enganar o Estado, fugindo ao fisco. É sabido, por exemplo, que a grande maioria das empresas portuguesas apresenta prejuízos no fim do ano, boa forma de não pagar impostos. E no entanto, essas empresas continuam a laborar, como se tudo estivesse bem, sem que haja, por parte dos Governos, quem vá saber o que se passa. O pior, porém, veio agora, com o primeiro-ministro a dizer que tem mesmo de subir os impostos, para tentar debelar a crise. Ninguém gostou, claro, porque se vai mexer no bolso de cada um, sobretudo dos trabalhadores que nunca puderam escapar às malhas do fisco. Os mais frágeis, afinal. No entanto, há analistas que alertam para outras soluções, sem que aparentemente ninguém os ouça. Medina Carreira é um deles. Diz ele, por exemplo: Para quê tantos deputados? Metade não bastaria para discutir as nossas leis? E para quê tantos Ministérios? Doze não seriam capazes de coordenar as políticas governamentais? E porquê um sem-número de assessores dos ministros e de autarcas, a todos níveis? E para quê o TGV e um novo aeroporto, quando há cidades, vilas e aldeias sem acessos mínimos? E para quê tantos estádios de futebol para o Euro 2004, se alguns estão sempre às moscas? E para quê os submarinos, se os nossos militares estão mais vocacionados para colaborar na manutenção da paz? E porquê o escândalo de alguns políticos ficarem com subvenções vitalícias, ao fim de 12 anos de trabalho? E porquê as reformas milionárias, num país pobre? Responda quem souber. Fernando Martins

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Voltar a CHAVES para matar saudades

Ponte Romana
Na capital do Alto Tâmega com amigos 


Voltar a Chaves, mesmo que só um dia, é sempre um prazer. Encontro amigos, calcorreio ruas que há anos me foram familiares, nos tempos em que por lá fazia campismo com a família, aprecio jardins cuidadosamente tratados, contemplo monumentos carregados de história e respiro o ar puro do Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes, no dizer poético, mas autêntico, de Miguel Torga. 
Na quinta-feira, dia do Corpo de Deus, fui encontrar a capital do Alto Tâmega com toda a sua beleza e conviver com gente solidária, que sabe cultivar amizades através dos tempos. O motivo da minha visita foi a comunhão solene de uma criança, a Alexandra, que há anos tive o privilégio de baptizar, na qualidade de diácono. E foi muito bom recordar outras estadas em Chaves, cujos recantos e pessoas tive a dita de conhecer de perto. 
Foi então, com muita satisfação, que voltei a apreciar a igreja de Santa Maria Maior, a Igreja Matriz, como é conhecida. Templo românico, mas muito alterado nos meados do século XVI. Ao lado, lá está a Igreja da Misericórdia, do Estilo Barroco, onde um dia participei numa missa que durou uns 20 minutos. O sacerdote, velhinho, celebrou sentado para não se cansar muito. 
Olhando à volta, como podia ficar indiferente à Torre de Menagem, resto do primitivo castelo mandado construir por D. Dinis, no século XIV. Ruas estreitas, medievas, circundam a praça principal, a Praça Camões (Segundo José Hermano Saraiva, Luís de Camões teve as suas origens em Vilar de Nantes, Chaves, de onde eram naturais os seus avós), que mostra a Câmara Municipal, o Museu e a estátua de D. Afonso, Conde de Barcelos, Duque de Bragança e Senhor de Chaves, filho ilegítimo de D. João I, o de Boa Memória. Senhor de Chaves, que casou com a filha de D. Nuno Álvares Pereira, que lhe deu fortuna. 
Depois, foi a vez de contemplar a ponte romana que atravessa o rio Tâmega, construída entre o século I e o século II da nossa era, que ainda conserva intactos 12 arcos, que teimam em desafiar o tempo. Duas colunas, epigrafadas, são símbolos de gentes que ocuparam e viveram na Aquae Flaviae, a Chaves de hoje, tornada famosa pelo imperador Flávio Vespasiano, que ali chegou atraído pelo ouro da Serra da Padrela. O Forte de São Francisco, o Forte de São Neutel, igrejas e capelas, palacetes e jardins, de tudo um pouco nos oferece esta cidade que aceita como visitantes mais frequentes os nossos amigos espanhóis. Mas o que mais projecta a Capital do Alto Tâmega, desde a antiguidade até aos nossos dias, é, sem dúvida, a oferta termal. Balneário moderno, com águas bicarbonatadas, sódicas e hipertermais, das mais quentes da Europa (73º), garante cura a muitas maleitas. 
Estar em Chaves é recordar visitas a Espanha, em especial a Feces de Abajo, a aldeia fronteiriça que nos desafiava a experimentar, em espírito de aventura que os mais novos tanto apreciavam, os caminhos dos contrabandistas, para comprar caramelos, chocolates… entre outras coisas, mas também para beber coca-cola, bebida na altura proibida pelo doutor Salazar. 
Estar em Chaves é ter o gosto de saborear o seu genuíno presunto, os pastéis quentinhos com o nome da cidade, e o folar típico, como não há outro. E daqui ainda se saía à procura do vinho dos mortos, em Boticas, da Chega de Bois, em Montalegre, da Pedra Bolideira, na estrada que leva a Bragança, dos Castros da Curalha e de Carvalhelhos, este em Boticas. Sempre em excursões familiares, onde se cultivava o prazer da descoberta. Melhor que tudo, porém, estar em Chaves é conviver com gente estruturalmente sã e aberta, com uma capacidade enorme para preservar amizades. 
Afinal o Reino Maravilhoso que Miguel Torga tão bem pintou, reino de pedras e montanhas, de tradições e de gente determinada que sempre disse que “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”. E ao falar dos transmontanos, o poeta da Criação do Mundo, dos Contos da Montanha, do Diário, dos Bichos e de Portugal, entre tantas outras obras, diz que são “fiéis à palavra dada, amigos do seu amigo, valentes e leais (…), ufanos da alma que herdaram”. 

Fernando Martins : 


De Miguel Torga

Chaves, 6 de Setembro de 1986 

Miradoiro
Não sei se vês, como eu vejo
Pacificado,
Cair a tarde
Serena
Sobre o vale,
Sobre o rio,
Sobre os montes
E sobre a quietação
Espraiada da cidade.
Nos teus olhos não há serenidade
Que o deixe entender.
Vibram na lassidão da claridade.
E o lírico poema que me acontecer
Virá toldado de melancolia,
Porque daqui a pouco toda a poesia
Vai acontecer.


Chaves, 26 de Agosto de 1990 



Visita sacramental a S. Caetano, um santo fronteiriço que tem na terra os serviços administrativos modelarmente organizados. “Meta as esmolas nos petos” – avisam os letreiros. E lá estão as tulhas para os cereais, a grade para os galináceos, e o orifício aberto na parede granítica da capela para encarreirar a pecúnia. 
Peregrino anual e céptico, não peço ao orago graças que sei que não pode conceder a um mau romeiro. Bebo-lhe a água gelada da fonte de três bicas, regalo os olhos na paisagem aberta e larga, espreito o cemitério visigótico precariamente preservado e fico satisfeito. Mas volto sempre, e sempre com a mesma curiosidade e disponibilidade emotiva. A minha bem-aventurança começou quando abri os olhos no mundo e há-de acabar assim, quando, já cansado, de tanto o ver e surpreender, os fechar.

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Posted by Hello Chaves: Torre de Menagem

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Posted by Hello Chaves: Igreja matriz, em dia de 1ª comunhão

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Posted by Hello Chaves: Igreja romana de Outeiro Seco

Pedra Bolideira

Chaves: Pedra  Bolideira 
Ao partir-se em duas, uma parte da pedra ficou pousada num ponto único, que permite a oscilação. Qualquer pessoa que empurre no sítio certo faz oscilar a famosa pedra.

quarta-feira, 25 de maio de 2005

No Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes

Amanhã, dia do Corpo de Deus, andarei pelo Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes. No regresso, darei conta do que vi.
F.M.