sábado, 12 de março de 2005

No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

"AMBIENTE VIVO" Trabalho colectivo de crianças
No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, vai estar patente ao público, até 21 de Março, entre as 15 e as 23 horas, uma exposição sobre o ambiente, denominada "AMBIENTE VIVO", que se integra no projecto "+ ECO 2005". Trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Ílhavo, que envolve alunos das escolas do Ensino Básico e jardins-de-infância do concelho e se destina a toda a gente. Na apresentação do programa da autarquia ilhavense, o presidente Ribau Esteves sublinha que aquele projecto congrega todos os agentes que trabalham na área do ambiente e tem como objectivo "fazer mais e melhor", neste sector. O facto de os artistas serem crianças, não significa que esta exposição se dirija só a elas. Todos os adultos lucrarão se a visitarem, pois ali podem encontrar conselhos muito úteis para a preservação da natureza. As crianças denunciam as ofensas que fazemos ao ambiente, enquanto lembram a importância da água, dos rios, dos mares e das florestas. Os trabalhos foram elaborados com aproveitamento de desperdícios e denotam sensibilidades que têm de ser estimuladas e cultivadas. Afinal, de nada servem exposições como estas, se não tiverem seguimento e reflexo nos nossos comportamentos do dia-a-dia. F.M.

sexta-feira, 11 de março de 2005

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL



O Dia Internacional do Livro Infantil, que se celebra no próximo dia 2 de Abril - data em que se comemoram também os duzentos anos do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, não pode ser ignorado por pais e demais educadores, com especial realce para professores. Educar para a leitura, fonte inesgotável de saberes, é nos dias de hoje uma tarefa que deve envolver toda a gente com responsabilidades educativas e, ainda, todos os amantes da cultura, em geral, e do livro e da leitura, em particular.

F. M.

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL 


Os livros são os meus olhos mágicos


 Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o Sol era redondo e por que mudava a Lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que razão as estrelas não caíam do céu? 

Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios. E lia todos os livros que encontrava. Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse: «Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome.» Kapil levantou-se com o livro na mão e fez-se ao caminho. Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. 
Não tardou a bater noutra pedra e, uma vez mais, estatelou-se. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira fê-lo esquecer as feridas. De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola de luz rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado veena. Estendeu a quarta mão para o rapaz e disse: «Meu filho, estou impressionada com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te uma recompensa. Qual é o teu maior desejo?» Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a Deusa do estudo. 
No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: «Por favor, Deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho.» «Assim seja» - e a Deusa abençoou-o. Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens. Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés.

Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria. Também lhe puseram outro nome, Chakshupad, que em sânscrito significa «aquele cujos pés têm olhos». 

Saraswati é a deusa do estudo e do saber, da música e da fala. Esta é uma antiga lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras, essas palavras que os homens sábios escreviam em manuscritos de folhas de palmeira. Os livros são os nossos olhos mágicos. Dão-nos informação e conhecimentos e servem-nos de guias nos difíceis e acidentados caminhos da vida.

MANORAMA JAFA

Crescem famílias com dificuldades em Aveiro

E, de repente, vieram as dificuldades económicas. Sem conseguir dinheiro para pagar as despesas do dia-a-dia, têm de pedir ajuda. Para comer, vestir, para ter luz e água. Estas famílias são cada vez mais em Aveiro. Os que estão mais sozinhos na vida têm de pedir também um local para dormir O número de famílias em dificuldades está a crescer em Aveiro, a avaliar pelos que recorrem aos serviços da Cáritas Diocesana de Aveiro. O relatório com os dados de 2004 ainda se encontra por fazer mas, em 2003, foram 328 as famílias que pediram ajuda. Se em 2004 a Cáritas sentiu um aumento significativo de pedidos em relação ao ano anterior, é de esperar que os dados oficiais mantenham a tendência de crescimento verificado. O número de atendimentos no apoio às famílias também tem um correspondente aumento. Em 2002, a Cáritas registou 1449 atendimentos, 1547 em 2003 e cerca de 3000 em 2004.
Para ler mais, consulte o Diário de Aveiro.

Maiorias absolutas são prejudiciais ao Parlamento

O ex-Presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, disse que as maiorias absolutas são prejudiciais ao Parlamento. Esta afirmação, vindo de quem veio, deve levar-nos a reflectir. E talvez possamos concluir daí que os nossos políticos ainda não estão suficientemente maduros para viverem numa democracia que se quer adulta, onde o respeito pelas diferenças tem de ser norma cívica a seguir. Os nossos políticos tem de se convencer que não são senhores da verdade absoluta e que já não estamos em tempos de sectarismos, onde o adversário político é inimigo a abater. As opções a tomar não têm necessariamente que sair, em exclusivo, do Partido que detém a maioria. Venham de onde vierem, as propostas têm de passar pelo crivo da discussão sadia, optando-se, com simplicidade, pelas que forem melhores para o País e para os portugueses, tendo em conta, naturalmente, os programas escolhidos nas eleições. Um político moderno e respeitador dos princípios democráticos, não pode fechar-se, cegamente agarrado à cartilha do seu Partido, mas deve saber ouvir as oposições, dialogar com as forças sociais da nação e ter a humildade suficiente para dar a mão à palmatória, quando não está no caminho certo. O importante é que, no Parlamento ou fora dele, os políticos revelem maturidade cívica e consciência bem formada e com capacidade para reconhecerem que ninguém é dono da verdade toda. Há sempre alguém, por mais absurdas que possam parecer as suas ideias, que tem uma parte da verdade. Fernando Martins

LEITURAS

1 – No PÚBLICO, O Presidente Sampaio defende combate ao terror com respeito pelos direitos humanos. 2 - Francisco Sarsfield Cabral escreveu na revista Além Mar que "Perdão da dívida pode evitar o estrangulamento financeiro dos países pobres". 3 - Pode ler na ECCLESIA que "Portugal não pode esquecer as lições da emigração", um tema sobre o I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, decorrerá de 29 a 31 de Março de 2005, na casa diocesana do Vilar, Porto.

quinta-feira, 10 de março de 2005

NOVA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Hoje, o Parlamento volta a ter vida
A partir de hoje, temos uma Assembleia da República renovada, embora, ainda, com bastantes rostos conhecidos, muitos dos quais por ali andam desde o 25 de Abril. · É um Parlamento maioritariamente PS e acentuadamente de esquerda, por decisão do povo português; · Tem como funções principais legislar e fiscalizar a acção do Governo; · Deve estar atenta ao que se passa no País e no mundo, reflectindo as inquietações do povo e tendo em conta sempre os mais desfavorecidos; · Deve mostrar trabalho útil, dignidade na discussão dos assuntos que a Portugal e aos portugueses interessam e respeito pelos valores que enformam a nossa sociedade; · A maioria parlamentar não pode deixar de ouvir as oposições, optando pelas propostas que lhe apresentarem, independentemente das cores partidárias em que brotaram, se forem oportunas e boas para a maioria do povo português; · Deve dar o exemplo de vida democrática, em todas as circunstâncias, com simplicidade e transparência; · Deve renunciar às discussões fúteis e aos ataques pessoais, valorizando permanentemente o que é positivo; · Deve ser barómetro da harmonia e uma mais-valia para a perenidade da Pátria e para o progresso, a todos os níveis; · Deve estimular o Governo, para que, com afinco, governe sem compadrios e em luta contra os lóbis corporativos; · Que aposte e tudo faça para chegar ao fim da legislatura, porque não podemos andar, eternamente, a mudar de Governos, são os meus votos. Fernando Martins

PAPA hospitalizado mais uns dias

Papa na Políclína Gemelli
O boletim clínico oficial sobre a saúde do Papa, publicado esta manhã pelo Vaticano, refere que "o Santo Padre, acolhendo o conselho dos seus médicos, irá prolongar por mais uns dias a sua estada na Policlínica Gemelli, a fim de completar a sua convalescença, que prossegue de forma normal". Antes disso, o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, confirmou que João Paulo II irá regressar ao Vaticano antes do Domingo de Ramos, a 20 de Março. "O Papa estará de regresso ao Vaticano para a Semana Santa" disse Navarro-Valls aos jornalistas à saída do hospital. Apesar do optimismo reinante, João Paulo II delegou em Cardeais, seus colaboradores, a responsabilidade de presidirem às principais cerimónias da Semana Santa, pela primeira vez no seu Pontificado. O calendário já divulgado pela Santa Sé refere que o Papa dará a bênção "Urbi et Orbi" no dia de Páscoa e mostra que João Paulo II ainda não renunciou a presidir à Via-Sacra no Coliseu. Para mais informações, leia na ECCLESIA.

A SECA

A água começa a ser um bem escasso O nosso País, com alguma regularidade, é "contemplado" com secas que não podem deixar de nos inquietar, pelos seus efeitos catastróficos na economia, já que não afecta apenas a agricultura. E, segundo os técnicos, o povo português ainda não se convenceu de que a água não é um bem inesgotável. Em alguns países, sobretudo africanos, o drama da falta de água é terrível e se não olharmos de frente para este problema, também entre nós podemos correr o risco de um dia termos de viver situação idêntica. A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza não se cansa de alertar para isso e até publicou no seu "site" algumas recomendações, para pouparmos água no dia-a-dia. Leia, para se consciencializar de que todos podemos fazer qualquer coisa.

Em Aveiro, na Casa da Juventude

SINAIS DO MAR, até sábado Rede
Na Casa da Juventude de Aveiro, pode apreciar, com calma e olhos bem abertos, imagens que ainda fazem parte do nosso quotidiano. Até sábado, dia 12. São gestos do mar, e paisagens do mar, e pássaros do mar, e utensílios do mar, desaguando num fascinante trabalho a duas mãos. Um misto de exposição etnográfica e de fotografias, num projecto conjunto de Isabel Silva e Sara Agudo. Esta é mais uma iniciativa do Projecto BlogAveiro, cujas fotos também podem ser vistas no http://www.gestosdomar.blogspot.com/.

LEITURAS

Para hoje, sugiro, como leituras de opinião, “Tema polémico que o não devia ser”, de D. António Marcelino, “Felizes os que promovem a Paz”, de Jorge Carvalhais, e “Falar, sim; experimentar, não”, de Teresa Soares Correia, todas do Correio do Vouga.

quarta-feira, 9 de março de 2005

LIVROS para jornalistas, e não só

1 - Está já à venda "PÚBLICO - Livro de Estilo", na sua segunda edição. Trata-se de um precioso guia dirigido a jornalistas, mas também a todos os que se interessam pela Língua Portuguesa. Na primeira parte, apresenta textos sobre a Ética e a Deontologia, bem como Critérios, Géneros e Técnicas, para bem se escrever a língua pátria. Na segunda parte, oferece Alfabeto do PÚBLICO, Normas e Nomenclaturas, com as principais regras gramaticais. Não faltam exemplos de frases, expressões e palavras certas e erradas. Há ainda SIGLAS e outras informações muito úteis para quem deseja escrever com correcção. A edição é do PÚBLICO. 2 - "Saber Escrever - Saber Falar" é um livro de Edite Estrela, Maria Almira Soares e Maria José Leitão, que deve estar sempre à mão de quem não gosta de dar pontapés na gramática. Trata-se de um guia completo para usar correctamente a Língua Portuguesa. A edição é da Dom Quixote. 3 - Daniel Ricardo, jornalista com muitos anos de experiência, escreveu "Ainda bem que me pergunta - manual de escrita jornalística". Este livro é o primeiro manual de escrita jornalística, publicado em Portugal, de um autor português para o público português. Nele se mostra como se deve escrever com clareza e com rigor. A edição é da Editorial Notícias.

LEITURAS

1 – Para hoje, proponho a leitura de um texto publicado na ECCLESIA, intitulado “CNIS defende a criação de uma Plataforma Social nacional”. Nele se sublinha que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) esperam mudanças com o próximo Governo. Para bem dos que são apoiados pelas IPSS no nosso País. 2 – No mesmo local, vale a pena ler “Educação é a melhor arma para combater pobreza infantil”. 3 – No PÚBLICO, leia “Governo prevê ano de incêndios muito difícil”, porque temos mesmo de estar atentos. A seca não augura nada de bom.

terça-feira, 8 de março de 2005

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 4

Heroínas tão ignoradas...
Hoje, como manda a tradição, o senhor Presidente da República homenageou 30 mulheres nossas compatriotas, que se distinguiram, ao longo do ano ou das suas vidas, nas áreas em que estão envolvidas, contribuindo para uma sociedade mais justa, no respeito pelas diferenças. É bom reconhecer a justeza desta atitude do senhor Presidente Jorge Sampaio, numa data em que se procura sublinhar, um pouco por todo o mundo ocidental, sobretudo, a importância da mulher, tanto na família como no trabalho, tanto na política como na cultura, tanto na ciência como no ensino, tanto no desporto como na arte. De facto, desde sempre a mulher foi a trave-mestra da sociedade, quer pela sensibilidade que oferece a tudo quanto faz, quer pelo dom da maternidade, quer, ainda, pela ternura com que suaviza as agruras da vida. Mesmo quando, durante tantos séculos, ela foi escravizada pelas comunidades patriarcais, sempre a sua marca esteve presente. Mas se é importante reconhecer a pertinência do gesto do senhor Presidente da República, distinguindo mulheres que, de alguma forma, deram provas de competência e lutaram pela dignificação das mulheres, pelo seu exemplo e acção, também é correcto pensar que muitas outras continuam a ser esquecidas. São as mulheres humildes que se dão sem limites a tudo em que estão metidas, quantas vezes com sacrifícios inauditos. São as heroínas, tão ignoradas, com duplos empregos, na profissão e em casa. São as maltratadas pelos maridos e secundarizadas nos locais de trabalho. São as exploradas pelos patrões desonestos. São as escravas sexuais que não conseguem libertar-se de redes mafiosas. São as discriminadas na sociedade machista. São todas essas, entre outras, que eu hoje quero homenagear, com a minha solidariedade e reconhecimento, por tudo quanto nos dão. F.M.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 3

ANTÓNIO GEDEÃO Calçada de Carriche Luísa sobe, sobe a calçada, sobe e não pode que vai cansada. Sobe, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe sobe a calçada. Saiu de casa de madrugada; regressa a casa é já noite fechada. Na mão grosseira, de pele queimada, leva a lancheira desengonçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Luísa é nova, desenxovalhada, tem perna gorda, bem torneada. Ferve-lhe o sangue de afogueada; saltam-lhe os peitos na caminhada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Passam magalas, rapaziada, palpam-lhe as coxas não dá por nada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Chegou a casa não disse nada. Pegou na filha, deu-lhe a mamada; bebeu a sopa numa golada; lavou a loiça, varreu a escada; deu jeito à casa desarranjada; coseu a roupa já remendada; despiu-se à pressa, desinteressada; caiu na cama de uma assentada; chegou o homem, viu-a deitada; serviu-se dela, não deu por nada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Na manhã débil, sem alvorada, salta da cama, desembestada; puxa da filha, dá-lhe a mamada; veste-se à pressa, desengonçada; anda, ciranda, desaustinada; range o soalho a cada passada, salta para a rua, corre açodada, galga o passeio, desce o passeio, desce a calçada, chega à oficina à hora marcada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga; toca a sineta na hora aprazada, corre à cantina, volta à toada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga. Regressa a casa é já noite fechada. Luísa arqueja pela calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Poesias Completas (1956-1967)

LEITURAS

1 – Sobre o Dia Internacional da Mulher, leia: No PÚBLICO, “MULHERES EM PORTUGAL, NA EUROPA E NO MUNDO...”; Na ECCLESIA, “Marcha das mulheres, caminho de esperança!” ; Na ECCLESIA, novamente, uma denúncia do Vaticano, "Santa Sé denuncia escândalo da pobreza que atinge as mulheres";
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 2

As mulheres da Gafanha As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo, porém, que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua tenacidade e coragem, mas elas merecem mais. Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos hoje, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os "pais" que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, já que, hoje e aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 50 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra "As mulheres do meu país" que viu há tempos a luz do dia em 2ª edição, numa iniciativa da "CAMINHO", e que tão esquecida tem andado. Diz a escritora que "A seca do bacalhau na Gafanha emprega muitas centenas de mulheres, durante parte do ano, havendo secas onde o trabalho é permanente, porque abrange duas campanhas, a dos lugres e a dos arrastões", acrescentando que, "Pelos costumes e ambiente em que vivem e ainda porque tanto se entregam à lavoura como à faina da seca ou qualquer outra que se lhes proporcione, elas conservam, sob certos aspectos, a mentalidade da mulher do campo; mas a disciplina das tarefas realizadas em comum ou distribuídas numa coordenação de actividades, o sentido das responsabilidade, os horários fixos e ainda o contacto com outras realidades directamente ligadas ao seu próprio esforço vão-lhes dando uma noção diferente da vida e criando consciência da importância do seu labor". Mais adiante, tece algumas considerações sobre as raparigas da Gafanha, sublinhando: "Estas jovens do povo parece que se vão distanciando, no trajar e nos gostos, das suas mães. Trabalham na terra, quando a faina da seca termina, mas quando vão à cidade apresentam-se vestidas como se lá vivessem. Gostam de ir ao cinema, se têm ocasião para isso; discutem o 'que se usa'; são raras, porém, as que mostram interesse pela leitura. Casam, quase sempre, com operários dos estaleiros ou pescadores de bacalhau. Depois de casadas perdem muito da sua vivacidade e até o gosto na sua pessoa - a não ser uma ou outra de personalidade mais definida. A pouco e pouco vão seguindo o caminho das outras mulheres que, antes delas, foram novas, engraçadas e um tanto rebeldes contra o pensar das mães. Insensivelmente, adaptam-se à vida sacrificada, em que tudo é trabalho, sobressaltos e luta pelo pão. Mesmo quando conseguem certo desafogo económico, o espírito mantém-se-lhes embotado e alheio ao progresso do Mundo, fora dos seus interesses pessoais e imediatos". Ao recordar este estudo de Maria Lamas, quisemos tão-só homenagear as mulheres trabalhadoras e corajosas que ajudaram, e de que maneira, a construir a Gafanha que hoje conhecemos. Fotos de gafanhoas ilustram "As mulheres do meu país". E aqui ficam, algumas, como desafio a todos os gafanhões, para que sejam identificadas pelas actuais gerações. Fernando Martins

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 1

Que se apresse uma nova consciência universal


 

Qualquer causa que se espelha nos habituais dias internacionais contém em si um misto de "memória" e de projecto. E ao mesmo tempo, à primeira vista, manifestam uma sofrida quase-ineficiência, uma imensa pequenez diante da própria difícil realidade. Lembrar o Dia Internacional da Mulher, em sociedades de raízes patriarcais que nos deram origem, quer ser oportunidade de lançar o olhar a fim de nos aproximarmos sempre mais de uma maturidade humana que parece que a cada momento se nos escapa. E aqui, qualquer posição extremista está sempre a mais: quer a indiferença, o deixar correr (até à constatação dramática da crescente denúncia de violência doméstica), quer a exuberante exaltação feminista que cega o horizonte, podendo paralisar a relação humana pacífica e saudável (até em fragmentada família). (...) 
Falar da mulher (como falar de homem) com integralidade, será também e essencialmente pensar a Família: como está? Que concepções e visões, problemáticas e esperanças, de hoje e para amanhã?... Há quem diga que (com tanta radicalidade em alguns sectores que se observa na chamada vida moderna... e com crianças que já há muito não recebem a educação de Pai e Mãe) estamos em caminhos de retrocesso em relação à própria dignidade de cada um. Homem e Mulher perdem(-se)! 
A valoração dignificante só se encontra pela alteridade, na relação com o outro, e nunca pelo isolado individualismo; aqui preside a ilusão, já que ninguém será autenticamente feliz sozinho. Quase dizemos que, quer queiramos quer não, temos de re-aprender a viver uns com os outros! Porquê 8 de Março - Dia Internacional da Mulher? 
A história não é animadora no contexto de revolução industrial. Neste dia, no ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve. Ocuparam a fábrica a fim de justamente reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, fora declarado incêndio. Morreram queimadas 130 mulheres. 
Em 1910, numa Conferência Internacional de Mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Se da história, na antiguidade clássica (em Roma) a mulher infelizmente não era sujeito de direito ..., foi o horizonte do Cristianismo, com maior vigor a partir do século IX, que ajudou a criar sentido de humanidade rumo à dignificação da mulher. E tudo parte da família: na ideia da instauração do casamento monogâmico como factor decisivo (até para a progressiva intervenção na corte...), a mulher passou a ser o elemento essencial na constituição da família. 
Se o caminho sofrido já vai muito longo, que se apresse uma nova consciência universal, em que será o Ser Humano na sua essência e competência a viver caminhos situados de igualdade, onde nunca se tratará de clonar ideias de um inconsciente igualitarismo, mas um profundo e humilde apreciar a riqueza e beleza das tarefas diferenciadas de cada um na mesma construção da família e, por isso, do mundo mais humano.

Alexandre Cruz, do CUFC

Quaresma no CUFC

Via-Sacra para revisão de vida
O CUFC - Centro Universitário Fé e Cultura está a viver a Quaresma, envolvendo quantos desejam preparar a Páscoa, em espírito de bondade, justiça e verdade. Seguindo o apóstolo Paulo, os crentes e todos os homens de boa vontade são convidados a oferecer maior clareza às escuridões da história, revestindo de luminosidade valorativa, e pela positiva, tudo quanto será o pensar e o agir do dia-a-dia. Paulo deixou-nos, para esta semana, importantes desafios quaresmais, no sentido de que ninguém deixe passar o tempo, ficando adormecido em relação a melhorar algo na vida, sua e dos outros, rumo a uma sociedade mais fraterna. Amanhã, quarta-feira, 9 de Março, pelas 21 horas, no CUFC, haverá uma caminhada meditada - uma VIA-SACRA para revisão de vida - com a participação e dinamização de grupos, movimentos e comunidades que vivem e crescem à sombra da fé em Jesus Cristo, alicerce de um mundo melhor. Todos estão convidados.

segunda-feira, 7 de março de 2005

UE deve ser modelo de unidade

João Paulo II escreveu hoje que a UE constitui “um modelo de vontade política em favor da unidade dos povos e da paz”, especialmente importante nos nossos dias.“No mundo de hoje, fragilizado pelo perigo do terrorismo e pela persistência de conflitos duráveis e sempre ameaçadores, a União Europeia aparece aos nossos olhos como um modelo de vontade política em favor da unidade entre os povos e da paz”, refere o texto papal, dirigido ao novo embaixador da Grécia junto da Santa Sé.
As cartas credenciais de Stavro Lykidis e também do novo embaixador da Áustria, Helmut Turk, foram recebidas pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, devido ao internamento do Papa.A mensagem papal convida os Estados-membros da UE a “trabalhar com todas as suas forças em favor do entendimento entre os povos, bem como pelo reforço das instituições internacionais encarregadas de o garantir”.
João Paulo II apela ainda a “uma política corajosa de desenvolvimento em favor dos países mais desfavorecidos, mormente no continente africano”.Tendo como pano de fundo a catástrofe do maremoto do passado dia 26 de Dezembro, o Papa destacou a capacidade de “mobilização da comunidade internacional”.“Devemos esperar, portanto, uma mobilização semelhante das nações e das pessoas, em favor da paz e do homem”, apontou.
Fonte: ECCLESIA

Câmara de Aveiro oferece à cidade CASA MUNICIPAL DA CULTURA

Os aveirense já podem contar com mais um espaço cultural. A Casa Municipal da Cultura foi inaugurada no domingo pela autarquia aveirense, ficando desde agora à disposição de toda a população, através da instalação no edifício de 15 instituições. O antigo imóvel do Turismo e que também já albergou a Biblioteca Municipal não deixará de implementar as mais variadas áreas da cultura aveirense, graças a novas possibilidades que foram oferecidas às colectividades culturais concelhias. Estou em crer que, a partir desta inauguração, os aveirenses, e não só, saberão aproveitar esta boa oferta da Câmara Municipal de Aveiro.

LEITURAS

1 – Graça Franco é uma jornalista que gosto de ler. As suas reflexões, que habitualmente publica no PÚBLICO, dizem-me sempre muito. Hoje proponho a leitura do seu texto, intitulado “Ética procura-se com carácter de urgência”. 2 – Uma outra sugestão. No mesmo jornal, vem uma entrevista ao Prof. Adriano Moreira, um intelectual que domina várias frentes e cujo pensamento vale a pena conhecer. Leia, pois, "A experiência do Iraque deve ser a vacina definitiva contra os unilateralismos".

CULTURA à nossa volta

Pintura
Os mais pessimistas têm o hábito de dizer que não há acções culturais à nossa volta, atirando para cima do Estado, autarquias, Igreja e instituições a culpa dessa situação. Nada mais errado. À nossa volta há uma infinidade de propostas de âmbito cultural, espiritual e social, como talvez nunca tenha acontecido na história. Basta olhar e ver o muito que se faz por cidades, vilas e aldeias, para constatar aquela realidade. Só quem não quer ver é que não vê. Desde cinema a teatro, desde dança a música para todos os gostos, desde palestras e seminários a encontros, desde conferências a exposições de pintura, escultura e fotografia, desde festivais de folclore e etnografia a edições de livros e CD, desde revistas a jornais que fazem pensar, desde programas de rádio e de TV a concertos,desde museus a monumentos por todo o lado, de tudo podemos usufruir. Todos os dias os meios de comunicação social nos alertam para os programas mais importantes, para os projectos artísticos mais expressivos, para o trabalho de artistas das mais diferenciadas áreas, para a literatura de grandes e de promissores artistas, para espectáculos de encher o olho e a alma. E depois, clamam que não há nada para ninguém. A verdade é esta: às vezes, são muito poucos os que estão atentos ao que acontece de importante; outros, em número muito mais elevado, ficam só pelo futebol. É pena. Então, o que poderemos fazer? Muito simplesmente oferecer o nosso estímulo a quem participa raramente, ou quase nada, nos projectos culturais que são oferecidos a todos, normalmente por preços modestos ou mesmo gratuitamente. E dizer aos que nos cercam que o homem é um todo: cultural, religioso, social e artístico. E não apenas trabalho, desporto e divertimentos fúteis. F.M.

domingo, 6 de março de 2005

III JORNADAS EUROPEIAS DAS UNIVERSIDADES

PAPA envia mensagem aos universitários João Paulo II deixou ontem um recado aos jovens universitários europeus: "Não existe contradição entre a Fé e a razão." E logo sublinhou que, "apesar de não poder estar presente no meio deles, não deixa de lhes estar próximo através da afeição e das suas orações". Na sua mensagem, dirigida aos universitários europeus, pediu que "nunca deixem de descobrir a verdade da sua existência, porque a Fé a Razão são duas asas que conduzem a Cristo, verdade de Deus, verdade do homem". O Papa recordou, ainda, a importância da busca intelectual como caminho para encontrar Cristo. As palavras do Santo Padre foram o ponto alto destas celebrações das III Jornadas Europeias das Universidades, que preparam a Jornada Mundial da Juventude. Esta Jornada decorrerá na Colónia, Alemanha, no próximo mês de Agosto. Os universitários estiveram presentes na Aula Paulo VI (Vaticano), na Catedral de Bari, Berlim, Bucareste, Kiev, Lisboa, Madrid, Tirana, Zagreb e nos Santuários de Santa Maria da Vitória (Londres) e de Nossa Senhora da Guarda (Génova), para a recitação do terço, cujo primeiro mistério foi rezado a partir da Sé de Lisboa, sob a presidência de D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca. Como sempre, a Mensagem do Santo Padre foi largamente aplaudida, como se o Papa estivesse junto dos jovens universitários.

LEITURAS

Como habitualmente, sugerimos a leitura de dois bons artigos, dos bem conhecidos Frei Bento Domingues, “Deus não fecha ao sábado”, e António Barreto, “Interesses. Ligações”, ambos publicados no PÚBLICO. Neste mesmo jornal, pode ainda ler o artigo de António Marujo, intitulado “Papa terá de reduzir a sua actividade se quiser continuar a liderar a Igreja

JACINTA canta e encanta

Tributo a Bessie Smith
Cantora de jazz Jacinta
Os CD não são como alguns livros, que ficam guardados na estante depois de serem lidos. Os CD são para serem ouvidos com frequência, ou seja, sempre que os apetites musicais os convoquem ou os ritmos nos venham à memória. É assim que costumo fazer. E hoje, num domingo de muita tranquilidade interior, vou ouvir, mais uma vez, Jacinta e o seu Tributo a Bessie Smith. É o seu primeiro CD, mas há outro na forja, para quem gosta de jazz. Jacinta é uma cantora de jazz da Gafanha da Nazaré. Estudou piano e composição na Universidade de Aveiro, onde se licenciou, e distinguiu-se no Chuva de Estrelas. Mais tarde, em 1997, rumou a Nova Iorque, para frequentar a Manhattan School of Music, onde foi premiada com bolsa de estudos. Concluiu o mestrado em Jazz Vocal e tornou-se cantora profissional. A partir daí, começou a cantar, tendo merecido os mais elevados elogios, pela voz potente e bem timbrada e pela forma como a domina. José Duarte, o autor e apresentador do programa "Um, Dois, Três... Cinco Minutos Jazz", considerou Jacinta como "A cantora de jazz portuguesa". O maior elogio que uma artista pode ouvir. Jacinta foi a primeira cantora de jazz do nosso País a gravar na conceituada editora discográfica Blue Note, augurando-se-lhe largo futuro nesta área musical, tal é força da sua arte e da sua vontade. Entretanto, para além de concertos, por Portugal e pelo estrangeiro, Jacinta ainda tem tempo para dar aulas numa escola particular de Aveiro. No próximo dia 10 de Março, participará no Festival de Jazz de Braga.
E agora vou ouvir o CD de Jacinta. E não me canso. F.M.

PORTO: cidade liberal

Pintura da capela da paramentação Estive no Porto, há dias. Nunca me canso de visitar a cidade liberal e invicta. A que recebeu como herança o coração de D. Pedro IV, Rei de Portugal e Imperador do Brasil, a que não permitia que a aristocracia por lá permanecesse mais de três noites e três dias, a capital do trabalho como há tanto se apregoa, e com alguma razão, a dos monumentos carregados de história. Foi uma visita a correr, mas valeu a pena. Olhei de perto o ex-libris da cidade, a Torre dos Clérigos, barroca, original criação de Nasoni, reparei na cadeia da Relação, onde esteve preso o Camilo e sua Ana Plácido, contemplei a igreja dos Congregados que tanto frequentei para participar na missa, quando estudante, e entrei na Sé, que tem ao lado o Paço Episcopal. A Sé é fácil de visitar. Quem for de comboio, pode sair em São Bento e dirigir-se para lá a pé. A Sé vê-se bem, pela sua imponência e antiguidade. De origem românica, data do segundo quartel do século XII, tendo recebido ao longo do tempo diversas alterações. Existe desde os primórdios da nacionalidade. Tudo pode ser apreciado com calma. Há cicerone que explica o essencial, mas temos de fazer perguntas. Na capela do Santíssimo Sacramento podemos admirar um retábulo de prata, cujo sacrário se deve aos ourives Manuel Teixeira, Manuel Guedes e Bartolomeu Nunes e data de 1632 a 1651. É um trabalho muito belo e valioso. Diz-se que os portuenses o pintaram aquando das invasões francesas para esconder a prata. Depois há o museu que nos oferece à vista preciosidades ímpares. Alfaias litúrgicas de várias épocas, paramentos trabalhados a fios de ouro e prata e outras peças de regalar os olhos estão à espera de quem sabe contemplar o belo. Pinturas de diversas épocas e estilos podem ser apreciadas por todo o templo e nas salas e capelas anexas. Numa delas, que hoje é local de paramentação em dias festivos, vimos um conjunto de pinturas laterais de uma beleza rara (ver foto). Vale a pena sair de casa de vez em quando para visitar o que nos enche a alma e nos lembra a história de gente de fé e de trabalho. Voltarei a falar do Porto num dos próximos dias. Fernando Martins Posted by Hello

sábado, 5 de março de 2005

NOVO GOVERNO alimenta esperança num futuro melhor

Saindo do maior sigilo de sempre, em Portugal, José Sócrates anunciou ao País as suas escolhas ministeriais. Oito ministros vieram do PS e outros tantos são independentes. Apenas duas mulheres fazem parte do elenco. Mas a maior curiosidade está na escolha de Freitas do Amaral, um dos fundadores do CDS, para a pasta dos Negócios Estrangeiros, área que conhece muito bem, ou não tivesse sido presidente da Assembleia Geral da ONU. Outra curiosidade está no facto de 50 por cento dos ministros serem professores universitários. É, ainda, um dos mais pequenos Governos de sempre. Alguns ministros têm experiência governativa, ligada ao eng. Guterres, e até há quem já pertenceu ao PCP. Será, para muitos comentadores, um Governo sem grandes vedetas, mas suficientemente capaz de nos levar a alimentar a esperança em dias melhores. Nesta fase da vida nacional, acho que não temos o direito de ser derrotistas. Acho que devemos dar ao novo Governo, liderado pelo único político que conseguiu, no PS, uma maioria absoluta, o apoio indispensável para que possa tirar-nos do beco sem saída aparente, em que temos estado. Não se ganha nada em começar a dizer mal das escolhas do eng. Guterres. Se o PS lhe deu carta branca para formar um Governo credível e com capacidade para governar com competência, não podem nem devem os adversários iniciar ataques por tudo e por nada, só porque é bonito dizer mal. Urge cultivarmos um ambiente político responsável e sempre pela positiva. Isso não exclui a crítica na hora própria, mas com consistência. Também não gostei de ver, à direita e à esquerda, ataques a Freitas do Amaral, pelo simples facto de ter sido fundador e dirigente do CDS. Afinal, quem é que neste mundo, e em particular na política, não admite mudar de ideias? Não há tantos exemplos em vários partidos? F.M.

Um livro de Sara Reis da Silva

"Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil"
Sara Reis da Silva, docente da Universidade do Minho, acaba de publicar o seu segundo livro, "Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil". O primeiro, sua tese de mestrado na Universidade de Aveiro, tem por título "A identidade ibérica em Miguel Torga". Segundo a Editorial Caminho, responsável pela edição de "Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil", este volume reúne um conjunto de textos críticos acerca de livros infanto-juvenis, de diversos autores portugueses, "originalmente destinados a um público de ouvintes e leitores de uma rádio e de um jornal regionais, a quem Sara Reis da Silva pretendeu despertar o gosto pelos livros e pela leitura literária". São ensaios que surgem, por isso, "num registo intencionalmente coloquial" e próximo dos seus destinatários. A editora sublinha, ainda, que, "na multiplicidade de textos seleccionados e nas abordagens aqui coligidas, pressentem-se visões mais ou menos afectivas ou gostos pessoais". Sara Reis da Silva, que bem conheço e aprecio pelo seu labor quotidiano em prol da cultura, na vertente do ensaio e da reflexão crítica do que se vai publicando, é suficientemente jovem para que possamos contar com a sua entrada na ficção. O apelo, de quem sabe do que ela é capaz, aqui fica registado.
A obra será apresentada no próximo dia 12, sábado, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, às 17 horas, e na livraria O Navio de Espelhos, às 21.30 horas . Fernando Martins

Para pensar

Exclusão racial continua entre nós
Fui educado no respeito por toda a gente, independentemente da sua raça, religião, posição social e opção política democrática. Foi uma educação de matriz cristã, que, ao longo da vida, continuei a cultivar. Por isso, é com mágoa que vejo, neste país que se considerava multirracial e multicultural na minha infância e juventude, a exclusão de portugueses da vida pública, nomeadamente da vida política. Nas sucessivas eleições, de âmbito nacional ou local, é raro serem eleitos compatriotas nossos de raça negra para o Parlamento e para as autarquias, como também não se vêem a ocupar cargos ministeriais. E no entanto, toda a gente sabe que há portugueses de diversas raças, que estudaram e tiraram os seus cursos como os portugueses de raça branca, que são tão capazes como quaisquer outros. Mas a verdade é que nas estruturas do Governo e das autarquias, e até nos quadros partidários, os negros ou de outras etnias ficam excluídos. Quando há tanto tempo se fala entre nós da necessidade de dinamizarmos a inclusão, quando há tanto tempo se condena a exclusão a qualquer nível, quando há organismos criados e vocacionados para promoverem a integração e para contribuírem para a erradicação da xenofobia e do racismo, estranha-se que os dirigentes partidários não dêem o exemplo de integrarem nas suas listas, em posições elegível, cidadãos portugueses, independentemente da sua raça. E também, que no Governo não haja nunca um lugar para os eternos excluídos da vida política portuguesa.
Fernando Martins

LEITURAS

À conversa com… Roberto Carneiro Em entrevista ao semanário Voz Portucalense, da Diocese do Porto, Roberto Carneiro, ministro da Educação de Cavaco Silva, fala de “A didáctica do esforço, do rigor, da disciplina e da responsabilidade. No site do semanário, ver Tema Vivo.

Apelo urgente

Será que Aveiro merece a livraria Navio de Espelhos? A pergunta veio de pessoa amiga e com a pergunta veio o apelo que transcrevo, porque as boas causas não podem ser ignoradas. Estou com a livraria Navio de Espelhos, porque reconheço a sua importância para a cultura dos aveirenses de todas as idades e de todos os quadrantes. Sou frequentador desta livraria e continuarei a sê-lo, porque este espaço cultural não pode desaparecer. F.M. "A livraria Navio de Espelhos em Aveiro não é só um local onde se podem comprar livros ou CDs. É um ponto de encontro para falar sobre livros, tomar um café à volta de livros ou de música, ver uma exposição, assistir a um debate ou a uma apresentação, encontrar um amigo. Estes locais, que fogem à pressão do lufa-lufa e da moda, têm dificuldade em sobreviver. Por culpa de todos nós! Chegou ao meu conhecimento que a Navio de Espelhos atravessa dificuldades financeiras. Talvez, à semelhança do que aconteceu com a livraria Buchholz em Lisboa, possamos iniciar uma corrente de resistência e solidariedade, e ajudar. Basta passar mais por lá e comprar um livro ou um CD. Vale a pena. Tenta informar quem julgues que possa participar nesta corrente."

POESIA para todos

Por motivo de obras, o monumento não poderá
ser visto por uns tempos
Em frente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, há um modesto monumento ao Homem do Mar, com um pequeno excerto de um poema de Fernando Pessoa. Na minha opinião, a poesia devia ser mais democratizada, ou não fosse ela importantíssima para fortalecer a sensibilidade de toda a gente. Tenho visto por aí alguma poesia em monumentos e recantos de jardins. E até já andou em transportes públicos de uma cidade, como andou a embrulhar pão numa padaria. Mas é preciso muito mais, ou não fosse Portugal um país de poetas, quantas vezes ignorados pelo nosso povo.
F.M.

sexta-feira, 4 de março de 2005

O SANTO PADRE está melhor

Em declarações à Rádio Renascença, o embaixador português no Vaticano, João Alberto Paris, sublinhou que "o Santo Padre continua a recuperar bem da intervenção que fez há dias", estando a fazer exercícios de respiração e de fala e, por consequência, está a "registar-se uma evolução favorável, depois da traqueotomia a que foi sujeito". O embaixador português, que foi recebido pelo subchefe do protocolo da Secretária de Estado do Vaticano, aproveitou o encontro para dizer que Portugal está a acompanhar com grande emoção a reabilitação do Papa, já que o povo português tem uma ligação especial com o Santo Padre. Na sua rotina diária, o Papa começa mesmo a intensificar o ritmo de trabalho, acompanhando o dia-a-dia da Santa Sé em reuniões com os seus colaboradores.

Para meditar

Cultura cristã - da liturgia maronita Tu que deste a santidade aos santos e a sabedoria aos simples e desceste aquele ardor sobre os apóstolos que deram testemunho de Ti acolhe e santifica os grãos desta oração Teus vivificantes dons curem nosso temor dos caminhos Demora em nós a sombra do Teu nome que salva In Rosa do Mundo, com tradução de José Tolentino de Mendonça

LEITURAS

1 - Lê-se no PÚBLICO que o ex-primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, defendeu ontem que não vê o resultado das últimas eleições como uma viragem à esquerda do país. 2 - No mesmo jornal, podemos ficar a conhecer o que pensa o Presidente da República, Jorge Sampaio, sobre a seca. 3 - Li no SOLIDARIEDADE que a Comissão Europeia lança nova campanha contra o Tabaco. Para ler e pensar. 4 - Na ECCLESIA, li a mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos para o dia 8 de Março, Dia Mundial das Mulheres.

Na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré

Espaço de Convívio já com muita vida Por iniciativa da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, está a funcionar um Espaço de Convívio, às sextas-feiras, a partir das 14 horas, fundamentalmente para quem tem mais de 50 anos, é reformado e gosta de conviver. Esta acção, segundo me disse o presidente Manuel Serra, tem já muita vida, tendo havido uma adesão muito significativa de gente até agora praticamente desocupada. Daí a ideia de poderem vir a ser dinamizados outros grupos, em diferentes lugares da cidade. Por enquanto, os menos jovens que aceitaram o desafio da autarquia vão-se ocupando com jogos de salão e com um convívio sadio, não faltando, aos domingos, um bailarico. Manuel Serra, contudo, tem em agenda outras formas de ocupação do tempo livres, que são muitos, dos reformados, alguns dos quais deixaram as actividades profissionais relativamente cedo. Assim, uma vez por mês, quem quiser e puder, pode dar uma voltinha de bicicleta. Mas também haverá marcha, passeios por terra e pela ria, visitas a museus, começando, obviamente, pelos do concelho de Ílhavo, e iniciação aos computadores e à Internet. Depois virão os cursos de rendas e bordados, ginástica e natação, artes florais e arraiolos. Tudo isto porque, como me garantiu Manuel Serra, um autarca não pode preocupar-se apenas com ruas e limpeza de valas, entre outras acções habituais nas Juntas de Freguesia, mas deve ter em conta o social e as pessoas concretas, que não podem ficar esquecidas numa solidão injusta. As pessoas interessadas devem dirigir-se à Junta de Freguesia, onde serão bem recebidas. Ficarem indiferentes a estas ofertas da Junta é que não. Divulgo esta iniciativa porque me parece que às vezes as autarquias se esquecem das pessoas que vivem desocupadas e se encontram desmotivadas para o convívio, sempre tão salutar. F.M.

Equipas de Nossa Senhora

Retiro para casais Para os dias 12 e 13 deste mês, as Equipas de Nossa Senhora organizaram um retiro, que será orientado por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, e decorrerá na Casa Diocesana de Albergaria-a-Velha. Trata-se de uma iniciativa importante, ou não vivêssemos num tempo tão pouco dado ao espiritual. Com a sobrecarga dos trabalhos diários, o casal vê-se, muitíssimas vezes, sem tempo para conversar, para se debruçar sobre os problemas próprios da família, para analisar, com serenidade, o futuro dos filhos.
Eu sei que, com frequência, há muitos casais que lutam por ser felizes, que cultivam o amor conjugal, que cuidam da formação integral dos seus filhos, onde não fica esquecida a componente religiosa e espiritual, neste último caso até para os sem qualquer ligação religiosa. Os casais das Equipas de Nossa Senhora, que têm como muito importante o dever de se sentarem, com muita regularidade, para reflectir os seus problemas, vão experimentar, num ambiente de paz, a alegria de se encontraram consigo próprios e com Deus. E gostariam que outros casais se associassem, disponibilizando-se para participar no retiro. Os casais interessados podem inscrever-se através do telemóvel 964763484, até ao dia 6. F.M.

quinta-feira, 3 de março de 2005

Faleceu o Padre Messias:
sacerdote exemplar e amigo sincero
Com o falecimento do Padre Messias Hipólito da Rocha, desapareceu do meio de nós um sacerdote exemplar, pela maneira simples e sempre empenhada como se deu à Igreja e às comunidades que serviu. Para mim, desapareceu também, fisicamente, um amigo leal e aberto ao diálogo com todos, de sorriso franco e sereno, como poucas vezes tenho encontrado na vida. Jamais o esquecerei, por isso, mas tenho a certeza, pela fé que me alimenta, de que o Padre Messias não esquecerá ninguém no regaço de Deus, vivendo o grande sonho de toda a sua vida. Paz à sua grande alma, no seio do Pai que, sendo misericordioso para com todos, não deixará de o ser muito mais para quem tanto O amou. O Padre Messias nasceu a 20 de Fevereiro de 1924 e faleceu na terça-feira, 1 de Março, no Lar S. José (Ílhavo), onde estava internado. Ordenado no dia 4 de Julho de 1948, foi coadjutor de Ílhavo, director espiritual do Seminário de Aveiro, pároco da Glória, capelão da Borralha (Águeda) e seu primeiro pároco.
Entre 1974 e 1982, o Padre Messias esteve na diocese do Funchal, com o bispo D. Francisco Antunes Santana. Trabalhou também nos primeiros tempos do Stella Maris, em Aveiro, clube de apoio aos marítimos e integrado na Obra do Apostolado do Mar. Ainda prestou uma preciosa colaboração à Rádio Terra Nova, com uma meditação matinal e com comentários religiosos. F.M.

LEITURAS

1 - No Correio do Vouga, D. António Marcelino comentou, esta semana, os resultados das últimas eleições, num artigo intitulado “Ideologia, protesto e senso comum”, que merece ser lido. 2 – No PÚBLICO, Pedro Strecht aborda a questão, nunca resolvida, do trabalho infantil, num artigo que tem por título “Quarenta e sete mil”. Para ler e reflectir.

Na RTP, às sextas-feiras

"João Semana":
Uma série televisiva que vale a pena ver
Está a RTP, e muito bem, a transmitir, às sextas-feiras, à noite, uma série intitulada "João Semana", com guião escrito por Moita Flores, inspirado no célebre romance de Júlio Dinis, "As pupilas do senhor Reitor". A figura central, João Semana, médico de aldeia que poderíamos fazer corresponder ao médico de família dos nossos dias, ressalvadas que fossem as diferenças de mais de um século, é um excelente desafio dirigido aos telespectadores. Por um lado, pode ser um convite a que se releia um clássico da nossa literatura, quiçá dos mais lidos e conhecidos dos portugueses, e, por outro, pode ajudar-nos a conhecer, em alguns aspectos, a vida dos nossos avoengos e a história de Portugal. Aqui ofereço aos meus leitores o retrato do médico de aldeia que Júlio Dinis, também médico, tão bem pintou: "Erguia-se com estrelas, almoçava com luz e montava a cavalo, para começar o giro clínico, que lhe tomava o dia quase todo; e nunca reprimia a velocidade da sua pacífica e bem intencionada azémola, para gozar por mais tempo de um ponto de vista pitoresco, para escutar o gorjeio de alguma ave oculta na folhagem, nem para cortar a flor desabrochada à bordas dos caminhos, ou dentre a relva dos campos. Nada disso; se abrandava o trote da égua, era nos sítios mais azados a quedas; se parava, era à porta dos doentes ou a ouvir alguma consulta, à qual, até a cavalo, respondia, e nos mais lacónicos termos possíveis. (,,,) Cirurgião dos pobres, por encargo oficial, era-o João Semana também, e sê-lo-ia sempre, por impulsos do coração, que lhe não deixava presenciar um infortúnio qualquer, sem simpatizar com o que sofria, e sem empregar os meios para o aliviar. Muitas vezes, na mão, que estendia ao pulso dos seus doentes, ia escondida a esmola, que manifestamente se envergonhava de dar, por aquela repugnância a ostentações de todo o género, que constituía um dos distintivos do seu carácter."

Inauguração: 5 de Março

FrutaCores, no Museu da Praia de Mira Manta de trapos. Foto do BlogAveiro
Sábado, 5 de Março, vai ser inaugurada na Praia de Mira a exposição "FrutaCores", onde fica à espera dos amigos da arte e da cultura, e não só. Esta iniciativa mais não é do que um dos diversos retratos do Projecto BlogAveiro, que aposta na construção de uma montra-gigante de fotos na Net. Como todos os Projectos expressivos, este não vai fechar-se a sete chaves, porque quer romper as amarras dos álbuns pessoais e sair à cata de gente interessada no que é belo e que às vezes nos roça o nariz e nem o cheiramos. Nesta exposição, qual manta de retalhos cheia de cores e luzes, de imagens e impressões, regista-se a imaginação dos alunos do 4º ano de Fotojornalismo do ISCIA, de Aveiro, bem estimulados pelo Prof. Dinis Pedro Alves. Para saber mais pormenores, ver BlogAveiro.

quarta-feira, 2 de março de 2005

III Encontro Ibero-Francês do Apostolado do Mar

Mons. Molères e padre Carlos Noronha, director nacional do Apostolado do Mar
É urgente evangelizar a afectividade No Clube Stella Maris de Leixões, terminou hoje o III Encontro Ibero-Francês da Obra do Apostolado do Mar, que teve por tema "A Evangelização da Afectividade". Para além dos clubes portugueses representados, participaram nos trabalhos delegações de Espanha e da França. Presidiu Mons. Pierre Molères, Bispo de Bayonne, França. Participaram, ainda, D. Januário Torgal Ferreira, presidente da Comissão Episcopal Portuguesa deste sector, e D. Armindo Lopes Coelho, Bispo do Porto Mons. Molères sublinhou que, face à secularização da sociedade e ao "materialismo prático", palpáveis em todos os sectores, "os cristãos devem agir com confiança no futuro, segundo a sua fé", e têm de assumir a nova evangelização com determinação. Referiu que, face ao sofrimento que há no mundo, "a Igreja tem de tomar sempre uma atitude concreta", enquanto denunciou que "há um sagrado que enriquece o íntimo, mas que não é partilhado". Lembrou que o dom de Deus que está em nós deve marcar presença na família e nas comunidades e que, nos Clubes Stella Maris, tem de ser valorizado o acolhimento, com o aproveitamento da especificidade feminina, que é uma mais-valia na pastoral do sector. Acrescentou que os clubes Stella Maris têm de cultivar o reencontro amigável e desinteressado e as relações humanas gratuitas, abertas e fraternas, na hora de receber os marítimos que chegam a terra. "Os Stella Maris devem reflectir, quanto antes, o projecto de acolhimento cultural, sem nunca esquecer "o espírito evangelizador", numa perspectiva de nos aproximarmos das novas gerações, "que têm tantas dificuldades de vir até nós", disse Mons. Molères. F.M

A FAMÍLIA em debate mundial

Os problemas da família vão estar em foco num encontro mundial a decorrer em 120 países, entre eles Portugal, a 16 de Abril, promovido pelo movimento católico dos Focolares, anunciou a organização. A iniciativa intitula-se "Familyfest 2005" e parte dela decorrerá na Praça do Capitólio, em Roma, com transmissão mundial, mas cada país organiza um programa próprio com debates sobre a situação actual da família. Para saber mais sobre esta iniciativa, veja o SOLIDARIEDADE.

Voluntariado Hospitalar

Sorangel Capão

Há jovens atentos aos que mais sofrem 

Quem vai ao Hospital Infante D. Pedro de Aveiro não pode deixar de se cruzar com os voluntários, gente de bata amarela que se dispõe a dar-se aos que mais sofrem, oferecendo alegria, generosidade, carinho e a mão amiga, em horas de dor, a quem tanto precisa. São pessoas habitualmente não muito jovens, mas que mostram uma juventude a toda a prova. Serão as suficientes? Sei que não. São precisas muitas mais. 
Quando soube que algumas (é mesmo algumas) jovens se dispuseram a preparar-se para engrossar, ainda que ligeiramente, o corpo de voluntários hospitalares, não pude ficar indiferente a este gesto. Por isso, procurei uma delas para que me dissesse algo deste seu propósito. 
A Sorangel Capão, 21 anos, estudante da Universidade de Aveiro, mostrou-se optimista, quanto à experiência que espera iniciar em breve, ainda como estagiária. Quer ser voluntária, porque não admite estar no grupo daqueles que "andam por aí sem fazer nada". Daqueles que passam a vida a "desperdiçar horas e horas em coisas totalmente inúteis e fúteis", quando há tanta gente a necessitar da nossa ajuda. 
Sabe que a vida é muito exigente, mas também reconhece que, se quisermos, é sempre possível dedicar algum do nosso tempo aos outros. Espera, assim, dar um pouco da sua alegria aos doentes. Mas também sabe que, no hospital, vai mais para ouvir do que para falar. No fundo, como me sublinhou, espera receber mais do que aquilo que vai dar. 
A Sorangel, que respondeu a um convite do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), acredita que podemos contribuir para um mundo mais solidário. Só tive pena de saber que nenhum jovem se dispôs a acompanhar as suas colegas universitárias ou trabalhadoras.

 F.M.
Portugal é um dos países ricos com taxas
de pobreza infantil "excepcionalmente altas" Andreia Sanches publica no PÚBLICO um artigo que reflete uma análise que nos deve fazer pensar. Baseia-se num Relatório da Unicef, ontem divulgado, onde se diz que 15,6 por cento das crianças portuguesas vivem em agregados pobres. e sublinha, depois, que a pobreza infantil tem vindo a aumentar nos países ricos. Em Portugal, atinge uma em cada seis crianças. Clique aqui para ler e depois ofereça-me a sua opinião por e.mail (rmartins38@yahoo.com.br), para a partilhar com os meus leitores.
VELHA GANGRENA é o tema do Editorial do PÚBLICO, assinado por José Manuel Fernandes. Diz ele que "Não vale a pena negar: o poder local é especialmente propício à corrupção. Mas se não chega denunciá-lo em abstracto, é pior fingir que se ignoram as evidências". Será tanto assim? O leitor leia e diga qualquer coisa.
PORTO - Uma cidade que vale a pena visitar Sé do Porto
O Porto, para mim, é sempre uma cidade que vale a pena visitar. As marcas do muito antigo, que casam bem com o presente, oferecem-me um gosto especial. Estive lá ontem e dessa visita hei-de deixar por aqui algumas pinceladas, por estes dias.
A foto que mostro, do frontal da Sé, é um desafio a todos os meus leitores para que passem por lá, num dia de folga. Dali divisa-se um panorama único, e a Sé, dos primeiros séculos da nacionalidade, exibe a fé e a religiosidade das gentes do burgo onde a aristocracia só podia entrar com autorização. E ficar, ficar mesmo, somente três dias.
F.M.