sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ontem, o Papa recordou o labor de S. Tomás de Aquino

S. Tomás de Aquino

Bento XVI pede às Academias Pontifícias
que ajudem a Igreja
a dialogar com a cultura contemporânea

(...)
«No encontro, que ocorreu no dia em que se evoca a memória de S. Tomás de Aquino, o Papa assinalou que o frade dominicano representa um modelo inspirador para a acção e para o diálogo com as culturas.
Bento XVI recordou o labor de S. Tomás no diálogo com o pensamento árabe e judaico, bem como na conservação da tradição filosófica grega, “produzindo uma extraordinária síntese teológica, harmonizando plenamente a razão e a fé”.
O Papa instou as Academias a converterem-se “mais do que nunca em instituições vivas e vitais”, que respondam às exigências da sociedade e da cultura e às necessidades da Igreja, a fim de promover “um autêntico humanismo cristão”.»

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Já temos frio, vento e chuva para três anos


A árvore ainda adormecida continua corajosa, apesar de tudo, e não teme o sol, que tarda em aparecer. E também não teme o vento frequente na Figueira da Foz. Espera paciente que o Parque das Abadias retome a vida verdejante e fresca que não deve tardar. Assim o inverno corra para outras paragens e nos deixe em paz. Já temos frio, vento e chuva para, seguramente, uns três anos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

“Portugueses sobrevivem apesar de Portugal

Circo, feira de vaidades
ou o caos que se aproxima?

Em entrevista breve, por motivo do Prémio Pessoa, o bispo do Porto disse que “Os portugueses sobrevivem apesar de Portugal”. Sempre num contexto sócio-económico, diz ainda que “Portugal é um país crítico”. E acrescenta: “Portugal, como estudo de caso, é uma coisa apaixonante, porque é um país que não tinha nenhuma razão para subsistir e subsiste” (Expresso, caderno “Actual” 18-12-2009).
Não vi reacção, positiva ou negativa, a estas palavras de opinião livre de uma pessoa culta e atenta, pessoa que, neste momento, não falta, na comunicação social, quem a traga, frequentemente, à ribalta.
Guardei o jornal e recordei o que fora dito, para poder, com o dedo na mesma tecla, opinar também sobre o palco político que se nos abre e convida, sobremodo, a reflectir outras facetas deste “estudo de caso” e deste “país crítico”, dado que se vão gerando e disseminando preocupações em catadupa.
O panorama partidário é preocupante, como está à vista: os interesses pessoais sobrepõem-se aos problemas comuns e urgentes; na casa desarrumada, à espera de quem aí ponha ordem, surgem novos arruaceiros; as muitas contradições, que ninguém quer assumir, multiplicam-se escandalosamente; o prestígio pessoal e o desdém antecipam e perturbam, sem razões de estado, acontecimentos de cariz público, sem que se atenda às consequências; desfazem-se referências necessárias em troca de palavras vãs, que já ninguém respeita; os debates políticos vão se tornando uma náusea e só favorecem o narcisismo de alguns intervenientes, deliciados por se ouvirem a si próprios; aos problemas vitais responde-se com floreados, em vez de dar razões convincentes e de tomar decisões que levem a soluções esperadas.

O holocausto é o lado mais negro da alma europeia».



Auschwitz, a dor da memória

1. Celebra-se 65 anos do momento da abertura libertadora das portas do holocausto. A 27 de Janeiro de 1945 o mundo acordou para a confirmação do mais horrendo atentado contra a natureza humana. Quem visita Auschwitz – um milhão de visitantes por ano – faz silêncio e medita na condição humana. Nestes dias, aquelas imagens a preto-e-branco que parecem remontar a séculos atrás, fazem-nos sentir que não foi assim tão longe no tempo nem no espaço. 65 anos foi “ontem”, e foi “aqui perto”, que o inqualificável crime contra a humanidade foi meticulosamente planeado; a médio prazo num nacionalismo de um povo, a curto prazo numa “solução final” aplicada silenciosamente para quem “o trabalho liberta” (esta a frase de acolhimento à entrada do campo).

Um poema de Orlando Figueiredo



a cegueira aproxima-se
como uma águia branca

os olhos
lembro-me dos teus
e da casa velha
e nomes
antigos
feitos de ruínas
e sal

e da festa na casa velha
mergulhada
na tinta
das letras

e do fumo na casa velha

os olhos
lembro-me dos teus
e do sorriso
das gaivotas
quando passeávamos
de mãos dadas

e do gato cego
que me lambia as mãos
com a doçura
de quem sofre
e não sabe


orlando jorge figueiredo

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um livro de Ângelo Ribau: RETALHOS DAS MEMÓRIAS DE UM EX-COMBATENTE


O Ângelo Ribau acaba de editar um livro — RETALHOS DAS MEMÓRIAS DE UM EX-COMBATENTE. Não é uma daquelas edições que se compram nas livrarias por bom dinheiro e que, quantas vezes!, apetece atirar para o caixote do lixo. É simplesmente um livro para os seus mais íntimos.
Quem conhece o Ângelo sabe que ele sofreu, como tantos outros portugueses, a brutalidade da guerra. Dela fala sempre que a ocasião o proporciona, ao jeito de quem quer afugentar chagas que lhe marcam a alma. E talvez por isso mesmo é que ele escreveu estas páginas, na esperança de que, por esta forma, possa fechar à chave, em baú inviolável, revoltas cravadas na memória como carraças.
Começa este seu trabalho, que acompanhei ao longo do tempo, dirigindo-se «Àqueles que lutaram mas, por eles, nem os sinos dobraram. Tudo à Pátria deram, e dela nada receberam.» E só depois o dedica “Aos seus entes queridos, que sem culpa formada, sofreram como poucos terão sofrido as agruras da Guerra de Angola, sem sequer lá terem estado fisicamente.»
Em Angola, onde lutavam mais dois irmãos, o Ângelo sentiu, na pele e no espírito, a dureza provocada por opções políticas do «orgulhosamente sós», políticas essas que enlutaram famílias sem conta nesta Pátria multissecular.
Não se julgue, porém, que este livro nos vem só com histórias tristes, porque o humor de quando em vez alegrava a malta. Li ou reli, com gosto e com sentido de meditação, as memórias deste amigo que foi à guerra e que pegou nela para nos dizer como se sofre em nome de causas injustas.

O Desporto pode fazer bons vizinhos




A força educativa do desporto


1. Está em fase final o campeonato africano de nações, a decorrer em Angola. Após o atentado inicial em Cabinda contra a selecção do Togo, o jogo passou a ser jogado dentro do campo de futebol. A este caso contra a selecção do Togo podem-se juntar tantos outros onde o desporto é usado para outras finalidades nada desportivas. Pelas multidões que se juntam, pela representatividade dos países e, por isso, pela força sócio-política que o desporto tem, ele é usado desmedidamente como bandeira ora de orgulho nacional, ora de combate intolerante. Não passam muitas décadas em que no centro da própria Europa as modalidades dos jogos olímpicos ou os campeonatos de futebol, quando havia paz e segurança para se realizarem, esses torneios espelhavam bem as lutas “frias” entre os países em jogo.

Alexandre Cruz

Praia da Vagueira à espera do Verão



Passei hoje pela Praia da Vagueira. Não estava deserta, porque ali há alguma vida, mas estava muito longe da época balnear. É normal. Mas este barco do mar, próprio da arte da xávega, mostra bem como se descansa, atrás do barracão. Lá há-de vir  o tempo em que enfrentará, com galhardia, as ondas do oceano.

Por uma escola mais autónoma e plural



No seu comentário final, Eduardo Marçal Grilo, antigo Ministro da Educação e actual Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, sublinhou que hoje caminhamos para uma escola diversificada. “Cada escola, ou agrupamento de escola, tem o seu projecto educativo. E esse projecto não é um plano de actividades. O projecto educativo é uma ideia do que se quer que os alunos aprendam”, observou.
Marçal Grilo afirmou que a escola é “construída para os estudantes”, não é “dos professores, dos pais, da Câmara Municipal ou da comunidade”.
“É aos pais que cabe a educação pelos filhos”, defendeu.
12 anos depois da lei da autonomia das escolas, o antigo ministro da educação disse que “deve caminhar-se, tão rápido quanto possível, para a autonomia das escolas. Mesmo com riscos”.
Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, também antigo ministro da educação, falou da importância do pluralismo no sistema educativo, afirmando que “uma das expressões da crise social tem a ver com a ideia de que a escola está abandonada”.
“O professor vê-se muitas vezes obrigado a executar funções que não lhe competem, porque o professor não é o único educador. Ele é o profissional da educação mas a sociedade e a família têm uma função fundamental”, precisou.
No início dos trabalhos, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, destacou "a importância e a urgência em centralizar as competências de uma escola de prestígio". O Arcebispo de Braga realçou o "papel específico da Igreja" que deve ser o de "comunicar o pluralismo educativo”.
Neste sentido "a Igreja tem o direito para apresentar a sua especificidade, mas o dever de dar credibilidade aos projectos", pois a " escola é o primeiro espaço de esperança para a vida".

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Editorial do i: Um orçamento que não se lê

Ideia três, travar salários e admissões na função pública: esta fobia de congelar os salários da função pública – que levará sindicatos para a rua – não deveria ser usada apenas em momentos de grande aflição. O que afecta as contas públicas é a existência de funcionários que não trabalham – não a existência de salários ou dos próprios funcionários. Olhar remunerações de pessoas como um problema é supor que uma dieta começa pela comida – e não pelo gordo. Seja como for, a ideia é fácil e penaliza os mesmos – ainda que se saiba que fazer crescer estes salários é impossível para um país que quase não tem dinheiro para existir.

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