Já pode começar a preparar os relógios para amanhã, quando acordar, não ficar baralhado. Os relógios terão de ser adiantados uma hora para ficarmos na chamada hora do verão.
domingo, 31 de março de 2024
sábado, 30 de março de 2024
Sexta-Feira Santa, Sábado Santo, Páscoa
Crónica Semanal de Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia
Padre e professor de Filosofia

Deus é radicalmente questionado quando se é confrontado com a realidade brutal dos holocaustos da História e concretamente com a tortura e a morte dos inocentes. Neste domínio, é sempre incontornável a passagem célebre de Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski, em que Ivan Karamázov refere precisamente a crueldade exercida sobre as criança inocentes. "A ciência toda não vale as lágrimas das crianças", proclama. O que faremos com o sofrimento dos inocentes? Como se pode alguma vez justificar o injustificável? É tal a revolta de Ivan Karamázov que ele devolve respeitosamente a Deus o bilhete de entrada na harmonia final da história do mundo.
Em última análise, é o sofrimento e a morte que nos obrigam a pensar. Mas precisamente o sofrimento e a morte são o que a razão nunca entenderá, concretamente quando se trata do sofrimento e da morte das vítimas inocentes. É por isso que Miguel de Unamuno escreveu: "O mais santo de um templo é que é o lugar onde se vai chorar em comum". E acrescentava de modo dramático: "Um Miserere cantado em comum por uma multidão, açoitada pelo destino, vale tanto como uma filosofia."
O paradoxo é este: face ao calvário do mundo, Deus comparece perante o tribunal da razão. Por outro lado, para haver salvação, também e sobretudo para as vítimas inocentes, ela só pode vir de Deus. Deus tem de justificar-se, e, ao mesmo tempo, só ele pode justificar, isto é, salvar.
Festa da Páscoa — Tradições da minha infância
Limitado pela fragilidade dos anos que passam apressados, talvez tocados pelos ventos marinhos, não posso ficar indiferentes à Festa da Páscoa, símbolo maior da nossa fé e da nossa civilização. Os bolares desafiam e afinam os nossos gostos e culturas e a fraternidade anima-se em horas de partilhar lembranças entre padrinhos/madrinhas de batismo e seus afilhados. Também havia reciprocidades.
E lá íamos, pequenos e mais crescidos, pedir a bênção aos padrinhos e madrinhas de batismo. Alguns até lhes beijavam as mãos, ajoelhados, enquanto recebiam a bênção. Diziam os padrinhos e madrinhas: Deus te abençoe e faça de ti um santo/a.
terça-feira, 26 de março de 2024
Testemunho de um emigrante nos EUA
JACINTO FIDALGO RESPEITA MUITO AS NOSSAS TRADIÇÕES
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Jacinto Fidalgo e Helena Clara |
Jacinto Manuel Merendeiro Fidalgo e Helena Clara Rola Sarabando Fidalgo, sexagenários, casados em 1984 na nossa paróquia pelo saudoso Padre Ruben, emigraram para os Estados Unidos da América (EUA) há 36 anos, à procura de uma vida melhor, como decerto muitos outros.
Antes da emigração, construíram uma casa com dinheiro emprestado por familiares, porque não tinham “acesso ao crédito bancário”, regras daqueles tempos. O Jacinto era eletricista/canalizador e a esposa educadora de infância.
Em Portugal, entretanto, para além dos ordenados, viram-se obrigados a vender tremoços e pevides no Mercado da Gafanha, no Grupo Desportivo da nossa terra, na Feira de Março e no Beira Mar. Mais tarde, em 2007, remodelaram toda a moradia, mas gostavam de comprar um automóvel, porque o seu transporte normal era a bicicleta. E pelas dificuldades da vida decidiram emigrar.
Hoje tem nos EUA uma empresa de canalização com 90 empregados, enquanto sua esposa exerceu a sua profissão durante 25 anos na América. Presentemente, “trabalha como empregada no nosso escritório", disse o Jacinto.
domingo, 24 de março de 2024
RECORDAÇÕES - Budismo
O primeiro desafio para se perceber o Budismo partiu de um convite, original entre nós, lançado pela palestrante, Margarida Cardoso, da União Budista Portuguesa, há anos, em Aveiro.
“Sentados comodamente, mãos sobre os joelhos, olhos fechados; vamos sentir o ar a entrar e a sair pelas narinas; vamos ouvir o barulho da sala… e agora o silêncio; deixemos entrar os pensamentos…”. Isto, porque o Budismo é essencialmente uma filosofia de vida, uma prática enriquecida por experiências de meditação, um estado de consciência límpido, luminoso, de compaixão e de sabedoria, frisou Margarida Cardoso. A convidada do CUFC recordou que Buda, meio milénio antes de Cristo, abandonou os prazeres para procurar a iluminação, que só será conseguida através da atenção que prestarmos a grandes verdades, as quais nos conduzem à libertação interior absoluta. Disse que o sofrimento tem origem no desejo, que a eliminação do desejo leva ao fim do sofrimento, e que, quando atingirmos esta fase, ao longo de uma caminhada de intenções, ações, recolhimento e concentração puros, alcançaremos o nirvana, ausência total da dor, meta perseguida pelos budistas."
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Jesus e o Reino de Deus
Crónica de Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia
Na fé, pergunta nuclear é em que Deus se acredita e no que é que, acreditando, muda na vida, na compreensão do ser humano e do mundo. Não seria digno da pessoa acreditar por medo, acreditar num deus que humilha o Homem, num deus que, na sua eternidade feliz, permanecesse indiferente à história humana enquanto um mundo de sofrimento.
Na tradição da experiência cristã, embora a relação com Deus se não esgote na ética, a salvação a partir de Deus é experienciada e vivida no meio do mundo, na relação inter-humana, tanto no amor face a face como na transformação política das estruturas e situações que impedem um mundo de rosto humano. Neste sentido, “fora do mundo não há salvação”, como sublinhava o teólogo E. Schillebeeckx.
Para os cristãos, Deus revelou-se de modo definitivo, embora não exclusivo, na figura histórica de Jesus de Nazaré. E o núcleo da mensagem de Jesus, na sua pessoa, nas suas palavras, na sua vida, na sua morte, é o Reino de Deus. E o Reino de Deus é o próprio Deus enquanto amor incondicional, amor soberanamente libertador dos homens, que fazem a sua vontade. E a vontade de Deus é o Homem digno e livre, o mundo d na paz, na alegria, as pessoas na justiça, no amor, num mundo fraterno, sem dominadores nem dominados.
sexta-feira, 22 de março de 2024
Dia Mundial da Água
Os residentes ou naturais desta nossa região que tem água por todos os cantos, doce ou salgada, hão de pensar que podemos ficar descansados, porque aquele precioso líquido não vai deixar de existir. Falar-sá de água potável, mas também aí estamos bem. Contudo, não é assim em todo o mundo.
Os entendidos na matéria chamam a atenção de todas as gentes e governos para a urgente necessidade de preservar e poupar este recurso natural tão valioso, pois a sua falta afeta a saúde, a produção de alimentos, a energia, a indústria, o abastecimento doméstico e sanitário, mas ainda o ambiente. Teremos de estar atentos, contudo, às alterações climáticas, agindo em conformidade.
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