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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um livro de Júlio Cirino

FUNDAMENTOS GERAIS 
DO TREINO PARA LANÇADORES


Nós, os gafanhões, às vezes andamos distraídos e nem nos apercebemos dos valores que temos na Gafanha da Nazaré. É o caso do Júlio Cirino, um homem que tem dedicado a sua vida ao Atletismo, especialmente ao treino de lançadores. Ponto alto da sua acção nesta área está na multicampeã Teresa Machado, a quem me referi há dias. O Júlio lançou há tempos um livro, em que revela técnicas por si postas em prática há muitos anos. Tem por título FUNDAMENTOS GERAIS DO TREINO PARA LANÇADORES e poderá ser muito útil a quem gostar de continuar, entre nós ou em qualquer parte do mundo, as suas meritórias actividades de treinador de lançadores. Mas é preciso que se diga que o Júlio tem sido, ao longo da vida, um “caçador” de talentos.
Um dia destes, comentando o inevitável fim de carreira da Teresa Machado, porque o atleta de alta competição tem de ter consciência de que tem de haver tempo para tudo, até para sair pela porta grande, o Júlio lá me foi dizendo que há outros na calha. Jovens promissores, por ele descobertos, estarão a merecer a sua sábia atenção. E sobre o trabalho de treinador, ele sublinha, com conhecimento de causa, no seu livro, que se assemelha “à obra de um pintor”, quando expressa, “na tela, toda a sua arte”. É através das suas ‘obras’, construídas dia a dia na pista, “que vamos burilando a forma dos atletas que treinamos até ao cometimento de proezas extraordinárias”, disse-me o Júlio.
O trabalho deste treinador, com responsabilidades a nível regional e até nacional, destina-se, fundamentalmente, a “esclarecer grande parte das dúvidas que preocupam os treinadores menos experientes” e a “lançar novos desafios àqueles que já tenham larga experiência na modalidade”. O Júlio lembra ainda, com oportunidade: “Para se alcançar o êxito, em qualquer situação da nossa vida, não basta ter ideias. É preciso, antes de mais, pô-las em prática, trabalhando diariamente sem nunca nos desviarmos um milímetro do rumo previamente traçado.” Portanto, aqui sugiro, aos que estão ligados ao Atletismo, a leitura desta obra do Júlio Cirino.

 Fernando Martins

sábado, 18 de outubro de 2008

Teresa Machado abandona a alta competição



Os campeões vivem sempre
Resolvi escrever umas linhas a lembrar a Teresa, mulher forte por fora, mas muito grande por dentro. Recuo 25 anos e vejo-a treinar num terreno quase defronte à sua casa, sob a ordens do Professor Júlio Cirino. Ele anda com um trabalhão em mãos, a recolher memórias, para que não se apaguem. Precisamos muito delas. Estas linhas são por isso. Tudo o que é terreno termina, porque assim houvera de ser. Os campeões, esses raros aceitantes de desafios, não desaparecem de todo. Podem mudar o seu futuro, mas nada lhes apaga o passado, com muitos sacrifícios, à chuva, ao frio, ao sol abrasador, e «em tantos climas experimentados», ficam para sempre. O desporto, mesmo o de alta competição, dá sempre grandes virtudes a quem dele faz vida. E não conheço nenhum atleta que deixe de partilhar a sua experiência, quando dele se abeiram todos os que os respeitam, porque dedicados à mesma causa que é o desporto. 
A Teresa Machado é uma pessoa ideal para lançar desafios de partilha das suas experiências adquiridas por esse mundo fora. Os jovens da Gafanha da Nazaré precisam de olhar para os bons exemplos. Ela merece, sem engano algum, uma pista de atletismo melhor que aquela em que ficou a do Complexo Desportivo. A placa com seu nome não é suficiente para a lembrar nas pistas, em qualidades de atleta humilde e sensata que sempre foi. E será, porque o futuro, com maior ou menor peso, lançado desde muito cedo, deve ser devidamente reconhecido nos seus méritos. Os campeões vivem sempre. Ainda lhe envio um poema, inspirado nos livros e na leitura - esse fermento que transforma gente em sabedoria.

Quando leres 
Prefere as folhas em branco 
Prontas a preencher de azul 
As quimeras lindas nos céus 
Redondos que olham para ti 
Em figuradas perfeições que 
As páginas aconselham livres 
Traça as linhas da tua vontade 
Que emerge da pura realidade 
E avalia o sangue a apossar-se 
Dos trechos do fim da história 
Que namora em casta placidez 
A razão que preenche a nudez 
Das folhas que foram brancas 

Hélder Ramos

NOTA: O Hélder Ramos é professor de Língua Portuguesa na Escola Secundária c/ 3º ciclo de Júlio Dinis e autor do livro de poesia «Ao Pé das Palavras». Um abraço para o Hélder, que não vejo há muito. Mas também aqui ficam os meus agradecimentos pela suas oportunas considerações sobre a Teresa Machado. A Gafanha da Nazaré deve-lhe, sem dúvida, uma digna homenagem.

FM

Campeã deixa a alta competição

Teresa Machado, a multicampeã que quer esquecer o atletismo
Teresa Machado, atleta portuguesa com mais títulos nacionais, recordista de Portugal dos lançamentos do peso e disco, e finalista olímpica, terminou esta temporada, aos 39 anos e com as cores do FC Porto, a sua longa carreira competitiva de 24 anos. Presente em quatro Jogos Olímpicos (Barcelona, Atlanta, Sidney e Atenas), foi finalista do lançamento do disco nos Mundiais de Atenas 97, com um sexto lugar. Com um recorde de 32 medalhas de ouro em campeonatos de Portugal de ar livre e 19 em pista coberta, é a mais internacional das atletas portuguesas, com 46 presenças em competições de pista. O adeus às competições aconteceu esta temporada, depois de algumas ameaças anteriores não consumadas. "Competi esta época pelo FC Porto e dei uma ajuda nos campeonatos nacionais de clubes", recorda a lançadora natural da Gafanha da Nazaré, que um dia foi descoberta pelo seu treinador de sempre, tinha então apenas 14 anos.
Leia todo o texto no DN

terça-feira, 9 de setembro de 2008

SEMPRE QUE SALTO, SALTO PARA O INFINITO

Nelson Évora
Deste Verão português surdamente incompatível, com conflitualidades, embaraços e pessimismo, resgato uma frase que seria pena ficar perdida entre a cinza. Foi proferida pelo atleta Nelson Évora, e representa, creio, não apenas a descrição de uma técnica ou de um método, mas é uma espécie de razão onde a vida, a inteira vida, se pode decidir. "Sempre que salto, salto para o infinito", disse ele. No triplo salto dos Jogos Olímpicos de Pequim esse infinito correspondeu a 17,67 metros, e valeu-lhe a medalha de ouro. Mas o infinito é esse aberto que não acaba… Nos programas biográficos que, em seguida, as televisões dedicaram ao atleta, comovi-me a olhar para as instalações desportivas mais do que precárias num centro escolar, para o ziguezague árido e incaracterístico das estradas suburbanas, para o exíguo futuro que se avista das florestas de apartamentos colados a apartamentos. Aquele cenário poderia servir para contar uma história completamente diferente. Por isso a frase de Nelson Évora é tão importante. Aos miúdos que hoje têm a idade que o campeão olímpico então teria, e que as televisões entrevistam naqueles mesmos lugares, como é fundamental testemunhar-lhes o que significa "saltar para o infinito". Transcender-se, ir além, ir mais longe, sabendo que isso implica que cada um se tenha encontrado humildemente com os seus limites e plenamente com as suas possibilidades. Num tempo de tectos baixos e de metas imediatas, como parecem ser os nossos, "saltar para o infinito" constitui talvez uma impopular aposta. Mas a esperança, a verdadeira esperança, pede de nós risco e coragem. José Tolentino Mendonça

domingo, 24 de agosto de 2008

JOGOS OLÍMPICOS: A Festa Terminou

A festa dos Jogos Olímpicos terminou em Pequim, com um espectáculo memorável. A festa dos Jogos Olím-picos, a maior do universo, com variedade e amplitude, com emoções e entusiasmos, com tristezas e alegrias, com vitórias e derrotas, atraiu milhões de pessoas, mostrou-se a todo o mundo, uniu continentes, aproximou povos de todas as latitudes, espalhou compreensões e mostrou a todos os homens e mulheres dos nossos tempos que a paz é possível, que a harmonia é desejável, que o entendimento entre nações é meta para a qual todos temos a obrigação de correr. Mais alto, mais longe, mais forte e mais rápido podem ser e são, se todos quisermos, ideais nobres para as presentes e futuras gerações. Se todos quisermos!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

MIKE DAVIS/PORTO DE AVEIRO vence "I TRIÂNGULO ATLÂNTICO"

A Associação Naval de Lisboa com apoio do Clube Naval da Horta, Angra Iate Clube e Clube Naval de Ponta Delgada asseguraram a organização do I Triângulo Atlântico, o qual integra duas regatas: Atlantis Cup-Regata da Autonomia. Com partida de Lisboa e passagem em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, navegou uma frota de veleiros que passou por condições atmosféricas adversas. A embarcação aveirense MIKE DAVIS/PORTO DE AVEIRO foi a que melhor se adaptou às condições climatéricas adversas, vencendo com largas horas de vantagem para os seus adversários. Segundo Delmar Conde, líder da equipa, o sucesso foi conseguido devido a uma opção estratégica acertada: "tomámos uma opção táctica arriscada relativamente à restante frota, à saída da Horta, onde tinhamos que decidir o rumo a tomar para Lisboa", revela. E ainda acrescenta: "numa regata oceânica desta dimensão é fundamental acertar com as opções tomadas a bordo de acordo com as previsões meteorológicas." E diz mais: "O desempenho de toda a tripulação, o espírito a bordo, a camaradagem e a concentração, durante uma viagem de 6 dias, foram muito importantes para o sucesso." A comunidade Portuária de Aveiro felicita toda a tripulação constituída por Delmar Conde, Renato Conde, Daniel Vasconcelos, Pedro Paião e José Amaral.
Fonte: Texto e foto do Porto de Aveiro

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson Évora: Medalha de Ouro

Nelson Évora
Somos assim: Da depressão saltámos para a euforia
Fomos para os Jogos Olímpicos com muita euforia. Confiávamos, mdesmedidamente, nos nossos atletas, al-guns com fibra de campeões. Os resultados, com medalhas, não surgiram. Frustrações! Depois da depressão, que espoletou críticas e mais críticas, com acusações direccionadas para atletas, dirigentes e outros responsáveis pelo desporto nacional, saltámos para a euforia, com a conquista, por Nelson Évora, da Medalha de Ouro, no triplo salto. Agora, sim, com a comoção de todos, já somos bons. Venham outros jogos, e verão, então, do que havemos de ser capazes! Sim... somos poucos, mas temos alguns atletas bons. Ainda bem! A depressão destes dias ficou guardada no saco do esquecimento.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

JOGOS OLÍMPICOS

Resultados frustrantes?
Esta ideia de que em tudo, ou quase tudo, sobretudo no desporto, somos os melhores do mundo não passa de nacionalismo saloio. Direi mesmo ridículo. Culpados? Certamente, a culpa será, em grande parte, da comunicação social. Temos de nos convencer de que somos um país pequeno, com apenas dez milhões de habitantes, e sem grandes infra-estruturas capazes de formas campeões. Somos bons, dizem, a improvisar. Mas os Jogos Olímpicos não são para gente que improvisa. Quando assim é, de quando em vez lá temos uns campeões, por força dos seus próprios esforços e de qualidades inatas para certas provas. O resto é conversa. Antes dos Jogos, a nossa comunicação social não se cansou de nos garantir que estariam certas uma tantas medalhas, porque alguns atletas eram mesmo campeões. Só que se esqueceram de que os outros também são bons. Ou melhores. Como foi o caso da Vanessa Fernandes. A que recebeu a medalha de ouro, por exemplo, já foi campeã do mundo, pelo que sei, umas três vezes. A nossa Vanessa fez o que pôde, com grande mérito. Não recebeu a medalha de ouro, mas também lhe fica bem a de prata. E como é uma jovem com grande força de vontade, pode ser que um dia chegue, nos Jogos Olímpicos, a ganhar a medalha de ouro. Daqui, deste meu recanto, felicito os nossos atletas que fizeram o que puderam. Condeno, obviamente, quem nos quer fazer crer, por razões que não entendo, que somos os melhores do mundo. FM

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

quinta-feira, 31 de julho de 2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DO FUTEBOL

Em finais da década de 40 e início da década de 50, existiram três clubes de futebol não federado, na Gafanha da Nazaré e um na Gafanha da Encarnação. Mais tarde, já em meados da década de 50, surgiu na Cale da Vila implementado por um grupo de estudantes, o “INDEPENDIENTE”, que pretendia ser uma réplica da Académica de Coimbra. Também era de estudantes e também equipava todo de negro. Não sei qual dos três clubes seria o mais antigo, já que eu era ainda muito criança, mas sei que havia na altura uma grande rivalidade entre eles e também com o “Estrela da Gafanha da Encarnação”. Outros tempos… os mesmos sentimentos, as mesmas paixões pelo futebol!...

Armando Cravo

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NOTA: Agradeço ao meu amigo Armando Cravo a disponibilidade com que acedeu ao convite para colaborar neste meu blogue, com o único objectivo de nos ajudar a reviver tempos idos. É com estes contributos que é possível deixar aos vindouros as marcas indeléveis do nosso passado, de que tanto nos orgulhamos. Assim outros se juntem a nós…
FM

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

Complexo Desportivo da Gafanha em construção, na Colónia Agrícola
As rivalidades entre os clubes da Gafanha da Nazaré
As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores famosos, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira-Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E, tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podia ser no domingo seguinte.
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terça-feira, 29 de julho de 2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

"Lembramos, e com que saudades!, antigos clubes que .há mais de seis ..déca-das por aqui congregavam a juventude da Gafanha da Nazaré. E faziam-no com tal garra que ainda sentimos o entusiasmo com que os jogos eram aguardados e disputados. Referimo-nos, concretamente, à Associação Desportiva Gafanhense que tinha o seu quartel-general na Cale da Vila, à União Desportiva Gafanhense que cantava de galo na Cambeia, e ao Atlético Clube da Marinha Velha que, como o nome indica, se impunha no lugar que o baptizou. Mas não se julgue que só o Futebol foi rei nesse tempo. Também o Basquetebol e a Natação, mais sob a responsabilidade da Associação, por aqui se praticavam nessa data já um pouco distante da nossa meninice."
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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Novo Seleccionador Nacional de Futebol

Carlos Queiroz é o novo seleccionador nacional de Futebol. Vem substituir o carismático Felipe Scolari. Que seja feliz, para todos os portugueses o acompanharem nessa felicidade. Vem ganhar, segundo diz a comunicação social, um milhão e meio de euros por ano. Durante quatro anos.
Quando se fala de salários elevados, escandalosamente elevados, muitos protestam, clamando que é uma ofensa à pobreza nacional. Quando se trata de treinadores e jogadores de futebol até parece que toda a gente concorda. Eu, claro, discordo.
FM

sábado, 12 de julho de 2008

Mergulho gratuito na Praia da Barra

HOJE, SÁBADO, 12 DE JULHO
Baptismos de mergulho gratuitos na Praia da Barra.
Não perca esta oportunidade única. Mergulhe em segurança, na companhia de um instrutor credenciado. Uma parceria do Porto de Aveiro com a aveirosub.
Os mergulhos gratuitos vão continuar até Agosto. Aproveite as oportunidades que lhe oferecem.
Informações: 234 367 666, 932 367 667,
aveirosub@aveirosub.com, geral@portodeaveiro.pt

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Portugal está murcho, mas com fé em novas vitórias

Portugal ficou murcho com a derrota frente à Alemanha. Ontem à noite ouvi muitas lamúrias de comentadores e de compatriotas mais ligados ao mundo do futebol. Também ouvi críticas contundentes, contra o seleccionador e alguns jogadores. A tristeza dominava. Até parece que convivemos mal com a derrota, sobretudo na área do futebol. Resultados menos bons em provas de outros sectores desportivos passam despercebidos. E acontece o mesmo, quase, quando alguns atletas ocupam um lugar no pódio. Mas no futebol, alto lá. Aí, porque nos convencemos de que somos os melhores, não se admitem deslizes. De qualquer forma, gostei de ouvir hoje de manhã o presidente da FPF, Gilberto Madail, sublinhar que somos, afinal, do grupo das oito melhores selecções da Europa. Já não é mau para um país como o nosso, onde não há muitos jogadores para escolher, embora tenhamos, de facto, dos mais completos do mundo. O Presidente da República, afirmando-se com pena de termos perdido, referiu que há mais vida e mais desafios para além do futebol. É verdade. Por isso, há que acreditar que outros campeonatos hão-de proporcionar-nos grandes vitórias. Se houver esforço, preparação, motivação e estímulos capazes de nos fazerem chegar mais alto e mais longe. Há que ter fé, também! FM

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Beira-Mar não vai por água abaixo


Tenho estado atento às dificuldades sentido pelo Beira-Mar. Clube alicerçado na cidade dos canais é, sem dúvida, um certo símbolo de Aveiro. Tem dado a todos os aveirenses grandes alegrias, mobilizando, nessas alturas, multidões de sócios e simpatizantes. Nesses momentos de entusiasmos esfusiantes, as multidões seriam capazes de lhe dar tudo. O pior é depois…
Depois, quando está na mó de baixo, a debandada é quase geral. Tenho pena destas gentes que só sabem cantar Beira-Mar… Beira-Mar…. Beira-Mar em tempos de vitórias e de euforias. Nas horas de tristezas, fogem com o rabinho entre as pernas…
Ainda bem que foi possível encontrar quem segure o leme…
O Beira-Mar não vai nem pode ir por água abaixo…

sábado, 14 de junho de 2008

O Felipão


Anda toda a gente triste com a saída de Luiz Felipe Scolari para o Chelsea, o clube de um multimilionário russo. O Felipão estava identificado com o povo português e o povo português gostava dele. Deu boas alegrias às gentes lusas, porque soube, como poucos, ser um líder autêntico, com rara capacidade para mobilizar multidões.
Muita portugueses até já pensavam que este brasileiro, que tem o bom gosto de apreciar a nossa comida e os nossos vinhos, ficava por cá. Esqueceram-se de que este mundo é dominado pela “grana” e que Scolari é um homem que também sabe cuidar do seu futuro. Por mim, ele pode ir. Mas, já agora, que nos traga a taça do Europeu de Futebol.
Mais uma palavrinha: vai ser muito difícil encontrar um seleccionador como este. Um homem que tem o coração perto da boca, frontal, que se comove e que se zanga; que sabe motivar os jogadores, que consegue criar um grupo de trabalho coeso. E que, dizem, até leva os jogadores a rezar o Pai Nosso antes dos jogos. O Felipão é mesmo um tipo fixe.

FM

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Não será euforia a mais?

Confesso que não compreendo tanta euforia. Hoje à tardinha, depois da vitória de Portugal sobre a República Checa, em algumas ruas da Gafanha da Nazaré, decerto à semelhança do que acontecia por todo o país, a alegria era esfuziante. Como se Portugal acabasse de vencer o campeonato do Mundo de Futebol. De outra coisa qualquer, o silêncio seria igual ao de todos os dias, com o povo mais preocupado com a crise que provoca angústias. Mas com o Futebol, não é assim. Carros cheios de gente, bandeiras e bandeirinhas agitadas ao vento, também em casas particulares e nos estabelecimentos comerciais, buzinadelas ensurdecedoras, gritos e gritinhos de entusiasmo! Quase todos vestidos ou decorados com as cores nacionais, aos pulos, nas ruas e em carrinhas de caixa aberta. Todo o pessoal se saudava de braços bem abertos e de bandeiras desfraldadas! Até vi um carro de museu na festa! Cada um é quem é. Mas eu, que gosto que Portugal vença e seja campeão, não sinto necessidade de todo este espalhafato. Por esse andar, se a nossa selecção perder, se ficar num lugar fora do pódio, então a tristeza é mesmo de morrer. Nunca li qualquer explicação para esta reacção nacional. Será uma resposta espontânea às crises económicas por que temos passado? Será uma vontade explosiva para afugentar as preocupações? Será uma atitude natural de quem tem andado na mó de baixo e se vê agora, com o Futebol, só com o Futebol, a bater forte nos outros? Expliquem-me, por favor, porque eu não entendo isto! FM

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Na Linha Da Utopia

Primeiro Jogo de Futebol em Portugal

Futebol, história ao contrário

1. Regressados de Inglaterra, corria o ano de 1888, os irmãos Pinto Basto trouxeram a primeira bola de futebol. Na história ficou gravado que Eduardo Pinto Basto organizou o pontapé de saída, a primeira partida de futebol realizada em Portugal. Foi há 120 anos, o princípio de uma história que cresceu, desmedidamente, também por esse mundo fora, fazendo dele uma brincadeira muito séria que, passo a passo, fomenta encontro de nações, controla as emoções, multidões, e consequentemente mesmo os poderes. Não deixa de ser curioso que o clube fundado pelos irmãos Pinto Basto ainda hoje existe, mas seguindo a sua matriz originária de amadorismo. No séc. XX a história dos países europeus e das suas grandes metrópoles confunde-se com o crescimento dos grandes clubes de futebol, tantas vezes usados como afirmação de um poder e glória que até ocultasse as verdadeiras e difíceis realidades internas.
2. Como em tudo, há quem goste e quem não goste de futebol. Saudável a multiplicidade de gostos, mesmo diante de um fenómeno popular incontornável que se tornou num símbolo e máquina poderosíssima, com as ténues fronteiras que isso significa. Há quem «adore» e viva (n)os clubismos; quem só goste dos jogos europeus, ou quando há equipas «nossas» contra os «outros». Também há quem aposte unicamente no gosto da selecção nacional de futebol, esquecendo todas as outras selecções nacionais de todos os outros desportos. Há, ainda, quem, até por outros gostarem, não podem ouvir falar de futebol, fundamentando-se na rede dúbias de cumplicidades futebolísticas que tocam fenómenos de doping ou corrupção. Enfim, todos os gostos e desgostos fazem parte desta história que é das realidades que, mesmo em tempos de crise e em cenários salariais escandalosos de jogadores endeusados e treinadores, resiste à própria história.
3. Também, há realidades que custam a entender. Nestes dias, o presidente de um grande clube, Sporting, afirmou peremptoriamente: «O Governo tem de decidir se o futebol é uma actividade importante para o país. O futebol deu projecção a Portugal? Então fomente-se a actividade.» (jornal Record, 26-05-2008). Custa a ler e a entender, o que demonstra bem o que se está a passar. Se há sector que Portugal tem fomentado, até demais, é o futebol; não só os estádios do Euro, mas uma «futebolomania» atravessa quase todos os sectores da sociedade como vontade popular. Não peçam os clubes aos políticos cobertura para tantas loucuras salariais e patrimoniais por vezes cometidas. Não peça o Inter de Milão dinheiro à Câmara Municipal ou ao Governo para pagarem os salários ao milionário José Mourinho que nestes dias assina três anos pelo Inter, em que receberá de vencimento 9 a 10 milhões de Euros por ano, «livres de impostos»?! Ainda por cima o treinador mais bem pago do mundo não vai pagar impostos…!
4. Futebol sim, loucura não! Mas já há muito que esta fronteira desapareceu. Os adeptos fazerem greve?! Impossível, há dependência total. Parece mesmo que o futebol é uma história ao contrário da vida (de crise social), para já não falar no que está a acontecer com a conta de Cristiano Ronaldo! Quanto mais golos marcarem as emoções em catarse, menos lugar há para a razão dosear o escândalo desta história. Na Europa está-se por tudo, seja o que for! Até quando? Não seria possível uma festa futebol mais saudável?

Alexandre Cruz

domingo, 18 de maio de 2008

SPORTING GANHA TAÇA DE PORTUGAL

Foto do jornal do Sporting
O Sporting ganhou a taça de Portugal, no Jamor, derrotando o Porto por 2 a 0. Houve festa entre os sportinguistas e tristeza entre os portistas, que estavam cientes da vitória. No futebol, como em qualquer jogo, a vitória às vezes pende para quem menos se espera. Mas o Sporting, pelo que vi, nos minutos finais, e pelo que me garantiram, mereceu esta taça. Foi um saboroso prémio para a juventude do seu plantel e para a academia de formação de jogadores, donde continuam a sair tantos craques.
Quando saí de casa para a missa, na hora de começar o jogo, alguém me recomendou que rezasse para que o Sporting ganhasse. A minha família é maioritariamente sportinguista. Dos quatro filhos, só um, o mais velho, é que virou portista, sem eu saber como nem porquê. Tenho cá um palpite que ali houve influência do meu pai, de saudosa memória, que era portista.
Claro que não rezei porque não acredito que Deus, lá no céu, se preocupe com o mundo do desporto. Muito menos com o futebol. Não perco muito tempo com futebóis, mas gosto que o Sporting ganhe. E também gostei de ver a alegria de tanta gente. Só tive pena que o meu portista, cá de casa, tenha ficado com um desgosto destes. Que tenha paciência… O Porto não pode ganhar tudo…
Um abraço para os sportinguistas e outro para os portistas. O desporto é isto mesmo.

FM