domingo, 5 de dezembro de 2021

A primeira peregrinação sinodal

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

1. Graças a alguns meios de comunicação[i], é possível acompanhar não apenas o que vai acontecendo na Igreja católica, mas no vasto e plural universo religioso, sempre com novas e antigas expressões da sensibilidade ou insensibilidade religiosa. Se, em certos países, é significativo o crescimento de pessoas que se vão afastando da religião institucional, sem abandonar as preocupações éticas e espirituais, esse não é um fenómeno global. A notícia de que, na célebre Universidade de Harvard (EUA), tenha sido eleito um judeu ateu para presidente do conjunto dos seus capelães, não foi recebida, em todo lado, como uma boa peça de humor. Vai longe o tempo em que uma das primeiras funções dessa Universidade era a formação do clero congregacionista e unitarista.
Tudo isto sem falar das revelações que percorrem alguns países acerca do horroroso fenómeno de abuso sexual de menores na própria Igreja. No momento em que escrevo, a Conferência Episcopal Portuguesa acaba de pedir ao Dr. Pedro Strecht, médico de Psiquiatria da Infância e Adolescência, para coordenar a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos de Menores na Igreja, em Portugal.

A Nina ao calor da fogueira

 

No remanso da minha tebaida, o acender e reacender da salamandra ocupa-me uma boa parte do tempo, com música de fundo a animar a minha sensibilidade. A Nina dormitava por aqui e por ali olhando de soslaio quem passava e quem procurava o calor da fogueira. De repente, saltou e aproximou-se da salamandra e adormeceu tranquilamente para nossa contemplação.

Gafanha da Nazaré - Inês Margaça em concerto de Natal

A soprano Inês Margaça vai participar num concerto de Natal no próximo dia 18 de dezembro, pelas 21 horas, na Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré. Trata-se de uma excelente oportunidade para todos os amantes da música, em geral, e do canto lírico, em especial, poderem apreciar os dotes desta  nossa conterrânea, em vésperas de partir para Itália, onde vai  enriquecer a sua formação académica, na linha do mestrado,  no âmbito do Programa Erasmus. 

sábado, 4 de dezembro de 2021

Para matar saudades

É o Douro, sim senhor.
Aqui o partilho em hora de gratas recordações.
Quem me dera voltar!


Defeito de fabrico

Para variar neste sábado
com sonhos no meu horizonte


O enigma do tempo e a eternidade no instante

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



1- Uma característica essencial do ser humano é que conjugamos os verbos no passado, no presente e no futuro.
Há quem julgue que a salvação está no passado. Há sempre os saudosistas do passado: antigamente é que era bom. É a saudade do Paraíso perdido. Também há aqueles que não querem preocupar-se nem com o passado nem com o futuro. O que há é o presente, o aqui e agora, o agora a que se segue outro agora: a salvação consiste no amor e fruição do presente. Depois, há os sonhadores e os ascetas. Fogem do agora, para refugiar-se no amanhã. Nunca estão no presente, pois a sua morada é só o futuro...
Ora, pensando bem, se, por um lado, não podemos instalar-nos no passado, por outro, ninguém pode abandonar o passado, como se fosse sempre e só o ultrapassado. De facto, quando damos por nós, já lá estamos, o que significa que vimos de um passado que nem sequer dominamos. E temos de aprender com o passado, para, a partir dele, nos decidirmos no presente.