quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Gripe da China – Todo o cuidado é pouco


Andamos todos aflitos por causa da gripe da China que ainda não chegou. Não se fala noutra coisa cá por casa, não vá ela entrar por qualquer frincha da porta ou da janela. Tanto se  fala e teme a sua chegada, que não faltou quem avançasse com a ideia de comprar máscaras para toda a gente que mora cá por casa. Só não sabe se as máscaras que por aqui temos  servem ou não. E lançou a dúvida... Ninguém soube responder, mas tenho para mim que algum de nós vai averiguar isso. 
É certo que estamos vacinados contra a gripe, mas também sabemos que em cada época gripal há estirpes novas. De modo que nem sei que fazer... Só sei que todo o cuidado é pouco e mais vale prevenir que remediar. 
Vamos ouvindo, lendo e vendo as notícias sem conseguirmos afugentar o perigo. Eu bem digo que ainda não há registos dessa gripe entre nós, mas os meios de comunicação social deixam-nos inquietos por tanto falarem do assunto,  sugerindo ainda os maiores cuidados com tudo o que vem ou possa vir de fora. O melhor talvez seja ficar por aqui, tranquilamente, a ver passar a carruagem, na certeza de que, pessoa prevenida vale por duas. 

Rui Pinto - Como descalçar este par de botas?

Rui Pinto volta ao Twitter: 
“Há ainda muita coisa que os portugueses 
merecem saber”


A Justiça Portuguesa tem agora em mãos um caso muito bicudo. Rui Pinto, com ou sem razão, afirma que “Há ainda muita coisa que os portugueses merecem saber”. O problema é que ele garante que conhece casos criminosos que descobriu fraudulentamente. E agora? Agora não os poderá divulgar porque vai agravar a pena a que está sujeito. E a Justiça nada pode fazer porque não o pode imitar nem tem meios para investigação. A não ser que um juiz decrete e dê liberdade ao Rui Pinto ou a um seu semelhante para agir, em nome da luta contra a corrupção. As escutas telefónicas não são autorizadas pelos juízes? E não houve escutas à margem das leis? Quem vai e de que forma descalçar este par de botas?
Eu tenho muita dificuldade em aceitar crimes de qualquer ordem e nunca concordarei com a devassa pública da vida de qualquer cidadão. E aquando das escutas telefónicas sempre me repugnou que alguém pudesse ouvir e registar o que os cidadãos conversam ao telefone. Mas também não compreendo como é que há negócios à vista de todos envolvendo milhões e milhões de euros que, ao abrigo de paraísos fiscais,  passam impunes durante tanto tempo.

Fonte: PÚBLICO 

Para não esquecer Aleixo

Vinho que vai p'ra vinagre
Não retrocede o caminho
Só por obra de milagre
Pode de novo ser vinho

Vós que lá, do vosso império
Prometeis um mundo novo
Calai-vos que pode o povo
Querer um mundo novo, a sério!

Aquele que trabalha e come,
Não come o pão de ninguém.
Mas quem não trabalha e come,
Come sempre o pão de alguém!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Evocando um escritor que muito apreciei


António Alçada Baptista nasceu neste dia do ano 1927. Oriundo da Covilhã fixou-se em Lisboa onde desenvolveu intensa atividade cultural, em especial depois de pôr de lado a advocacia. Começou a escrever com notoriedade na década de 70 do século passado. E eu comecei a lê-lo nessa altura, graças à fama que o seu primeiro livro, “Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus”, suscitou no mundo  livreiro. 
Aquele primeiro livro despertou em mim imensa curiosidade por abordar um tema, “reflexões sobre Deus”, que sempre me entusiasmou. O  mesmo aconteceu com os demais que escreveu e que li com avidez. Depois, não mais deixei de o ler e reler, chegando a recomendá-lo  a bons amigos, alguns muito jovens. Para além dos livros, que ocupam um lugar especial nas minhas estantes, não perdia as suas crónicas, dispersas por revistas e jornais e, se bem me lembro, também na rádio e na televisão. 
Apreciava neste escritor o sentido intimista da vida, graças ao dom que possuía de grande memorialista que sobressaía na sua escrita. As suas personagens tornaram-se próximas na minha vida. E ainda viajei com Alçada Baptista sentado e debruçados sobre os seus romances,  com tal realismo que ainda hoje me encantam com a força da sua simplicidade  e originalidade. 
Lembro, por exemplo, que no Dia de Portugal, Camões e das Comunidades, de que foi o principal orador, em Chaves, defendeu a alteração da letra do Hino Nacional, porque não fazia sentido “lutar contra os canhões”, e noutra livro entendeu que a conhecida oração, “Salve Rainha”, precisava de ser alterada, porque este mundo não é um “vale de lágrimas” nem “um desterro”. 

Nesta data, em que evoco o nascimento de um escritor que tanto me entusiasmou, ocorreu-me oferecer aos meus leitores uma história retirada de um dos seu livros. Aqui fica. 

«O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas preocupações. Disse-lhe: 
— Então, rapaz, tens lido alguma coisa? Gostas de ler? 
Ele pensou só um bocadinho e respondeu: 
— Evito.»

Rua Francisco Xavier entrou em obras


A Rua Francisco Xavier entrou hoje em obras. Diz assim o aviso da CMI: 

«A Câmara Municipal de Ílhavo vai dar início, hoje, dia 29 de janeiro, à execução das obras de reparação da conduta de águas residuais da Rua Francisco Xavier, na Gafanha da Nazaré. 
A empreitada tem a duração de 2 meses, a partir desta data, e um investimento de 74.800 euros, permitindo restabelecer as condições adequadas à circulação naquele importante arruamento. 
Neste sentido, a Rua Francisco Xavier terá a circulação rodoviária condicionada ou suspensa, indicando-se, no local, percursos alternativos, em especial através dos arruamentos envolventes ao troço sujeito às obras, sendo ainda garantidos acessos provisórios às habitações.» 

A partir do que li e esperava há muito, penso que teremos de refletir um pouco sobre os arruamentos das nossas terras. É evidente que eles são fundamentais à vida de toda a gente. Imaginem o que seria se não possuíssemos facilidades de ligações uns com outros, dentro ou fora da nossa freguesia! O caos seria catastrófico. Imaginem também os estragos que provocam os arruamentos esburacados e de pisos irregulares nas viaturas que passam, quantas vezes apressadas! 
A estrada Francisco Xavier é a primeira ligação entre o centro da Gafanha da Nazaré e as demais Gafanhas do concelho de Ílhavo. Isto quer dizer que esta rua, em especial, devia merecer das nossas autarquias um cuidado especial.  Deixá-la cair na situação de Pavimento Degradado é muito grave. A meu ver, claro. 

F. M. 

NOTA: Foto da CMI

Filarmónica Gafanhense - Concerto na Igreja Matriz

2 de fevereiro 
16 horas 


A Orquestra Filarmónica Gafanhense vai apresentar um concerto no dia 2 de fevereiro, às 16 horas, na Igreja Matriz, para todos os amantes da música, a rainha das artes, na opinião de muitos. Todos estamos convidados a participar.
Este convite é um desafio a cada um dos gafanhões, e não só, para se deleitarem com a harmonia da nossa filarmónica, que passa por fase de grande crescimento aos mais diversos níveis. E se dirigentes, maestro, professores e executantes se têm esforçado para nos oferecerem boa música e posições de relevo, cabe-nos a obrigação e o gosto de os aplaudirmos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AMOUR - Um filme para meditar...



Ontem, na RTP2, revi o filme Amour, de Michel Haneke, contemplado com vários prémio. Vi-o na altura do seu lançamento por sugestão da notoriedade que alcançou. 
Nos papéis principais, distinguiram-se Jean-Louis Trintignant, nascido em 1930 e, ao que suponho, ainda vivo, e Emmanuelle Riva (1927-2017). 
Tal como da primeira vez, gostei do filme. Marido e esposa eram professores de piano já retirados do ensino, mas com memórias que marcavam os seus quotidianos. A esposa, atingida por doença grave, provavelmente um AVC, acamada e dependente do marido, vai definhando, olhar perdido e sem futuro. Perde o gosto pelo que a rodeia, mas ainda consegui pedir a um ex-aluno, pianista, que visitou o casal, que interpretasse  uma melodia dos primeiros tempos da aprendizagem. E a indiferença recai, inevitavelmente, sobre a professora. 
O marido, com uma serenidade impressionante, é o seu apoio de todas horas, dia e noite. O agravamento da doença exige profissionais assíduos. E a filha única visita os pais, mas leva como temas de conversa os seus problemas do dia a dia. Soluções não estão nos seus propósitos. Há mais que fazer...
Deixo o final dramático para quem quiser e puder ver o filme. Os dramas são terríveis. É o dia a dia de um casal de idosos no fim da sua existência terrena. Tal como decerto os temos nas sociedades atuais. Solidão, abandono, sofrimento, desespero  e morte.

Fernando Martins

SNS - Uma grande aposta da nossa democracia


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi uma grande aposta da nossa democracia. Importa dizê-lo para que tomemos a peito a obrigação  de o divulgar, sublinhando o que tem de meritório. Haverá falhas e algo a melhorar, como em qualquer serviço público ou privado. Utilizo-o quando preciso, embora tenha alternativas no privado, mas não posso deixar de reconhecer que, como português, me orgulho desta extraordinária conquista de Abril. 
Vem isto a propósito do atendimento de que tenho beneficiado nos últimos tempos para tratar de um problema oftalmológico dispendioso e urgente. A visão é importantíssima, todos o sabemos, mas nem sempre apreciamos as pessoas cegas que são capazes de viver o dia a dia normal, adaptando-se às circunstancias com recurso a diversas tecnologias, podendo ver a vida com os olhos de outras sensibilidades e sentidos. 
Tenho um amigo no Facebook, arqueólogo, historiador, escritor e guia turístico que me deu, nas férias, em São Pedro do Sul, uma excelente lição de história e de adaptação às circunstâncias. Só descobri que era cego quando alguém pretendeu ajudá-lo a mudar de sala. E de vez em quando lá está a manifestar o seu interesse sobre o que se escreve no FB. 
Voltando ao SNS, que hoje me atendeu e tratou no Hospital de Águeda, quero salientar o acolhimento, a atenção, a simpatia e os cuidados dos médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários de serviço, sentindo, da parte de todos, a assunção plena, das suas tarefas profissionais e humanas. O meu bem-haja. 

Fernando Martins

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Domingo muito agradável




O fim de semana que acaba de ficar para trás foi muito agradável para mim. Ainda bem que tal aconteceu para me sentir reanimado. A modorra mata e eu amo a vida. Culminou com uma passagem pela Costa Nova do Prado, apenas conhecida por Costa Nova. Afastando-me das ruas apinhadas de carros, com estacionamentos bem cheios, dirigi-me para o encanto da Ria de águas límpidas a meus olhos e nitidamente serenas. Do outro lado, as silhuetas do casario das Gafanhas completavam a paisagem. E por ali fiquei a olhar os horizontes sempre apetecíveis. Voltei-me para as casas para turista apreciar e percebi o fascínio que este recanto suscita em todas as pessoas.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Não às canonizações apressadas

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje

«Enquanto esta narrativa não for o guia de todos os ministérios na Igreja, ordenados ou não, masculinos ou feminismos, nenhuma reforma será possível.»

1. Eugenio Scalfari é um filósofo italiano e co-fundador do jornal La Republica. Não é crente nem ateu ou, melhor, tem outra maneira de ser crente. Continua a ser um aturado estudioso das questões religiosas e teológicas e cultiva um relacionamento muito intenso com o Papa Francisco. Por causa da interminável e ridícula telenovela em torno de um livro muito publicitado [1] que pretende fazer do celibato dos padres um assunto sagrado – publicado em francês e inglês com a assinatura de Bento XVI e do Cardeal Robert Sarah –, procurou conhecer a reacção e o estado anímico do seu amigo Francisco. Marcou com ele, por telefone, um encontro que se realizou no dia 14 deste mês, em Santa Marta.
Entretanto, Ratzinger já tinha desmentido, através do seu secretário particular, o arcebispo Georg Gänswein, que tivesse sido co-autor dessa obra com R. Sarah. Este cardeal manteve que tinha havido troca de correspondência com Ratzinger em relação ao livro que surgiu, por essa razão, com dupla assinatura: “Afirmo solenemente que Bento XVI sabia que o nosso projecto tomaria a forma de um livro. Posso dizer que trocámos várias provas para fixar as correcções.” Agora, “considerando as controvérsias que a publicação do livro Desde o mais profundo dos nossos corações provocou, decide-se que o autor do livro será, para futuras edições, o Cardeal Sarah, com o contributo de Bento XVI. O texto completo permanece sem alterações.” Desmente assim o desmentido apresentado pelo secretário pessoal de Ratzinger.