quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Da aparente morte, brotará a esperança




Da aparente morte de um cato, brotará a esperança da sua luta pela vida com dignidade. E vai acontecer... Será a sua ressurreição. O tronco, com ramificações, espera tão-só, creio eu, que de botânica pouco sei, sinais de primavera. Da primavera, que já está nos horizontes de cada um nós, virá a seiva da vida rejuvenescida. Daqui a uns três meses falaremos.

MARIA vai cuidar da nossa laguna...

Foto do meu arquivo


O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro (MARIA) passou a ser, por escritura pública registada no cartório Notarial de Aveiro, uma associação sem fins lucrativos, com sede na Costa Nova do Prado. A escritura foi subscrita pelos três primeiros associados do núcleo inicial dos 70 associados-fundadores: Paulo Ramalheira, João Senos da Fonseca e Virgílio Monteiro. 
A Ria, com a sua beleza e magia, mas também com a sua riqueza, vai poder contar com um Movimento atento e conhecedor de tudo o que ela representa e deve merecer de todos nós: respeito, vigilância, fruição, divulgação e atenção às suas necessidades. Parabéns pela determinação do MARIA.

Um sonho apesar do inverno

(Foto do Google)

Apesar do inverno, com chuva e muito frio, se eu tivesse pernas, gostaria de poder sentar-me para apreciar um panorama mágico, como decerto fez aquele casal. Ar puro, horizontes largos, pedras milenares, arbustos semeados pelos ventos, silhuetas desafiantes, um azul envolvente e um prazer indescritível. Fico-me pelo sonho.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

“Ílhavo, Terra Milenar – A Escrita na Era Pré-digital”

Ílhavo assinala os 122 anos
da Restauração do Município


«No próximo dia 18 de janeiro, a Câmara Municipal de Ílhavo vai assinalar o 122.º aniversário da Restauração do Município com a Palestra “Ílhavo, Terra Milenar”, promovida pelo Centro de Documentação (CDI) e dedicada à Escrita na Era Pré-digital. 
A iniciativa vai ter vários momentos distintos, com destaque para a assinatura do protocolo entre a Município de Ílhavo e o Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Nazaré, para a assinatura de alguns contratos de doação de documentos à Câmara Municipal por parte de particulares e para o lançamento da revista “Nossa Gente”, dedicada ao aguarelista ilhavense, Hipólito Andrade, da autoria de Amaro Neves. 
O programa inclui, como ponto alto, a palestra sobra a História da Escrita, desde a sua origem até à “Era Pré-digital”, que terá como oradora Maria José Azevedo Santos, Professora Catedrática da Universidade de Coimbra.»

NOTA: Ler mais e ver programa na CMI 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Vista Alegre desde o séc. XIX



A fábrica da Vista Alegre, conhecida nos quatro cantos do mundo, continua a laborar, resistindo e adaptando-se aos tempos. Tenho para mim que a árvore, em primeiro plano, a tem acompanhado,com coragem e determinação. 

Curiosidades da nossa terra - ONIX



A curiosidade que hoje ofereço aos nossos leitores dispensa comentários, mas eu tenho a certeza que haverá quem queira e goste de tecer algumas considerações que julgue oportunas. 

Uma ideia muito interessante - Partilhar cadeiras de rodas

Joana quer cadeiras de rodas partilhadas em Aveiro
— e é a P3rsonalidade 2019



«Foi assim que a jovem de 23 anos, natural do Entroncamento, actualmente a trabalhar nos Serviços de Gestão Académica da Universidade de Aveiro, criou o projecto Reinventar a Roda. Trata-se de um sistema que propõe a partilha de cadeiras de rodas na cidade de Aveiro — ideia que foi também o tema da sua tese de mestrado em Planeamento Regional e Urbano, avaliada com 17 valores. E o funcionamento é simples: pressupõe a criação de uma plataforma que permita pegar em cadeiras de rodas que não estão em uso, recuperá-las e colocá-las em diversos espaços centrais da cidade, como posto de turismo, estação de comboios e museus, por exemplo, para que possam ser usadas por quem precisa.»

Ler mais no PÚBLICO 

domingo, 5 de janeiro de 2020

Navio-escola Sagres na rota de Magalhães

Navio-escola a sair na Barra de Aveiro (Foto dos meus arquivos)
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a viagem de circum-navegação do navio-escola Sagres é um momento "histórico, irrepetível e singular". A Sagres iniciou neste domingo, em Lisboa, a sua maior viagem de sempre, integrada nas comemorações do V Centenário da Circum-navegação do navegador português Fernão de Magalhães. 
O Navio-escola levará cerca de um ano a fazer a viagem e a guarnição é composta por 142 elementos. Com a bandeira nacional a assinalar a presença do povo português nos quatro cantos do mundo, a Sagres será motivo da nossa atenção até à sua chegada, não faltando registos dignos de nota. Boa viagem e bom regresso.

O nosso futuro é agora

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

"Já estamos no novo ano. É um ano para a nossa conversão que tem muitas dimensões."

1. Em alguns ambientes, a espiritualidade está na moda. Quase se poderia dizer: espiritualidade sim, religião não. Quem assim se exprime pode ter muitas queixas das crenças, dos rituais e dos preceitos das instituições religiosas ou, apenas, preconceitos. Raramente é fruto de investigação, de estudo. A investigação e o estudo parecem reservados ao domínio das ciências. A espiritualidade apela à subjectividade de quem não se contenta com o mundo empírico e procura não só um sentido para a vida, mas formas de viver esse sentido. Existem sabedorias e espiritualidades sem qualquer afirmação explícita de Deus como acontece, por exemplo, no budismo, mas não só.
No campo católico, a espiritualidade sempre se conjugou no plural. Por exemplo, espiritualidade beneditina, franciscana, dominicana, carmelita, inaciana e as espiritualidades das congregações religiosas dos séculos XIX e XX. Se elas marcaram a história também a história as marcou a todas. Actualmente, devido à secularização do Ocidente, a grande moda são as importações das chamadas espiritualidades orientais, quase sempre bem destiladas.

O Anjo da História

Crónica de Anselmo Borges no Diário de Notícias

«A crise do nosso tempo manifesta-se essencialmente no esquecimento e obturação das grandes perguntas, decisivas, perguntas metafísico-religiosas. Assim, o que resta é uma cultura empobrecida e uma política reduzida a negócios, sem horizonte autenticamente humano. Depois, é o que se sabe, está à vista.»

Terminados os festejos da passagem de ano e já no novo ano de 2020, é bom e mesmo urgentemente necessário parar para reflectir sobre o enigma maior do tempo. É, que queiramos ou não, com a passar do tempo, somos confrontados com aquela arrasadora constatação do historiador e filósofo R. Wittram na sua obra Das Interesse an der Geschichte: “A mim os grandes acontecimentos históricos do passado afiguram-se-me como cataratas geladas, imagens congeladas pelo gelo da vida que se foi e nos mantém à distância. Gelamos à vista dos grandes feitos: reinos caídos, culturas destruídas, paixões apagadas, cérebros mortos. Se tomamos isto a sério, podemos sentir que nós, historiadores, temos uma ocupação bem estranha: habitamos na cidade dos mortos, abraçamos as sombras, recenseamos os defuntos”. 
Por isso, a questão do tempo é também a questão de Deus; por outras palavras, perguntar pelo tempo é perguntar por Deus. De facto, como questionava Theodor Adorno, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt, como se poderia falar de reconciliação à maneira do sonho marxista, por exemplo, se ela valesse apenas para os vindouros, numa sociedade realizada e sem conflitos? Nessa situação, o que seria de todas as vítimas da injustiça da História e de todos os mortos do passado? O tempo com final, na perspectiva bíblico-cristã, é o tempo da esperança na salvação de Deus para todos. Aquele Deus de quem o teólogo Karl Rahner disse que é “o Futuro Absoluto”, Futuro de todos os passados, Futuro de todos os presentes, Futuro de todos os futuros, na consumação e plenitude da existência de todos os homens e mulheres de todos os tempos. 
Também o grande filósofo, Walter Benjamin, um marxista especial, de raiz judaica, perseguido pelo nazismo, se confrontou com o mesmo enigma. Na célebre tese 9 do seu ensaio Sobre o Conceito de História, escreveu: “Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas. O anjo da História deve ter este aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de factos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés. Ele gostaria de parar para acordar os mortos e reconstituir, a partir dos seus fragmentos, aquilo que foi destruído. Mas do paraíso sopra um vendaval que se enrodilha nas suas asas, e que é tão forte que o anjo já as não consegue fechar. Este vendaval arrasta-o imparavelmente para o futuro, a que ele volta as costas. Enquanto o monte de ruínas à sua frente cresce até ao céu. Aquilo a que chamamos o progresso é este vendaval.”