terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Daniel Faria: Um poema para este dia


Procuro o lento cimo da transformação
Um som intenso. O vento na árvore fechada
A árvore parada que não vem ao meu encontro.
Chamo-a com assobios, convoco os pássaros
E amo a lenta floração dos bandos.
Procuro o cimo de um voo, um planalto
Muito extenso. E amo tanto
A árvore que abre a flor em silêncio.

Daniel Faria

In DOS LÍQUIDOS

O Homem é colossal e minúsculo

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“O homem de hoje é colossal pela enormidade das responsabilidades que pesam sobre ele e minúsculo perante a imensidão das tarefas que em toda a parte o chamam. Mas não podemos, a pretexto de que nos é impossível fazer tudo num dia, não fazer coisa nenhuma! Conservemos no coração a impaciência de fazer. E a indignação na acção.”

Abbé Pierre 
em o TESTAMENTO


Abbé Pierre nasceu a 5 de agosto de 1912 
e faleceu a 22 de janeiro de 2007

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Augusto Lopes da UA: Lutem pelos vossos sonhos...

“Lutem pelos vossos sonhos 
investindo continuamente na vossa formação”


«O impacto que o professor tem na vida de tantos jovens e o desafio contínuo de encontrar formas interessantes e simples de transmitir conceitos mais ou menos complexos, são dois dos motivos que o fazem mover na atividade docente. Augusto Lopes, diretor do Mestrado Integrado em Engenharia de Materiais, considera que um bom professor é aquele que “consegue, de uma forma cativante, ajudar no processo de aquisição de competências”.»

Ler entrevista em Universidade de Aveiro

O Dia Mundial da Religião é para agir em nome do bem


Celebra-se hoje, 21 de janeiro, o Dia Mundial da Religião, decerto para se refletir sobre a importância das religiões nas vidas dos crentes e não só. Sei que muitos atribuem, com verdade, às religiões, quaisquer que elas sejam, os mais brutais malefícios que poluem o mundo. De facto, através dos séculos foram inúmeras as guerras, as perseguições, os massacres e ódios propalados por chefes em nome de Deus. Contudo, temos de reconhecer que também houve o contrário, isto é, o bem, o amor, a disponibilidade para servir os mais frágeis, a paz e a concórdia, a harmonia e a luta pela justiça social e pela dignificação do homem e da mulher, tendo por meta uma sociedade mais fraterna.
Estou convicto de que todas as religiões visam o bem de todos e o fim das violências pregadas por gente sem escrúpulos e com uma visão errada de Deus, que é, ou deve ser, fonte inesgotável da ternura e da misericórdia.
O Dia Mundial da Religião nasceu em 1949 para promover a união das religiões existentes na Terra, o que somente será possível se os chefes viverem e apelarem ao diálogo inter-religioso, no sentido de traçarem objetivos de respeito comum entre todos os povos, em nome das religiões que professam.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Inauguração da Casa José Engling

20 de janeiro de 1985

Música na festa
Aspeto da assistência

Aspeto da assistência
Convidados de honra

Depois de vários anos de espera, a Casa da Juventude Masculina de Schoenstatt (como foi conhecida) teve a sua inauguração na tarde do dia 20 de janeiro de 1985.
A inauguração decorreu num domingo sombrio, sem chuva, mas muito húmido (como pode verificar-se nas fotos da assistência). O salão de quase 100 metros quadrados ficou apinhado de familiares, amigos e de outros convidados, já que, e a pedido do próprio Pe. Rúbens, embora a casa fosse mais pensada para acolher os retiros espirituais dos jovens, também estava aberta a toda a comunidade, vocação que os tempos posteriores vieram confirmar.

Local de encontros regulares dos rapazes da família schoenstattiana, a casa foi construída ao longo de praticamente dois anos e meio, com os esforços pessoais do então Prior Rúbens António Severino, de muitos particulares, empresas e instituições concelhias e distritais, que responderam positivamente à iniciativa germinada num retiro na Casa Sião, cerca de quatro anos antes, face ao crescimento do número de elementos. O nome a dar à estrutura nasceu exatamente num retiro semanal (faziam-se, por regra, três retiros anuais, com o fim de semana orientado para atividades de reflexão e partilha, perto e «longe» das respetivas famílias, para possibilitar o encontro com cada um de nós. Depois de estudadas as várias possibilidades de atribuição do nome, a designação «José Engling» foi sugerida pelo João Alberto Roque e consensualmente aceite, porquanto evocativa do modelo de jovem, que, em situação de guerra, foi «tudo para todos», conforme o ideal de vida que o norteou.

Para a festa foram convidadas diversas entidades civis e religiosas (na foto «Convidados de honra» vemos, entre outros, o Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, o Presidente do Núcleo Regional da Segurança Social, o Capitão Monteiro e o Jornalista Daniel Rodrigues. Mais atrás, o Engº Galante, o Engº Vasco Lagarto, e à direita, Fernanda Matias e José Ferreira).
As fotos são do saudoso fotógrafo Artur Delgado Lopes.

Helder Ramos

NOTA: Com a preciosa ajuda do Helder Ramos foi possível evocar, hoje, uma efeméride marcante para a juventude de há 24 anos. Obrigado, meu caro.

Terra Justa: Causas e Valores da Humanidade


Anselmo Borges
"Sem um novo ethos, isto é, sem uma nova atitude ética, concretamente, sem justiça social global, continuará a violência, a guerra, e não haverá paz."

Também fora de Lisboa ou do Porto, há iniciativas de relevância mundial, que merecem a atenção de todos,  também como exemplo.
Hoje, quero felicitar, muito sinceramente, Fafe, na pessoa do seu ilustre Presidente, Raul Cunha. Porque Fafe já não é símbolo da “justiça de Fafe”. É símbolo da justiça, sim, mas da Terra Justa: Encontro internacional de Causas e Valores da Humanidade. Em Fafe, com inexcedível força e dignidade, celebra-se e combate-se pela cidadania universal, na liberdade, na justiça e na paz. Concretamente através dessa iniciativa anual, por onde têm passado grande figuras de renome, como António Guterres, o cardeal Maradiaga, Manuela Eanes, Eduardo Lourenço, Leonor Beleza, Artur Santos Silva... Ali têm sido homenageadas grandes instituições de cultura e solidariedade: a Fundação Calouste Gulbenkian; a Fundação António Champalimaud; o IAC (Instituto de Apoio à Criança); a Agenzia Habeshia, uma ONG fundamental para salvar vidas de refugiados; a UNICEF, uma agência das Nações Unidas, essencial na defesa dos direitos das crianças, tantas vezes espezinhados; Talitha Kum, a organização internacional que trabalha em rede contra o tráfico de pessoas... Deixo aí algumas chaves de leitura deste prestigiado Encontro Internacional.

Quando perder é ganhar

Bento Domingues
"Sem a cultura da criatividade das comunidades, a não confundir com o culto da banalidade, será sempre curta qualquer reforma litúrgica."

1. O Sábado é uma instituição da religião bíblica e um grande marco civilizacional. O ser humano não pode viver só para trabalhar. Precisa de ócio, de expressões culturais, lúdicas e culturais para que o próprio trabalho possa ter sentido criador e não ser apenas uma resignação alienante. A polémica constante de Jesus com as observâncias sabáticas, referida pelos quatro Evangelhos, não era contra essa admirável instituição, mas por ter sido atraiçoado o seu espírito. A instituição da liberdade transformada numa prisão. Daí o protesto de Jesus: o Sábado é para o ser humano e não o ser humano para o Sábado. Enunciou assim um princípio universal acerca da finalidade de todas as instituições, o qual deve vigiar sempre o seu uso e as suas reformas.
Hoje, a quarta revolução industrial, as novas tecnologias, as consequências de algumas formas de globalização e a incerteza de tudo obrigam a alterar o debate sobre o trabalho.
No calendário cristão, o Domingo não pertence ao fim da semana, mas ao seu começo, celebrando a renovação da esperança, a virtude da não desistência. Como o nome indica, nasceu da vitória de Jesus sobre a morte, proclamado por Deus, Senhor da vida. É o dia em que a Igreja de todos os tempos e lugares, povos e culturas, convoca os cristãos para a festa da alegria.
Já foram adiantadas muitas explicações para a grande baixa na frequência da celebração semanal da Eucaristia, sobretudo na Europa. Para além daquilo que as ciências humanas podem estudar, parece-me que as lideranças católicas esqueceram que, no momento em que os chamados “mandamentos da Igreja” perderam a força de uma convicção interior assumida, era necessária uma pastoral baseada no princípio do próprio Jesus: será que as regras e as formas destas instituições estavam aptas a servir a via cristã num contexto cultural inteiramente novo?