domingo, 3 de julho de 2016

Gostar de sofrer: mística ou doença

Crónica de Bento Domingues 


1. Só acreditas em Deus porque te dá jeito. Recebo muito bem esta velha censura de amigos agnósticos e ateus. Só me faltava acreditar porque via nisso uma desgraça.
O que torna a ideia de Deus inacreditável ou inaceitável para muitas pessoas, já foi expressa de mil maneiras. Em alguns meios, a mais corrente é esta: Deus não pode ser simultaneamente omnisciente, omnipotente e bom. Diante do sofrimento do mundo não sabe, não pode, ou não é tão infinitamente bom como se diz. Há outras razões mais sofisticadas de ateísmo. Não pretendo refutar nenhuma. Haverá sempre razões para dizer sim e razões para dizer não. Quando perguntaram a Einstein se acreditava em Deus, respondeu: primeiro gostaria de saber em que Deus está a pensar ao fazer essa pergunta.
Conheço confissões de fé em Deus que, para mim, são tão perversas que gostaria que não existissem. A Divindade foi e é invocada para fazer guerras e extermínio de populações. Na própria Bíblia há passagens, Livros e Salmos, absolutamente insuportáveis, mas não aconselharia a sua eliminação. Ao dizerem o que não se deveria nunca dizer de nenhum deus, revelam aquilo de que somos capazes: de colocar na boca de Deus os nossos interesses, mesquinhos ou detestáveis.
Por outro lado, quando, perante uma desgraça, natural ou provocada, se diz que é a vontade de Deus, sei que não acredito nessa peça do determinismo. Espero que Deus não tenha tão má vontade.

S. Miguel — Furnas



A legenda esclarece. Símbolo do primeiro laço entre as Furnas e os EUA

sábado, 2 de julho de 2016

Saloias de Colares de Helena Roque Gameiro

Saloias de Colares de Helena Roque Gameiro (Revista Ilustração)

EUROPA: Um museu do cristianismo?

Papa diz que Europa deve refletir 
se é um museu do cristianismo 
ou se ainda é capaz de inspirar a cultura


«A Europa é chamada a refletir e a questionar-se se o seu imenso património, permeado de cristianismo, faz parte de um museu, ou se ainda é capaz de inspirar a cultura e de doar os seus tesouros à humanidade inteira», considera o papa.
A interpelação de Francisco foi ouvida hoje em Munique pelos participantes na manifestação "Juntos pela Europa", que concluiu o terceiro congresso para responsáveis e membros de movimentos, comunidade, obras e iniciativas cristãs, que decorreu na cidade desde quinta-feira.»

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As dez heresias do catolicismo actual (2)

Crónica de Anselmo Borges 



Continuo, com J.I. González Faus, a apresentar as dezheresias do catolicismo actual. 4. "Desfiguração da Ceia do Senhor." Imaginemos uma conversa entre um cristão piedoso de hoje e um cristão do século I. Aquele dirá que o centro da sua vida cristã é a "adoração eucarística" e este só lentamente entenderá que se está a referir à "fracção do pão" e também que a Missa quer dizer "a Ceia do Senhor". O que se passou?
Os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia em casas particulares, com todos à volta da mesma mesa; ali, pela primeira vez na história, escravos e senhores sentaram-se uns ao lado dos outros. De acordo com o Novo Testamento, "nem sequer era o presbítero que presidia à celebração, embora pouco a pouco se tenha imposto que o presidente da Eucaristia fosse aquele que presidia à comunidade, talvez para aprender que devia exercer a autoridade não impositivamente, mas igualitariamente, e procurando o máximo de comunhão possível".

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Para mudar de tema: Temperaturas altas

«O fim de semana vai ser marcado pelo bom tempo, com as temperaturas máximas a subirem 08 a 10 graus Celsius, podendo atingir no domingo os 40.º no Alentejo, disse hoje agência à Lusa o meteorologista Bruno Café.»



"Nos próximos dias vamos ter uma subida da temperatura máxima. No sábado temos uma subida de 02 a 04 graus e no domingo entre os 08 e os 10 graus", disse à Lusa o especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Ainda bem, acrescento eu, para animar a malta e para tranquilamente saborearmos o sol que acalenta e nos ilumina os sentidos e a alma. Bom fim de semana para todos 

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IDE, CONFIANTES, EM MISSÃO DE PAZ

Reflexão de Georgino Rocha

Jesus envia 72 discípulos
Jesus está desejoso de partilhar a sua missão de anunciador da novidade do projecto de Deus. Apesar dos revezes que vai sentindo – a fúria dos que ouvem a sua primeira homilia em Nazaré seguida de expulsão da cidade, os apóstolos não conseguem realizar certas curas, os habitantes de uma aldeia da Samaria manifestam ostensiva hostilidade…–, prossegue a sua firme decisão de avançar para Jerusalém e reforçar o ânimo dos discípulos missionários. Designa setenta e dois e dá-lhes instruções precisas. Este número de enviados, além de histórico, tem um sentido simbólico: indica a totalidade dos povos então conhecidos e visa transmitir a universalidade da missão em que todos ficam envolvidos. Dá assim mais um passo na realização do seu “sonho em acção” que Lucas descreve maravilhosamente no Evangelho e nos Actos dos Apóstolos. A Igreja nesta visão surge como a continuadora emblemática da missão de Jesus. E nós como os beneficiários e herdeiros responsáveis de a gerir fielmente.