terça-feira, 31 de maio de 2016

O dia dos irmãos


Ainda não vi direitinho que hoje é o Dia dos Irmãos, mas a minha Lita já mo garantiu, depois de ter telefonado aos irmãos. Não telefonei ao meu irmão, conhecido por Armando Grilo, mas que eu tratava por Menino,  porque, confesso, não tenho o telefone do céu nem sei se haverá e-mail que me permita  entrar em contacto com os amigos. Sei, isso sim, que no dia de Páscoa recebo uma chamada de um telemóvel que exibe o seu nome... O meu sobrinho e afilhado Luís Miguel faz questão de me saudar nesse dia, estabelecendo a comunicação com a memória do meu irmão. Gosto muito desse gesto.
Se é verdade que não há contacto telefónico nem e-mail para cavaquear seja com quem for que esteja no seio de Deus, certo é que, no dia a dia, vivo acompanhado pelos meus queridos familiares e amigos que já deixaram a vida terrena, ficando todos eles com lugar cativo nas minhas mais felizes recordações. E é curioso que, quando os evoco, só chegam até mim momentos agradáveis. Histórias tristes não entram nas nossas conversas. Pode ser que um dia  comece a escrever sobre o melhor que todos me legaram... De qualquer forma aqui vai para o Menino uma saudação de eterna saudade.
Sobre o meu irmão, pode ler o que escrevi aqui. 

Festa da Fé na Gafanha da Nazaré

Não devemos ter medo de afirmar 
a nossa adesão a Jesus Cristo






No domingo, 29 de maio, na Eucaristia das 10 horas, 65 pré-adolescentes fizeram a sua Profissão de Fé, depois de uma preparação de três anos, sob a orientação de seis catequistas. Estes pré-adolescentes, que contam já com seis anos de catequese sistemática, sentiram-se naturalmente apoiados pelos pais, que testemunharam na cerimónia ser sua obrigação ajudar os filhos «a crescer também na fé e no amor a Deus e à Igreja».
Os catequistas, na altura própria, disseram que os catequizandos «foram aprofundando a sua fé e a sua experiência de Jesus Cristo», aprendendo «a conhecer melhor Deus, seu filho Jesus e o Espírito Santo». E os pré-adolescentes reconheceram, pela voz de um deles, «que este dia é um passo consciente no crescimento da fé», referindo que querem continuar, «pela vida fora», a caminhada que agora começaram, «com a ajuda de Deus, dos pais e de toda a comunidade cristã».
À homilia, o nosso prior, Padre César Fernandes, fez um apelo a todos para que assumam publicamente a sua fé, testemunhando Jesus Cristo com coragem. «Não devemos ter medo de afirmar a nossa adesão a Jesus Cristo», disse.
Dirigindo-se aos pais, sublinhou que eles «têm de ser os primeiros a dar o exemplo». E recordou que os pais e padrinhos assumiram, no batismo destes pré-adolescentes, «o compromisso de os educar na fé cristã».

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Capela de Nossa Senhora dos Navegantes

Efeméride — 30 de maio de 1863


Concluiu-se neste dia — algures se diz que em 2 de junho — a construção da  capela de Nossa Senhora dos Navegantes, junto do Forte da Barra, que importou em 400 000 réis  (Campeão das Províncias, 1-6- 1901: Marques Gomes, O  Distrito de Aveiro, pag. 146) — A.

In "Calendário Histórico de Aveiro"
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Nota: Curiosamente, o Padre João Vieira Resende diz, na "Monografia da Gafanha", que a referida capela começou a ser construída em 3 de dezembro de 1863. 

ADIC volta a reunir-se com a APA





Quatro elementos da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) reuniram-se mais uma vez com o Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro (APA), Braga da Cruz, a quem apresentaram alguns problemas que afetam as populações da Gafanha da Nazaré.
Em comunicado tornado público, a ADIG considera que o diálogo foi proveitoso, deixando os representantes daquela associação com «a convicção de que poderemos esperar aspetos positivos para a nossa cidade» e, decerto, para toda a região abrangida pela área portuária.
Na reunião foram levantadas questões relacionadas com petcoke, areias, serradura e pó de cereais, clinquer, derrame de carbonato dissódico ou outros produtos, Forte e casario, zona da vala do Oudinot e barreira arbórea, estacionamento para pesados, marina da Gafanha da Nazaré e praia do Jardim Oudinot no Forte.
A todas estas questões, a administração da APA respondeu, desejando-se que as soluções necessárias e urgentes venham a ser concretizadas em tempo útil. 
As respostas da APA podem ser lidas aqui.

domingo, 29 de maio de 2016

Notas do Meu Diário — Praia de Mira


Quando passo um fim de semana sem grandes preocupações dou-me conta de que à minha volta, bem perto de casa, o mundo gira carregado de emoções. Leio os jornais, online e em papel, e fico com remorsos de não ter saído ao encontro da vida das comunidades. Depois já é tarde. 
O PÚBLICO explicou ontem por que razão a Praia de Mira ostenta com vaidade e lógico orgulho a Bandeira Azul há 30 anos, a única praia portuguesa campeã nesta área. E até do mundo, alvitra o repórter Luciano Alvarez. As fotos são de Paulo Pimenta. 
Na reportagem sublinha-se que o segredo está nas pessoas e toda a população se sente corresponsável pelo galardão merecidamente atribuído ininterruptamente durante três décadas. 
Já fui vezes sem conta à Praia de Mira e gosto do que vejo. Mas esta reportagem do PÚBLICO vai obrigar-me a voltar lá, agora com outros olhos e de espírito aberto para perceber melhor o porquê desta beleza ao pé da porta. Depois direi.

Mais Te encontro, mais Te procuro ainda

Crónica de Frei Bento Domingues 


1. Ó Deus, Trindade Santa,/ ó luz mais radiosa que toda a luz,/ fogo mais ardente que todo o fogo,/ Tu és um oceano, a paz,/ Tu és um mar sem fundo,/ mais eu mergulho, mais eu me afundo,/ mais eu Te encontro, mais eu Te procuro ainda./ Sede que Tu saciaste no deserto um dia,/ para sempre ficar com sede de Ti.[1]
Esta oração é um poema. Não precisa de comentários. Traz consigo a sua própria inteligibilidade simbólica. Pode exigir uma iniciação, mas nunca a sua substituição.
Tentei, desde muito cedo, inscrever-me numa corrente de pensamento teológico que pratica a modéstia subversiva como atitude básica da inteligência da fé. Estou a referir-me a S. Tomás de Aquino que, em poucos anos de vida – morreu aos 49 anos – produziu uma obra monumental de análise filosófica, de exegese bíblica, de selecção patrística, sempre em confronto aberto e criativo com as várias correntes do seu tempo, de horizontes culturais e religiosos muito diferentes. Ditou um impressionante e rigoroso guião para principiantes na investigação teológica, para que não se perdessem na floresta de opiniões para todos os gostos[2]. Procurou abrir novos caminhos, na escola de Alberto Magno. Mas os pseudo discípulos viram nesse guião um repouso, uma preguiça, um substituto de constantes interrogações. Como escreveu Umberto Eco, fizeram de um incendiário, um bombeiro. Um pensador subversivo e condenado foi promovido a padroeiro de uma ignorante ortodoxia.

sábado, 28 de maio de 2016

Notas do meu Diário: Uma tarde no sótão

Dedico este apontamento aos confrades 
da Confraria Gastronómica do Bacalhau



De vez em quando dá-me para isto: fujo da trivial normalidade e meto-me no sótão. Fecho os olhos, passo pelas brasas, ouço o silêncio, leio e pego algo que está para ali esquecido, como que em sono eterno. 
Hoje peguei na revista ILUSTRÇÃO, 1928, e deparei com publicidade daquela época. Interessante. Dá que pensar nas mudanças que entretanto se operaram até aos nossos dias. Esta publicidade, que partilho e dedico aos confrades da Confraria Gastronómica do Bacalhau, desta nossa terra que um dia foi batizada com o nome justo e pomposo de Capital do Bacalhau, terá tido a sua utilidade. 
Apresenta um quadro, como podem ver, em que sobressai uma máquina a petróleo que eu conheci perfeitamente, porque em minha casa até havia duas, uma mais barulhenta e outra mais silenciosa, e por baixo lá vem em “Opiniões Insuspeitas” , a recomendação que aos confrades diz respeito:

O bacalhau: 

“Um fogão d’estes da Vacuum, 
Com pressão em alto grau,
Atesto p’la minha honra
Que até estende o bacalhau!”

Meus caros confrades… E se experimentassem? 
Bom domingo para todos, com ou sem bacalhau preparado desta maneira. 

Nota: Desculpem a foto do telemóvel, mas o digitalizador está lá em baixo...