quarta-feira, 4 de maio de 2016

Porto de Aveiro «tem dinamismo de crescimento»

Braga da Cruz 
em entrevista ao Diário de Aveiro

Braga da Cruz, Presidente da Administração do Porto de Aveiro, destaca os números de 2015 e garante que ainda há margem para crescer: "O Porto de Aveiro é o mais jovem dos portos nacionais e está a crescer".

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Nota: Ainda bem que há dinamismos de crescimento no Porto de Aveiro. Boa notícia em tempos de crise e de angústias, com tanto desemprego na sociedade portuguesa. 

“Defesa e Ilustração da Língua Portuguesa”

Um livro de Manuel Costa


Chegou-me às mãos um livro curioso de Manuel Costa, com título desafiante: “Defesa e Ilustração da Língua Portuguesa”. Trata-se de uma publicação da Estante Editora e nada diz do autor. De qualquer forma, é um trabalho que merece uma reflexão, sobretudo neste tempo de abundantes atropelos à Língua Pátria.
A pressa com que escrevemos e as liberdades que as redes sociais nos dão fazem crescer, como cogumelos em zonas húmidas e putrefactas, um Português sem lei nem roque. Vejo isso por todos os cantos, nas ruas, na publicidade, na propaganda, nos contactos pessoais, os chamados e-mails, nos jornais, revistas e até em livros. 
Quando caminhava hoje pela Avenida José Estêvão, com a calma de quem não pode apressar o passo, tive ocasião de confirmar o que disse. Flôr em vez de Flor, Estevão em vez de Estêvão, etc. 
Ora, este livro tem como finalidade «sensibilizar todos os que falam a Língua e todos os que a escrevem para as potencialidade e as virtudes múltiplas que possui e para as verdadeiras questões que se levantam a seu respeito e carecem de reflexão», lê-se no Prefácio, não assinado, presumindo-se, por isso, da autoria de Manuel Costa.
Na Apresentação, também sem sinal de autor, sublinha-se, em jeito de denúncia, que a Língua Portuguesa se encontra hoje «humilhada, tratada com negligência e desdém, sofrendo atentados à índole e ao funcionamento, pondo em risco a honra e a dignidade que a engrandecem». E mais adiante, em Advertência, afirma-se que sendo a Língua «uma entidade imaterial assente em suporte material, dotada de grande complexidade, é necessário torná-la acessível mas não confusa, pondo a descoberto, tanto quanto possível, os seus traços característicos dominantes e as suas possibilidades de modo a simplificar o que por natureza é complexo, sem lhe retirar a aura de mistério que a envolve e a torna tão familiar a todos os que a falam». 
Manuel Costa não segue o Acordo Ortográfico de que tanto se fala e escreve, mas não entra em polémica. Apresenta o seu trabalho abordando os mais diversos temas através de textos curtos e muito variados, desde o Aparecimento do acto linguístico até Língua e Cultura, passando, entre outros assuntos, por O carácter específico da Língua, A arte de dizer, O erro ortográfico, a Língua padrão, O estrangeirismo, O brasileirismo, etc. 
Em conclusão, penso que trabalhos deste tipo merecem uma leitura atenta,  principalmente numa altura em que anda tanta gente baralhada com o Acordo Ortográfico já oficialmente aprovado entre nós. E siga a rusga dos desacordos, até porque o Primeiro-Ministro, António Costa, não vai mexer no assunto: o povo é que  há de decidir, impondo as suas regras. 

Fernando Martins

Um Papa sem papas na língua

Papa interpela cristãos «teimosos», 
«vagabundos» 
e «múmias espirituais»


«O papa afirmou hoje, na missa a que presidiu, no Vaticano, que «um cristão que não caminha, que não se faz à estrada, é um cristão não cristão», é um cristão meio «paganizado», que «está parado, não vai para a frente na vida cristã, não faz florir as bem-aventuranças na sua vida, não faz as obras de misericórdia».
«Desculpai-me a palavra, mas é como se fosse uma “múmia”, uma “múmia espiritual”. E há cristãos que são “múmias espirituais”. Parados. Não fazem mal mas não fazem bem», declarou na homilia, citada pela Rádio Vaticano.»

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Madre Teresa vai ser canonizada

A Madre Teresa vai ser canonizada em Roma. 
Não faria mais sentido em Calcutá?


«Em Portugal para dar uma conferência sobre a Madre Teresa, no Estoril, Brian Kolodiejchuk falou com a Renascença a quem descreveu uma mulher com excelente sentido de humor, mas que passou por momentos de grande sofrimento espiritual.»

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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Poesia para este tempo

Um poema de Manuel Alegre

Não sei se sem poemas há país
ou se sem eles se perde o pé a fé e até
esse país que está onde se diz
Ai Deus e u e?

Alguns julgam que é tanto vezes tanto
capital a multiplicar por capital
país é um café e a mesa a um canto
onde um poeta sonha e escreve e é Portugal.

Levantou-se a velida levantou-se alva.
Por mais que o mundo nos oprima e nos esprema
há sempre um poema que nos salva
país é onde fica esse poema.

Manuel Alegre, ‘País’, in “Nada está escrito”,
Dom Quixote 2012, Manuel Alegre recebeu no dia 25 de Abril 
o prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores


Por sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

domingo, 1 de maio de 2016

Do alto do Farol

Não estranhem que divulgue o que é bom


Não estranhem os meus amigos se passarem a encontrar no meu blogue algumas referências aos espaços comerciais e outros que, na minha ótima, venham a merecer algum destaque, por mais breve que seja. Não me move qualquer interesse económico ou qualquer benesse, muito menos cederei a pressões. Ajo por razões de consciência, no sentido de divulgar o que é bom e de estimular iniciativas semelhantes. 
Não se julgue, porém, que terei como meta chegar a todos os lados, pois farei esta análise tão-só quando as oportunidades surgirem. Deste modo, quero dizer que na nossa região há estabelecimentos que souberam adaptar-se às circunstâncias, evoluindo numa perspetiva de servir o melhor possível os seus clientes, enquanto outros estagnaram no tempo por razões diversas.  

Fernando Martins

NOTA: "Do alto do Farol" era uma rubrica do jornalista Daniel Rodrigues nas páginas de "O Comércio do Porto", na qual fazia referência a acontecimentos da vida regional. Era muito lida, tanto quanto sei, porque o Daniel muitas vezes trocava impressões comigo a propósito dos temas que tencionava abordar, falando-me posteriormente das reações, que eram várias, que lhe chegavam. É, de certa maneira, uma homenagem ao labor do repórter mais conhecido no Distrito de Aveiro no seu tempo. 

A alegria do amor (III)

Crónica de Frei Bento Domingues 

«O Papa inaugurou uma nova época 
de responsabilização das Igrejas locais»

1. “Não é necessário acreditar em Deus para se ser boa pessoa. Em certo sentido, a ideia tradicional de Deus não está actualizada. Pode-se ser espiritual, sem se ser religioso. Não é preciso ir à Igreja e dar a esmola. Para muitas pessoas, a natureza pode ser uma igreja. Na história, algumas das melhores pessoas não acreditavam em Deus, enquanto alguns dos piores actos foram cometidos em Seu nome.”
Estas declarações, atribuídas a este Papa, circulam na internet, em forma de postal. Talvez não tenham sido ditas assim de seguida. Parecem-me um arranjo de várias declarações. Servem aos seus adversários para dizerem que temos um Papa a difundir a indiferença religiosa; para os seus admiradores, ele é tão firme e límpido na sua fé cristã, que não a confunde com o sectarismo ideológico ou religioso. A verdade e o amor venham de onde vierem, são fruto do Espírito Santo. Vejamos.
Não se pode esquecer a declaração de S. João: Nunca ninguém viu a Deus [1].Jesus, em tudo o que fez, disse e sofreu, mostrou que Ele é um amor infinitamente mais misterioso do que poderíamos imaginar. Devemos, no entanto, como dizia S. Tomás de Aquino, procurar saber como Deus não é para não cair na tentação de O encarcerar nos nossos conceitos e favorecer o ateísmo.