segunda-feira, 6 de outubro de 2014

SE HOUVESSE DEGRAUS NA TERRA




Se houvesse degraus na terra


Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.

                     Herberto Helder


NOTA: Por sugestão do caderno ECONOMIA do EXPRESSO 

IGREJA PERITA EM HUMANIDADE?

“Alguém duvida que 2000 anos
de história da Igreja 
a tornaram numa perita em humanidade?”



«O seu nome foi recentemente proposto pelo CDS-PP para a Comissão Nacional de Ética e para as Ciências da Vida (CNECV), mas José Tolentino Mendonça é conhecido como sacerdote ligado à Cultura e como escritor e poeta. A mística do instante: O tempo e a promessa é o seu mais recente livro e sai com o PÚBLICO a partir desta segunda-feira. O vice-reitor da Universidade Católica explica por que razão faz sentido falar sobre mística no século XXI, fala da convivência dos povos e, claro, sobre qual poderá ser o seu papel na CNECV.»

Ler entrevista do padre e poeta José Tolentino Mendonça no PÚBLICO .


ARES DE OUTONO: UMA COR DESTA ESTAÇÃO


Dizem, e com razão, que a cor castanha é própria do outono. Mas que as suas diversas tonalidades sempre nos espantam, também é grande verdade. Hoje vi esta; amanhã poderá estar diferente. É assim o outono. Para já, só não podemos, por aqui, mostrar a cor do frio que se faz sentir.

A NOSSA GENTE: MARIA TERESA REIGOTA



Neste mês de outubro, associado  ao arranque em força de mais um ano  letivo, dedicamos a rubrica “A Nossa  Gente” a Maria Teresa Reigota, que  fez do ensino e da educação a missão da sua vida.
Maria Teresa Filipe Reigota nasceu a 6 de janeiro de 1944, na Gafanha  da Nazaré, onde frequentou a Escola  Primária.
Em 1954, ingressou no Colégio  do Sagrado Coração de Maria, em  Aveiro, onde completou o 5.º ano dos  Liceus, atualmente 9.º ano. Seguiu-se,  em 1960, o exame de admissão ao  Magistério Primário, em Vila Real.  Foi admitida na Escola do Magistério  Primário, em Aveiro, que frequentou  durante dois anos até concluir o curso  de Professora. Em 1962, com apenas  18 anos de idade, começou a exercer na Escola Primária da Gafanha da  Encarnação. No ano letivo 1963/1964  lecionou em Ordonhe, Santa Maria  da Feira, e no ano letivo seguinte na  Presa, Aveiro, e em S. João de Loure,  Eixo.

domingo, 5 de outubro de 2014

ARES DE OUTONO: GAIVOTA


A gaivota em descanso ou à espera de companhia, neste outono, que a vida, em solidão, não fará grande sentido. O dia não tem estado para grandes festas, que bem o senti, quando fui obrigado a vestir um casaquito. Amanhã, segunda-feira, talvez o tempo acorde com outro ambiente, apesar de ser dia de preguiça. Boa semana para todos.

VATICANO: ABRIU O SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A FAMÍLIA

Papa pede  “liberdade, criatividade e diligência” 
em favor das famílias



«O Papa deu hoje início no Vaticano à reunião extraordinária do Sínodo dos Bispos e pediu que os responsáveis da Igreja trabalhem com “liberdade, criatividade e diligência” em favor das famílias.“As assembleias sinodais não servem para discutir ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais inteligente… Servem para cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu projeto de amor a respeito do seu povo”, declarou, na homilia da Missa na Basílica de São Pedro, concelebrada pelos padres sinodais.
O Papa alertou para a tentação da ‘ganância’ na sociedade e na Igreja, referindo que o “sonho de Deus” para a humanidade “embate sempre contra a hipocrisia de alguns dos seus servidores”.»

Ler mais aqui

NOTA: Sempre que possível, darei conta do que se disser de importante no Sínodo sobre as Famílias.

CONVIDADOS PARA JANTAR, PROIBIDOS DE COMER (3)

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO de hoje


1. Um leitor destas crónicas lamenta a minha perda de tempo com assuntos de moral familiar e, em particular, com a discutida participação dos católicos divorciados recasados na comunhão eucarística. As próprias expectativas de mudança, no próximo Sínodo dos Bispos, são o resultado da preguiça católica em pensar pela própria cabeça. Andar a pedir ordens ao clero é infantilismo cultivado. Cada católico deve ser tutor de si próprio. Eu deveria limitar-me a recordar a célebre resposta de I. Kant (de 1784) à pergunta: o que é o iluminismo?