sábado, 25 de agosto de 2012

Fechar a RTP2 é um erro crasso




Tive o prazer de assistir hoje, na RTP2, ao concerto Schonnbrunn2012. Melodias inesquecíveis deliciaram-me esta tarde, de forma indelével. Ganhei o dia.
No mesmo canal, há programas que não dispenso, pela sua riqueza cultural e pela projeção que me leva até paragens remotas, elevando o meu gosto pelo conhecimento histórico, etnográfico, artístico, espiritual e até civilizacional. Na RTP2, repito, porque nos demais canais, por norma, predomina o futebol, que emparceira com telenovelas, com horas intermináveis e com debates e análises, sobre os erros dos árbitros, os golos dos craques e as táticas (que ninguém percebe) dos treinadores.
Quando ouvi António Borges, um conselheiro do Governo para assuntos económicos, afirmar que a RTP2 teria como destino inevitavel fechar, porque as suas baixas audiências não justificam as despesas, dei comigo a pensar que esta gente das economias, não toda, certamente, cai no ridículo de matar a cultura, optando pelo fácil, banal e corriqueiro, mas que dá lucros. O importante, para estes políticos, é o futebol, com o qual se gastam rios de dinheiro, são as telenovelas, os artistas pimba, os espetáculos de baixo nível artístico, em suma, o que agrada ao povo, sublinham eles. Isto é: nivela-se por baixo a cultura, dando ao povo só o que ele quer. Desta forma, jamais o povo português sairá do atraso ancestral, a nível cultural, em que tem estado.
Esta teoria de dar ao povo só o que ele quer é um erro crasso. O povo tem de ser educado, preparado e treinado, para aprender a gostar dos valores culturais que dão substrato às pessoas, que são as artes que perduram no tempo.
A boa literatura, a grande música, as artes plásticas e outras artes só se aprendem convivendo de perto com elas. Mas para isso é importante oferecê-las por todos os meios a quem ainda as não pode nem sabe procurar. Daí, a meu ver, a mais-valia que a RTP2 pode representar na divulgação da cultura. Fechando este canal, os nossos governantes estão a trancar a porta da cultura ao povo, contribuindo, deliberadamente, para a sua insensibilidade face ao belo.

Fernando Martins

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Postal Ilustrado de Férias - 6

O medieval casa bem com o moderno





Professor!

Hoje, passámos a fronteira entre a Croácia e o jovem país dos Balcãs, que obteve a independência em 2006, Montenegro. A viagem foi feita através do único fiorde do sul da Europa, com vistas magníficas de um cenário de altas montanhas debruçadas sobre o mar. Podia ver-se, por entre a paisagem, a degradação de edifícios, como marca dolorosa dos efeitos da guerra.
Visitámos Kotor, cidade em que convive harmoniosamente o medieval com o moderno, num ambiente cosmopolita e de veraneio, voltada para a baia, que a envolve num grande amplexo.





O Mar Adriático, de novo, a atração dos companheiros de viagem, que disfrutaram das suas águas mornas e serenas. A praia é diferente das nossas, de pequenos burgos no acesso e seixos grandes no fundo do mar. Aí, veio à tona o sentimento patriótico e orgulhei-me dos nossos areais dourados e limpos e da macieza do fundo do mar. A temperatura de 24 graus das águas é invejável, sem dúvida, mas nada é perfeito!
Após o banho e o passeio pela cidade, entre magotes de turistas, regressámos, não sem antes termos padecido a passagem da fronteira e a demora das formalidades alfandegárias na república de Montenegro.
À noite, após o jantar, o grupo excursionista da Vera Cruz, fez um pequeno convívio, para festejar o aniversário dum companheiro de viagem.

Maria Donzília Almeida

23-08-2012

Legendas: Catedral; Museu Marítimo de Kotor

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A religião do gato

Por Anselmo Borges, no DN

Era uma vez um guru que todas as noites fazia meditação com os seus discípulos. Um dia, um gato entrou na sala e, correndo por todo o lado, perturbou a meditação. O guru ordenou então que se prendesse o gato fora, durante a hora da meditação. Deste modo, todos puderam meditar sem serem importunados. O tempo passou. O guru morreu e foi substituído por outro guru, que tudo fez para que se respeitasse estritamente a tradição, dizendo, entre outras coisas, que era necessário prender um gato fora, durante a hora da meditação. Quando também o gato morreu, procurou-se outro, para prendê-lo fora, durante a hora da meditação. Uma vez que as pessoas não compreendiam o sentido desta medida, apelou-se a teólogos, que escreveram dois grossos volumes cheios de notas sobre a necessidade sagrada de se ter um gato preso fora, durante a meditação da noite. O tempo passou, a meditação caiu fora de uso, já ninguém se interessava por ela. Mas, para respeitar o rito, continuou-se a prender um gato."

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

S. Pedro do Moel fascina-me

Pelas praias de Pedrógão a S. Pedro do Moel, passando por Vieira





S. Pedro de Moel fascina-me. Vivendas com bom gosto; nada de prédios em altura; pintadas sobriamente e com pormenores arquitetónicos a condizer; e tudo limpo e asseado. Marcas de uma povoação onde apetece estar. Praias cuidadas e de águas límpidas, mais harmonias com sabor ao Poeta Afonso Lopes Vieira, presente a cada canto. Eu vejo assim S. Pedro de Moel. Haverá quem desdenhe. Haverá quem só saiba ver defeitos, erros e nem sei que mais. É tal qual em todo o lado.






A Praia Velha, mesmo ali ao pé do largo, onde o poeta foi homenageado, está em obras, com máquina potente a arrastar terra e pedregulhos. Garantiram-me que a Praia Velha voltará ao seu espaço de honra. Atraía as pessoas, que ficavam inebriadas pelo colorido dos guarda-sóis numa esplanada que convidava à contemplação do mar. Espero que sim.





Quando hoje lá cheguei, fiquei decepcionado quando vi as obras. Pensei que aquele recanto nunca mais teria assento na estância balnear de fama e proveito. Afinal, vai voltar.


Legendas: Farol recebe-nos à chegada, Monumento a Afonso Lopes Vieira,Piscinas e Praia, Esplanada (foto do meu arquivo).

(Continua)

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Um dia pelas praias - de Pedrógão a S. Pedro de Moel






Hoje foi um dia pelas praias de Pedrógão a S. Pedro de Moel, com passagem por Vieira de Leiria. Nesta última, nem ensaiei o encontro com personagens de O Crime do Padre Amaro, do nosso Eça, mas que me lembrei deles, lá isso lembrei. Nenhuma personagem, porém, estaria entre os banhistas daquela estância balnear. Pelas vestimentas e hábitos, seguramente que não. Outros tempos.








Pedrógão é como as demais praias da região. Não conheço grandes histórias, mas constatei que é bem procurada, com acessos bons. Perto, houve tempo para apanhar camarinhas, recordando bons tempos, na mata de S. Jacinto. E recordei a técnica então usada, que apanhar uma a uma não dá resultado. O neto mais novo, o Dinis, fez a sua primeira experiência de trabalho. É bom que se habitue à ideia de que...

"Quem trabalha e mata a fome,
não come o pão de ninguém,
mas quem não trabalha e come,
come sempre o pão de alguém."

António Aleixo

Legendas: Praia de Pedrógão, Lição de vida ao Dinis, Dinis leva à prática o que aprendeu.

(Continua)

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Postal Ilustrado de Férias - 5

DUBROVNIK


Professor!

“Se querem ver o paraíso na terra, venham a Dubrovnik ”
George Bernard Shaw, 1929




Hoje, 23 de agosto, com a benção da Virgem de Medjugorge no céu e a do Pe Rocha, em terras dos Balcãs, partimos, logo de manhãzinha, à descoberta de Dubrovnic!
É uma cidade da Croácia e o destino preferido de centenas de milhares de europeus. Dubrovnik está rodeada de muralhas e fortificações, no sopé do monte de São Sérgio, que cai a pique sobre o mar. O seu branco casario, aninhado nas colinas, lembraria o presépio, se o Menino ali tivesse nascido Uma cidade que conta com mais de 50,000 habitantes, praias espectaculares, marinas onde atracar um barco ou um iate e numerosas possibilidades de desfrutar umas férias maravilhosas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Postal Ilustrado de Férias - 4





Professor!


O dia de hoje, 22 de Agosto, foi quase inteiramente dedicado à nossa "peregrinação" a Medjugorge! Para isso, tivemos que passar a fronteira da Croácia com a Bósnia Herzgovina, que fica em solo montanhoso, já diferente da sua vizinha. No percurso de autocarro, pudemos constatar os efeitos devastadores da querra e os sinais de ruina em muitas habitações. Notámos menos desenvolvimento que nos países vizinhos e soubemos que ainda hoje se sentem as consequências do conflito armado.Toda a gente tem, ainda, na memória, as reportagens feitas pelos media sobre a luta fratricida que dividiu as três etnias que compõem o país.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Espanha é o filho, Portugal o enteado?

"A Espanha recusou vender 20% do capital da REE, que gere a sua rede eléctrica, aos chineses da State Grid (que controlam a REN em Portugal). O governo espanhol, preocupado com a manutenção de sectores estratégicos nas mãos do Estado, recusou a oferta. Que chegava aos 1150 milhões de euros..."


Li aqui

Férias: Uma volta pela Figueira da Foz





Manhã cedo. O movimento de um dia de praia. A correria habitual com mochilas, sacos, saquinhos e saquetas, porque a praia tem exigências. O fato de banho de alguns já vai colado ao corpo. Mas ainda há toalhas, bolas para os mais novos, lanche e chapéus. Que sei eu do que é fundamental, se raramente, muito raramente mesmo, piso a areia das praias?
Sigo viagem, ajudado por uma bengala, nas subidas mais exigentes, rumo à foz do Mondego, que as àguas são o meu ambiente natural. Nada de banhos, que na juventude fui proibido disso. Doença pulmonar ditava leis naqueles tempos. Hoje é diferente.




Público comprado no quiosque habitual (o homem é um animal de hábitos), passei no jardim por uma tenda de livros, ao jeito de feira. Uma frase reclamava a minha entrada. Dizia assim: "Temos o que não encontra, ao melhor preço."
PLivros fora do mercado ou perdidos nas estantes mais escondidas das livrarias. Ou fechados à chave nos armazéns das editoras. Nas férias terão o seu lugar. Há quem goste de comprar o que já não é novidade. Eu comprei "Sonhos", de Raul Brandão, numa edição de "O Independente", com data de 2004. Em Nota Editorial, Vasco Rosa diz que Raul Brandão foi "sem dúvida um dos escritores que maior fascínio exerceu nas gerações portuguesas do século XX".
"Sonhos" é um livro de inéditos de imprensa - sublinha Vasco Rosa - "extraídos na BN de uma pilha de jornais apodrecidos". Umas boas páginas já cá cantam.




Dos livros passei à marginal, junto à Marina, para saborear o café matinal. Esplanada cheia. A temperatura amena, a ausência de vento e gente que passa ao ritmo de férias completavam o quadro de mais um dia na Figueira da Foz, antes do almoço.


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Um livro de João Gonçalves Gaspar sobre Pio XII

Lançado no Museu Marítimo de Ílhavo




Li no Diário de Aveiro de 19 de agosto
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