sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ares do Rio Revobue - Moçambique






NOTA: Imagens do Rio Revobue, entre Tete e Moatize, Moçambique, enviadas por Jorge Ribau, com a informação de que por ali há crocodilos. Cuidado, Jorge! Não vale a pena sonhar  que estás na Ria de Aveiro!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Violência juvenil

Os mais velhos, como eu, sabem que violência sempre houve entre crianças,  adolescentes e  jovens. Há quem pense que tal só acontece agora, mas não é verdade. Quando eu era menino, assisti a alguma violência, só que não havia telemóveis nem câmaras digitais para gravar. Muito menos havia a possibilidade de publicar o que quer que fosse. 
Quando jovem, presenciei uma cena horrível. Um pobre de pedir, daqueles que andavam de porta em porta, descansava num passeio, comendo um bocado de boroa que alguém lhe havia dado. De repente, e sem qualquer explicação,   os alunos que tinham saído de uma escola iniciaram uma estúpida sessão de pedrada contra o pobre velho. Ainda perguntei porquê e para quê, mas ninguém me ouvia. Protestei e recebi ameaças. Teimei, mas ele continuaram. Uns adultos que passavam resolveram intervir para pôr termo àquele apedrejamento sem qualquer sentido. 
Quando o Padre Américo pregou que não havia rapazes maus, alguém comentou essa proposição, sublinhando que, no fundo, todos possuímos o genes da violência, que somente a educação poderá atenuar.   Concordo com isto, obviamente. Não há gente com aspeto de boa que, inesperadamente, provoca, agride e mata por  ódios escondidos?

Túmulo nos Jerónimos não conterá as ossadas de Camões



«O túmulo referente a Luís de Camões existente no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tem grande probabilidade de não conter os restos mortais do poeta, afirmou um especialista em estudos camonianos.»


Ler no DN

AVEIRO: Casa Sacerdotal


Casa Sacerdotal (foto Ana Paula Sarabando)



«Sei que este projecto, que é de todos e para todos, se fez caminho de comunhão e de unidade no Presbitério e na Diocese. Assim, depressa esta iniciativa se tornou um belo sinal de amor de Deus pelo seu povo e uma serena certeza de bênção para os sacerdotes. 
Esta é agora a hora de começar. O projecto está elaborado e aprovado, nas suas mais diversas vertentes, cumprindo as exigências legais, acolhendo as normas das várias instâncias e obedecendo a todos os requisitos, inclusivamente para que no futuro se possa diligenciar no sentido de celebração de acordos sociais de cooperação. Construído em propriedade do Seminário de Santa Joana Princesa, será o Seminário o Dono de Obra e ao Seminário pertencerá o novo edifício construído, assim como a sua direcção e orientação no futuro.» 

António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro


Ler Nota Pastoral aqui

Aveiro na História



«Oxalá que estas despretensiosas páginas, agora [maio de 1997] revistas, corrigidas e ampliadas, sirvam para ajudar os homens e as mulheres de Aveiro a serem mais aveirenses, no carinho pela sua terra, no amor pela sua tradição, no respeito pelos seus antepassados, no interesse pelo seu progresso, no rumo pela sua liberdade. Estou convencido de que, para não se perder a identidade própria, não é possível construir-se o futuro sem se ir às raízes do passado.» 

João Gonçalves Gaspar, 
em “Explicação”, a abrir o seu trabalho

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Arquivo Secreto do Vaticano abre uma nova janela



Descobrimentos: 
Trilogia revela arquivo secreto do Vaticano

 Maria João Costa

Abre-se uma nova janela sobre o arquivo secreto do Vaticano, com o lançamento, para breve, em Portugal, de três livros que revelam o que está guardado sobre os Descobrimentos portugueses naquele arquivo. A recolha foi feita por duas dezenas de investigadores, ao longo de vários anos. São mais de três mil páginas, em três volumes, que reflectem 15 anos de trabalho de 20 investigadores que mergulharam no arquivo secreto do Vaticano. O fundo da Nunciatura de Lisboa foi alvo de pesquisa. “É um arquivo como outro qualquer, de qualquer Estado, que vai guardando a documentação de carácter administrativo referente à governação de um determinado Estado”, explica o coordenador da investigação, José Eduardo Franco. O investigador acrescenta que, “neste caso, trata-se do Vaticano e da Igreja e as implicações que a governação da Igreja tem”.
O olhar dos investigadores recaiu sobre milhares de documentos em diversas línguas, que falam sobre a construção da Igreja no tempo dos Descobrimentos. “Esta obra veio revelar o mundo extraordinário que, entretanto, se abria aos olhos europeus pelas navegações portuguesas e que permitiu, também, desenvolver de uma forma exponencial o ideário de universalização do cristianismo, através da construção da Igreja ultramarina, extra-europeia”, sublinhou José Eduardo Franco. Mas, além de “todas as dificuldades”, esta obra mostra também “os sucessos, os avanços, os progressos desse mesmo processo de construção [da Igreja extra europeia]”. A obra, editada pela Esfera do Caos, teve a colaboração das universidades de Lisboa e Católica.

"Poesia, saudade da prosa": Uma antologia pessoal de Manuel António Pina

Manuel António Pina


A um jovem poeta

Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser

que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças

como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.

Talvez possas então
escrever sem porquê.
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.

Manuel António Pina

Ler mais aqui

Cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas



Tiques de riquismo 
com a pobreza em pano de fundo

 António Marcelino

«Os tiques de riquismo são ofensivos, as cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas. Todos são chamados, à medida de cada um, a entrar no processo da recuperação necessária e urgente do país. Não é trabalho apenas dos governantes. Pouco ou nada se conseguirá se cada um não se impuser a si próprio, atitudes de austeridade e gestos de partilha e a quem governa decisões certas e exemplo convincente. Urge que todos digamos, de modo consequente, que somos pessoas responsáveis e solidárias, irmãos e cidadãos com iguais direitos e deveres»

terça-feira, 7 de junho de 2011

Recordando um amigo com natural emoção

Flor do meu jardim para o José Carlos


Participei hoje, em Braga, no funeral de um amigo, que conheci desde tenra idade. José Carlos Chaves Fernandes, 45 anos, cardiologista, faleceu vítima de um acidente de viação. As causas do acidente estão por esclarecer. Casado com a Paula, com dois filhos, a Rita e o Francisco, foi um marido exemplar e pai amoroso, filho e irmão dedicado. Os seus pais, Nazaré Chaves e António Fernandes, e demais familiares, tal como os amigos de sempre, marcaram presença emocionada junto dos seus restos mortais, nas cerimónias religiosas e no momento da descida à terra do repouso final neste mundo. A sua alma, de homem generoso e sensível, está no seio de Deus.
Recordo-o com saudade, animado pela certeza de que ele continuará connosco, nos seus familiares e amigos, mas em especial nos seus filhos, que ele tanto amava. Animado, ainda, pela convicção de que o seu exemplo de amor acrisolado à família e de espontânea amizade fraterna para com os amigos hão de permanecer connosco.
Como poderei esquecer a sua natural alegria de viver, inúmeras vezes manifestada junto dos que o rodeavam? Como poderei olvidar o sentido profissional de proximidade com os seus doentes, que o levava a uma atualização permanente para mais e melhor ajudar quem sofre? Como poderei permitir que da minha memória fujam os cuidados que o José Carlos tinha em saber do meu estado de saúde, em momentos menos bons?
Recuando no tempo, estou a vê-lo a brincar com os meus filhos, a estudar com gosto pelo saber, a singrar na carreira profissional que escolheu, a especializar-se em cardiologia, área que abraçou com paixão.
Há poucas semanas, em Braga, tivemos, com minha esposa e um filho, sem o podermos imaginar, o último encontro. Lanche em casa dos seus pais e jantar em sua casa, com toda a família a trabalhar na cozinha. Foi muito bonito e muito saboroso. Jamais esquecerei esse como outros momentos semelhantes, de abertura à manutenção da amizade de décadas, de convívio franco e amigo, de recordações de vivências que perduram no tempo. Paz à sua alma.

Fernando Martins

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eleições indicam novo rumo

O ruído ensurdecedor provocado por algumas intervenções na campanha eleitoral, e mesmo antes dela, esvaiu-se como nuvem de fumo brando. Ouvi de muita gente, preocupada com a situação política, social e económica do país, perguntas inquietantes sobre o que poderia acontecer depois da escolha dos portugueses. E afinal os portugueses escolheram e quando hoje acordei percebi que o clima estava sereno. Nada de grave aconteceu e a vida, quer queiramos ou não, prossegue com os ânimos agora renovados e esperançosos. O dia seguinte, como normalmente acontece, não passa de um dia normalíssimo, com os responsáveis políticos, vencedores e vencidos, a esforçarem-se por arrumar as suas casas, rumo ao futuro. 
Os novos governantes já sabem a verdade do que os espera nos próximos quatro anos: ou governam com sabedoria, prudência e sentido das responsabilidades, ou sofrem as consequências, porque o povo, soberano e inteligente, saberá impor a sua vontade e marcar o compasso. 
Estamos, realmente, numa democracia representativa, que não se esgota nos partidos políticos nem tão-pouco nas eleições legislativas ou outras. O povo descontente reagirá sempre em conformidade, e a sabedoria e sensibilidade de quem governa estarão na forma como se ouve ou se ignora  o povo. E se não o quiser ouvir, nem sentir os seus dramas e inquietações, então que espere pela resposta. 

FM