MALDITA MATEMÁTICA!
Caríssima/o:
Dediquemos este nosso passeio matinal a todos e todas que se preparam para os últimos testes do ano e desejar-lhes que os bons sonhos os impulsionem rumo a um futuro promissor!
«Era a campainha da escola. E não parava de tocar. O João abriu os olhos de repente e endireitou-se na carteira. Tinha despertado mesmo a tempo de ouvir o professor bater as palmas e dizer:
- E pronto, o tempo chegou ao fim. Quero as vossas folhas em cima da minha secretária. Ouviram?
Lá ouvir tinham ouvido mas só alguns alunos, poucos, se levantaram e entregaram as folhas. Os outros continuaram sentados e aproveitaram para um último e desesperado esforço final.
O João esfregou os olhos e leu mais uma vez a pergunta fatal:«A que horas chegou ao ponto “B” o primeiro homem e quanto tempo depois do segundo?»
Se ele bem entendera aquele problema, o primeiro homem ainda ia a caminho do ponto B e o segundo homem nunca lá chegaria porque já tinha morrido. Para ele era essa a resposta certa.
Mas ... e o professor? Compreenderia ele aquela resposta? O João tinha muitas dúvidas. Para isso talvez fosse necessário contar-lhe toda a história desde o princípio e o professor não gostava de histórias, gostava de resultados concretos, de números.
Entregue aos seus pensamentos, o João nem deu pela proximidade do professor que se cansou de esperar e veio recolher os testes às carteiras. Quando o sentiu já ele lhe arrancava a folha da frente. E a folha estava em branco.
- Com que então temos aqui um zero – disse ele com um sorriso cínico antes de se afastar com o monte de folhas na mão.
“Estou perdido”, pensou o João enquanto arrumava as coisas na pasta.
- Maldita matemática!