quarta-feira, 27 de abril de 2011

Flores para o Dinis



A nossa vida está cheia de alegrias. Tantas que nem lhe damos o devido  valor. Também há tristezas, é certo, mas as alegrias, se pensarmos bem, suplantam as horas amargas. E no entanto passamos a vida com lástimas por tudo e por nada.
Hoje vivemos mais uma dessas alegrias sem medida. A chegada de mais um neto, neste dia primaveril, fez-nos esquecer crises e angústias com que somos bombardeados a toda a hora. Como se não houvesse mais nada para além disso. O Dinis já respirou o ar que nós respiramos, indiferente à vida de gente que passa a correr sem olhar para a felicidade que nasce sempre... sempre,  com ou sem sol a brilhar.
De olhos bem abertos, bem inundados pela ternura e amor  com que sua mãe Aida e seu pai Hugo o aconchegam, aqui prometemos tudo fazer para que o Dinis seja muito feliz.
Para eles,  flores do nosso jardim.

Lita e Fernando
  

Governo Civil presta homenagem a 50 instituições




O Governo Civil de Aveiro condecorou ontem 50 instituições centenárias do Distrito. Permitam-me que referencie aqui apenas as do nosso concelho e que todos nós conhecemos pelos seus serviços relevantes em prol da comunidade.
São elas:

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo;
Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo;
Filarmónica Gafanhense, da Gafanha da Nazaré.

A propósito desta distinção, que premeia mais de cem anos em defesa dos nossos valores, penso que devemos pensar no muito que lhes devemos. Sei que somos mais abertos a receber o muito que estas, como outras, instituições nos oferecem, mas nem sempre estamos disponíveis para as apoiar, de acordo com as nossas capacidades. E frequentemente nem muito nos pedem. Por exemplo, quantos de nós assistimos aos concertos que as bandas nos dedicam, gratuitamente?
Quanto aos Bombeiros, importa frisar a sua generosidade para com a comunidade, sobretudo em horas difíceis. Mas se eles se atrasam uns minutos (repito: uns minutos), lá estamos nós a protestar. E o que é que lhes damos?

FM


GAFANHA DA NAZARÉ: Conferências Primavera

(Clicar na imagem para ampliar)

ISCRA: A Vida é uma boa Notícia

(Clicar na imagem para ampliar)


Integrado na Semana Nacional da Vida e à sombra do lema «A Vida é uma Boa Notícia», o ISCRA tem o prazer de anunciar a realização da segunda edição do «Ciclo CinemaVida», com a apresentação de três sessões, nos dias 16, 18 e 20 de Maio.
Cada sessão iniciará com uma refeição ligeira (buffet), seguindo-se a projecção de um filme temático sucessivo de um diálogo/debate que contará com a presença de uma individualidade que ajudará a lançar um novo olhar sobre o tema em reflexão.
O Ciclo de CinemaVida, aberto a todas as pessoas que desejarem nele participar com realce especial para os jovens e os educadores, decorrerá nas instalações do ISCRA e as inscrições podem ser feitas através dos contactos indicados no cartaz a seguir, ou feitas directamente nos serviços de secretaria do ISCRA (de 3ª a sábado)

PROBLEMA: Quem chega ao poder não quer arriscar



Quando é que começamos mesmo?

Joana Gorjão Henriques

Quando estive em Lisboa da última vez, há semanas, avisaram-me que o país estava deprimido. Que isso se via na rua, nos rostos. Foi pouco depois da demissão de José Sócrates e pouco antes de se chegar ao facto de que Portugal terá que pedir emprestados cerca de 90 mil milhões de euros, um futuro que se adivinha mais negro que nunca. Vi, pois, aquilo de que me avisaram: gente a falar de Economia e a manobrar palavras com números como não me lembrava, conversas de café a começarem e acabarem no mesmo ponto, o aperto em que qualquer gesto quotidiano fora do colete de forças orçamental se transformou. E ouvi muita gente falar de uma espécie de política do medo que impera agora nas empresas, onde as chefias intermédias assustam os de baixo para obedecer aos de cima. Chamem-me cínica ou otimista, mas se estas chefias intermédias usassem a sua liderança para serem solidárias com quem precisa, algumas soluções para os problemas sociais, políticos e até mesmo económicos em Portugal poderiam estar mais perto. O problema é que quem chega ao poder não quer arriscar e isso em Portugal é ainda mais endogéneo. Sim, vi depressão mas vi também uma energia e uma vontade de mudança, com gente disposta a falar - mas que depois se cala e eu pergunto porquê? Ou essa energia é agarrada agora, pelas causas certas, ou o momentum passa e lá ficamos mais uma vez a pensar na mudança que nunca fizemos. Quando é que começamos mesmo? 

Fonte: SNPC

terça-feira, 26 de abril de 2011

Escritores fascinados pela Ria de Aveiro — 12


«Mas a ria enche-se de asas brancas, garças reais que coalham o azul, além sobre a barra, onde a névoa fumega indecisa e lenta, e do outro lado, sobre Pardelhas, Estarreja, até Ovar bolinando ao vento.
É uma verdadeira esquadra, embandeirada em festa, porque hoje é dia de São Paio, na Torreira. Cada barco traz a sua povoação, a sua aldeia, a sua canção, as suas guitarras e adufes. A ria torna-se melodiosa, e sussurra, vibrante nas suas ondas de água, finas como cabelos de mulher, que os ventos represados percutem como uma arcada de violino. Durante muito tempo embala-nos aquela música aquática, dolente e enlanguescedora. As tonalidades mudam. Já não há azul. Os longes tornaram-se brumosos, e a água oleosa, baça, não tem uma vaga, uma crispação. Dir-se-ia um lago imobilizado por um silêncio astral. Um cinzento de agonia envolve esta paisagem de além mundo, prostrada na morte, se o sol não acordar antes da tarde.

Artur Portela


Ler mais aqui

Música no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Escola de Música Gafanhense

A Escola de Música Gafanhense vai celebrar o seu 29.º aniversário, com a realização de um concerto, a terá lugar no dia 30 de abril, pelas 21 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. O concerto terá a participação da Orquestra Juvenil da EMG e da Orquestra de Cordas do Conservatório de Música de Aveiro, Calouste Gulbenkian.

***

Filarmónica Gafanhense

A Filarmónica Gafanhense vai realizar, no próximo dia 8 de maio, pelas 16 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, um concerto integrado nas comemorações do Dia da Mãe, o que muito agradará, por certo, tanto a mães como a filhos. Actuará a Filarmónica com o seu Grupo Coral.

AVEIRO — Exposição: Cristianismo na cultura



«Sabia que Gaudí, nos seus projetos de arquitetura, inspirava-se na natureza, que para ele era uma prova eminente da presença de Deus? 

Sabia que o embaixador português Aristides Sousa Mendes, contrariando Salazar, salvou milhares de vidas do massacre nazi pois para ele o prioritário era servir a Deus e não aos homens? 

Sabia que Martin Scorsese evidenciou no filme “A última tentação de Cristo” o sentido do sofrimento e da redenção, temas centrais do catolicismo? 

Sabia que Marconi estava convencido que através das suas invenções conseguiria ouvir as “vozes do além”, perdidas no tempo mas nele mantidas, e entre as quais estavam as de Cristo com as palavras proferidas na cruz?» 

O Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro apresenta até outubro a exposição “Cristianismo na Cultura”, com painéis sobre a influência exercida por cristãos em domínios como a arquitetura, artes plásticas, ciências sociais e humanas, cinema, educação, física, psicologia e química. 

A mostra, com entrada livre, pode ser vista de terça-feira a sábado, das 10h00 às 12h00 e das 15h00 às 17h30, no Seminário Diocesano de Aveiro. 

Fonte: SNPC

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Recordando uma data: 25 de Abril de 1974

Salgueiro Maia no 25 de abril


Novas mentalidades valorizaram 
o espírito democrático


Fernando Martins 

Em 25 de Abril de 1974 alguns militares politicamente mais esclarecidos, os «Capitães de abril» como ficaram na história, descontentes com a guerra colonial e com algumas leis que afetavam os oficiais de carreira, conspiraram e levaram a cabo uma revolta com o objetivo de instaurar um regime democrático em Portugal. 
Vivíamos numa ditadura corporativa, voltados para África, na senda de um regime que se proclamava de «orgulhosamente sós», na defesa de um país que se afirmava multirracional, multicontinental, uno e independente. 
O analfabetismo era muito. O atraso em relação à Europa era enorme. A guerra colonial, com tudo o que ela teve de mau, gerou descontentamento geral entre o povo, sempre o mais sofredor. A incapacidade de os nossos governantes se adaptarem às correntes do pensamento então dominantes, era notória. A aceitação da autodeterminação das nações africanas era impensável. Tudo isso levou ao Golpe de Estado, seguido de uma Revolução. 
Os militares, que, eventualmente, apenas estariam interessados em acabar com a guerra e estabelecer a democracia entre nós, viram-se ultrapassados com o regresso de exilados políticos, nomeadamente, Mário Soares e Álvaro Cunhal, e com as festas do 1.º de Maio, pela primeira vez celebrado em liberdade em Portugal, com a expressão que lhe era devida. 
Partidos políticos assumem a liderança do processo, de mãos dadas com os militares ou contra eles, e Portugal foi bandeira de uma revolução sem muito sangue.

ELEIÇÕES: O cumprimento de uma verdadeira exigência


Voto de cada português «pode fazer a diferença»

«O envolvimento dos portugueses nos destinos do país «é um dever» e cada voto «pode fazer a diferença», considera o Grupo de Reflexão Sociedade e Política do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica.
«Mais do que o voto, a participação ativa no processo eleitoral que se aproxima torna-se uma contribuição necessária e inestimável para o País», sublinha o primeiro documento daquela equipa publicado hoje, dia em que passam 37 anos sobre o 25 de abril de 1974, data que marcou a transição de Portugal para o regime democrático.
A intervenção no processo eleitoral e a participação nas eleições legislativas de 5 de junho supera «a escolha de um projeto de governação», tornando-se «o cumprimento de uma verdadeira exigência» em «tempos de mudança», assinala o texto.»

Ler mais aqui

domingo, 24 de abril de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 234

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 17 




A ALEGRIA DE ANDAR DE BICICLETA 

Caríssima/o:



Hoje é Dia de Alegria! De Aleluia!

Alegremo-nos, pois, e rejubilemos!

“O homem que sobe de bicicleta a montanha é senhor do seu destino. Aquele que a desce confia na sua sorte. No cimo da subida pode esperá-lo a vitória. No fim da descida pode estar a cilada da morte. Sabe-lo bem: ergues-te sobre os pedais, com os joelhos unidos, o dorso erecto, os cotovelos apertados contra o corpo, a cabeça encaixada entre os ombros e deixas-te ir. A cada instante, contudo, dás uma ou duas pedaladas, como dois golpes de esporas, para que a corrida se torne mais veloz. Confias nas duas rodas de alumínio, num frágil e subtilíssimo pneumático cheio de ar, nas duas alavancas de um travão. A tua vida está em equilíbrio sobre quatro pedaços de metal e de borracha, sobre um maquinismo que pula, que estremece, que vacila, que se desequilibra. 

Cinquenta à hora: a brisa bate-te no peito elástico, fria como uma mão que te quisesse segurar e que tu repelisses. Sessenta à hora: os olhos enchem-se -te de lágrimas. Centenas de pequenas lentes, entre as pestanas, as pálpebras e as pupilas, alteram o traçado da estrada, aumentam, reduzem, cortam, reflectem os obstáculos. O vento desvia-te o fio das lágrimas para as faces como duas rédeas de choro. Setenta à hora: já nadas vês. Cerras as pálpebras como uma fenda que o vento quer forçar. Vês a estrada apenas como se fosse uma linha de água. Tiraste os óculos por um simples receio: se ficares cego, cais. Apertas os maxilares antes que os dentes se magoem como se, de um momento para o outro, esperassem uma pancada. Os dedos apalpam o travão, experimentam-no sem o apertarem, para sentirem a sua presença e dizê-lo ao coração; todos os nervos parecem estar ali nus, na ponta dos dedos, acumulando aflições... Voas. Pareces uma andorinha quando te ergues e ondulas e te inclinas nas curvas, balançando-te sobre o precipício com as pequenas asas cortadas dos braços. Numa recta pequena, deixas-te ir; alguns segundos de segurança. No interior da curva, equilibras-te com o pé o ar. Não sabes para aonde vais. Deixas que a descida te leve. 

A tua máquina é de vidro. E também tu és frágil como uma criatura de vidro e de sangue.”

O. Vergani, Os Escritores e os Jovens

Para todos, Santa Páscoa! 

 Manuel

sábado, 23 de abril de 2011

Aveirenses ilustres: D. João Evangelista de Lima Vidal



(Clicar nas imagens para ampliar)


Fonte: "Ilustração Moderna", 2.º ano, n.º 9, 1927

UA oferece oportunidades aos seus finalistas

Dias 3 e 4 de Maio

Universidade de Aveiro

Finalistas e mercado de trabalho mais próximos no Fórum 3E

«Dia 3 de Maio, em frente à Reitoria, arranca a 11.ª edição do Fórum 3e - emprego | empresas | empreendedorismo. A UA oferece, uma vez mais, a oportunidade aos seus finalistas de, durante dois dias, contactarem de uma forma privilegiada com algumas das melhores empresas e instituições e de trocarem os seus currículos por oportunidades de emprego e estágios.»

Ler mais aqui

As pessoas continuam a pensar na morte...

Michel Foucault

O penúltimo e o último

Anselmo Borges

Nos meses de Fevereiro e Março, participei como conferencista em vários colóquios e simpósios sobre o tema da morte, do além e do luto. Em todos, as salas de conferências estavam cheias - a última intervenção foi nos H U C, e as inscrições chegaram, segundo me disseram, a 865. Afinal, embora vivamos num tempo em que a morte se tornou tabu - disso não se fala -, mas as pessoas continuam a pensar nela. Será possível não pensar? Mesmo se ela é o impensável - diz-se que o filósofo Michel Foucault, nos seus últimos dias no hospital, terá sussurrado: "le pire c'est qu'il n'y a rien à dire" (o pior é que não há nada a dizer) -, é-o enquanto o impensável que obriga a pensar.

Bento XVI lembra Fátima na televisão pública italiana

Bento XVI


O Papa  foi convidado de emissão especial para responder a perguntas sobre a dor e a alma, pedindo paz para a Costa do Marfim e o Iraque



«Bento XVI marcou hoje presença no programa «À sua imagem», da televisão pública italiana, para responder a sete questões de pessoas de todo o mundo, numa emissão especial que incluiu referências a Fátima.
A última questão foi sobre a figura de Maria, mãe de Jesus, com o Papa a admitir que um dia possa ser necessário “repetir” o ato de consagração do mundo à Virgem - deixando o exemplo do que viveu em Portugal, em maio de 2010.
“Por exemplo, em Fátima vi como as milhares de pessoas presentes entraram verdadeiramente nesta entrega, se entregaram, concretizaram em si próprias, por si próprias esta consagração”, recordou.
A primeira pergunta foi sobre o "sentido da dor" após uma tragédia como o tsunami que varreu o Japão em março.»

Ler mais aqui


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Páscoa: Sinos a Repicar


Páscoa 

Um dia de poemas na lembrança 
(Também meus) 
Que o passado inspirou. 
A natureza inteira a florir 
No mais prosaico verso. 
Foguetes e folares, 
Sinos a repicar, 
E a carícia lasciva e paternal 
Do sol progenitor 
Da primavera. 
Ah, quem pudera 
Ser de novo 
Um dos felizes 
Desta aleluia! 
Sentir no corpo a ressurreição. 
O coração, 
Milagre do milagre da energia, 
A irradiar saúde e alegria 
Em cada pulsação. 

Miguel Torga 
In Diário XVI

Aveirenses ilustres: Jaime de Magalhães Lima

(Clicar na imagem para ampliar)

Ver mais aqui

Fonte: "Ilustração Moderna", 1.º Ano, n.º 8, 1926

BENTO XVI na RAI, às 14.10 horas



«Com uma pergunta sobre o "sentido da dor" após a tragédia que se abateu sobre o Japão em Março, será aberta a primeira entrevista que o Papa Bento XVI dará à televisão italiana por ocasião da Sexta-feira Santa.
Pela primeira vez na história, um Papa responderá em um programa da televisão pública italiana (RAI), chamado "À Sua Imagem", às perguntas de um grupo de fiéis.

ÉS MAIS QUE A LUZ


Porque a morte tem o seu tempo 

Porque a morte tem o seu tempo 
A ruína soma ruína, à cabeça 
Equilibra a existência desmoronada e inteira. 
Tu és o que edifica 
Tu constróis mil vezes. 
Porque o raio tem o seu tempo. 
És o clarão, a lâmpada, a estrela 
Somas luz à luz. 
Não és a luz, és mais que a luz 
Porque a noite tem o seu tempo. 

Daniel Faria