segunda-feira, 4 de abril de 2011

Jeremias Bandarra — 50 anos de pintura

Jeremias Bandarra e Gaspar Albino


A Galeria Morgados da Pedricosa acolhe, até 30 de Abril, 50 anos de pintura do artista aveirense Jeremias Bandarra, concretamente, entre 1961 e 2011. Tendo nascido em 1936, pode dizer-se que aos 25 anos de idade era já um artista com garantias de que viria a entrar no dicionário ilustrado dos artistas plásticos mais representativos da região aveirense e muito para além dela. Não é por acaso que tem sido distinguido com prémios nas áreas da pintura, cerâmica e fotografia, tendo trabalhos espalhados pelo país e no estrangeiro.
No catálogo da exposição, Jeremias Bandarra recorda a sua trajetória artística «feita de estímulos a partir do mundo envolvente», desde «um figurativo muito objectivo» até ao «geometrismo abstracto» que lhe abriu «as portas para uma realidade maior», passando pela «figuração eminentemente simbólica».
Ao assinalar que a natureza continua a ser a sua fonte de inspiração, o artista garante que desta vez é ele quem a recria «duma forma perturbadora e irreverente».

Deus não está unicamente para lá da fronteira do pensável


Creio num Deus que dança

José Tolentino Mendonça

Nietzsche deixou escrito, sublinhando bem a negativa, que não acreditaria num Deus que não dance. Muitas vezes, mesmo se colocado noutro ponto de vista, me apetece ajuntar: eu também. De facto, aquilo que parece ser apenas um severo emblema para a suspeita da não-existência de Deus, pode, ao contrário, tornar-se em proclamação crente da sua presença no tempo.
Acredito num Deus que dança: isto é, num Deus que não se isenta do devir, nem permanece neutral em relação às nossas histórias. Acredito num Deus imiscuído, engajado, detetável até pelo impreciso radar dos sentidos, suscetível de ser invocado pelos motores de busca das nossas persistentes interrogações ou do nosso silêncio. Deus não está unicamente para lá da fronteira do pensável e do dizível: está também aquém; nós vivemos no espanto interminável da sua presença; e as nossas palavras, por pobres que sejam, constituem pontes de corda lançadas sobre a amplidão do seu mistério.

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domingo, 3 de abril de 2011

BONSAIS na Capitania


Bonsais estão em exposição na galeria da Capitania. Ontem à tarde passei por lá e pude constatar o interesse que esta exposição despertou na população aveirense, e não só. Música ao vivo enriqueceu a mostra. Os bonsais são uma excelente oportunidade de trazermos a natureza para as nossas casas. Também havia chás para muitos gostos. A exposição vai estar patente até ao dia 17. Para quem gostar de aprender a tratar dos bonsais haverá lições, mediante inscrição, que terá de ser paga.

A Bíblia, coisa curiosa


Fernando Pessoa e a Bíblia:
uma relação «desassossegada»

A escritora Inês Pedrosa qualificou esta quinta-feira de «desassossegada» a relação que Fernando Pessoa manteve com a Bíblia e o padre José Tolentino Mendonça recordou as «marcas de leitura» daquele texto presentes na poesia pessoana.
A questão da fé não era «acessória» para o autor do 'Livro do Desassossego', referiu à Agência Ecclesia a diretora da Casa Fernando Pessoa, instituição lisboeta que acolheu esta quinta-feira a primeira sessão do ciclo"A Bíblia, coisa curiosa".
«Era um homem completamente viciado em enigmas e por isso nunca se fixou numa religião, como nunca se fixaria a nada», lembrou Inês Pedrosa, acrescentando: «Foi muita coisa em simultâneo e em catadupa», pelo que «nunca poderia dizer “Eu sou deste dogma”, dado que não saberia se amanhã acordaria assim».

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PÚBLICO: O que mudaria em Aveiro?

Carlos Jalali, politólogo, responde:

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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Um poema de Eugénio Beirão


Há-de vir o tempo…

Há-de vir o tempo do mútuo respeito,
assente no diálogo
e na abertura à diversidade.

A encruzilhada e a dúvida
hão-de ser vencidas
e chegará o tempo da permanência,
da serenidade quanto baste.

Reinará um dia
o diálogo dos saberes:
a sabedoria será então rainha.

À fragmentação sucederá a unidade.
E na comunhão seremos felizes.

Eugénio Beirão
In “Rosa-dos-Tempos”

Nota: Ilustração da Rede Global