domingo, 2 de janeiro de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 218

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 1



UMA BICICLETA


Caríssima/o:

Há dias, vagueando pelo quintal, vi encostada a bicicleta do amigo que trata das videiras e colhe as uvas, pisando-as depois e oferendo-me uma garrafa de jeropiga.
Logo me atraiu a cor; mas, reparando um pouco com mais um milímetro de atenção, surgiu o espanto. Ora observai e dizei-me se não concordais: com letras bem maiúsculas está escarrapachado o nome do proprietário e... dum lado e do outro!
Ou seja, uma bicicleta que é mais que o bilhete de identidade: além do nome mostra-nos a personalidade do dono: pessoa franca, sem rodeios, que não gosta que lhe metam as mãos nos bolsos, amigo do seu amigo, que logo desengana... e do Sporting!
Só mais uns nadinhas: olhai para o que tem para nos revelar aquela lanterna!? E a bomba...

Logo ali fiz o propósito de partir à descoberta das nossas bicicletas, das que usávamos, das que víamos ao longe, daquelas com que sonhávamos e até das que procuravam impingir-nos. Pareceu-me (e parece-me...) assunto leve para uma conversa que gostaria interessante e que nos ajudará a colocar mais uns pontos e cruzes na síntese do mundo que nos foi oferecido e que nos foi dado viver, com mais ou menos agrado...

Mas deixemo-nos de estar para aqui a debitar letras quase soltas e reparemos no título: “DE BICICLETA ... APRECIANDO A PAISAGEM”.
É isto que seria bom conseguíssemos e nos deixassem: umas vezes é a nossa precipitação, outras a ânsia de perseguição e ainda outras a cegueira da queda. Fica a bonomia do ciclista que convidava a redução da velocidade para poderem apreciar a paisagem refreando o frenesim da companhia apressada. E já estais a ver que um dia destes vos hei-de mostrar este senhor, pode ser que tenha algo para nos apontar.

Propósito desvendado, título alinhado, só nos resta pegar na bicicleta e partir...

BOM ANO!

Manuel

sábado, 1 de janeiro de 2011

Bento XVI anuncia peregrinação a Assis


O Papa vai assinalar o 25.º aniversário da iniciativa tomada pelo seu predecessor, João Paulo II, em 1986, e renova apelos em favor da paz.

«“No próximo mês de Outubro deslocar-me-ei como peregrino à cidade de São Francisco, convidando a unirem-se a mim, neste caminho, os irmãos cristãos das diversas confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, em espírito, todos os homens de boa vontade”, revelou, após a recitação da oração do Angelus, no Vaticano, este Sábado.
Segundo Bento XVI, a iniciativa visa “fazer memória” do gesto do seu predecessor, em 1986, que qualificou como “histórico”.»

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Luta teimosa a favor da erradicação da pobreza

Presidente do Brasil


A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, homenageou hoje, no discurso da tomada de posse, as mulheres do seu país, sublinhando que, o ter chegado a Chefe de Estado servirá para abrir portas a outras mulheres.
A nova Presidente do Brasil referiu, entre aplausos, que o seu compromisso supremo «é homenagear as mulheres, protegendo o frágil e governar para todos», adiantando que a «luta mais teimosa» do seu Governo será a favor da erradicação da pobreza, que campeia, como é sabido, pelo maior país de língua oficial portuguesa.
O Brasil, que durante os mandatos do Presidente Lula deu um salto enorme no contexto dos países em vias de desenvolvimento, será, garantem os politólogos, uma grande potência nos próximos anos. Contudo, apesar dos progressos que tantos proclamam, não deixa de ter enormes manchas de pobreza extrema, que a nova Presidente se propõe erradicar.

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República


 
«Uma República democrática e integrada na União Europeia corresponde à síntese daquilo que somos e daquilo que queremos ser nos alvores deste novo milénio.
Os tempos que atravessamos são de grandes dificuldades. Seria faltar à verdade afirmar que essas dificuldades vão desaparecer no ano que agora começa.
Portugal tem hoje mais de 600 mil desempregados. O desemprego está a penalizar muito os mais jovens. A par disso, assistimos ao recrudescimento da pobreza em níveis que são intoleráveis.
É sobretudo nos tempos mais adversos que os sacrifícios têm de ser repartidos de uma forma justa por todos, sem excepções ou privilégios.
Perante as situações de pobreza e exclusão com que somos confrontados, pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana nem com o valor fundamental da coesão social.
A coesão social é um elemento-chave da coesão nacional. É imprescindível que estejamos unidos para enfrentar as dificuldades que atravessamos e que, repito, não irão desaparecer em 2011.»

Ler toda a mensagem aqui

2011: O ano do Acordo Ortográfico

A partir de hoje, os meus escritos no Pela Positiva e no Galafanha vão ter a marca do Acordo Ortográfico. Trata-se de um ensaio para me adaptar às novas regras estabelecidas para escrever em Português. Decerto haverá falhas e erros, que isto de alterar hábitos não é coisa fácil. Não é a caminhar que se faz caminho?

Fernando Martins


sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O novo fardo do homem, e cristão


Por José Manuel Fernandes
Público, 2010-12- 31

É um sinal dos tempos a indiferença perante o regresso das perseguições religiosas um pouco por todo o mundo

Bernard-Henri Lévy defendeu esta semana, no El País, que "os cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida de forma mais violenta e na maior impunidade". Mais: "enquanto o anti-semitismo é considerado um crime e os preconceitos anti-árabes ou anticiganos são estigmatizados, a violenta fobia anticristã que percorre o mundo não parece ter qualquer resposta".
Curiosas palavras vindas de um não-cristão, interessantes considerações proferidas por quem, em tempos, ajudou a fundar o SOS-Racismo. E singularmente coincidentes com as de Bento XVI, que, na sua mensagem a propósito do próximo Dia Mundial da Paz, também notou que "os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé".
São raras as notícias sobre estas perseguições, mas isso não significa que elas não existam - apenas que não lhes é dada a importância que merecem. Parece mesmo existir uma espécie de sentimento de culpa que leva a que, ao mesmo tempo que se destacam os ataques aos crentes de outras religiões, se subvalorizam aqueles de que são vítimas os cristãos - católicos, ortodoxos, evangélicos, baptistas e por aí adiante.

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2011

Bento XVI


Liberdade religiosa, caminho para a paz

«Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a recta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.
Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública.[7] Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.
A liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos».[8] Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões.»

 Pode ler toda a Mensagem aqui.

Ano Novo — Vida Nova


É proibido, neste fim de 2010 de triste memória para muitos portugueses, cair em pessimismos, pela simples razão de que tal atitude não nos conduz a parte nenhuma. Vamos pôr de lado as crises que nos assolaram durante 2010 e avançar, com o otimismo possível e necessário, para um novo ano de lutas, no sentido de conquistarmos o tempo perdido. De mangas arregaçadas, de olhar firme em novos horizontes e de coragem para ultrapassar obstáculos, é nosso dever caminhar em frente, na certeza de dias melhores.
Se é certo que as dificuldades aguçam a imaginação e espevitam a criatividade, então vamos apostar na busca de novas oportunidades e no aproveitamento de capacidades pessoais e coletivas porventura adormecidas, tendo em vista a conquista de um futuro melhor para todos.
Jovens e menos jovens, de mãos dadas e espírito aberto, saberemos partilhar saberes e entusiasmos, rumo a um mundo mais fraterno.
Bom ano de 2011 para todos.

Fernando Martins
 
Nota: Com Acordo Ortográfico

E os Velhos?



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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Rua Complexo Desportivo da Gafanha



Homenagem a todos os que contribuíram
para a construção do Complexo Desportivo

 
Em boa hora baptizaram uma rua da nossa terra com o nome de Complexo Desportivo da Gafanha. E digo em boa hora porque esse gesto reflecte a importância de uma estrutura desportiva que, presentemente, acolhe centenas de atletas de todas as idades, em especial ligados ao Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Mas ainda reflecte o esforço que diversas pessoas e entidades empreenderam para que o Complexo Desportivo fosse uma realidade.
Como é bem sabido, julgamos nós, os clubes amadores de futebol, que existiram na Gafanha da Nazaré, desde há muitas décadas, treinavam e jogavam em campos improvisados ou adaptados, minimamente, à prática do desporto-rei. Depois, por iniciativa da JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), foi construído, no Forte da Barra, um campo, que foi posto à disposição do Grupo Desportivo da Gafanha, o mais representativo clube da nossa terra. Era um campo pelado, com balneários construídos para o GDG e que chegou a ter iluminação para treinos, já que os jogadores e treinadores tinham as suas profissões.
Nos finais da década de 60, do século passado, um gafanhão sugeriu os terrenos incultos da Colónia Agrícola como sendo a localização ideal para a instalação do novo campo de futebol do Gafanha, e em 20 de Março de 1976 o Secretário de Estado da Estruturação Agrária assina e autentica o Alvará de Cedência Gratuita à Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, para usufruto do Grupo Desportivo da Gafanha, de uma parcela agrícola com 8,5 hectares.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A mediocridade cresce como a erva daninha

Churchill

Incómodo dos medíocres

António Marcelino

Quando Churchill, ainda jovem, fez a sua primeira intervenção política na Câmara dos Comuns, no fim perguntou a um velho amigo de seu pai, também ele homem da política e que o tinha ouvido, o que pensava desta sua intervenção. E ele respondeu: “Mal, meu rapaz, muito mal. Devias aparecer mais tímido, nervoso, a gaguejar um pouco e meio atrapalhado… Porque foste brilhante, arranjaste, no mínimo, trinta inimigos: os medíocres, os oportunistas, os ambiciosos… Porque só pensam em si mesmos, em defender o seu lugar e em conquistar posições de relevo, sentem-se incomodados com quem tem talento e pode passar-lhes à frente. Eles vão fazer tudo para te derrubar…”
O episódio repete-se todos os dias, na política e fora dela, porque a mediocridade cresce como a erva daninha. Quem tem valor não aguenta e procura outros ares. Fora, há sempre lugar e acolhimento para os que valem. As cliques políticas, e não só elas, viciaram o ambiente, disseminaram a mediocridade e mostram que o vilão é sempre perigoso, quando tem na mão a vara do poder. De qualquer poder.
Para a máquina andar tem de se limpar toda a ferrugem que a entorpece. Haja quem tenha coragem e seja capaz, com êxito, desta difícil operação.

In CV

Um Presépio Japonês


Catedral de Santa Maria, Tóquio

Foto: guen-k

Um presépio japonês
 Guilherme d'Oliveira Martins

À Memória do João Bénard da Costa



Naquele dia de outono, Quioto estava na plenitude da sua beleza. O Pavilhão de Prata, o Ginkaku-ji, apagava-se diante da natureza pujante. Percebíamos que o importante não era o facto de a prata nunca ter sido colocada para tornar o edifício mais espetacular. Tudo se passava, afinal, como se apenas faltasse um espelho, pois o essencial era o jardim e a ordenação magnífica da natureza. E é a memória do xógum Yoshimasa, no distante século XIV, que está presente, a partir da recordação de seu avô, o qual num gesto de suprema audácia, cobriu de folha de ouro o surpreendente Kinkaku-ji… Ali, porém, naquele momento, mais do que a prata ou o ouro, estava a natureza em toda a sua intensidade. E talvez a ausência da prata pudesse ter sido um desígnio dos deuses, para que as árvores e as plantas pudessem tornar-se mais evidentes na sua magnitude. Era o tempo do momiji, em que a natureza culta, domada pelo ser humano, é dominada pelas folhas escarlate, como se fossem flores. Deambulámos pelos caminhos do jardim, contámos as suas pedras, deslumbrámo-nos com os musgos tratados, com as águas, com os lagos, com os jardins secos, com o saibro riscado ou a terra cuidadosamente penteada a representar ilhas, oceanos e os rios da vida. E caminhámos pela via dos mestres. Foi então que, naquela peregrinação singular, encontrámos em amena conversa, nesse caminho que nos leva a Namzen-ji, um monge budista e um clérigo cristão. Com surpresa, ouvimos o diálogo de quem se assumia ora como mestre ora como discípulo.

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eliana Machado: Uma voluntária ao serviço da paróquia da Gafanha da Nazaré

Eliana Machado

O voluntariado é importante nos tempos que correm

Eliana Mouta Machado, casada e com uma filha, reformada por invalidez há oito anos por força de uma artrite reumatóide, não se resignou a ficar em casa. Para além dos seus deveres de esposa e mãe, apostou em servir como voluntária nos tempos livres. Respondendo ao apelo do Prior José Fidalgo, para que substituísse uma funcionária do cartório em gozo de férias, aceitou o desafio e gostou do que fez: atendeu pessoas e executou tarefas próprias de uma paróquia que quer estar em organização permanente.
Eliana descobriu que se sentia bem nessa função e foi ficando. Depois do Prior Fidalgo, vieram os Padres Paulo Cruz e Francisco Melo, o actual Prior, a quem manifestou a vontade de permanecer no Cartório, como voluntária, como desde a primeira hora. E assim se mantém.
Presentemente, está a transpor para o computador, a partir dos livros oficiais, os registos de Baptismo, Casamento e Óbito, desde 2009 até 1960, retrocedendo no tempo. É uma tarefa que exige atenção e muito rigor, para não haver falhas que seriam muito prejudiciais à verdade histórica.

“Bags of Books” é uma editora sedeada na Gafanha da Nazaré

"Meu Amor"

Segundo noticiou o Diário de Aveiro, foi criada na Gafanha da Nazaré uma editora de livros ilustrados, a “Bags of Books”. Trata-se de um projecto do ilustrador e designer Francisco Vaz da Silva, que afirmou àquele jornal que as edições se destinam a crianças e adultos. O primeiro livro, “Meu Amor”, foi feito com ilustrações em tecido pela autora, a italiana Beatrice Alemagna.
Desejamos a Francisco Vaz da Silva os maiores êxitos editoriais, a partir da nossa terra.