quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Europeu Sem Carro


Mais carros na rua que gente a caminhar
na marginal da Figueira da Foz

Celebra-se hoje, quarta-feira, o Dia Europeu Sem Carro.  Logo de manhã, da varanda da minha residência, olhei e vi que estava tudo como dantes, isto é, como se tal dia nem existisse. É verdade. Fala-se imenso da necessidade de utilizarmos menos o automóvel, por razões várias, mas a dependência desse meio de transporte está-nos no sangue. É sabido que, se pudéssemos ir de carro para a cama, não deixaríamos de o fazer. Até para tomar café a umas curtas dezenas de  metros não dispensamos o carrinho. Então, como alterar esta dependência? Não sei. Julgo que somente teremos juízo se a gasolina for para preços exorbitantes. Eu cá por mim vou tentar utilizá-lo menos. Se me virem a caminhar, tomem-me como exemplo a seguir. Bom Dia Europeu Sem Carro é o que desejo a todos.

23 DE SETEMBRO – DIA MUNDIAL DO MAR

Jardim Oudinot, com Santo André ao fundo

Baptismos de mar no Porto de Aveiro

Esta quinta-feira, 23 de Setembro, em iniciativa integrada nas comemorações do Dia Mundial do Mar, o Porto de Aveiro vai proporcionar baptismos de mar a quatro dezenas de crianças e jovens carenciados, residentes em Instituições Particulares de Solidariedade Social do interior do distrito.
O passeio terá a duração aproximada de uma hora, com partida do Rossio, Aveiro (10:00), junto às instalações da Eco Ria e paragem intermédia no cais do Jardim Oudinot.
A escala servirá para uma aliciante visita ao Navio-Museu Santo André. O regresso far-se-á com destino ao local de partida, no Rossio.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Barcos Mutilados - 2

A propósito do meu texto intitulado Barcos Mutilados, o meu amigo Armando Cravo enviou-me um comentário pertinente. Ele aqui fica:

Sobre o artigo do teu blogue “Barcos Mutilados”, quero dizer-te que nos meus tempos de criança, eu  às vezes andava na ria com o meu pai na sua bateira mercantel; cheguei a ver o cimo da proa de alguns, com umas dobradiças, que permitiam a sua dobragem para resolver essas situações de maré alta e pontes baixas.

Cavaco Silva alerta para a deficiente exploração económica do mar

Porto de Aveiro

«O Presidente da República alertou hoje para a deficiente exploração económica do mar, sublinhando o trabalho que ainda há a fazer em muitos domínios, nomeadamente, no caso dos portos.
Cavaco Silva desvaloriza o TGV ou o novo aeroporto, defendendo que o transporte marítimo pode e deve ser uma alternativa viável ao transporte rodoviário. “Dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa, sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro”, afi rmou o Presidente da República numa intervenção na abertura do Congresso dos Portos e dos Transportes Marítimos, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.
O Chefe de Estado defende que é necessário “identificar um conjunto de soluções concretas que possam ser aplicadas aos sectores dos portos e dos transportes marítimos, impulsionando estas actividades económicas em benefício das empresas e da economia portuguesa no seu todo”.»
Ler mais aqui

Figueira da Foz: Fotos de Casimiro Madail no CAE

Roda do Leme

Até 3 de Outubro vai estar patente ao público, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), Figueira da Foz, uma exposição de fotografias, a preto e branco, de Casimiro Madail.
Quando entrei na sala de exposições de fotografias, fiquei agradavelmente surpreendido com a arte deste nosso concidadão, natural do concelho de Aveiro, mas radicado no nosso. Artista amador, não pode ser ignorado, pela riqueza das expressões com que nos brinda.
No cartaz de divulgação e apresentação da exposição, o historiador Álvaro Garrido, responsável pelo Museu Marítimo de Ílhavo, diz: «Quando do mar se avista a terra, prenunciam-se eternos retornos. Mais do que partidas e viagens, é de regressos que as narrativas marítimas se alimentam. De regressos consumados e imaginários, de viagens concretas e fabulosas.»
Pelos meus olhos e pela minha alma passaram imagens e mais imagens que me são familiares, tal a beleza de que se revestem. Roda do Leme e seu enquadramento, “Sagres” e “Creoula” com toda a sua história, Jardim Oudinot e Forte da Barra, Praia da Barra e Costa Nova, regata de moliceiros e rostos de gente da beira-ria e do mar, proa enfeitada e arte da xávega, a “Bruxa” de tantas conversas e vivências…
Valeu a pena passar hoje pelo CAE, visita frequente nas minhas andanças pela Figueira da Foz.

BENTO XVI no Reino Unido



Bento XVI
- uma viagem quase impossível

António Rego

Cinco meses depois de vir a Portugal, Bento XVI empreende uma viagem completamente diferente ao Reino Unido. Foi Chefe de Estado, Sucessor de Pedro, Pastor, ecuménico, penitente, corajoso, cordial, amigo. Tal como aconteceu em Portugal a Comunicação Social não foi benigna antes do acontecimento. Profetizou um fracasso, um pretexto para protestos e até uma oportunidade para o Papa receber ordem de prisão. O balanço final nada teve a ver com os agoiros.
A Inglaterra é indiscutivelmente uma referência no nosso tempo, de história, cultura, liberdade e comunicação. Mas raramente se diz que no Império de Sua Majestade ser católico é ter um estatuto menor, como que infiel a um país que há quinhentos anos escolheu o seu "Papa" e lhe presta fidelidade, onde o político e o religioso se misturam com ar benigno e natural. Noutro país seria considerado subdesenvolvimento ou terceiro-mundismo.

Barcos mutilados


Na Festa da Ria de domingo vi estas embarcações tradicionais da nossa laguna com o pescoço cortado. Ficaram sem vida. Tive pena de ver isto. Disseram-me que esta degola foi executada para permitir a passagem, em maré cheia, por debaixo das pontes. Penso que poderiam estudar o assunto, recolocando o que foi cortado, com a aplicação de uma qualquer sistema que permita mostrar as embarcações na sua plenitude. Vejam isso, amigos, porque assim enganam os turistas e ofendem os que gostam de manter as nossas belezas intactas.

Os trajes tradicionais dos árabes

Os povos do mundo inteiro criaram as suas formas de vestir e de viver. É um direito que lhes assiste e que temos de respeitar, na sociedade pluralista em que vivemos. Não me choca, por isso, ver chegar a uma escola, aqui na Figueira da Foz, uma muçulmana com os seus dois filhos pela mão. Ela toda de preto, apenas se via o rosto em parte. As crianças apresentavam-se como as portuguesas, com roupas normalíssimas para os nossos costumes. Gostei de ver. Incomoda-me é que um qualquer Estado da Europa possa pôr, e ponha,  restrições ao uso dos trajes tradicionais de qualquer pessoa, seja ele de onde for.
Já imaginaram o que seria se nos obrigassem a andar com os trajes dos outros, quando viajamos?

Uma brochura de João Gonçalves Gaspar


“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial”

“Fernando Oliveira – Um Humanista Genial” é uma brochura de 82 páginas da autoria de João Gonçalves Gaspar, publicada como separata da Universidade de Aveiro, coordenada por Carlos Morais. Inserido no enquadramento do V Centenário do nascimento do autor da primeira gramática da linguagem portuguesa, este trabalho de João Gaspar oferece aos estudiosos e demais interessados por personagens históricas uma súmula muito bem documentada sobre um dos nossos maiores, com raízes aveirenses.
Como é timbre do autor, João Gaspar não escreveu de cor, mas buscou fontes credíveis, onde se baseou para nos caracterizar, passo a passo, com transcrições sempre oportunas, este padre e humanista, que se destacou «como pioneiro na sistematização dos princípios gramáticos da nossa linguagem, na descrição da táctica militar marítima, na divulgação da arquitectura náutica e na história portuguesa». E diz mais: «Se a sua vida de sacerdote dominicano, de escritor, de filólogo, de cartógrafo, de historiador, de diplomata, de marinheiro, de soldado, de aventureiro e de perseguido é tão cheia de episódios díspares e de aventuras diversificadas, os seus conhecimentos surgem-nos multiformes e manifestam uma invulgar sabedoria, com base tanto em conhecimentos humanistas e cristãos, como na experiência vivencial, colhida de muitas maneiras.»

domingo, 19 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: A Grande festa da Ria

Na hora na partida



Milhares de pessoas viveram
a festa da Senhora dos Navegantes



A Ria em festa foi um espectáculo. Foi e é sempre, como válvula de escape para as agruras da vida de cada um. Milhares de pessoas encheram as margens da laguna aveirense durante a procissão da Senhora dos Navegantes que hoje se realizou entre o porto de Pesca Longínqua, na Cale da Vila, e o porto Comercial, no Forte da Barra. Mas do outro lado, em S. Jacinto, o entusiasmo não foi menor, também com milhares de pessoas com fanfarra e música, o que levou, segundo a tradição, o barco “Jesus nas Oliveiras”, de mestre Adelino Palão, que transportava o andor de Nossa Senhora dos Navegantes, a fazer uma aproximação oportuna, com o cortejo de todas as embarcações acompanhantes, para que a Mãe de Deus abençoasse aquela gente toda. E dela e de quantos estavam nos barcos não faltaram os aplausos.


A procissão em andamento moderado



A Ria, com todos os seus encantos, de águas límpidas e serenas e paisagens únicas, merece que esta alegria perdure no tempo. Gente houve que fez o seu baptismo de laguna, em ambiente de alegria. Olhos fixos em horizontes diferentes, ilhas desertas e sem vida humana de um lado, e vida industrial e urbana do outro, com secas, casario, Porto de Aveiro, Forte da Barra e Farol a ver tudo, lá ao longe, assim viveram os que em boa hora aproveitaram a oportunidade de conhecer melhor esta riqueza ímpar que possuímos.


Barcos cheios com gente feliz

Manuel Serra e Margarida Alves, presidente da Junta e presidente da Assembleia de Freguesia, respectivamente,  manifestaram o seu regozijo pela festa que estavam a reviver e a experimentar , enquanto chamaram a atenção para a riqueza inexplorada que é a Ria de Aveiro.
O presidente da Junta ainda lembrou que toda esta festa se deve ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré e ao seu fundador, Alfredo Ferreira da Silva, repetindo o que tantas vezes tem dito que urge «valorizar as potencialidades da nossa Ria», aproveitando turisticamente as «ilhas que têm estado ao abandono». Também referiu que o povo participou activamente nesta procissão «com intensidade, sem que fosse intimado a vir».


S. Jacinto presente

Paulo Costa, vereador da CMI, frisou «a espontaneidade do povo de S. Jacinto ao associar-se a esta festa», sublinhando que «só a religião consegue esta unidade». Conhecedor da Ria que usufruiu desde menino, Paulo Costa adiantou que, de facto, esta movimentação e esta partilha são extraordinárias.


O Farol viu tudo

No Forte da Barra, na missa campal que se celebrou frente à Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, o Padre Francisco Melo, prior da Gafanha da Nazaré, assentando a sua homilia nos textos deste domingo, afirmou que «vivemos num mundo em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, indefesos e incapazes de saírem da sua miséria». Denunciou que os sistemas financeiros e económicos deixaram de ter rosto e nome neste mundo globalizado, permitindo que «em qualquer gabinete do outro lado do mundo se possa decidir o destino de milhões de pessoas», cuja dor e miséria nunca irão conhecer.

Povo em todo o lado

O Prior da Gafanha da Nazaré fez a apologia «da revolta da solidariedade e da fraternidade», alicerçada «no trabalho e na responsabilidade pessoal e colectiva», não na praça pública, mas no «coração e na vida de cada um de nós».


Nossa Senhora dos Navegantes chega à sua residência

A mole de gente, bem visível em terra, em todos os recantos possíveis voltados para a laguna, e nos barcos que se incorporaram na procissão, mostrava frequentemente a sua satisfação. E tenho cá para mim que no próximo ano todos e outros voltarão à procura de um lugar para esquecer mágoas ou para partilhar emoções temperadas pelos odores salinos da Ria de Aveiro. Tudo sob a bênção de Nossa Senhora dos Navegantes.

Depois da missa, houve música pela Filarmónica Gafanhense, seguindo-se o Festival de Folclore, como havia sido anunciado. O arraial estava em marcha, com bolos festeiros a despertarem-nos o apetite. Um folar e uma regueifa mostraram-me em casa que estavam saborosos. No Jardim Oudinot os farnéis abriram apetites, até mais não. Para o ano há mais...

Fernando Martins

Jardim Oudinot: Falta de civismo



Ontem fui visitar o Jardim Oudinot. Caminhei um pouco, à semelhança de outros que por lá andavam, e tomei um café no bar. Fui olhando o jornal para mais tarde ler os temas seleccionados. Uma funcionária da limpeza, de saco plástico na mão, ia apanhando lixo que outros deitaram no chão. Copos de iogurte, latas de cerveja, restos de gelados, maços de tabaco, lenços de papel...
O que vi deixou-me perplexo. Em pleno século XXI, ainda há gente capaz de menosprezar as mais elementares regras da boa educação, desrespeitando também as leis do civismo.  É incrível, mas é verdade.  

Folha no meio do livro


Enquanto folheava um velho livro, à cata de uma informação histórica, encontrei esta folha ressequida pelo tempo e pela pressão que suportou. Confesso que me não recordo do ano em que a coloquei ali, nem sei com que intenção o fiz. Mas houve, de certeza, alguma motivação. Os anos passaram, mas a beleza da folha permaneceu, quiçá melhorou. O tempo sublimou a expressão, valorizou a forma e salientou as nervuras e as serrilhas do contorno. A velhice, afinal, continua a ser  bela...

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 202

PELO QUINTAL ALÉM – 39



A FISÁLIS


A
Bernardino Venâncio e
Joana Rosa de Jesus

Caríssima/o:

a. Ora aqui está uma planta que muitos não conhecerão, mas que abunda no nosso quintal. Como muitas outras, foi levada pela curiosidade e gosto de minha Mulher e adaptou-se de tal forma que temos mesmo de tomar certas medidas: não se ensaia muito para ocupar zonas que lhe não pertencem.

e. Não me ocorre que a tenha visto nos jardins ou quintais da Gafanha, nos tempos da nossa meninice.

i. A fisális é uma planta herbácea, arbustiva, anual; pode variar de 60 centímetros a 2 metros de altura. É apropriada para a formação de maciços e bordaduras, podendo ser plantada em vasos e jardineiras. As folhas são grandes, delicadas, triangulares e com bordas recortadas. As flores hermafroditas (têm os dois sexos na mesma flor) são pequenas, brancas a amareladas. A fruta madura é arredondada, amarelada, alaranjada ou avermelhada, brilhante, macia, suculenta, de sabor doce, levemente ácida e contém grande quantidade de sementes pequenas. Todos os frutos são cobertos por uma capa esverdeada que depois passa a amarelada e finalmente palha, com textura de papel, quando madura.
A propagação é feita através de sementes, muitas vezes, espontaneamente e com tendência a ser um pouco invasora.
A maioria das espécies é oriunda de regiões equatoriais, tropicais e subtropicais, sendo certo que algumas variedades toleram bem o frio ou mesmo geadas leves.
O seu cultivo para fins comerciais assemelha-se ao dos tomates, quer na preparação do solo, na fertilização, na aplicação de tutores, na colheita e demais cuidados.

Utilidade: os frutos maduros podem ser consumidos ao natural ou na forma de sucos, doces, sorvetes, geleias, em molhos de saladas e carnes, compotas e conservas. São também usados como tira-gosto para degustação de vinhos e no fondue de chocolate.

sábado, 18 de setembro de 2010

Senhora dos Navegantes: Amanhã, com procissão pela ria



Amanhã vai realizar-se a festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. Organizei a minha vida para também me integrar na procissão, fundamentalmente para sentir a importância de uma manifestação de fé como esta. Amanhã, ao fim do dia, darei conta do que vi e experimentei.

A nuvem e os chefes


Hoje encontrei num espaço que costumo frequentar uma foto de nuvem com uma  legenda interessante. Vale sobretudo pela graça que encerra. Quanto a ser verdade a comparação, nem sei se hei-de acreditar ou não... Diz assim:

«A  nuvem é como os chefes: quando desaparece é que o dia fica lindo!»