domingo, 4 de julho de 2010

PÚBLICO: Maria do Carmo Vieira traça um quadro negro do ensino do Português

Lembranças da Obra da Providência

Pode ler aqui a estória do bebé que nasceu no meu automóvel... já lá vão muitos anos! São estórias que não esquecem...

Férias: coreografia interior


A possibilidade de reencontrar a vida

José Tolentino Mendonça

Este vaivém que julho e agosto introduzem (com viagens mais próximas ou longas, tráfegos de vária ordem, alterações ao quadro de vida corrente…) constitui, para lá de tudo o mais, uma espécie de coreografia interior. Dir-se-ia que a própria vida solicita que a escutemos de outra forma. De facto é disso que se trata, mesmo que se não diga. É com esse imperativo que cada um de nós, mais explícita ou implicitamente, luta: a necessidade irresistível de reencontrar a vida na sua forma pura.
Se a linha azul do mar tanto nos seduz é também porque essa imensidão nos lembra o nosso verdadeiro horizonte. Se subimos aos altos montes é porque na visão clara que aí se alcança do real, nessa visão resplandecente e sem cesuras, reconhecemos parte importante de um apelo mais íntimo. Se buscamos outras cidades (e nessas cidades uma catedral, um museu, um testemunho de beleza, um não sei quê…) é também perseguindo uma geografia interior. Se simplesmente investimos numa dilatada experiência do tempo (refeições demoradas, conversas que se alongam, visitas e encontros) é porque a gratuidade, e só ela, nos dá o sabor adiado da própria existência.

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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 191

PELO QUINTAL ALÉM – 28


 
A ROSA SILVESTRE

A
minha Madrinha Rosa e
Rosa Salsa

Caríssima/o:
a. É daquelas plantas a que não se dá importância a não ser quando flagelados pelos seus espinhos. Contudo, longe disso: as flores, na arcada do nosso quintal, pareciam agitadas com vontade de que nelas reparássemos. E que bonitas estavam! Mais à frente uma outra moita num cômoro também a desafiar-nos...

e. Pelos carreiros do nosso canto só dávamos por elas quando, dissimulando-nos no escondidoiro nos provocavam dores horríveis nos pés descalços... Como podíamos ficar amigos se, com os nossos gritos, nos localizavam e agarravam!

i. Planta curiosa conhecida por vários nomes: rosa-silvestre, rosa-brava, rosa-canina, rosa-de-cão, rosa-mosqueta, rosa-selvagem, rosa-primitiva, silva-macha, silvão.
É uma espécie de rosa selvagem, com poucas pétalas, muito resistente e exótica. Não tem aquela beleza característica da rosa tradicional, mas possui o vigor que só os seres selvagens apresentam. A rosa-silvestre é realmente silvestre...
As suas longas hastes, ora direitas ora ondulantes , são cobertas de picos recurvados. As flores (brancas, rosas ou rosadas), geralmente com cinco sépalas lobadas, chegam a ter um intenso perfume, doce e incomum.

o. Apesar de não mais nos recordarmos que dos seus aguçados picos, dizem que é uma óptima planta medicinal para tratar constipações, gripes e resfriados, devido ao seu alto teor de vitamina C. Mas não só: ainda para feridas, úlceras dérmicas, estomatite e faringite.
O chá de cinórrodo, fruto da silva-macha, esmagado e picado, é rico em vitamina C e diz-se que pode ajudar a evitar constipações e infecções. Se juntar a este chá umas gotas de sumo de limão ou um pedaço da casca de limão, realça o seu sabor suave.

Universidade Sénior: Jantar de encerramento






Hoje, no Hotel de Ílhavo, é que encerrou, verdadeiramente,  o ano académico da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo. Jantar com sabores conhecidos e agradáveis, onde dirigentes, docentes e discentes degustaram creme de legumes, bacalhau gratinado com brócolos e broa, lombo de porco assado com molho de cogumelos, mais doces e frutas, café e vinhos. Tudo muito bem acompanhado com alegria e convívio a condizer.
O encerramento do ano académico, à mesa, retrata,  sem dúvida, o que aconteceu durante o tempo de troca de saberes, com a partilha de ideias, experiências e vivências, mas também com a conquista e valorização de amizades. Uma Universidade Sénior é isso mesmo, já que não há nem pode haver avaliação de conhecimentos adquiridos e muito menos compromissos que exijam tarefas desgastantes e exigentes sob o ponto de vista físico ou mental. E se é verdade que costumamos dizer que a escola prepara para a vida, uma Universidade Sénior contribui, em grande parte, para que os menos jovens jamais desistam de prosseguir na caminhada de uma existência com qualidade.
Foram estes desafios que registámos ontem e hoje, no espetáculo e no jantar de encerramento. Nota dominante foi a certeza de que para o próximo ano há mais e melhor. Aliás, Hugo Coelho, presidente da Direção da Fundação Prior Sardo, já anunciou que tudo vai ser melhorado: salas mais amplas e com mais luz; uma sala de informática com computadores; outras áreas de troca de saberes; provavelmente mais alunos e mais professores; e, ainda, projetos inovadores. Tudo de forma a dar respostas mais conseguidas aos utentes da US.

FM

Acordo Ortográfico

sábado, 3 de julho de 2010

Em Portugal, não há muita tradição de pensar, sobretudo pensar criticamente

O que faz falta? Pensar

Anselmo Borges

Há na Lituânia - talvez também porque é um país com imenso sofrimento ao longo da história - umas estátuas, de tamanho diferente, do "Cristo pensador". É um Cristo sentado, com a cabeça levemente inclinada, de olhos fechados e com a mão encostada à face, precisamente na atitude própria do homem que pensa. Pensar vem do latim pensare, que significa pesar (razões), ponderar, examinar, avaliar, meditar e também pagar.
Em Portugal, não há muita tradição de pensar, sobretudo pensar criticamente. Talvez o clima nos arraste mais para o exterior. A própria Igreja pode ter responsabilidades, mesmo que indirectas, no facto: um pensamento dogmático, a doutrina transmitida por via autoritativa e sem necessidade de argumentação, não houve Reforma. Depois, nos últimos anos, a aparente situação de riqueza levou ao estonteamento e à fuga do pensar. Assim, de repente, vemo-nos num estado lastimoso e na incógnita asfixiante do futuro.

Festa de fim de ano da Universidade Sénior

Festa de fim de ano letivo da Universidade Sénior



Muita alegria na festa da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo foi nota dominante. Hoje à noite, no salão principal da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, alunos e professores mostraram o que lhes vai na alma e como saíram enriquecidos após um ano de trabalho. De tal modo, que souberam mostrar vontade de continuar nesta caminhada de valorização pessoal e comunitária.
Músicas e canções que embalaram a nossa existência, tornando-se clássicas, com garantias de se perpetuaram no tempo, ou não fossem elas trauteadas pela assistência, encheram o palco. Quadros com alguma brejeirice, bem próprios duma terceira idade que acredita na probabilidade de passar à quarta, foram aplaudidos com gosto.
Também a poesia de poetas consagrados, como Pessoa, António Lopes Ribeiro e António Botto, mas ainda de alunos, alguns deles com a veia poética fechada na gaveta até agora, marcou presença significativa. É sempre hora de mostrar a arte que está em cada um de nós.
Gostei de ter participado nesta festa cheia de otimismo, onde não faltaram os diplomas para professores e alunos e a imortal canção do adeus, onde Coimbra deu lugar aos seniores.

FM


Acordo Ortográfico

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A vinda do Papa, José Saramago e o Mundial de Futebol

O desmontar da festa e o depois dos acontecimentos

António Marcelino

Sobre o pano de fundo de uma crise que explodiu para continuar, acontecimentos importantes mexeram com o povo. Com intensidade variada, contagiando esperança, abafando desgostos, derrubando indiferenças, provocando sonhos. Foi a vinda do Papa, a morte de José Saramago e, agora, o Mundial de Futebol. Este ainda com tenda armada.
Os acontecimentos sociais ou deixam marcas nas pessoas ou depressa se desvanecem, como fumo levado pelo vento. O povo, para se consolar das suas amarguras e com o saber de experiência adquirida lá vai dizendo que “tudo passa e tudo esquece”. Já assim dizia Teresa de Ávila. Mas, por fim, acrescentava: “Só Deus basta!”
O desmontar da festa é sempre mais rápido que a sua montagem. Muitas vezes faz-se com pressa de mais e destroem-se, num ápice, as coisas mais belas que ainda restam, como as lindas e trabalhosas ornamentações. Em alguns casos, há legados que se acolhem ou dos quais mais tarde se deu conta. Há que tomar consciência deles para se avaliarem e conservarem vivos.
Neste caso está a visita de Bento XVI a Portugal, como peregrino de Fátima. O que ele disse está gravado na memória do coração de muitos e deixou-o escrito em letras acessíveis a todos. Multidões correram, livremente, ao seu encontro, em Lisboa, Fátima e Porto. Muitos confessaram-se conquistados à sua pessoa, à sua fé serena, ao seu sorriso límpido, mas discreto.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Misericórdia de Ílhavo vai inaugurar Hospital de Cuidados Continuados em Setembro


Em pouco mais de um ano, ficou pronto o edifício do novo Hospital de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, estando agora a decorrer o processo de aquisição e aplicação do material hospitalar e mobiliário, além da construção das novas acessibilidades. O arranjo da zona envolvente, da responsabilidade da Câmara Municipal, deve entrar em pleno funcionamento, no próximo mês de Setembro.
Com a possibilidade de internamento de 55 utentes, sendo 29 de média duração e 26 de longa duração, este edifício, construído no espaço do antigo hospital, teve um investimento de quatro milhões de euros, comparticipado em 75% para o projecto e 10% para as obras, pela Câmara Municipal, tendo ainda o apoio de 750 mil euros do programa Modelar, além de outros apoios, com destaque para os da comunidade emigrante nos EUA. Está integrado na Rede Nacional de Cuidados Continuados e, como tal, terá comparticipações do Serviço Nacional de Saúde e do Ministério da Segurança Social