sábado, 30 de janeiro de 2010

Prémio Inês de Castro para Tolentino Mendonça

Poetas no interior da cultura


José Tolentino Mendonça é o vencedor do Prémio Literário  Fundação Inês de Castro 2009. No terceiro ano em que é atribuído, o prémio distingue a obra “O viajante sem sono”, publicado no final do ano 2009 pela Assírio & Alvim, de José Tolentino Mendonça.
Em declarações à Agência Ecclesia, o premiado afirma que “é sobretudo uma grande responsabilidade por aquilo que é o ofício da própria poesia”. Tolentino Mendonça sublinhou também o “investimento que isso representa em termos da vocação pessoal para a arte e para a criação”. O poeta e biblista recordou, ainda, “o contributo específico que os poetas são chamados a dar no interior da nossa cultura”.
A entrega do Prémio Literário  Fundação Inês de Castro 2009 acontecerá a 6 de Fevereiro, pelas 17 horas, na Quinta das Lágrimas em Coimbra, numa sessão em que estará presente a Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

Guimarães: Como Eduardo Lourenço reencontrou Portugal

Paço Ducal

«Visitar Guimarães fez com que Eduardo Lourenço tomasse "um banho de imersão pátrio". "Aqui vive-se um tempo muito particular, talvez o mais português dos tempos", sublinhou o ensaísta depois de percorrer as salas e claustros do Paço dos Duques de Bragança. E fez questão de conhecer o interior da Capela de S. Miguel, onde Afonso Henriques terá sido baptizado, e de ver de perto o castelo da cidade. O pensador esteve em Guimarães pela primeira vez aos 86 anos, no fim-de-semana passado, a convite da fundação que gere a Capital da Cultura de 2012. O motivo foi uma conferência sobre a Europa no âmbito da Capital Europeia da Cultura. O programa da Guimarães 2012 abriu assim com a presença de uma figura marcante do país, sinal da aposta na discussão acerca da construção europeia que vai ser central ao evento. Com uma vitalidade invejável, Eduardo Lourenço percorreu a pé as ruas do centro histórico, desconfortável com a atenção que lhe dedicaram os fotógrafos. Por ali diz ter "reencontrado Portugal". "Guimarães não me era familiar", confessou. Mas parece tê-lo conquistado, elogiando a "consistência arquitectónica" e o facto de estar perante uma "cidade jovem e cheia de futuro".»

No PÚBLICO de hoje

Mahatma Gandhi faleceu há 62 anos

Gandhi
Faz hoje anos que faleceu, em 1948, com 79 anos, Mahatma Gandhi. Ficou na história do seu país, a Índia, e do mundo como pacifista.
A sua vida é conhecida por todos os que assumem a defesa da verdade e a luta contra a injustiça de forma não-violenta. Exemplo raramente seguido pelo mundo civilizado.
Importa reflectir sobre a lição que nos legou Gandhi para uma sociedade mais pacífica.

HÁ QUATRO REVOLUÇÕES EM MARCHA


A humanidade sob ameaça

          de Anselmo Borges


Não há dúvida de que estamos a viver uma transformação prodigiosa do mundo, uma revolução talvez só parecida com a do "tempo-eixo", como lhe chamou Karl Jaspers.
Há quatro revoluções em marcha. Uma revolução económica, com a mundialização, que significa a concretização da ideia de McLuhan de que formamos uma "pequena aldeia" e a chegada ao palco da História de grandes países emergentes. Outra é a revolução cibernética, que, como disse Jean-Claude Guillebaud, faz nascer um quase-planeta, um "sexto continente". A revolução genética transforma a nossa relação com a vida, a procriação e pode fazer bifurcar a Humanidade: a actual continuaria ao lado de outra a criar. Também está aí a urgência da revolução ecológica, que, se a Humanidade quiser ter futuro, obriga a uma nova relação com a natureza. Sem esquecer o perigo atómico e do terroris- mo global.
Perante todas estas revoluções e face aos problemas que agora são globais, como a droga ou o trabalho, impõe-se, em primeiro lugar, pensar numa governança mundial. Depois, não sei de que modo o futuro será, como diz J.-Cl. Guillebaud, uma "modernidade mestiça", mas, para evitar o "choque das civilizações", impõe-se o diálogo intercultural e inter-religioso. Há anos que o famoso teólogo Hans Küng se não cansa de repetir que, sem paz entre as religiões, não haverá paz entre as nações, e essa paz supõe o conhecimento e o diálogo entre as religiões.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Navio-Museu Santo André



O Navio-Museu Santo André foi um campeão da pesca do bacalhau. Descansa agora como museu vivo da saga dos bacalhaus, junto ao Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré. Esta visita virtual não dispensa uma visita real.

Eduardo Lourenço: Cada Papa traz “a sua novidade e liberdade”

´
Eduardo Lourenço

O diálogo de Bento XVI com Paulo VI
na «Caritas in Veritate»


Na encíclica «Caritas in Veritate», o ensaísta Eduardo Lourenço nota uma “espécie de diálogo entre Bento XVI e Paulo VI”. Organizada pela Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) realizou-se, ontem (28 de Janeiro), uma conferência sobre a última encíclica de Bento XVI.
Aos jornalistas, o ensaísta realçou o “estilo claro e transparente, mas semeado de citações rituais que são ao mesmo tempo intemporais e que podem aplicar-se ao presente”. Cada Papa traz “a sua novidade e liberdade” – disse.
Na sua partilha com os participantes reunidos num dos auditórios do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, Eduardo Lourenço começou por referir que “poucos actos de Bento XVI, o Papa teólogo, suave e elegante, que ocupa a cadeira de Pedro, me impressionaram e tocaram tanto – pelo seu carácter original e profético – como os do momento inaugural do seu pontificado” – frisou.
A hermenêutica de Bento XVI “inspira-se em Martin Heidegger” – disse Eduardo Lourenço. O actual Papa é contemporâneo, “discípulo ou até condiscípulo de vários teólogos que dedicaram – como Henri de Lubac – ao humanismo ateu memoráveis estudos e não meditou menos sobre essa nietzschiana «morte de Deus»”.
Bento XVI é sensível – “e naturalmente preocupado – com «o espectáculo» da indiferença, alheamento ou desertificação religiosa” verificadas no Ocidente. Na sua conferência sobre a encíclica «Caritas in Veritate», o professor universitário afirma que “espanta que uma época tão ensombrada como a nossa – embora sem o carácter trágico do último século -, Bento XVI aborda todas as questões numa tónica de serenidade intemporal”.

Ler mais aqui

Antiguidades na Figueira da Foz



Ontem visitei na Figueira da Foz uma loja de antiguidades. Não tanto para comprar, que a minha bolsa não daria para aquilo de que gosto, mas sobretudo para apreciar. Não sei explicar o porquê destes meus gostos, mas que sinto um certo prazer, sinto. Móveis, louça, livros, quadros, prata e ouro, arte sacra, postais antigos de personalidades, bustos. De tudo um pouco, ou muito, ali pude apreciar e... desejar. Quem sabe se um dia qualquer, mesmo longínquo, não poderei dar-me ao luxo de comprar qualquer peça, artística, daquelas de encher o olho!