segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ensaio de José Eduardo Agualusa, no i de hoje: O Príncipe Perfeito

No meu último romance, "Barroco Tropical", esforcei-me por expor a forma como, em regimes totalitários, o medo vai pouco a pouco corrompendo as pessoas, mesmo as melhores. O medo é uma doença contagiosa capaz de destruir toda uma sociedade.

Mais extraordinário é perceber como um regime totalitário consegue exportar o medo. Não já o medo de ir para a cadeia, é claro; ou o medo de ser assassinado na via pública durante um suposto assalto. Trata-se agora do medo de perder um bom negócio. Do medo de ofender um cliente importante.
Ver dirigentes políticos portugueses, de vários quadrantes ideológicos, a defenderem certas posições do regime angolano com a veemência de jovens aspirantes ao Comité Central do MPLA seria apenas ridículo, não fosse trágico.
Alguns deles, curiosamente, são os mesmos que ainda há poucos anos iam fazer piqueniques a essa espécie de alegre Disneylândia edificada pela UNITA no Sudeste de Angola, a Jamba, vestidos à Coronel Tapioca, e que apareciam em toda a parte a anunciar Jonas Savimbi como o libertador de Angola.

 
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Responsável europeu diz que Gripe A foi o maior escândalo médico do século

Wolfgang Wodarg, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, diz que a Gripe A foi uma falsa pandemia e que é “um dos maiores escândalos médicos do século.”

A ser verdade, que mundo é este?



República: D. Manuel Clemente diz que Afonso Costa despertou católicos



 
Lei da Separação gerou
reacções contrárias
à intenção do legislador
 
 



Afonso Costa


Contrariando as previsões de Afonso Costa, a “Lei da Separação (1911) despertou nos católicos uma vitalidade insuspeitável” – disse D. Manuel Clemente, bispo do Porto, na primeira sessão de 2010 do Seminário «Religião, Cristianismo e Republicanismo». Promovida pelo Centro de Estudos de História Religiosa da UCP, esta iniciativa integra-se no Programa Oficial das Comemorações do Centenário da República.
Aos participantes no seminário, o bispo do Porto falou sobre a «A vitalidade católica no contexto da República». Nos anos seguintes à Implantação da República (5 de Outubro de 1910), a resistência do clero foi apoiada pelos cristãos. Reunidos em Santarém, a 10 de Julho de 1913, os bispos lançam um apelo aos católicos. O chamado «apelo de Santarém» alterou o panorama sócio-religioso da sociedade portuguesa.“Defesa e afirmação da Igreja; catequização e restauração da sociedade portuguesa com o contributo da Igreja” foram as linhas mestras que marcaram o catolicismo português no primeira metade do século XX. A “radicalização de Afonso Costa (pasta da Justiça e Cultos) não afastou os católicos. Pelo contrário deu-lhes força” – realçou o historiador e bispo do Porto, na sessão realizada, dia 21 de Janeiro, na Universidade Católica. A Igreja defendia a separação do Estado, mas “não neste quadro”.


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domingo, 24 de janeiro de 2010

Festa no Santuário Diocesano de Schoenstatt



Irmã Heloísa


Irmã Lúcia


Irmã Cecília

Para uma pessoa ser feliz,
tem de seguir a sua vocação

«Um jubileu é celebração da experiência de acolhimento da Palavra proclamada, rezada, vivida e testemunhada», mas é também «proclamação da alegria e certeza da bênção de Deus», afirmou D. António Francisco dos Santos, na eucaristia de acção de graças celebrada hoje, no Santuário de Schoenstatt. Três Irmãs de Maria — Heloísa, Lúcia e Cecília — festejaram a sua entrega a Deus, a primeira há 50 anos e as duas últimas há 25.
Dirigindo-se às Irmãs, em especial, referiu que é com os olhos em Cristo que podem «ver mais longe» e ser «construtoras do futuro», na certeza de que um jubileu «ilumina o vosso passado e vos abre horizontes para a missão, que consiste em anunciar a Boa Nova».
Em nome das Irmãs que festejaram os seus jubileus, a Irmã Heloísa explicou, no final da missa, a sua caminhada vocacional. Com a emoção sempre presente, contida umas vezes e outras vezes manifestada, referiu que «cada um de nós tem a história da sua vocação» e que foi grande coincidência celebrar os 50 anos da sua entrega a Deus, neste Ano Sacerdotal e numa altura em que também se comemora o centenário da ordenação sacerdotal do Padre Kentenich.

26 mini-repórteres estreiam acesso ferroviário ao Porto de Aveiro






Uma  equipa de 26 mini-repórteres, com idades compreendidas entre os sete e os 16 anos, coordenada por Fausto Correia, viajou ontem, sábado,  em máquina cedida pela FERROVIAS (máquina Estabilizadora Dinâmica de Via HTT TS-50), empresa que, a exemplo do que sucedeu com a REFER e com a NAVALRIA, se associou à iniciativa “Mini-Repórteres do Porto de Aveiro”.

Os meus livros antigos: OS FAMINTOS de João Grave




Hoje apresento mais um livro antigo da minha biblioteca. Trata-se de OS FAMINTOS — Episódios da vida popular, de João Grave, membro da Academia das Ciências de Lisboa. Esta terceira edição, com data de 1920, é da responsabilidade da Livraria Chardron, de Lélo & Irmão, do Porto.
Diz o autor, que este livro foi um romance de estreia, havendo nas suas páginas «uma frescura de sentimento e uma sinceridade de intuitos» que lhe parecem «incontestáveis».
João Grave nasceu em Vagos em 11 de Julho de 1872 e faleceu no Porto em 1934. Foi escritor, jornalista e director da Biblioteca Municipal do Porto.

Confraria Gastronómica do Bacalhau continua a promover o nosso Fiel Amigo




A Confraria do Bacalhau recebeu
mais de duas centenas
de confrades nacionais, espanhóis e franceses




O XI Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau teve início na Câmara Municipal de Ílhavo, no sábado, 23 de Janeiro, com a concentração das Confrarias e a recepção no Salão Nobre, onde usaram da palavra o Grão Mestre da Confraria do Bacalhau e Ribau Esteves, Presidente da Câmara, para saudar as Confrarias presentes, enaltecendo o espírito que anima estas instituições que se empenham na defesa e preservação das gastronomias nacional e regionais.
 A “Patanisca de Honra”, confeccionada pelo cozinheiro Jorge Pinhão, lembrou a todos os convidados que estavam na terra do bacalhau. Às 11 horas, na Capela de Nossa Senhora do Pranto, celebrou-se a missa solene, presidida por D. António dos Santos, Bispo Emérito da Guarda e antigo pároco de Ílhavo, tendo animado musicalmente a celebração a Música Nova de Ílhavo.
No Hotel de Ílhavo foi inaugurada uma exposição filatélica do ilhavense e docente da Universidade de Aveiro, Manuel João Matias, subordinada ao tema “Faina Maior” e de pintura do Confrade do Bacalhau e antigo Capitão da pesca, Manuel Correia.
O almoço teve como ementa derivados de bacalhau (pataniscas, bolos de bacalhau e carinhas), chora, e Bacalhau à Confraria, de autoria do Confrade Chefe Silva

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues



(Clicar na imagem para ampliar)

Para começar este domingo, a visita de um amigo emigrante


Alberto Margaça



Alberto Margaça é um dos muitos gafanhões emigrantes espalhados pelo mundo. Vibra sempre quando se fala da terra que o viu nascer, ali à beira da Escola da Cambeia, que fica no Bebedouro, Gafanha da Nazaré. Esta escola herdou o nome que tinha, na chamada escola da Ti Zefa.
Pois o Alberto, com quem gosto de conversar, teve a gentileza de me visitar ontem. Fálamos dos seus 36 anos de Canadá e da maneira como, longe da Pátria, os nossos emigrantes mitigam as saudades. Da nossa conversa vai sair, no próximo Timoneiro, a entrevista que lhe fiz. Para já, contudo, fica a sua paixão pela música popular portuguesa, que o levou a criar um grupo musical, Searas de Portugal. Deste meu recanto, aberto ao mundo, aqui fica o meu abraço para todos os emigrantes, com votos, também, de que o Alberto faça boa viagem de regresso ao Canadá.

sábado, 23 de janeiro de 2010

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 168

PELO QUINTAL ALÉM – 5


Ti Sarabando com Ti Mar'Joana

O PASTO

A
Ti Sarabando
e a sua Mar'Joana ( Maria Joana)

Caríssima/o:

Hesitei no título: erva... pasto...
Vendo bem as coisas, optei por “pasto”; “erva” nos dias que vão passando até nos dicionários se lhe junta outra conotação muito afastada daquela que nos levava junto dos animais para os alimentar...
Os tempos são outros e não apenas o sentido das palavras se alterou...

a. Pelo nosso quintal há muita erva mas não da que se criava com a sementeira e a adubação abundante para se cortar e levar para os currais das vacas, dos coelhos, dos porcos. Agora não se criam animais e a erva nasce sem ser semeada!

e. Também pelas muitas terras da nossa Gafanha que é da erva que se semeava depois da apanha do milho? Não se vê...
Naqueles tempos, as terras eram limpas de felgas e melhãs; logo “adubadas” com esterco dos currais. Depois deste espalhado, lançavam-se à terra as sementes de cevada, centeio ou aveia. A seguir, margeava-se o terreno.
Parte destas sementeiras destinavam-se a dar grão, mas a grande maioria serviria de alimento para o gado na invernia.
Era ver então como, foicinha na mão, ah!, corta que corta, se enchia a carroça ou ajeitava o molho que se levaria à cabeça ou aos ombros.

i. Quando a economia de subsistência era rainha, tudo se aproveitava. Destas plantas, os do nosso tempo se lembrarão, as folhas e os caules verdes iam alimentar o gado. Das searas, as paveias eram levadas para a eira, malhadas, ensacava-se o grão; a palha ia para os colchões, para a cama dos animais e, por vezes, para a manjedoura.

o. Directamente para a saúde, nada consta; convenhamos, porém, que muitos considerandos positivos se poderiam acrescentar sobre o equilíbrio fisiológico e emocional ...

u. E aqui se agiganta a figura do Ti Sarabando.

A IGREJA NO HAITI




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Jornal i: A pobreza não tem ideologia

O problema de procurar respostas para a pobreza é acreditar que numa delas está a solução. E procurar na ideologia esse bilhete premiado

Há 2 milhões de pobres em Portugal. Isto quando se adicionam apoios sociais do Estado aos seus fracos rendimentos: sem subsídios, são 4 milhões de portugueses que vivem com menos de 360 euros por mês. Impressionante? Estes números não servem para nada. Isso: não servem para nada - a frase, dura como ácido, valeu um prémio Nobel a Amartya Sen.


Para este indiano conhecido como a Madre Teresa da Economia, a pobreza não se afere pela existência de um ou mais dólares na carteira de cada um. O dinheiro importa, claro, mas para medir as necessidades que não se conseguem pagar com esse dinheiro. Parece a mesma coisa, mas não é: o que Sen mede é aquilo que cada pessoa consegue atingir com determinado nível de rendimento. Há gente a quem a falta de dinheiro não impede de se tornar rica - como existem crianças que nascem ricas e acabam pobres. Porquê?

A resposta valeu o prémio Nobel da Economia a Amartya Sen em 1998, mas nem ele ficou satisfeito com ela: a pobreza ou a ausência dela depende das circunstâncias em que vive cada pessoa, da sua genética, da sorte, dos seus pais, do clima, da roupa que usa, da voz que tem, das emoções que transmite e de um conjunto impressionante de outras possibilidades que salvam uns mas condenam outros.


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As sociedades humanas não podem subsistir sem o exercício do poder


Amor que serve

'Potestas' e 'auctoritas'



Mesmo não entrando em tecnicismos, esta distinção que os romanos faziam entre potestas e auctoritas pode ser fundamental, concretamente para os tempos que atravessamos.
Claro: há muitas formas de poder, desde os órgãos de soberania ao poder da moda, e Max Weber, por exemplo, distinguiu vários tipos de poder: legal, carismático, tradicional. Mas, aqui, poderíamos dizer, ainda que simplificando muito, que a potestas - vem de potis, com o significado de senhor de, que exerce o poder sobre - tem a ver com o poder no sentido institucional. Assim, os magistrados têm poder, os presidentes de câmara têm poder, os deputados, os bispos, os ministros, os presidentes de junta de freguesia, os polícias, os pais, os padres, os generais, os professores... têm poder. As sociedades humanas não podem subsistir sem o exercício do poder. Há sempre o poder enquanto domínio para que os grupos possam viver organizadamente e sem violência.

Para começar este sábado, poesia de Eugénio Beirão





“FINJO QUE SOU POETA”

Finjo que sou poeta
e construo flores de palavras
que uso na lapela.
Mas poeta eu não sou.
Assomo apenas à janela
a contemplar os astros;
e com luminosos traços
ensaio dizer o deslumbramento.

Eugénio Beirão
In Os Dias Férteis

Nota: Sobre o livro Os Dias Férteis, que ando a ler, hei-de publicar aqui, um dia destes, algumas reflexões. Como conheço o autor e as suas diversas capacidades literárias e culturais, adianto que precisa de ser mais lido.
FM

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

350 mil entradas no Pela Positiva

Como facilmente se pode ver, o meu blogue Pela Positiva acaba de registar 350 mil entradas. Motivo para saudar todos quantos, dos mais diversos pontos do mundo, entraram em sintonia comigo. Em sintonia pelo espaço, que não totalmente pelas ideias, como decerto se compreenderá. Enquanto tiver saúde e forças, já que determinação me não falta, por aqui estarei ao sabor da maré da Ria de Aveiro, que comanda os nossos humores.

Um abraço para todos

Fernando Martins