quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Boas Festas, com votos de um excelente ano de 2010




No cimo do meu blogue, em destaque, está uma frase interessante que veio num e-email de um fiel leitor e amigo. Dá, julgo eu, para pensar.
De facto, está em nós a resposta para muitos problemas de que nos queixamos no dia-a-dia. Será que somos, nós, os portugueses, pessimistas? Talvez. Pessimistas e habituados a protestar por tudo e por nada. A culpa dos males que nos afligem é normalmente dos outros. E para descarregarmos as nossas raivas, privilegiamos o Estado. O causador dos ancestrais atrasos em que estamos mergulhados, dizem. Mas, se pensarmos bem, até nem estamos.
Eu sei que dez por cento dos portugueses passam fome. Outros dez por cento estão no limiar da pobreza. E os restantes 80 por cento?
As notícias alusivas à passagem do ano dizem que os hotéis e os grandes centros turísticos estão cheios. Cheira-me a festa por todos os lados e não há casa mais ou menos remediada que não tenha hoje mesa farta para festejar a entrada no ano 2010.
Será uma forma de esquecer tristezas? Se calhar é isso. Mas no dia 2 de Janeiro, como manda a nossa tradição, depois da digestão bem feita, lá voltaremos às nossas queixas e protestos. Até à entrada do ano 2011.
Boas festas para todos.

Fernando Martins

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Valdemar Aveiro fala da Pesca do Bacalhau com paixão

A epopeia da Pesca do Bacalhau
não desmerece nada dos Descobrimentos 


Valdemar Aveiro, 75 anos, capitão da Pesca do Bacalhau, acaba de reeditar “80 Graus Norte – recordações da Pesca do bacalhau”, agora em formato clássico, com a chancela da Editorial Futura. Para além de capitão, “foi um grande pescador e um grande homem”, no dizer de um seu tripulante, que recordou, com emoção, conversas muito próximas com o seu amigo comandante, olhando o mar onde procuravam o fiel amigo com entusiasmo nunca regateado.
Tendo Aveiro por apelido familiar, nasceu em Ílhavo, mas habituou-se a conviver com gafanhões desde menino, com sete anos, quando acompanhava sua mãe, vendedeira, por terras da Gafanha. Depois casou na Gafanha da Nazaré e está na história da Pesca do Bacalhau à linha, e não só.
O seu gosto pela escrita remonta à sua juventude, quando os amigos lhe pediam que escrevesse cartas de amor para as suas namoradas. Contudo, nunca se arriscou a escrever ficção, porque a arte de criar personagens, como fazem os ficcionistas, não lhe está no sangue. Mas escrever e falar sobre a epopeia da Pesca do Bacalhau, “que não desmerece nada dos Descobrimentos”, é com ele. Para breve haverá um novo livro, onde recordará empresas, empresários, gente da nossa terra. Não se considera escritor, mas “um contador de histórias”
O seu entusiasmo pelas recordações de tudo quanto envolve a saga dos bacalhaus é paralelo à necessidade que sente pela preservação da nossa identidade, indissoluvelmente ligada ao mar, desde tempos anteriores à nossa nacionalidade.

Luta contra a pobreza vai começar a sério...



Não há ninguém dispensado
deste esforço de combate à pobreza e à exclusão

 
Portugal vai gastar em 2010 mais de 700 mil euros para colocar o tema da pobreza na ordem do dia e mobilizar a sociedade civil para o seu combate. Em entrevista à agência Lusa, a dois dias do arranque do Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social, o responsável pelo grupo de trabalho em Portugal, Edmundo Martinho, explicou, em traços gerais, os objectivos da iniciativa europeia. "Não se pretende que no final de 2010 não haja pobreza em Portugal, mas que tenha havido impactos muito fortes e que todos nós compreendamos que não há ninguém dispensado deste esforço de combate à pobreza e à exclusão", resume.
 
Ler mais aqui

A arte vem sempre a tempo


Os votos do Museu da Cidade de Aveiro para 2010 vieram com esta imagem, que partilho com os meus leitores. A arte fica sempre bem em qualquer sítio. Como aqui, no meu blogue. De mesmo modo, agradeço ao Museu da Cidade de Aveiro, que visitei tantas vezes em 2009, os votos que me remeteu, ao mesmo tempo que desejo a todos os amigos um ano de 2010 cheio de paz.


Blogue de Schoenstatt de Aveiro com actualização em dia

Vidas alegres e felizes

O Movimento Apostólico de Schoenstatt da Diocese de Aveiro também tem o seu blogue, que aposta em manter uma actualização constante. Ainda bem. Assim, quem quiser saber o que se projecta e faz ao nível dos diversos sectores schoenstattianos só tem que clicar no sítio certo em que ele mora. Jovens de todas as idades, menos jovens com a força dos mais novos, espiritualidade quanto baste para vidas coerentes e sadias, alegres e felizes, de tudo um pouco por ali se respira, à sombra do Santuário que tem Nossa Senhora por Rainha e o Padre Kentenich por conselheiro oportuno e actual. Vejam aqui.

FM

Vaticano recorda os 20 anos dos Simpsons


Irreverentes, escandalosos e irónicos,
desorganizados e profundos


“Ternos e irreverentes, escandalosos e irónicos, desorganizados e profundos, filosóficos e com traços até teológicos, síntese louca da cultura pop e da apática e niilista «middle class» americana”: eis os Simpsons segundo o L’Osservatore Romano, que evocou o vigésimo aniversário da série de desenhos animados concebida pelo norte-americano Matt Groening.

O jornal do Vaticano recorda que a família da cidade de Springfield ganhou 23 Emmys. Em 1999, a revista «Time» definiu-a como a “melhor série televisiva do século” e, nessa mesma edição, Bart fez parte da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, no 46.º posto. No ano seguinte, conquistavam uma estrela na «Hollywood Walk of Fame».

Ler mais aqui

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Cortejo dos Reis nas Gafanhas



Com os meus votos de Bom Ano

Depois do Natal, as gentes das Gafanhas começam a preparar, com mais intensidade, os Cortejos dos Reis. Tradição antiga que se mantém actual, apesar das solicitações hodiernas desafiadoras de outros interesses. O porquê de tudo isto não terá explicação fácil. A verdade é que, ano a ano, o povo sabe que tem de entrar nesta festa, acompanhando os Magos, sem camelos que os transportem mas com cavalos, que procuram o encontro com o Menino-Deus.
Há autos que recordam cenas bíblicas, cânticos a condizer com a quadra e presentes para o Menino. Só que, o Menino, desde que nasceu, nos ensinou generosidade e desprendimento dos bens terrenos, deixando tudo o que Lhe dão para as comunidades paroquiail que O adoram.
Esperando que os povos das Gafanhas se empenhem, como sempre o fizeram,  para que a festa seja o mais participada possível, aqui deixo os meus votos de Bom Ano Novo.

FM

Investigadores da UA avaliam potencial ecológico das massas de água costeiras e de transição



Uma equipa de docentes e investigadores do Departamento de Biologia da UA e do Centro de Estudos do Ambiente do Mar (CESAM) – laboratório associado – participa, com especialistas de outras unidades de investigação, no projecto que tem como objectivo avaliar o estado/potencial ecológico de todas as massas de água costeiras e de transição do país. Neste projecto, coordenado pelo Instituto da Água, I.P. (INAG), os peritos da UA têm a seu cargo a amostragem e análise do fitoplâncton, das populações piscícolas e dos invertebrados bentónicos.

Ler mais aqui

domingo, 27 de dezembro de 2009

Ainda a nossa ria e o Jardim Oudinot

Em primeiro lugar, boa tarde

Depois, como já disse, que o seu (nosso) natal tenha sido efectivamente como o descreveu.
A seguir, é para lhe dizer que, como de costume, as suas intervenções, oportunas e fundamentadas, são mesmo formidáveis.
Estou de acordo com o que disse acerca da ria, principalmente para os «gafanhões».
Eu sou do tempo em que ia à praia (algumas vezes ia daqui, de Valongo, de bicicleta) pela ponte de madeira e essa descrição do local do campo de futebol, parece que ainda o estou a ver, pois tenho a impressão que era perto do forte, onde está o «velho» farol.
É que além de muitas outras coisas, fiz parte do executivo da Associação Desportiva Valonguense e cheguei a ir a esse campo ver o futebol.
Isto era quando andava «muito doente». Curei-me, graças a Deus.
Por último e principalmente, a propósito do Jardim Oudinot. Confesso que não o conheço!
E depois, quando for grande e tiver uma máquina fotográfica como a sua, vou aí tirar umas fotos.
Que são excelentes, como as da Figueira!!!!!!!
Peço desculpa pelo desabafo, mas sou assim. O que é que hei-de fazer?
Um abraço e desejo de muita saúde e votos de melhor ano que o que está a terminar.

J. M. Ferreira

NOTA: Cometi um pecadito, ao publicar sem sua autorização o e.mail que me enviou, mas espero que me perdoe. Era para lhe pedir a absolvição, mas o meu amigo não tem poder para isso. De qualquer forma, o pecadito serve para partilharmos sentimentos. E como a amizade é dos tais sentimentos que valem muito... 
O problema maior é o pecado grave que me confessou... Então desconhece o Jardim Oudinot, a grande e bela sala de visitas do concelho de Ílhavo, que a Gafanha da Nazaré recebeu, porque a mereceu, com tanto carinho? Esse, sim, é que é um pecado pesado, que nem sei como hei-de perdoar-lhe! Como, porém, tenho por hábito perdoar, sobretudo quando aceito razões para a falta, vou conceder-lhe o perdão, se assumir como penitência a divulgação pública da promessa de uma visita ao Jardim Oudinot, logo que lhe seja possível! Se não vier, a penitência terá de ser mais pesada!
Um abraço, com votos do melhor ano da sua vida, esse que aí vem com o nome de 2010... 

Fernando Martins

Ligação ferroviária à área portuária inaugurada fora do prazo


O Jardim Oudinot é que nos vale


Gafanha da Nazaré quase sem ria à vista

A Gafanha da Nazaré nasceu envolvida pela ria. Os primeiros gafanhões eram agricultores, e, tanto quanto se sabe, da ria só usufruíam o que ela lhe dava sem grande esforço. Moliço para fertilizar os campos areentos, alguns peixitos e até marisco: cabozes, berbigões, a que chamavam cricos, mexilhões, amêijoas, burriés e pouco mais.
A ria era sua. Estava franqueada por todos os lados. Os gafanhões podiam nadar, pescar,  apanhar o arrolado, apreciar a beleza da paisagem lagunar. Na Marinha Velha, onde chegou a haver uma salina, com o mesmo nome, também existiu um campo de futebol, no sítio, mais ou menos, onde hoje mora o Porto de Pesca Costeira.
O progresso, contudo, tem os seus custos. A ria que era do povo passou a estar interdita ao mesmo povo. O polivalente Porto de Aveiro, com todas as suas vertentes (o único do país com essa característica) ocupou quase todos os acessos aos amantes da nossa laguna. Só de longe a podemos contemplar e receber dela aquele cheiro a maresia de que tanto gostamos.
De brinde, porém, deram-nos o Jardim Oudinot, com toda a sua beleza. Mas a ria, amigos conterrâneos, deixou de ser nossa, para pertencer ao desenvolvimento da região e do país. Do mal, o menos.
Com a ligação ferroviária ao Porto Comercial, a situação vai agravar-se. A linha do caminho-de-ferro vai estabelecer uma nova e mais firme separação entre a cidade e a ria. A inauguração, prevista para Novembro e depois para finais do ano 2009, não se concretizou, com rigor, nos prazos anunciados. Ficará para 2010, para então contribuir para a implementação da estrutura portuária. Nessa altura, com a barreira estabelecida, os gafanhões terão de procurar outros mirantes para desfrutarem do ar e da água da sua ria.

Fernando Martins