quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Teremos de ir mesmo pela estrada da tempestade e do medo?


Ban Ki-moon


A fuga ao fracasso?

1. Aproximam-se os dias da verdade sobre o que queremos (ou não queremos) em relação ao futuro da Humanidade. Já há muito que as questões ambientais deixaram de ser uma “moda” de modernidade ou tidas como algo de “esquisito” em relação à normalidade; aliás, para haver normalidade e futuro respirável cada cimeira ou encontro sobre as alterações climáticas vão sendo passos que se afirmam decisivos e inadiáveis. Decorrerá de 7 a 18 de Dezembro a Cimeira de Copenhaga, de onde se espera que saia o novo acordo global sobre as questões ambientais, vindo substituir o Protocolo de Quioto (1988). A pressão cresce em todos os quadrantes. Sublinha o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que seria «moralmente indesculpável» o fracasso da Cimeira que está a chegar. A-ver-vamos…!

2. É verdade puríssima que os índices de responsabilidade cresce à medida que a ciência e o conhecimento vão demonstrando a evidência dos factos; é «verdade inconveniente» (Al Gore, 2006) que não se poderá ver com olhar simplista um processo de mudança de comportamentos e atitudes, mas que urge mudar estabelecendo padrões de vida sustentável, o que se vai confirmando como a única tábua de salvação. As alterações climáticas, no dizer de Ban Ki-moon «são a questão dominante da geopolítica e economia mundiais do século XXI, uma questão que afecta a equação mundial do desenvolvimento, da paz e da prosperidade.» Diremos que se não vamos lá (por um humanismo saudável e) pela via “razão”, teremos de ir mesmo pela estrada da tempestade e do medo.

3. Desconcertante é a afirmação do “pai” dos alertas das alterações climáticas, James Hansen, quando ele diz em entrevista ao The Guardian que «é preferível que a Cimeira de Copenhaga falhe». Talvez Hansen diga isto para alarmar, sabendo como são as boas (mas estéreis) intenções; ele considera este ser «o desafio moral do século». Tem razão, ou não dê a própria sobrevivência (em causa) razões para repensar a vivência!

Alexandre Cruz

Copenhaga: Por um acordo global pós-2012




Entre 7 e 18 de Dezembro, os ministros do Ambiente vão reunir-se em Copenhaga para a conferência do clima das Nações Unidas. O objectivo é tentar alcançar um novo acordo que substitua o Protocolo de Quioto, que termina em 2012.
A cimeira vai ter lugar no maior centro de conferência da Dinamarca, o Bella Center e vai durar duas semanas. Esta é a última de uma série de reuniões, que tiveram a sua origem na Cimeira do Rio em 1992.
Os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, defendem que países ricos como os Estados Unidos e o Reino Unido devem dar um "claro exemplo" na redução de emissões de gases como efeito de estufa. O próprio Bento XVI afirmou, este ano, que que os países industrializados devem cooperar "com responsabilidade pelo futuro do planeta e para que não sejam as populações mais pobres a pagar o preço maior pelas mudanças no clima".
Os Estados Unidos da América não ratificaram o Protocolo de Quioto, argumentando que a redução exigida (menos 5% de emissões) iria "arruinar a economia dos Estados Unidos", além de não exigir reduções aos países emergentes.
Já em Agosto, Bento XVI enviava uma mensagem de apoio à Cimeira de Copenhaga, afirmando ser fundamental que “a comunidade internacional e cada governo enviem os sinais certos aos seus cidadãos e consigam travar as formas prejudiciais de tratar o ambiente”.
"Os diversos fenómenos de degradação ambiental e as calamidades naturais, que a comunicação social regista várias vezes, lembram a urgência do respeito pela natureza, recuperando e valorizando na vida de cada dia uma relação correcta com o ambiente”, disse.
Na Dinamarca, os líderes mundiais têm a oportunidade de entrar na história, por ocasião da maior conferência sobre Alterações Climáticas desde Quioto. O dossier da Agência ECCLESIA apresenta, esta semana, um olhar especial sobre o futuro do planeta e a defesa do ambiente, antecipando a Cimeira.

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Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua S. Francisco Xavier


Rua S. Francisco Xavier



O Apóstolo das Índias que todos recordamos


Na Gafanha da Nazaré não podia faltar uma rua dedicada a São Francisco Xavier, o Apóstolo das Índias, como desde criança ouvimos chamar-lhe. Parte do cruzamento das Caçoilas, como é conhecido, perto da igreja matriz, e leva-nos até à Gafanha da Encarnação, ligando as duas freguesias mais antigas da região das Gafanhas.
Ainda sou do tempo em que esta rua era de saibro, cheia de covas, sobretudo no Inverno, provocadas pela água, com a ajuda dos automóveis e camionetas, que sempre foram muitos, fruto do desenvolvimento demográfico, social e económico. Por ela, podemos seguir para as Gafanhas da Encarnação, Carmo, Boa Hora, continuando depois até Mira e outras povoações.
A estrada que liga as duas Gafanhas, da Encarnação e da Nazaré, foi construída, segundo o Padre Rezende, na década de 20 do século passado. Refere o primeiro prior da Gafanha da Encarnação que na sessão da Câmara de Ílhavo, de 21 de Julho de 1928, sob a presidência de Dinis Gomes, foi autorizado o pagamento da despesa com a construção dessa estrada. Mais pagamentos foram autorizados na sessão de 15 de Agosto de 1931, ficando assim “estabelecida a comunicação viária entre as duas freguesias”.
E posto isto, vamos ver um pouco quem foi São Francisco Xavier, um santo que ficou na memória de todos nós e dos indianos, que veneram o seu corpo, sendo actualmente patrono da Arquidiocese de Goa e Damão.
Nasceu no Castelo de Xavier, em Navarra, em 7 de Abril de 1506. Estudou em Paris e torna-se amigo de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, a que adere.
A pedido do nosso Rei D. João III, que solicitara ao Papa autorização para enviar um grupo de jesuítas para missionar no Oriente, vem para Lisboa. Chega a Goa em 1542, mas em 1546 segue como missionário para as Molucas, Temate, ilha de Moro e Malaca.
Regressa a Goa entre 1547 e 1549, mas ainda vai para o Japão, onde assume hábitos e trajes japoneses, voltando definitivamente para a Índia em 1551. Finalmente, parte para a China no ano seguinte, mas, ao chegar à ilha de Sanchoão, adoece, acabando por morrer em Dezembro de 1552.

Fernando Martins

A Igreja Católica celebra hoje S. Francisco Xavier



O Apóstolo das Índias


Nasceu no castelo de Xavier, em Navarra (Espanha) no ano de 1506. Quando estudava em Paris, juntou-se ao grupo de S. Inácio. Foi ordenado sacerdote em Roma no ano de 1537 e dedicou se a obras de caridade. Em 1541 partiu para o Oriente. Evangelizou incansavelmente a Índia e o Japão durante dez anos, convertendo muitos à fé. Morreu em 1552 na ilha de Sanchoão, às portas da China.

Lançamento do livro "Intervenção da Igreja na sociedade portuguesa contemporânea"



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Dia Mundial dos deficientes: 3 de Dezembro



TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS

Um dia, ao fazer uma visita ao interior de um Hospital Psiquiátrico, o seu Director depara com esta cena bizarra: um doente, ali internado, transportava um carrinho de mão, de pernas para o ar. Interpelado sobre as razões da sua atitude, respondeu, prontamente: - É que... se eu o voltar ao contrário, carregam-no com tijolos.
A interpretação do facto ficará a cargo de cada um, não me competindo a mim, entrar em divagações.
Vem isto a propósito de muitos cidadãos com quem nos cruzamos no nosso dia-a-dia, por qualquer particularidade no seu comportamento, serem rotulados de “anormais”, com toda a displicência e arrogância. Não encontrei, ainda, a bitola para classificar as pessoas, medindo-lhes as capacidades intelectuais e outras, o que talvez permitisse estabelecer claramente a barreira entre a normalidade e a insanidade mental. Quando ouço os peritos na matéria, fico cada vez mais perplexa, pois em vez de me ajudarem a “rotular” as pessoas, fico com a sensação que a loucura anda por aí a espreitar em pessoas que se intitulam de muito sãs!
As entidades oficiais adoptaram a política de inclusão dos cidadãos deficientes, no meio da grande massa dos alunos ditos normais, numa perspectiva de desenvolvimento, da aceitação do outro e da tolerância.
Se aprofundarmos bem esta questão, veremos que anda por aí muita gente com “pancas” bem declaradas, sob a capa de respeitáveis cidadãos. Chamar anormal a uma pessoa comum, apenas porque não se rege pelos parâmetros da maioria iluminada, é algo de muito perigoso e até arriscado. Chovem de cima os exemplos de anormalidade, em todos os campos de acção, sendo o político aquele donde são recrutados os maiores exemplares.
Se a imoralidade, o despudor, a par com a violação dos valores e princípios que deveriam nortear a vivência em sociedade, grassam em campo aberto, quem sou eu para olhar o meu próximo com olhos discriminadores?
Prefiro quedar-me com a frase feita: Todos diferentes, todos iguais.

M.ª Donzília Almeida

03.12.09