quarta-feira, 1 de abril de 2009

Genéricos: expliquem-me, por favor

Há problemas simples que algumas pessoas gostam de complicar. Quando os genéricos surgiram no mercado, foi dito e redito que os referidos medicamentos eram absolutamente iguais aos de marca. Eram fabricados, foi sublinhado, com a mesma substância activa, não diferindo, em nada, dos outros medicamentos, sendo, no entanto, mais baratos. Dizia-se, então, que a diferença de preços era resultante das publicidades feitas pelos fabricantes e dos processos de produção levados a cabo pelas grandes indústrias. Outras razões estariam na base da produção e na ausência de concorrência. Ora, tanto quanto sei, os genéricos continuam a ser ignorados por muitos médicos, que também manifestam uma certa relutância em autorizar a substituição. Um dia destes aventou-se a hipótese de os farmacêuticos poderem trocar os medicamentos receitados pelos genéricos. Logo vieram alguns clínicos com os habituais alertas de que não se responsabilizam por eventuais danos para os doentes daí resultantes. Pergunto: - Os genéricos são ou não são fabricados com os mesmos elementos activos? - Os processos de fabrico são ou não são fiscalizados pelas entidades competentes? - Os farmacêuticos têm ou não têm competência técnico-científica para procederem à substituição do medicamento pelo respectivo genérico? - Os genéricos são ou não são mais baratos, tanto para o Estado como para o doente? - Por que razão não receitam os médicos, com toda a normalidade, os tais genéricos?
Fernando Martins

A cimeira da «Mudança»?

1. Uma carta aberta aos líderes europeus de um grupo de intelectuais e políticos do velho continente é mais uma forte achega para os compromissos e as responsabilidades indispensáveis a serem assumidos pelos primeiros responsáveis do G20, os vinte países mais industrializados e ricos do mundo, estes que se encontram reunidos em Londres. Decorrendo a cimeira na Europa, o conceituado analista «Timothy Garton Ash escreve na sua mais recente coluna do The Guardian que “a Europa será o grande ausente” da cimeira do G20.» (citado de Teresa de Sousa, Público 01-04-2009). A inquietude num mundo de crise em tempo mudança desafia todos a darem o melhor de si, os estados e os continentes regionais, como os trabalhadores, empresas, cidadãos.

Papa envia mensagem ao G20

Bento XVI enviou uma mensagem ao primeiro-ministro britânico Gordon Brown, em vésperas da Cimeira do G20, que decorre Quinta-feira, em Londres. O Papa defende a necessidade de “coordenar os esforços entre governos e organizações internacionais para sair da crise global, sem recorrer a nacionalismos ou proteccionismos”.
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Arquivo Histórico do Porto de Aveiro vai ficar na Internet

O Arquivo Histórico-Documental do Porto de Aveiro vai ficar disponível na Internet e aberto, por isso, a todos os interessados, investigadores ou simples curiosos. Trata-se de uma iniciativa pioneira, a apresentar no dia 3 de Abril, data da histórica abertura da Barra de Aveiro, no ano 1808. «As Comunidades Portuárias, portuguesas e estrangeiras, os cientistas e os cidadãos em geral passam, a partir de agora, a dispor de um instrumento de grande utilidade para consulta e apoio à investigação», refere a Administração do Porto de Aveiro(APA). Com a apresentação, a cargo de Dinis Alves, que decorrerá dia 3, na sede da APA, é disponibilizado online um primeiro lote dos milhares de documentos existentes, composto por oito núcleos, que se subdividem em 20 secções.

País Solidário

Como resposta, necessária e urgente, à crise que afeta as pessoas e famílias, grandes empresas acordaram agora, e bem, para dar uma ajuda. Fundação Gulbenkian, EDP, Millennium BCP, BPI e Caixa Geral de Depósitos, entre outras, apostam em dinamizar a sociedade para o apoio a quem mais precisa. Mas a verdade é que as instituições de caridade e de solidariedade social, a par do povo anónimo, há muito que lutam, diariamente, para matar a fome, de pão e de tudo, a quem foi apanhado pela crise, neste mundo de abundância para alguns. Há novos pobres, já se sabe. De qualquer forma, acho bem que aquelas empresas deem algo dos muitos lucros que costumam ter ao fim do ano.
Nota: Texto respeitador do Acordo Ortográfico

A moral ou o moral?

No PÚBLICO de hoje, na última página, lê-se: "Selecção nacional - Uma vitória frente à África do Sul para levantar a moral". Não concordo com esta afirmação. E não concordo porque, tanto quanto sei, os nossos jogadores são pessoas decentes. São homens cumpridores das regras morais que a sociedade estabeleceu. Já se sabe que um ou outro craque de quando em vez descarrila, mas isso é outra conversa. O que o jornalista queria dizer, julgo eu, é que esta vitória levantou o moral dos nossos jogadores. Na dúvida, esqueceu-se de consultar o dicionário. Fica para a próxima.

Dia Internacional do Homem

OS HOMENS TAMBÉM MERECEM UM DIA
Foi, há pouco tempo, festejada a efeméride do dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Nunca me arroguei o direito de lutar pela igualdade, e cheguei a afirmar, a plenos pulmões que não a desejava! Mas...acho que menti...ou melhor, omiti, sendo a omissão uma forma velada de mentira. Passo a explanar! Se as mulheres que viveram e vivem, as mais das vezes, na sombra, muitas vezes à sombra de homens altos (!?), têm um dia dedicado a elas, por que cargas d’ água, o homem que é o motor da humanidade, não merece também um dia só para ele? A cada passo ouvimos dizer que o progresso, nos mais variados sectores, é atribuído ao Homem! O Homem está na origem de todos os feitos heróicos, o Homem chegou à lua! O Homem destacou-se na política, na religião, nas artes! Há muitos santos e raras santas (?)! Os topónimos são, maioritariamente, masculinos! As escolas têm patronos masculinos! Assisti a uma excepção, na Cidade Invicta, onde uma mulher, distinta nas Letras, deu nome a uma Escola Preparatória! Maria Lamas! Estava já na fase final da sua longeva existência, mas ainda manteve correspondência com alunos nossos, no ano da Graça de 1982/83. A excepção para confirmar a regra de que só os homens têm visibilidade, na cena pública? Talvez! Esporadicamente, vem-me à memória algum nome sonante como Marie Curie, cujo marido, também um físico de craveira, se celebrizou, por arrastamento! Mas, meus caros senhores, sois vós que arrostais com a glória do progresso, do... ”Sempre que o Homem sonha... o mundo pula e avança!” Diz o grande Gedeão! Por tudo o que acabei de referir, acho, na minha modesta opinião de mulher que nunca pugnou pela igualdade das mulheres, mas que se bate, agora pela igualdade dos homens, que eles também merecem um dia, c’os diabos! Não podem ficar atrás de nós! Por tudo isto, resolvi congregar os esforços de um grupo de mulheres activistas, que como eu lutam pela igualdade dos cavalheiros! São criaturas tão valiosas para o equilíbrio da sociedade, tão empenhadas na ecologia, na defesa dos dotes femininos, etc, etc, que por uma questão de equidade, merecem aquilo que lhes é devido por direito. Assim, resolvemos fazer um abaixo-assinado, que conta já com inúmeras assinaturas, para circular na net, no sentido de angariar elementos necessários e suficientes, para ter força de petição, na Assembleia da República. Contamos com a adesão de um nº significativo do elemento feminino, pois nos desgosta sobremaneira que os homens sejam discriminados de forma tão gritante! Eles que vão à frente das mulheres, em tudo (!?), ficarem atrás, em termos de comemoração? É injusto, incorrecto e imprudente! E... se eles resolvem juntar-se numa insurreição masculina e destronam as mulheres, das suas tarefas domésticas, que elas tão “ciosamente” açambarcam? Ah... mulheres de todos os quadrantes! Lutemos pelo direito dos homens à igualdade! Não os subestimemos, pois... é tão bom ver uns braços musculosos... a mudar o pneu ao nosso automóvel!!!!!! Mª Donzília Almeida 19 de Março de 2009