sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Ligação rodoviária entre Aveiro e Ílhavo autorizada pelo Governo

Jornal PÚBLICO anuncia...
O governo reconheceu hoje que a ligação rodoviária entre Aveiro e a cidade de Ílhavo era de interesse público e autorizou a utilização de solos da Reserva Ecológica Nacional. O despacho foi feito pelos ministérios do Ambiente e das Obras Públicas.
O despacho, assinado pelo secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Machado Ferrão, e pelo secretário de Estado adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, publicado hoje no Diário da República, determina que "seja reconhecido o relevante interesse público da construção da ligação entre Aveiro e Ílhavo da Circular Interna Poente à cidade de Ílhavo, correspondente à segunda fase da variante norte.
A obra, segundo a decisão, melhora a acessibilidade e mobilidade da zona, “desviando o trânsito da EN 109 e da sua passagem pela cidade de Ílhavo e fazendo a ligação ao concelho de Aveiro”.
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Um Livro de Georgino Rocha

Na abertura solene do ano académico do ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro), a 8 de Novembro, no auditório do Seminário de Santa Joana Princesa, vai ser apresentado o mais recente livro de Georgino Rocha - “Paróquia e unidades pastorais”. A sessão terá lugar às 11.30 horas e sobre a obra falará o Prof. Doutor Manuel Alte da Veiga, membro do Conselho Científico daquele Instituto Superior. Este livro de Georgino da Rocha, padre da Diocese de Aveiro, Pró-Vigário Geral, Assistente da Comissão Justiça e Paz e da Comissão da Cultura, vem na sequência de um conjunto de artigos publicados no “Correio do Vouga”, entretanto revistos, oferecendo matéria mais do que suficiente para uma reflexão aprofundada de todos os que vivem a problemática paroquial e, ainda, dos que vão experimentando as unidades pastorais, com todos os desafios que elas comportam. Sobretudo - sublinhe-se - face às exigências dos tempos actuais e às dinâmicas que se impõem no âmbito da nova evangelização. A paróquia mostra-se neste trabalho de Georgino Rocha sob várias perspectivas, partindo da sua necessidade e suficiência até se abrir ao futuro com confiança, passando pela sua missão na Igreja e pela importância da comunidade cristã na sociedade pluralista e solidária. A vida comunitária e as comunidades que existem, o arciprestado na estrutura eclesial e a realidade das unidades pastorais, com inovadora configuração, são outros tantos capítulos dignos de meditação dos fiéis e de todos quantos se debruçam sobre temas pastorais. No fundo, trata-se de um contributo pedagógico que surge na altura da implementação do Plano Diocesano de Pastoral, o qual, sem menosprezar a paróquia, convida a abrir os horizontes para além dela, a começar pelas unidades pastorais e a centrar-se no arciprestado.
Fernando Martins
NOTA: Pela importância desta obra, em breve voltarei ao assunto.

Poesia na Biblioteca Municipal de Aveiro

O Grupo Poético de Aveiro vai realizar um Recital de Poesia na Biblioteca Municipal de Aveiro, dia 7 de Novembro, sexta-feira, pelas 21h30m, aberto a todos os amantes da poesia, em especial, e da cultura, em geral. Tendo por tema “Os Quatro Elementos”, o Grupo Poético conta com Jorge Neves e José Jerónimo Ferreira, que dirão os poemas escolhidos.

Sabia que...

Sabia que a caixa mágica a que chamamos Multibanco surgiu em Portugal em 1990? É verdade que começou antes, concretamente em 1985, mas estava acessível a muito pouca gente. Mas a caixa que dá dinheiro e nos permite, hoje, fazer os mais diversos pagamentos, quase sem sair de casa, tem, apenas, entre nós, 18 aninhos. E tão importante se tornou que ninguém consegue, nos dias apressados em que vivemos, passar sem ela. O mundo, realmente, sempre nos oferece cada coisa...

EUA: Votem depressa!

A democracia é, de facto, o sistema político que mais convence. Diz-se que é, de todos, o menos mau. Mas é o único em que o povo decide. Bem ou mal, mas decide. As eleições para a presidência dos EUA, até ver o mais poderoso país do mundo, são um exemplo concreto da participação popular na escolha do Presidente. Norte-americanos e todo o mundo vivem intensamente as eleições presidenciais. Nem sei como é que os patrícios do Tio Sam conseguem trabalhar naquele ambiente escaldante que as televisões nos mostram. Tão escaldante que chegamos a sentir aquilo como coisa nossa. Por cá, por Portugal, estou em crer que a maioria votaria Obama. É o mais aberto, mais simpático, não tem nada a ver com as guerras em que se envolveu Bush, é um jovem com carisma. McCain não mostra vitalidade, transposta às costas os erros dos republicanos, não goza da simpatia do mundo. Eu, que votaria Obama, não deixo de recear que por lá o racismo fale mais alto na hora da verdade. A luta vai ser dura até à abertura das urnas e da decisão final dos delegados em assembleia de tira-teimas. Mas, por favor, resolvam isso depressa. O mundo tem muitos e graves problemas. Não podemos passar a vida a olhar para os candidatos a presidente dos EUA. Temos mais que fazer! FM

Diáconos Permanentes celebram 20 anos de ordenação - 5

5 – Ordenação dos primeiros diáconos permanentes A ordenação dos primeiros diáconos permanente aconteceu na Sé de Aveiro, a 22 de Maio de 1988, Dia de Pentecostes. Templo cheio, com o presbitério diocesano e familiares e amigos dos candidatos. Presidiu, obviamente, D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, estando presente D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo Emérito desde 20 de Janeiro de 1988. À homilia, D. António Marcelino lembrou aos candidatos, em especial, e à comunidade diocesana, em geral, que “o diaconado permanente é na Igreja o serviço da caridade, institucionalizado oficialmente. Da caridade no seu sentido mais largo, exprimindo a alma de todo o serviço que a Igreja deve ao mundo e aos homens concretos”. E sublinha: “Embora podendo realizar todas as acções eclesiais – proféticas, litúrgicas e caritativas – compatíveis teológica e canonicamente com o grau sacramental recebido, o diácono é chamado a ser hoje, como servidor, um agente activo de mudança e de evolução pastoral, na procura de formas novas de a Igreja responder a novos problemas e a novas situações. Ele não é ordenado para ser um simples executante de tarefas. A sua maneira de viver, no dia-a-dia, a missão concreta que lhe foi confiada, tem repercussões directas sobre a orientação que a mesma missão diaconal irá tomando no futuro, tanto para si como para a Igreja diocesana.” Tendo em consideração que os diáconos permanentes, como reza o Ritual da Ordenação, “Devem em tudo comportar-se de modo tal que sempre neles se reconheçam verdadeiros discípulos de Cristo, que veio para servir e não para ser servido”, D. António Marcelino frisou que os diáconos permanentes “não vão ser minipadres nem leigos promovidos”, pois “este ministério ordenado tem a sua especificidade própria, a qual tem muito que ver com o fermento novo que o Espírito de Deus vai colocando de muitos modos no seio da Igreja, para a tornar mais evangélica”.
Fernando Martins

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Toda a gente deve dinheiro

Sarsfield Cabral, director de Informação da Rádio Renascença, lembra o que todos eventualmente já sabem: "Toda a gente deve dinheiro: o Estado, as empresas, as famílias e os bancos, que têm de arranjar dinheiro lá fora para emprestar no país." Isto significa que uma nova ordem social tem de brotar na actual sociedade, sob pena de se cair num caos de consequências brutalmente incalculáveis. E depois acrescenta: "... não vale a pena ter ilusões. A crise do crédito vai afectar-nos seriamente." E que dizem de tudo isto os "sábios" das economias e das políticas?

(In)Tolerância

Há dias atrás, no dia do aniversário do meu pai, 15 de Outubro, estava eu postada, com o meu velocípede ecológico, nuns semáforos aqui da nossa terra. A minha atenção foi captada por uma imagem insólita, que havia pouco tempo, eu observara, in loco. Refiro-me a uma serpente, desenhada nas traseiras de uma carrinha, numa espécie de círculo envolvente. Era tal e qual as serpentes que eu vira na Índia, usadas pelos encantadores de serpentes, para gáudio dos turistas. Estava no meu imaginário infantil, o relato de histórias das mil e uma noites, com toda a sua carga de exotismo, de maravilhoso, enfim, do mundo da fantasia que povoa as mentes dos mais miúdos. Lembro até aquele episódio da caixinha que comprara com a serpente dentro e com a qual planeara pregar umas tantas partidas aos amigos! Ao passar por um posto de controle da segurança, a agente policial deu um salto de pânico, ao ver a serpente saltar, inopinadamente, do interior da caixa, ali mesmo, na sua mão. - Então, eles não sabem o que se vende no seu país? Observou alguém do grupo. Eu ria a bandeiras despregadas, lá no meu íntimo, a desfrutar já, as brincadeiras que iria fazer com o brinquedo! Estava eu nesta contemplação, quando ouço uma buzina mesmo atrás de mim. Não dei importância, pois achei que a bicicleta estava bem estacionada atrás da carrinha e segura pela minha mão, no “volante”! O ruído estridente fez-se de novo ouvir e aí eu voltei-me e reparei: estava uma senhora, (‘inda por cima) a protestar e a gesticular com o carro à minha frente que não avançava, depois que o semáforo mudou para verde. Na verdade, desde que me detive na observação da serpente, que me apercebera que quem seguia à minha frente, era um casal de Alemães. A letra D, inscrita no lado esquerdo do carro, dera-me a informação. Que conclusão tirei? É a letra D de Deutscland; obviamente…..ninguém teria escrito ali, o meu nome!!! Eu tive o privilégio de alargar os horizontes do meu conhecimento e aquele que nesse dia completou 89 anos, muito contribuiu para isso! Rendo-lhe aqui homenagem e o reconhecimento do grande investimento que fez em mim. Estou a colher os dividendos de todo o esforço e sacrifício despendidos. Em relação àquela senhora, lamento que a sua ignorância, a tenha feito ser indelicada. Deu uma má imagem dos Portugueses e perante a hesitação manifestada na estrada por um estrangeiro, só me ocorre dizer: só o ignorante é intolerante!
Madona

Política familiar, uma hipocrisia

O que se está passando entre nós, em relação à instituição familiar, no plano legal, com graves e inevitáveis repercussões na vida pessoal e no plano social, é, a meu ver, a mancha mais negra e vergonhosa da nossa história recente. Não serão precisos muitos anos para que os fautores desta vergonhosa façanha o verifiquem, porventura sentindo então as dores, na sua carne e na dos seus, do que fizeram, de modo inconsciente ou condenavelmente premeditado. Trata-se de uma verdadeira política de hipocrisia. Advoga-se por leis, despachos e portarias que as crianças institucionalizadas e os doentes mentais retidos em hospitais devem ser entregues à família, sem se verificar se ela existe e tem consistência e capacidade para assumir essa responsabilidade e consequentes tarefas; retira-se a criança à família que a criou, desde os primeiros dias, para a entregar àquela que a rejeitou ainda antes de ela nascer; fala-se do valor da adopção e paralisa-se o desejo e a vontade de adoptar num emaranhado de burocracias e papéis que mais levam a desistir que a confiar num êxito, ainda que remoto; aceita-se e até se diz, teoricamente, que a família é o melhor espaço e ambiente para educar uma criança, mas criam-se condições legais que a destroem ou a isso dão pretexto e ocasião, privilegiando-se os caprichos pessoais, a falta de esforço normal para ultrapassar dificuldades, menosprezando assim o direito de quem acredita na família e se sente vítima ultrajada dos que a vilipendiam; o divórcio, cada vez mais fácil, é prova de modernidade e de progresso social, sem que se tenha em conta a repercussão desta facilidade em muitas vidas atingidas pelo favor de leis que mutilam a dignidade das pessoas e as libertam de responsabilidades pessoais e sociais; para se apoiarem formas estranhas de casamento, os casos pessoais ganham um direito de cidadania que os sobrepõem a tudo e todos, não se procurando o respeito que a todos é devido, segundo a sua situação e o interesse comum e, a pretexto de igualdade, faz-se um nivelamento que não conta com as naturais desigualdades; sem se olhar à sanidade e ao futuro da sociedade, ridiculariza-se a família normal e o seu direito e dever de procriar, importando-se acriticamente e implementando-se, por força de uma maioria parlamentar, o pensar de estranhos que nunca acreditaram na família, porque nunca saborearam o seu verdadeiro valor e beleza; durante o dia, o Estado considera-se dono das crianças, confia-as a quem não aceita tal princípio, satisfaz-lhes os gostos e aguenta-lhes os caprichos, para, ao fim da tarde, as despejar, caprichosas e frenéticas, nos braços de pais cansados e preocupados e, ai deles, se lhes puxarem uma orelha ou lhes derem uma merecida palmada, pois terão de se haver com a justiça; sem ouvir os pais, mas entalando-os com decisões posteriores a tomar e envolvem encargos, dão-se computadores às crianças que, muitas vezes, em suas casas, não têm resposta possível para as suas maiores necessidades; no direito à educação escolar e à escolha dos projectos educativos os pais não contam e, se ousam contar, são escandalosamente penalizados… A ladainha pode continuar, que não parará logo ali. Na mente de quem legisla e de quem governa o país, parece que a família é mesmo para acabar. Só traz incómodos a quem quer ser livre e encargos ao erário público. E se ela ousa ter quatro ou mais filhos, paga por esta ousadia, porque para muitas destas mentes brilhantes que detêm o poder, mais de dois filhos é prova de insanidade mental. Não escondo nem calo que há medidas a favor da família, mas muitas destas mais preocupadas com o pensar dos estranhos que com a resposta às necessidades. As estatísticas e os relatórios dão números; não mostram rostos nem transmitem dores. E quem está bem não entenderá facilmente as carências de muitas famílias que também pagam impostos e já lhes falta voz para clamarem pela justiça a que têm direito.
António Marcelino

O Fio do Tempo

Uma pausa, uma flor!
1. De forma especial estes dias serão dias da memória que nos interpela e da paz que reconforta. Como que os nossos ente queridos (que algures no “tempo” da história de vida nos deixaram) nos proporcionam uma pausa de reflexão e elevação. Se vivêssemos do outro lado do mundo poderiam ser outras as “pausas” propostas, mas no mesmo sentido de acolher uma dignidade da vida humana que deseja continuar, mesmo para além do tempo e do espaço. O desígnio da eternidade, o anseio existencial profundo de quem quer viver para sempre! Quem não o quer?! Ficou gravado, de há bastantes anos, um belo pensamento de Michel Quoist, estudioso sistemático destes assuntos; dizia ele: «Só o amor é capaz de construir para a eternidade!» Simples e grande… 2. Faz parte da boa tradição viva realizar uma pausa no (possível) stress da vida que as sociedades foram “complicando” e, nestes dias 1 e 2 de Novembro, reencontrarmo-nos num gesto de ternura para com os que nos deram a vida e os valores que hoje “transportamos”. Muito acima do clássico discurso das circunstâncias de que “as flores oferecem-se em vida”, e ainda muito acima dos variados excessos que possam porventura existir nestas coisas… cada vez mais, no tempo que vivemos, é preciosa a partilha de um gesto, uma palavra, um sentimento, uma flor, uma vela! Agarremos o que pode unir e motivar à esperança, este um valor que nos vem do infinito e que nos quer conduzir pela via do “amor” generoso que tudo pode resgatar… 3. Esse recolhimento, rico de memória e em paz, faz-nos mesmo apreciar o essencial da vida, muito acima de todas as mil coisas. Teresa de Calcutá dizia que «um dia seremos considerados não pela quantidade de coisas que fizemos mas pelo amor que colocamos naquilo que fazemos.» Não é pela quantidade nem pelo discurso; serão a qualidade de sentido de vida como serviço a escola do futuro absoluto. Disse-nos Ele, Alfa e Ómega, que não há fórmulas… Cada flor signifique essa procura!