sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A Nossa Gente

Para conhecer mais Gente nossa e, ainda, a história da Filarmónica Gafanhense, clique aqui e aqui.

PONTES DE ENCONTRO

A realidade da Terra e os caprichos siderais de alguns
Que o mundo anda a múltiplas velocidades e que, em muitos casos, a inércia, instalada pelo homem é de tal ordem que as soluções para os problemas, graves e injustos, que afectam a maioria dos seus habitantes, em detrimento de uma minoria, tardam em chegar já todos nós sabemos desde há muito. O próprio Mahatma Gandhi (1869-1948) dizia, frequentemente, que “O mundo é suficientemente rico para satisfazer as necessidades de todos, mas não a avidez de alguns”. Tudo isto não impede o cidadão comum de olhar para todos os lados e cantos do mundo e ver o que de bom e de mau se vai fazendo nele, até porque é uma das melhores maneiras de confrontar a sua consciência crítica, de intervir e procurar modificar o que de inaceitável existe, do ponto de vista dos valores naturais e universais de cada pessoa. É neste olhar global que tomei conhecimento de que, muito provavelmente a partir do ano de 2010, o turismo espacial vai ser possível e a sua generalização – à tal minoria privilegiada – uma realidade. Confesso que, desde pequeno, me fascinou a conquista do espaço e recordo, muito bem, o longo tempo que passei a ouvir, na antiga Emissora Nacional, os comentários e reportagens das viagens espaciais – sobretudo as do Projecto Apolo – através da voz e do grande saber e rigor científico do seu saudoso comentador Eurico da Fonseca. É dentro de todo este contexto, que li a notícia de que, no passado dia 28 de Julho, o multimilionário britânico, Sir Richard Branson, e a sua firma, Virgin Galactic, apresentaram no Deserto de Mojave, a norte de Los Angeles, nos EUA, o avião a jacto, “Cavaleiro Branco – 2”, que servirá de plataforma ao lançamento da nave espacial que colocará os seus seis passageiros (turistas) e os seus dois pilotos a uma altura suborbital de cerca de 110 quilómetros acima da Terra, internacionalmente reconhecida como a fronteira do espaço. O avião a jacto “Cavaleiro Branco-2” tem quatro motores e uma envergadura (maior distância entre as pontas das asas) de 43 metros e levará acoplada a nave espacial, de nome “Eve”, até uma altura de 15 quilómetros, após a qual esta é separada do avião a jacto e lançada, com foguetes próprios, a uma velocidade três vezes superior à velocidade do som, até atingir a distância suborbital. Estes voos espaciais, de ida e volta, sem circularem à volta da terra, incluem 5 minutos de “gravidade zero” e o tempo total da viagem, desde a descolagem do jacto até à aterragem da nave, demorarão à volta de duas horas e trinta minutos. Até agora, já estão inscritas mais de 250 pessoas nestas viagens e a Virgin Galactic espera que, no primeiro ano, sejam transportadas cerca de 500 pessoas, o que corresponde, aproximadamente, ao número de pessoas que foram enviadas ao espaço, desde que, em 12 de Abril de 1961, o cosmonauta russo Yuri Gagarin (1934-1968), se tornou o primeiro homem a ir ao espaço, a bordo da nave Vostok I. O custo, por pessoa, é de duzentos mil dólares, o que corresponde a 127 mil euros. De novo com os pés na terra, estas e outras notícias dão-nos a dimensão dos contrastes e das desigualdades que persistem neste nosso planeta azul, onde milhares de pessoas têm que percorrer, a pé e diariamente, dezenas de quilómetros para irem buscar alguns litros de água para a sua alimentação, situação em que a África é o exemplo mais gritante. É certo que a investigação científica deve estar ao serviço do desenvolvimento integral do ser humano, sobretudo daqueles que mais sofrem e são vítimas de injustiças. São estes que não têm como prioridade de vida andarem pelo espaço, mas apenas querem ter a possibilidade – em regra, negada – de poderem ser felizes na Terra, para, a partir dela, contemplarem a beleza do Universo e do seu Criador. Isto lhes basta!
Vítor Amorim

quinta-feira, 31 de julho de 2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DO FUTEBOL

Em finais da década de 40 e início da década de 50, existiram três clubes de futebol não federado, na Gafanha da Nazaré e um na Gafanha da Encarnação. Mais tarde, já em meados da década de 50, surgiu na Cale da Vila implementado por um grupo de estudantes, o “INDEPENDIENTE”, que pretendia ser uma réplica da Académica de Coimbra. Também era de estudantes e também equipava todo de negro. Não sei qual dos três clubes seria o mais antigo, já que eu era ainda muito criança, mas sei que havia na altura uma grande rivalidade entre eles e também com o “Estrela da Gafanha da Encarnação”. Outros tempos… os mesmos sentimentos, as mesmas paixões pelo futebol!...

Armando Cravo

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NOTA: Agradeço ao meu amigo Armando Cravo a disponibilidade com que acedeu ao convite para colaborar neste meu blogue, com o único objectivo de nos ajudar a reviver tempos idos. É com estes contributos que é possível deixar aos vindouros as marcas indeléveis do nosso passado, de que tanto nos orgulhamos. Assim outros se juntem a nós…
FM

A velha Guarita

A velha Guarita

Há dias referi, neste meu blogue,  a réplica da Guarita que fica enquadrada pelo arranjo urbanístico do Jardim Oudinot. E hoje, ao manusear fotografias antigas, que as tenho por aqui, dei com uma foto da velha Guarita, julgo que na sua localização original. Velha e abandonada, diz-se que serviu de refúgio a um mendigo destes sítios, durante muito tempo. Seria um sem-abrigo dos tempos da minha meninice. Aqui fica para recordação dos que ainda alimentam recordações, boas ou menos boas, doutros tempos. Dos tempo em que, muitos gafanhões (mais gafanhoas e filhotes), à volta da Guarita, apanhavam recebolo para alimento dos suínos.

FM

DAR VOZ AOS POBRES

PARA FOMENTAR UMA CULTURA DE JUSTIÇA,
DE SOLIDARIEDADE E DE COESÃO SOCIAL
Dar Voz aos Pobres é um blogue que vai merecer, com toda a certeza, a nossa melhor atenção. Fica a morar, também, aqui ao lado, em Afinidades, para a todo o momento ficarmos a par dos projectos que hão-de vir, com a finalidade de erradicar a pobreza entre nós, agora que ela foi considerada uma violação dos Direitos Humanos. Na apresentação, ficam claros os objectivos, que aqui transcrevo: “Persistem na nossa sociedade alguns estereótipos que entravam qualquer acção decisiva na superação da pobreza e das suas causas que só uma melhor escuta dos pobres poderá ajudar a dissipar. Por outro lado, da parte dos pobres têm faltado oportunidades para poderem expressar as suas vivências, dificuldades, aspirações e potencialidades e ganharem visibilidade como sujeitos de direitos e deveres de cidadania. Ao promover esta audição pública, a CNJP pretende convocar pobres e não-pobres para uma reflexão conjunta com vista à desconstrução dos preconceitos acerca da pobreza e, por essa via, contribuir para fomentar uma cultura de justiça, de solidariedade e de coesão social. É nossa intenção reunir na mesma mesa as pessoas que vivem ou viveram situações de pobreza e os responsáveis pelas políticas públicas e pelas organizações de solidariedade social, investigadores, e gente da cultura e da comunicação social.”

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

Complexo Desportivo da Gafanha em construção, na Colónia Agrícola
As rivalidades entre os clubes da Gafanha da Nazaré
As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores famosos, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira-Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E, tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podia ser no domingo seguinte.
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FÉRIAS

HÁ TEMPO PARA TUDO Tudo neste mundo tem seu tempo; cada coisa tem sua ocasião. Há um tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de as juntar; tempo de abraçar e tempo de afastar. Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. Ecle. 3, 1-8

FÉRIAS

Serra do Caramulo
Para pessoas vivas não há tempos mortos
Os tempos mortos são os que se gastam sem objectivos, os que se vivem sem que ..co-muniquem vida. Para muita gente são assim os dias de férias. Não fazer nada, não pensar em nada, nada que preocupe. Só descansar, só gozar, só matar o tempo com prazer. Pois se a vida cansou tanto, porque não agora descansar sempre sem preocupações? A verdade, porém, é que, ao longo do ano, muitas coisas se deixaram para férias, altura, diz-se, em que se está mais livre e se pode fazer o que não foi possível fazer então. Nestes afazeres adiados, pensa-se em tempo para estar com os filhos, tempo para o casal partilhar com serenidade a sua vida a dois, tempo para ler, descansar, reflectir e contemplar, tempo para reconquistar a atenção para coisas fundamentais que se foram esfumando e perdendo o sentido. Férias, mais tempo para si e para os outros, sem obsessões, sem sacrifícios forçados, sem escusas injustificadas, sem lamento de impossibilidades. Nem toda a gente pode beneficiar de uns dias de férias, também estas bem merecidas e necessárias. Então, que quem as pode usufruir as torne úteis, como expressão de vida e de enriquecimento pessoal e familiar. Uma boa oportunidade nunca se pode perder. Para os cristãos, se já descobriram o valor verdadeiro do tempo, que não é apenas o do relógio, as férias têm ainda um valor e um sentido acrescido. Constituem, em muitos casos, uma ocasião de testemunho de vida, de valorização pessoal pela prática da solidariedade, de enriquecimento relacional que pode proporcionar experiências apostólicas, válidas e únicas, em comunidades de acolhimento, em lugares de veraneio, em tarefas partilhadas, em comunicação recíproca de caminhos andados, em amizades iniciadas ou reforçadas. Tenho encontrado nas minhas férias muita gente com preocupações diversificadas, mas com o mesmo objectivo de não deixar que as férias sejam tempo sem sentido ou de sentido reduzido e meramente utilitário. É, também, sempre um toque positivo para muitas pessoas, ver como há jovens universitários que partem nas suas férias para regiões pobres, como voluntários em campos diversos de apostolado, cultura e ensino, trabalho diverso, actividades de ordem social. Como toca profundamente ver a alegria com que partem, a atitude generosa que lhes enche o coração e já a antecipada certeza do bem que receberão, por via do bem que foram dispostos e determinados em fazer em favor de outros. No fundo, jovens de hoje estão a dizer a todos que as férias também são para fazer bem aos outros e que nesse sentido são igualmente férias úteis e libertadoras para quem opta por esse caminho. É verdade que o consumismo e os jogos de mercado que o servem tornam difíceis as férias de muita gente, vítima de barulho até altas horas que não deixa descansar, ou envolvida por uma publicidade sofisticada de propostas a que é difícil resistir, porque há sempre na família quem tombe e faça força que arrasta outros para o lado do mais agradável. A liberdade, também em férias, está sempre na capacidade de escolher com critérios, porque se tudo é permitido, nem tudo tem valor. A opção é esta: ou nós comandamos o nosso tempo e temos tempo para tudo, ou nos tornamos escravos dele, a ponto que chegamos a dizer que não temos tempo para nada, e, de facto, cada vez teremos menos tempo para o que devemos fazer. António Marcelino

PONTES DE ENCONTRO

Petróleo e euforia? Não, obrigado!
Ainda há poucas semanas, o preço do barril do petróleo andava na casa dos 149 dólares para se situar, nesta altura, no valor de 126 dólares. Sem dúvida que é uma descida significativa e bem vinda, mas não mais do que isso, muito menos é uma evolução, como já ouvi dizer a várias pessoas, que nos possa levar a concluir que a crise já passou e que, agora, vai voltar tudo ao normal. Por diversas vezes, tivemos a oportunidade de escrever, aqui, no Pela Positiva, sobre os preços elevados do petróleo, sem que tal se justificasse, sobre o ponto de vista de custos exploração, refinação e distribuição, pelo que só factores especulativos, políticos, ideológicos, entre outros (mas sempre obscuros e, por isso, não controláveis), poderiam justificar as subidas vertiginosas que, quase diariamente, se fizeram sentir nos mercados mundiais, neste último ano. Ultimamente, responsáveis da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) têm dito que é provável que o barril do petróleo possa descer até aos 82 dólares. Esta afirmação vale o que vale, na medida em que o negócio mundial do petróleo não se resume apenas à OPEP, por muito boas intenções que possa ter e de que eu, pessoalmente, duvido. De qualquer modo, há que ter em conta – e isto é fundamental – que estas descidas começaram a surgir quando já era notório uma desaceleração acentuada da economia mundial, pelo que o consumo do petróleo iria, necessariamente, diminuir. Quer isto dizer que esta descida do valor do petróleo surge pelas piores razões e se não forem eliminadas as variáveis obscuras e não controláveis, acima referidas, não passa de uma descida conjectural, ou seja, temporária e sem significado. Admitindo, no entanto, que a descida veio para ficar e continuar (o que, repito, duvido), mesmo que a economia mundial retome o seu crescimento, há lições muito sérias que se devem retirar de toda esta crise petrolífera que se tem vivido. Primeiro, a sociedade mundial não pode estar dependente nem estruturada – como ainda está, e vai estar, durante largos anos – à volta de uma única fonte de energia. Segundo, todos os cidadãos devem aprender a alterar, profundamente, os seus hábitos diários de vida, a começar pelo uso que dão ao seu automóvel, que deve ser reduzido ao máximo, apostando mais nos transportes públicos. Terceiro, nas suas habitações, as pessoas devem preocupar-se em terem sistemas e hábitos eficazes de poupança de energia, a começar pelo seu aquecimento e iluminação. Muitas das vezes, um ligeiro investimento inicial, na moradia, traduz-se em ganhos, posteriores, nos gastos energéticos. Quarto, vai ter que continuar, e até reforçar-se, a investigação em energias alternativas ao petróleo e as novas habitações devem estar preparadas para produzirem a sua própria energia, pelo que só líderes políticos loucos e irresponsáveis é que podem não ter isto em linha de conta. Quinto, admitindo que vai continuar a descer o preço do petróleo, este não é eterno e quanto mais tarde se fizer a transição para uma sociedade pós-petróleo, maiores são os custos e as convulsões sociais que surgem. Sexto, a volatilidade das políticas e a desregulação do negócio petrolífero é por demais evidente, já que nem governos nem especialistas desta área energética eram capazes de prever o que se iria passar nas horas seguintes. Sétimo, muitos governos tiveram que subsidiar vários sectores da actividade económica dos seus países – caso das pescas e dos transportes, em Portugal – com o dinheiro de todos os contribuintes, que podia ser canalizado para outros fins. Se a descida se mantiver, qual é o Governo que tem a coragem de retirar, agora, estes subsídios? Oitavo, esta crise deu para perceber que em Portugal não há concorrência séria neste mercado e estas recentes descidas da GALP, BP e Repsol provaram-no, mais uma vez. Muitas outras razões poderiam ser invocadas, mas estas devem ser as suficientes para que não se passe para um estado de euforia injustificada e perigosa ou para a ideia que tudo volta a ser com dantes, como já tive a ocasião de ouvir um pouco por aí.
Vítor Amorim

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento

A ORBIS - Cooperação e Desenvolvimento é uma ONG (Organização Não Governamental) com sede em Aveiro e com projectos destinados à construção de um mundo mais justo e mais fraterno. Os seus objectivos direccionam-se para os que mais precisam, estejam eles onde estiverem. Acabo de receber a sua primeira newsletter, para anunciar, a quantos estão interessados em cooperar, o que faz e o que pretende fazer, numa perspectiva de nos envolver como agentes activos, pelas formas que estiverem ao nosso alcance. E sublinha:
"Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, fazem fila num campo de refugiados depois de fugirem de uma guerra que não sabem de onde veio nem porquê...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são crianças com sorte porque têm um professor, uma árvore que dá sombra e um chão de terra onde dá para escrever, quando muitos outros nem sonham em saber escrever ou ler...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são mulheres mutiladas, mulheres que não têm voz política, social ou cívica na sua comunidade, no seu mundo...
Para aqueles que hoje no mundo, são mulheres que sepultaram um filho bebé ou criança demasiado frágil para aguentar uma doença porque não pôde receber medicamentos preventivos de valor menos que um euro...
Para aqueles que hoje no mundo, exactamente neste momento, são pessoas em fila para se deitaram na cama de um hospital feito de pano, sobrelotado que sofrem de HIV/SIDA, malária e outras doenças contagiosas que facilmente se podiam prevenir..."
Precisamos de estar atentos à ORBIS