segunda-feira, 4 de junho de 2007
Regresso
sexta-feira, 1 de junho de 2007
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 26
«Correndo Janeiro, reconstruía-se o mosteiro de Santa Clara à conta da rainha D. Isabel de Aragão. Para além de custear as despesas, ela também obviava situações desgraçadas entre as famílias dos operários e dos que moravam naquela margem do Mondego. Rio manso, o Mondego, entrando o inverno, destruía quanto havia nas suas margens. Só conventos foram três ou quatro. Porém, a generosidade da rainha não era do agrado de alguns cortesãos de D. Dinis. A corte de Coimbra ficava cara e aquelas dádivas repercutiam-se no erário régio. Assim, nesse mesmo mês, um fidalgo dirigiu-se ao rei-poeta e começou com rodeios, tencionando dizer-lhe algo. O rei sacudiu-o para que falasse e ele pôs a situação em pratos limpos: a rainha gastava acima das possibilidades, pelo que importava que D. Dinis tomasse uma atitude. Enfurecido, D. Dinis mandou sair o seu cortesão e pensou no que fazer. Porém, antes do mais, reconheceu-lhe razão. Assim, passados dias, apercebendo-se que D. Isabel saíra do palácio, foi ao seu encontro. A esposa de D. Dinis ia acompanhada das suas damas e cavaleiros. Quanto tinha para distribuir o levava embrulhado no seu manto, preso ao regaço. Quando a rainha viu o marido, empalideceu e todo o seu séquito se retraiu, pois conheciam-lhe as cóleras. O que se passou naquele instante podemos ir sabê-lo em verso recorrendo a um testemunho real, eis os versos de Afonso Lopes Vieira: - Que levais aí, Senhora, Nesse regaço tamanho? - Eu levo cravos e rosas Que outras coisas não tenho! - Nem sequer há maravilhas, Menos cravos em Janeiro, Ou serão esmolas isso? Ou isso será dinheiro? A rainha não falou Só o regaço abriu E eram cravos e rosas Que dinheiro não se viu.
Dia da Criança – 1 de Junho
O melhor do mundo são as crianças. Diz Fernando Pessoa e tem razão...
Quem não vê, nos seus olhos, o espelho do céu?
Quem não vê, nos seus sorrisos, a alegria de Deus?
Quem não vê, nas suas ingenuidades, a pureza do mundo?
Quem não vê, nas suas ternuras, o amor universal?
Quem não vê, nos seus silêncios, a paz entre os homens?
Quem não vê, nos seus cantares, a arte pura?
Quem não vê, nas suas tagarelices, a beleza da descoberta?
Quem não vê, nas suas correrias, a ânsia de sonhar?
Quem não vê, nas suas tristezas, a tristeza de tantos?
Quem não vê, nas suas felicidades, a felicidade que podemos dar?
Fernando Martins
NESTE DIA NÃO PODEMOS IGNORAR
Neste dia, e sempre, não podemos, no entanto, ignorar o sofrimento atroz de tantas crianças no mundo. Neste mundo com tantas coisas boas, mas também com tantas coisas más.
Se é verdade que o melhor do mundo são as crianças, como podemos olhar com indiferença tanta maldade que se exerce sobre elas? Tarados sexuais que as violam ou delas abusam sexualmente, sistematicamente; tarados que as exploram em acções ignóbeis de pornografia; tarados que as raptam aos seus familiares para alimentarem crimes hediondos praticados por redes pedófilas.
O mundo está cheio de crimes desses, que ultrapassam o pensar de gente de bem, gente que tem dificuldades em admitir que há no mundo pessoas tão perversas. Mas há.
Como a comunicação social no último mês tem divulgado profusamente, a propósito do caso da menina inglesa Madeleine, raptada no Algarve, há um sem-número de crianças em todo o mundo vítimas desses criminosos, que a Justiça não tem conseguido prender.
Este drama, que abalou o mundo civilizado, mereceu já do Papa uma atenção especial, ao receber, por curtos momentos, os pais daquela criança, símbolo de todas as outras, menos faladas, que foram apanhadas pelas garras diabólicas de criminosos à solta.
Importa, antes do mais, estar atentos, vigiando as crianças que nos estão próximas, para se evitarem situações terrivelmente dolorosas vividas por tantas famílias e amigos.
Mas a infelicidade das crianças não está somente nas que são raptadas. Está também nas que são violadas nas próprias famílias, por amigos e conhecidos, por vizinhos e desconhecidos. Ainda está nas que são escravizadas no mundo do trabalho, obrigadas a desempenharem tarefas próprias de adultos e sem tempo para serem meninos e meninas felizes, nas escolas e nas suas brincadeiras, nos parques infantis e na natureza, na família e nos ambientes especiais para as suas idades.
Que neste dia, Dia da Criança, todos saibamos olhar, com outros olhos, as crianças felizes e as crianças infelizes. Para contemplarmos as primeiras e ajudarmos as segundas. São os meus votos.
Fernando Martins
Sé de Aveiro vai entrar em obras
TRABALHOS ARRANCAM EM SETEMBRO
Pela comunicação social já se sabe que os trabalhos vão iniciar-se em Setembro, incidindo no exterior do imóvel, que vem do século XV. A autarquia aveirense aprovou o projecto desta primeira fase, que importará em cerca de 300 mil euros. A segunda fase, que envolve trabalhos ao nível da azulejaria, pedra e talha dourada, fica adiada para depois.
Para a primeira fase, espera-se a comparticipação do Programa Operacional de Cultura, pelo que vai avançar-se com a respectiva candidatura. Para a segunda fase, conta-se com o apoio do Ippar (Instituto Português do Património Arquitectónico).
Como é compreensível, a paróquia da Glória, responsável pela Sé de Aveiro, espera a cooperação de todos os aveirenses e de quantos, mesmo não sendo de Aveiro (cidade), sentem a Sé como sua também, ou não estivesse nela a cátedra do Bispo diocesano.
Templo originário do século XV, em 1835 passou a ser a igreja matriz da paróquia da Glória. Com a restauração da Diocese de Aveiro, em 1938, o Papa elevou-a a Catedral da Diocese, sendo Bispo D. João Evangelista de Lima Vidal.