terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

ESCUTISMO PARA O SÉCULO XXI

Baden-Powell nasceu há 150 anos e deixou uma proposta de educação e formação para jovens: o escutismo, que fundou há 100 anos


É POSSÍVEL CONSTRUIR
UM MUNDO MELHOR
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Secretário-Geral do movimento escutista mundial, Eduardo Missoni, assegura que o Escutismo está preparado para dar respostas às crianças e jovens do século XXI. No centenário do movimento educativo fundado em 1907, por Robert Baden-Powell, são muitos os desafios que se levantam aos seus 28 milhões de membros, entre jovens e adultos, em 155 países de todo o mundo.
Convencidos de que é possível "construir um mundo melhor", os escuteiros assentam a sua força nos "valores que não mudam". Missoni considera que esta é uma "proposta alternativa a quem passa o tempo diante da Televisão, do computador ou com os videojogos".
"Para a sociedade de hoje, os jovens são consumidores e a proposta é sempre algo que pode comprar-se, já pronto", lamentou este médico italiano.
Vários dos componentes da proposta escutista são, assim, vendidos hoje em dia em "pacotes" para os jovens: arte, aventura, divertimento, música, natureza e mesmo compromisso social. O escutismo, contudo, quer ser uma proposta alternativa que se afirma pela diferença, "por ser local e global ao mesmo tempo".
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Leia mais em ECCLESIA

IMAGENS DE ÍLHAVO


SALA DE VISITAS DE ÍLHAVO
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O jardim localizado no centro da cidade de Ílhavo é, realmente, a sua sala de visitas. Quem vai à terra maruja não pode deixar de lá passar. E se isso acontecer no Verão ou em dia de calor, então as sombras das suas árvores são fundamentais para se sentir um pouco de frescura.
Há dias estive lá uns bons minutos. Por ali cavaqueavam alguns reformados, como é costume. Uns aqui, outros ali, o jardim estava habitado em horas em que a maioria trabalhava. E tanto quanto sei, as conversas teriam por tema o mar. O mar que deu vida a tantos ilhavenses. Mas também a tantos que para sempre nele ficaram sepultados.
O tempo, hoje, com a chuva que teima em continuar, não permite uma visita ao jardim. Mas quando o sol vier para ficar, aconselho-o a passar por lá.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

UM NOVO PÚBLICO


“PÚBLICO” com nova imagem

O jornal “PÚBLICO” renasceu hoje com nova imagem. Era, desde a primeira hora, um jornal de referência, mas nos últimos tempos apresentava-se muito cinzento. Quem o compra desde o primeiro número, como eu, não deixou de sentir, várias vezes, que ele precisava de rejuvenescer, sem perder a sua característica fundamental, de diário com peso na sociedade pensante e arejada.
Como há muito se esperava, hoje tivemos o prazer de o ler com mais curiosidade e com mais atenção. À procura dos novos traços de um grafismo diferente, de novos colunistas, sem perder aqueles que tanto aprecio, e de uma escrita jornalística mais contida e menos cansativa.
Há afinações a fazer, na cor e não só, mas elas não hão-de tardar, para bem de todos os seus leitores. Sem cedências ao pimba, ao bombástico, às notícias de faca e alguidar. Disso já há muito no panorama da nossa comunicação social.

IMAGENS DE AVEIRO


CANAL CENTRAL
MERECE SER APRECIADO

Em Aveiro, o Canal Central merece ser apreciado. Com este sol brilhante, por enquanto, então ele tem mais encanto. E nem o sismo que assustou muita gente nos priva das imagens agradáveis que a Ria nos oferece.
Veja que em qualquer canto, à volta de Aveiro e não só, é possível banhar o espírito com estas cores, que são marcas indeléveis das nossas terras.

UM LIVRO DO PADRE VAZ PINTO




“A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO”

O título do livro do padre António Vaz Pinto – A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO –, recentemente editado, é desafiante. Ao olhar para ele, o eventual leitor não deixará de pensar até que ponto Deus tem, de facto, uma história consigo próprio. O mesmo me aconteceu.
É certo que cada um de nós, os crentes, sabe que Deus está connosco e nos acompanha na vida, no respeito absoluto pela nossa liberdade. Mas está, nisso cremos, para nos animar no dia-a-dia das nossas opções e dos desafios que se nos põem, sobretudo nas horas de discernimento.
Quando peguei nesta obra do Padre Vaz Pinto, um conhecido jesuíta pelas inúmeras facetas com que intervém na sociedade, foi com curiosidade que iniciei a leitura. Trata-se de um livro de memórias, rico em referências várias, com projectos do autor e pessoas bem conhecidas com quem se relacionou. Sempre gostei deste tipo de literatura, seja ela de memórias escritas com a emoção de quem as viveu intensamente, seja romance histórico ou outro qualquer género memorialista, onde a vida casa bem com estórias, romanescas ou mesmo reais.
O Padre Vaz Pinto escreve, a meu ver, como fala: fluente, directo, emotivo, culto, verdadeiro. Neste livro, não esquece nada do essencial da sua vida. Os amores que viveu, as lutas que travou para descobrir a sua vocação, os diálogos com Deus e com quem se encontrou ao longo da vida, as amizades que cultivou, os sentimentos que experimentou. Aqui está, especialmente, o amor de Deus, determinante, nas opções que teve de tomar.
Neste livro – A HISTÓRIA DE DEUS COMIGO –, Vaz Pinto mostra-nos como sentiu a aproximação de Deus na sua juventude, que o levou a entrar nos Jesuítas, como o ajudou a decidir-se pela ordenação sacerdotal. Mais ainda: como Deus se revelou em projectos que o autor criou, dinamizou ou dirigiu, nomeadamente “Leigos para o Desenvolvimento”, “Banco Alimentar contra a Fome” e “Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas”, entre muitos outros, de âmbito diverso.
Nesta leitura que fiz, com proveito, acompanhei o Padre Vaz Pinto nos Exercícios Espirituais, nos estudos na Alemanha, onde se cruzou, de perto, com o então teólogo Ratzinger e com o também famoso karl Rahner, vi-o a conviver com gente jovem e menos jovem, a orientar casais e estudantes, e senti a fé com que aceitou a morte de familiares e amigos.
Este livro, no fundo, revela um Padre que passou por inúmeros acontecimentos, encontros e desencontros, fracassos e sucessos, assumindo que a vida tem de ser vivida com intensidade, profundamente humana e marcada indelevelmente por Deus, razão de ser da sua vida. Da nossa vida.
Fernando Martins

domingo, 11 de fevereiro de 2007

REFERENDO

AGORA,
IMPORTA AGIR
NA EDUCAÇÃO
E NA FORMAÇÃO

Com a vitória do “SIM”, fica aberto o caminho para que seja legislada a liberalização do aborto até às dez semanas, a pedido da mulher.
Aos defensores do “NÃO”, resta a alternativa de se prepararem para ajudar as mulheres a optarem pela manutenção da vida do feto, futura pessoa humana.
Essa ajuda pode passar, fundamentalmente:
- Pela cultura da vida, desde o nascimento até à morte natural;
- Pela educação dos futuros pais e mães, no sentido do respeito pela vida em todas as suas fases;
- Pelo apoio a todas as mães que optarem pela vida dos seres em formação que trazem nos seus ventres, para que tenham acesso às condições básicas de subsistência;
- Pela luta, a nível político, para que a maternidade e a paternidade sejam valorizados e a família protegida, em todas as vertentes;
- Pela criação de instituições com vocação para o apoio a mães solteiras, mulheres sós, famílias desestruturadas e com dificuldades económicas;
- Pela adaptação, em instituições já existentes, de espaços de acolhimento e aconselhamento, destinados a apoiar as mães e famílias.
Não vale a pena carpir mágoas nem perder tempo com questiúnculas que não levam a parte nenhuma.
Agora, importa agir nas áreas da educação e da formação, mas também nas áreas sociais e políticas.
F.M.

AO SABOR DA MARÉ - 4

GRUPO ETNOGRÁFICO DA GAFANHA DA NAZARÉ


FERREIRA DA SILVA
VAI CONTINUAR
NA LIDERANÇA

Alfredo Ferreira da Silva, um dos fundadores do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), vai continuar na liderança. Foi reeleito, recentemente, para mais um mandato, agora com vontade de ajudar gente mais jovem a integrar-se na direcção da instituição, que foi criada em 1 de Setembro de 1983, para defender os usos e costumes dos nossos antepassados.
Não sou dos que acreditam que há dirigentes intocáveis, insubstituíveis. Mas tenho de reconhecer que o Alfredo Ferreira da Silva é um homem que vive apaixonadamente a vida, a existência e os projectos do GEGN, em todas as suas vertentes. Ele identifica-se, plenamente, com este Grupo, cujos problemas assume por inteiro e diariamente. No entanto, compreendo e louvo o seu gesto de querer ajudar na integração de gente mais nova na direcção. Ele sabe que não dura sempre.
Ora acontece que eu tenho sido, ao longo de toda a vida do GEGN, um defensor da continuidade do Alfredo na direcção, não só pela sua experiência, mas também pelo seu amor à instituição e pela sua disponibilidade. Por isso, a sua presença futura na direcção, como presidente ou como vogal, ou assessor, é sempre de aceitar, num tempo, como o que vivemos, em que a experiência e a disponibilidade começam a rarear, por força das ocupações profissionais das pessoas.
Seja como for, enquanto o Alfredo Ferreira da Silva puder, nós podemos ficar descansados, porque o GEGN continuará a mostrar a Gafanha da Nazaré e sua região ao País, e não só.

Fernando Martins

METEOROLOGIA



A informação é actualizada de hora a hora,
com a temperatura, precipitação ou nebulosidade
nas 18 capitais de distrito


UNIVERSIDADE DE AVEIRO
CRIA "SITE" DE METEOROLOGIA


A Universidade de Aveiro lançou um site na Internet de previsão meteorológica para as capitais de distrito de Portugal continental, destinada a estudantes e ao público em geral, anunciou. Em http://climetua.fis.ua.pt será também possível verificar, de hora a hora, a temperatura, a precipitação, o vento ou a presença de nevoeiro nos próximos três dias, nas 18 cidades capitais de distrito do continente.
As previsões meteorológicas são obtidas a partir de simulações realizadas por um modelo numérico de previsão de tempo desenvolvido nos Estados Unidos, o Weather Research and Forecasting, considerado "uma referência em termos de modelação numérica da atmosfera", segundo um comunicado da Universidade. Este modelo foi instalado e tornado operacional pelo Grupo de Meteorologia e Climatologia do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, que lançou o site a 30 de Janeiro.
Para Alfredo Rocha, um dos responsáveis do projecto, a informação que a Universidade de Aveiro disponibiliza sobre a previsão do tempo "foi, em parte, adequada às necessidades pedagógicas dos alunos que estudam este tema". Deste modo, acrescentou, para além da utilidade para o público em geral, este projecto é de extrema utilidade para os alunos de algumas licenciaturas ministradas pela Universidade de Aveiro, nomeadamente Meteorologia e Oceanografia, Ciências do Mar e Engenharia do Ambiente.
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REFERENDO

CENÁRIOS PARA DEPOIS DO REFERENDO
A Assembleia da República só terá de cumprir obrigatoriamente o resultado do referendo que hoje se realiza se votarem mais de metade dos eleitores recenseados. Esta determinação constitucional aplica-se tanto para a vitória do "sim" como para a vitória do "não". Se tal não acontecer, a decisão entra no plano exclusivamente político e será tomada pelos partidos com assento no Parlamento.
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Leia o trabalho de Maria José Oliveira no PÚBLICO

DIA MUNDIAL DO DOENTE

EXCERTOS DA MENSAGEM DO PAPA



DOENTES INCURÁVEIS
PRECISAM DE TERNURA




Queridos irmãos e irmãs

No dia 11 de Fevereiro do 2007, quando a Igreja celebra a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, será comemorado em Seul, na Coreia, O XV Dia Mundial do Doente. Numerosos encontros, conferências, reuniões pastorais e celebrações litúrgicas terão lugar com representantes da Igreja que está na Coreia, com o pessoal que trabalha do campo da saúde, com os enfermos e as suas famílias. […]
Eles encontram-se em todos os continentes, particularmente em lugares onde a pobreza e as dificuldades causam misérias e dores imensas. Consciente de tais sofrimentos, estarei espiritualmente presente no Dia Mundial do Doente, unido com aqueles que se hão-de encontrar para debater sobre o flagelo das doenças incuráveis no nosso mundo e encorajar os esforços das comunidades cristãs no seu testemunho da ternura e da misericórdia do Senhor. […]
É necessário promover políticas que criem condições em que os seres humanos possam viver de maneira digna também as doenças incuráveis e a morte. Agora, é preciso ressaltar novamente a necessidade de mais centros de cura paliativa, que ofereçam cuidados integrais, proporcionando assim aos enfermos a assistência humana e o acompanhamento espiritual de que precisam. Trata-se de um direito que pertence a cada ser humano, e todos nós temos o dever de nos comprometermos em defendê-lo. Agora, gostaria de encorajar os esforços enviados por aqueles que trabalham diariamente para assegurar que os enfermos incuráveis e terminais, juntamente com as respectivas famílias, recebam o adequado cuidado amoroso. […]
Tende a certeza de que os vossos sofrimentos, unidos aos de Cristo, hão-de ser úteis para as necessidades da Igreja e do mundo. Peço ao Senhor que fortaleça a vossa fé no seu amor, de forma especial durante estes momentos de prova que vós estais a experimentar. A minha esperança é de que, onde quer que estejais, encontreis sempre o encorajamento e a fortaleza espirituais necessários para alimentar a vossa fé e para vos aproximar mais do Pai da Vida. […]

Bento XVI

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN



GLOBALIZAÇÃO
E EGOÍSMO ESCLARECIDO




Quando se fala em fundamentalismo, é no fundamentalismo religioso que normalmente se pensa. Mas há outras formas. Pense-se concretamente no fundamentalismo económico. Já em 2001, ano em que recebeu o Prémio Nobel da Economia, J. Stiglitz, referindo-se sobretudo ao caso do Fundo Monetário Internacional, falava de "fundamentalismo neoliberal". Agora, no seu último livro - Making Globalization Work -, faz notar que mais vale ser uma vaca na Europa do que uma pessoa pobre num país em vias de desenvolvimento. Enquanto as vacas europeias recebem em média um subsídio diário de dois dólares, grande parte da Humanidade tem de viver com menos do que isso.
A globalização é inevitável. Ela é também ambivalente, isto é, tem ganhadores e perdedores. Ela pode levar ao milagre económico e ao descalabro. Mas, como sublinhou o teólogo Hans Küng, é sobretudo importante perceber que ela é "dirigível".
O facto de poder ser orientada significa que a globalização económica exige uma globalização no domínio ético: impõe-se um consenso ético mínimo quanto a valores, atitudes, critérios, um ethos mundial para uma sociedade e uma economia mundiais. É o próprio mercado global que exige um ethos global.
Há uma responsabilidade social da economia? M. Friedman, também Prémio Nobel da Economia e um dos economistas mais influentes do século XX, recentemente falecido, respondeu de forma provocante em 1970 no título de um artigo no The New York Times Magazine: "The Social Responsability of Business Is to Increase Its Profits". Não será, porém, necessário perguntar se a responsabilidade moral no domínio económico se identifica com o incremento insaciável do lucro?
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Leia mais em DN

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS-10


A CHAVE

Caríssimo:

Se é que alguém vem espreitar por estas bandas, estou mesmo a ver-lhe a cara como quem diz «este nunca mais desce à terra!»...
E tem razão.
Desçamos, pois.

A LENDA DA CHAVE

“ Contam que, há muitos, muitos anos, esta região era um extenso areal onde existia uma humilde capelinha.
Era nesta capelinha que todos os anos se realizava uma festa. Por esta altura vinham de barco muitas famílias que viviam em povoações próximas, junto à costa.
Era costume os pais deixarem s filhos fechados na proa, onde dormiam e guardavam os seus haveres.
E assim foi.
Meteram a chave na algibeira e partiram tranquilos para o arraial. Cantaram e dançaram e no regresso ao barco, um deles deu por falta da chave. Muito aflitos, todos eles começaram a gritar:
- A chave?! A chave!? A chave...
Procuraram, procuraram e, quando iam para desistir, um deles encontrou a chave.
Ficaram muito felizes.
E foi assim que este local ficou a chamar-se Chave.”

Há anos, encontrei esta lenda na internet, no sítio da Escola da Chave. Logo a guardei como coisa muito valiosa para mim. Lendas são lendas e valem o que valem. (Aliás, sobre este mesmo nome 'Chave' encontrei uma outra estória engraçada que ficará para outra ocasião, se for oportuna...)
Bem tenho procurado e lendas sobre e da Gafanha é coisa que não encontro. Será que a nossa Terra, por muito que digamos «há muitos, muitos anos...» não mereceu uma lenda de jeito? Será que as há?
Aqui fica o desafio: ajudai-me a descobri-las!

Manuel

sábado, 10 de fevereiro de 2007

CITAÇÃO

"O mal dos portugueses não está no atraso, na pobreza, na iliteracia ou em qualquer falha remediável e normal. O mal dos portugueses está em que manifestamente não regulam bem da cabeça. E contra isso não há nada a fazer."
Vasco Pulido Valente,
PÚBLICO, 10-2-2007
NOTA: Confesso que às vezes tenho dificuldades em compreender certos colunistas. Vasco Pulido Valente é um deles. Ora se mostra, nos seus escritos, realista, ora deixa transparecer um pessimismo, que é sempre doentio. Hoje deu-lhe para dizer que os portugueses são um caso perdido, porque, segundo ele, “não regulam bem da cabeça”. Se ele dissesse que entre os portugueses há de tudo, ainda era aceitável. Agora afirmar que os portugueses não regulam bem da cabeça, é manifestamente exagerado. Então, como é que se explica que esses portugueses fizeram, ao longo de séculos e séculos, um País, conquistando-o palmo a palmo, e construindo-o a pulso e com determinação? Dando novos mundos ao mundo e garantindo a sua sobrevivência contra tudo e todos?
F.M.

ORDEM DOS CARTUXOS



"O GRANDE SILÊNCIO"




"O Grande Silêncio" é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica. Dezassete anos depois de ter pedido para filmar no mosteiro, é dada autorização para entrar ao realizador, que filmará a vida interior dos monges cartuxos. Sem música à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários, ou artifícios.
Evocam-se unicamente a passagem do tempo, das estações, os elementos repetidos incessantemente durante o dia ou as orações. Um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus.
O filme ganhou os Prémios de Melhor Documentário no Festival de Sundance e nos Prémios Europeus do Cinema.
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Fonte: PÚBLICO
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NOTA: Não vi o filme, mas tudo farei para o ver. Acho que ele deve ser uma oportunidade única, ou rara, para meditar sobre os que deixam tudo para estar com Deus, só com Deus e consigo próprios, durante toda a vida. Sem os ruídos do mundo, apenas com o grande silêncio que nos aproxima ou nos oferece o divino, de forma diferente.


F.M.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

UM ARTIGO DE ISILDA PEGADO

O ABORTO FERE UMA NAÇÃO...
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ABORTO - UM CONSENSO É POSSÍVEL O tema do aborto tem gerado um debate fracturante, duro, agressivo, radicalizado e extremado de parte a parte. O que parece um erro por se tratar de uma chaga social que todos desejamos combater. No entanto, parece-nos que existem factores que são consensualmente aceites na sociedade, e a partir dos quais podemos encontrar uma resposta.
Parto desta constatação de consenso pelos trabalhos, artigos de opinião e sondagens já publicados, e também do contacto directo com a população.Os pontos onde se mostra esse consenso:
1. O Aborto é um mal e todos o reconhecem. Álvaro Cunhal dizia em 1940: "O aborto é um mal. Nisto estão de acordo todos os escritores..."
2. Todos reconhecem que o aborto implica sempre a destruição de uma vida humana. Não lhe chamo pessoa, feto ou embrião. Falo em vida humana. A ciência e a técnica encarregaram-se já de o demonstrar. Ninguém nega que se trata de uma vida humana.
3. Todos reconhecem que o aborto implica sempre dor, sofrimento e elevado risco de sequelas físicas e psíquicas para a mulher.
4. Existe hoje um largo consenso quanto à lei de 84 que permite o aborto nas situações dramáticas de malformação do feto, perigo de vida para a mãe ou filho e violação. Neste referendo não está em causa esta lei e não será alterada por via deste.
5. A lei actual tem encontrado na sociedade e nomeadamente no meio judiciário um quadro de aplicação que permite dizer que há mais de 20 anos não há nenhuma mulher presa por aborto consentido em relação à mulher grávida. E os julgamentos publicitados reportavam-se na esmagadora maioria a abortos praticados com mais de 10 semanas. A recentemente aprovada Lei-Quadro de Política Criminal reforça esta posição ao ordenar a não realização de julgamentos por via da suspensão provisória do processo. A lei penal do aborto está, por isso, apenas votada à função dissuasora, preventiva e profiláctica. Isto é, constitui hoje um indicador social de que o aborto é um mal.
6. Há um forte consenso no sentido de que é necessário combater o aborto por via do planeamento e educação familiar, e ainda através de políticas de solidariedade para com aqueles e aquelas que mais carenciados e em risco se encontram.
Perante este conjunto de factos que nos parece colher amplo consenso nacional, importa perguntar o que está em causa no dia 11 de Fevereiro.
O aborto a pedido?Porque seria livre o aborto, se é um mal? Se produz sequelas graves na mulher? Se destrói uma vida humana? Se não tem fundamento médico? Se é método contraceptivo?
Alterar a lei para quê? Apenas porque se pretende o aborto livre até às 10 semanas, sem limites nem condições ou porque se não deseja uma gravidez?
O aborto fere um bebé (de morte), fere uma mulher/mãe, fere um pai e uma família, o aborto fere uma nação.
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UM ARTIGO DE ROGÉRIO LEITÃO

As razões do meu NÃO
O referendo, que agora está em curso para saber qual a posição do povo português perante a interrupção voluntária da gravidez, continua a pecar por falta de clareza. É certo que o assunto é complexo, por misturar problemas sociais, biológicos, humanitários, culturais. Mas, como a questão está apresentada, a pergunta que resulta é esta: a sociedade aceita ou não aceita que a Mulher interrompa a gravidez nas primeiras dez semanas, sem que para isso tenha que apresentar qualquer justificação? Mas será que a Mulher poderá ter a liberdade de decidir quanto ao destino a dar ao seu filho nas primeiras dez semanas de vida? Sim, porque julgo não haver dúvidas de que o que traz no seu ventre é o seu filho. E que está vivo também não haverá, certamente, dúvidas. Será, portanto, uma vida humana, que está no início de uma longa ascensão que sob o ponto de vista biológico atingirá o máximo, estabilizando, por volta dos vinte anos, para mais tarde começar um processo de regressão. Aquilo a que chamamos nascimento é apenas uma importante fase da vida em que o indivíduo, já com mais capacidade de defesa, passa do ambiente materno, onde deverá estar particularmente protegido, para o exterior, onde as condições são mais adversas.
E não se diga que aquele filho foi resultado do acaso. Não aceitamos admitir que as mulheres portuguesas desconheçam a existência de regras para fazer planeamento familiar e a disponibilidade de meios que o próprio Serviço Nacional de Saúde lhes põe à disposição para evitar gestações indesejadas. Mas não tenhamos dúvidas: o problema é cultural e, mais do que permitir o aborto livre, é preciso responsabilizar as mulheres e os seus parceiros pelos actos que levianamente cometem sem pensar nas consequências.
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AS MINHAS REPORTAGENS

FLORINHAS DO VOUGA,
NO BAIRRO DE SANTIAGO,
EM AVEIRO



Bairro de Santiago




QUEM TEM CORAÇÃO,
VENHA TER CONNOSCO

Em Aveiro há uma instituição que toda a gente conhece, pela sua acção em prol dos mais desfavorecidos. Tem um nome curioso – Florinhas do Vouga –, que lhe foi dado, poeticamente, por D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro. O saudoso prelado já havia criado as Florinhas de Angola, as Florinhas de Rua, em Lisboa, e as Florinhas da Neve, em Vila Real de Trás-os-Montes. As Florinhas nasceran em 6 de Outubro de 1940 e desde então, até hoje, nunca esmoreceu o seu empenho em favor dos mais fragilizados.
Recentemente, chegou-nos às mãos o nº 2 do Boletim Informativo da instituição – Miosótis –, uma flor que reflecte um pouco do muito que as Florinhas do Vouga fazem na cidade, com e para os mais pobres. O seu director, que é também o presidente da instituição, Padre João Gonçalves, diz, em artigo de primeira página, que as Florinhas gostariam de encontrar todos os perdidos da sociedade, "para lhes conquistar a confiança" e para "lhes dar as melhores respostas".
Ora aqui estão duas propostas interessantes e pertinentes. De facto, sem a confiança daqueles que queremos ajudar, jamais os poderemos ajudar. Mais adiante, mesmo no final do artigo, o Padre João lança, a quem o quiser escutar, um grande desafio: "O canteiro das Florinhas tem a medida do coração! Quem tem coração, venha connosco."
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Leia a reportagem em SOLIDARIEDADE

EXPOSIÇÃO NOS PAÇOS DO CONCELHO



"CIDADES E FRENTES DE ÁGUA"


Na galeria dos Paços do Concelho de Aveiro, está patente ao público, até ao dia 21 de Fevereiro, a exposição “Cidades e frentes de água”, organizada pelo Núcleo de Arquitectos de Aveiro e pelo Círculo de Estudos da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro.
O arquitecto Nuno Portas é o comissário geral da exposição, enquanto que Álvaro Domingues é o consultor científico.

UM ARTIGO DE D. ANTÓNIO MARCELINO

FRAGILIDADE
DO REFERENDO
E CAMINHOS
DE SOLUÇÃO
EM ABERTO


Ouvi pela rádio as intervenções feitas, na China, por dois ministros do nosso governo, quer sobre o silêncio “recomendável” a propósito da denegação dos direitos humanos naquele país, quer sobre o propalar das vantagens dos baixos salários praticados em Portugal, a fim de se captarem os investimentos de empresários chineses.
Fiquei, mais uma vez, estupefacto, tal como muita gente, pelo pragmatismo, pobre e perigoso, que se instalou nas nossas instâncias governamentais e que denuncia algum menosprezo pelos aspectos humanos e sociais, fazendo do económico o móbil único ou quase único, do agir e das suas preocupações de quem nos governa.
A mesma fragilidade e desvirtuamento vem-se manifestando em outros aspectos da vida nacional, por via do mesmo obcecado pragmatismo, que faz absolutos de aspectos da vida nacional, do pensamento único ou do de grupos reduzidos de cidadãos.
O pragmatismo reduz sempre o horizonte dos problemas e das suas consequências e cede facilmente à pressão do mais imediato e emotivo e a interesses que reduzem a realidade a casos isolados. Assim se falsificam os problemas e as possíveis soluções e se criam emaranhados, com consequências que tornam sempre o futuro mais difícil.
O governo empenhou-se agora, com o mesmo pragmatismo, pela sua intervenção pública, no mínimo discutível e criticável, numa campanha que é, por si e para o mesmo governo, muito perigosa, qualquer que seja o seu resultado final.
Será que o único caminho, plausível e possível, para evitar o aborto clandestino e a não penalização das mulheres que abortam, é liberalização da prática abortiva a pedido da mãe grávida, ainda que com marcação no tempo e condições que todos podemos considerar muros ou balizas, sem alicerce que no futuro os sustente?
Não haverá mesmo uma outra via, essa sim considerada dever de estado e a merecer especial atenção de quem governa, que é de prevenir, a tempo e de modo eficaz, o drama maternal, quando ele existe, de ter de optar pela morte do filho gerado, e de apoiar, sem reticências, juízos ou excepções, as mulheres em dificuldade, as famílias em transe e, obviamente, as crianças que, com pleno direito, acabarão por nascer?
Muitas instituições, na maioria ligadas à Igreja ou a associações de voluntários, dedicados e honestos, lutam, desde há anos e de modo permanente, por este objectivo, com resultados concretos e conhecidos pelos serviços públicos, ainda que calados por muitos meios de comunicação social ou fingidamente ignorados por cidadãos e grupos sociais que só conhecem o metro quadrado de um viver com poucos horizontes, e que só consideram válido e de interesse o que aí se pensa e se realiza.
O “não”a qualquer forma de aborto não é nunca, para alguém esclarecido, uma insensibilidade para com a mãe que aborta ou uma indiferença perante a chaga do aborto clandestino. É um grito para que se trate com total seriedade um problema grave e sério, e não seja iludido com falácias e soluções que o não são. É um apelo corajoso para que não se discuta o valor da vida, mas para que ela se proteja por todos os meios possíveis, antes de ser gerada e depois de o ser. É a via coerente que respeita a mulher mãe, lhe estende sempre, de coração aberto, a mão amiga que a quer ajudar, sem juízos nem condenações. É o caminho normal com garantia de sucesso futuro, porque é denúncia de um pragmatismo perigoso e sempre limitado, e acicate que não deixará nunca indiferentes nem o Estado, nem os cidadãos e jamais permitirá que se considere resolvido, em definitivo, por via de um referendo o grave problema que está em causa.
Governar é prever, prevenir e propor caminhos válidos para os problemas nacionais. Esse é o grande compromisso dos governantes: guardar maior fidelidade à realização do bem comum, que às promessas eleitorais e aos gostos e ideias pessoais. Por via democrática, os cidadãos podem e devem ajudar a que assim aconteça.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Manual para a Inquisição Portuguesa


"INQUISIÇÃO PORTUGUESA
- TEMPO, RAZÃO
E CIRCUNSTÂNCIA"


Para combater preconceitos e clichés sobre a Inquisição no nosso país foi ontem lançada em Lisboa a publicação "Inquisição Portuguesa - Tempo, Razão e Circunstância”, que compila as intervenções proferidas no maior congresso internacional de sempre sobre este tema em Portugal, que decorreu em Outubro de 2004.
A obra lembra, através das várias perspectivas de abordagem, por vezes contraditórias, que a Inquisição é um campo aberto, onde os investigadores ainda têm muito por descobrir e aprofundar. Organizado pela Província Portuguesa da Ordem dos Dominicanos e pela Faculdade de Letras de Lisboa, o Congresso de 2004, que agora passa a livro, abordou esta instituição nas suas mais variadas vertentes, em diferentes épocas e países, com Portugal em destaque.
Na apresentação das Actas, acompanhada pela Agência ECCLESIA, o historiador António Borges Coelho referiu-se ao material apresentado como "um momento fundamental para avançar na história da Inquisição Portuguesa".
Frisando que esta realidade não é "um todo homogéneo", Borges Coelho lembrou que as próprias acusações se foram alterando, com o passar dos séculos. Em jeito de alerta, disse ainda que "não se pode levar à letra tudo o que está nos autos".
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Leia mais em Ecclesia

CREMAÇÃO

A Igreja proíbe a cremação? Uma leitora escreve: “Qual a posição da Igreja Católica quanto à cremação dos corpos dos defuntos? Julgo que, aqui há uns anos, era contra a cremação. Acontece que, de há pouco mais de um ano a esta parte, sei de casos de crentes e não crentes que optaram por estar forma de ser ‘sepultados’…”
: Numa palavra: Não. A Igreja não é contra a cremação; não proíbe a cremação.Por cremação entende-se a destruição dos cadáveres pela combustão, até à incineração, isto é, a redução a cinzas. A prática da cremação tem vindo a crescer entre nós por diversas razões: promovida nas grandes cidades por falta de espaço nos cemitérios; porque é mais barato cremar do que comprar uma sepultura; ou porque os familiares querem ficar com a memória do defunto através das cinzas ou ainda por razões quase hollywoodescas como lançar as cinzas no mar ou no jardim. A origem da cremação remonta à Antiguidade. Praticava-se (e pratica-se) na Índia e em outras regiões do Oriente. Mas também na Europa. Os soldados gregos e romanos mortos em combate eram cremados, a fim de os seus restos mortais poderem ser sepultados pela família na pátria. As viagens podiam demorar meses e era impraticável viajar com o cadáver. Actualmente, em países como na Alemanha, na Dinamarca ou no Japão, o número de cremações equivale ao de enterros comuns.
: Leia mais em Correio do Vouga

ARTES E OFÍCIOS

11 DE FEVEREIRO


AVEIRO RECEBE FEIRA
DE ARTES E OFÍCIOS

A Câmara Municipal de Aveiro organiza a habitual Feira de Artes e Ofícios que irá realizar-se no dia 11 de Fevereiro, das 8 às 19 horas, nas Praças 14 de Julho e Joaquim Melo Freitas.
De realçar que a Feira de Artes e Ofícios tem por objectivo reavivar tradições e mostrar o que de melhor se faz em artesanato, transmitindo cultura e saberes às gerações mais novas.

CITAÇÃO

O Retiro da Alma Há quem procure lugares de retiro no campo, na praia, na montanha; e acontece-te também desejar estas coisas em grau subido. Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma, sobretudo quando se tem dentro dela aqueles bens sobre que basta inclinar-se para que logo se recobre toda a liberdade de espírito, e por liberdade de espírito, outra coisa não quero dizer que o estado de uma alma bem ordenada. Assegura-te constantemente um tal retiro e renova-te nele. Nele encontrarás essas máximas concisas e essenciais; uma vez encontradas dissolverão o tédio e logo te hão-de restituir curado de irritações ao ambiente a que regressas.
Marco Aurélio
(Imperador Romano),
in "Pensamentos"
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IMAGENS DE AVEIRO


CENTRO CULTURAL UM POUCO ESCONDIDO

Não há dúvida para ninguém de que o Centro Cultural fica um pouco escondido com o hotel que ali espetaram mesmo à sua frente.
Há anos, o antigo edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos passou a ser um pólo cultural de grande relevo em Aveiro, tal é o conjunto de acções de elevado nível que ali tem lugar.
É um edifício imponente e característico do barro aveirense, com a sua chaminé a sobressair. Antes do hotel, dava gosto apreciar a antiga fábrica. Os aveirenses reviam-se nele. Agora, com o hotel a mutilá-lo, para quem olha de onde eu olhei, dá um pouco de pena. Mas o turismo tem destas exigências. E quem sabe se, à custa dele, o Centro Cultural não passará a ser mais conhecido e mais frequentado. Pode ser.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

MARINA DA BARRA



GOVERNO NÃO FECHA
A PORTA
À MARINA DA BARRA

Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade». Daí que não tenha fechado a porta à construção da marina da Barra
O secretário de Estado do Turismo mostrou, ontem, abertura do Governo para a construção da marina da Barra, no concelho de Ílhavo. Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade», desde que os empreendimentos previstos sejam criados «dentro da lei». O governante – que falava em Aveiro à margem da cerimónia de entrega do certificado de qualidade à Região de Turismo da Rota da Luz (ver texto na página 3) – afirmou que, salvaguardados os requisitos legais – nomeadamente os que estão relacionados com as questões ambientais – o projecto da marina «pode avançar». «Não vejo por que não», salientou aos jornalistas.

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