quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Manual para a Inquisição Portuguesa


"INQUISIÇÃO PORTUGUESA
- TEMPO, RAZÃO
E CIRCUNSTÂNCIA"


Para combater preconceitos e clichés sobre a Inquisição no nosso país foi ontem lançada em Lisboa a publicação "Inquisição Portuguesa - Tempo, Razão e Circunstância”, que compila as intervenções proferidas no maior congresso internacional de sempre sobre este tema em Portugal, que decorreu em Outubro de 2004.
A obra lembra, através das várias perspectivas de abordagem, por vezes contraditórias, que a Inquisição é um campo aberto, onde os investigadores ainda têm muito por descobrir e aprofundar. Organizado pela Província Portuguesa da Ordem dos Dominicanos e pela Faculdade de Letras de Lisboa, o Congresso de 2004, que agora passa a livro, abordou esta instituição nas suas mais variadas vertentes, em diferentes épocas e países, com Portugal em destaque.
Na apresentação das Actas, acompanhada pela Agência ECCLESIA, o historiador António Borges Coelho referiu-se ao material apresentado como "um momento fundamental para avançar na história da Inquisição Portuguesa".
Frisando que esta realidade não é "um todo homogéneo", Borges Coelho lembrou que as próprias acusações se foram alterando, com o passar dos séculos. Em jeito de alerta, disse ainda que "não se pode levar à letra tudo o que está nos autos".
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Leia mais em Ecclesia

CREMAÇÃO

A Igreja proíbe a cremação? Uma leitora escreve: “Qual a posição da Igreja Católica quanto à cremação dos corpos dos defuntos? Julgo que, aqui há uns anos, era contra a cremação. Acontece que, de há pouco mais de um ano a esta parte, sei de casos de crentes e não crentes que optaram por estar forma de ser ‘sepultados’…”
: Numa palavra: Não. A Igreja não é contra a cremação; não proíbe a cremação.Por cremação entende-se a destruição dos cadáveres pela combustão, até à incineração, isto é, a redução a cinzas. A prática da cremação tem vindo a crescer entre nós por diversas razões: promovida nas grandes cidades por falta de espaço nos cemitérios; porque é mais barato cremar do que comprar uma sepultura; ou porque os familiares querem ficar com a memória do defunto através das cinzas ou ainda por razões quase hollywoodescas como lançar as cinzas no mar ou no jardim. A origem da cremação remonta à Antiguidade. Praticava-se (e pratica-se) na Índia e em outras regiões do Oriente. Mas também na Europa. Os soldados gregos e romanos mortos em combate eram cremados, a fim de os seus restos mortais poderem ser sepultados pela família na pátria. As viagens podiam demorar meses e era impraticável viajar com o cadáver. Actualmente, em países como na Alemanha, na Dinamarca ou no Japão, o número de cremações equivale ao de enterros comuns.
: Leia mais em Correio do Vouga

ARTES E OFÍCIOS

11 DE FEVEREIRO


AVEIRO RECEBE FEIRA
DE ARTES E OFÍCIOS

A Câmara Municipal de Aveiro organiza a habitual Feira de Artes e Ofícios que irá realizar-se no dia 11 de Fevereiro, das 8 às 19 horas, nas Praças 14 de Julho e Joaquim Melo Freitas.
De realçar que a Feira de Artes e Ofícios tem por objectivo reavivar tradições e mostrar o que de melhor se faz em artesanato, transmitindo cultura e saberes às gerações mais novas.

CITAÇÃO

O Retiro da Alma Há quem procure lugares de retiro no campo, na praia, na montanha; e acontece-te também desejar estas coisas em grau subido. Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma, sobretudo quando se tem dentro dela aqueles bens sobre que basta inclinar-se para que logo se recobre toda a liberdade de espírito, e por liberdade de espírito, outra coisa não quero dizer que o estado de uma alma bem ordenada. Assegura-te constantemente um tal retiro e renova-te nele. Nele encontrarás essas máximas concisas e essenciais; uma vez encontradas dissolverão o tédio e logo te hão-de restituir curado de irritações ao ambiente a que regressas.
Marco Aurélio
(Imperador Romano),
in "Pensamentos"
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IMAGENS DE AVEIRO


CENTRO CULTURAL UM POUCO ESCONDIDO

Não há dúvida para ninguém de que o Centro Cultural fica um pouco escondido com o hotel que ali espetaram mesmo à sua frente.
Há anos, o antigo edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos passou a ser um pólo cultural de grande relevo em Aveiro, tal é o conjunto de acções de elevado nível que ali tem lugar.
É um edifício imponente e característico do barro aveirense, com a sua chaminé a sobressair. Antes do hotel, dava gosto apreciar a antiga fábrica. Os aveirenses reviam-se nele. Agora, com o hotel a mutilá-lo, para quem olha de onde eu olhei, dá um pouco de pena. Mas o turismo tem destas exigências. E quem sabe se, à custa dele, o Centro Cultural não passará a ser mais conhecido e mais frequentado. Pode ser.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

MARINA DA BARRA



GOVERNO NÃO FECHA
A PORTA
À MARINA DA BARRA

Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade». Daí que não tenha fechado a porta à construção da marina da Barra
O secretário de Estado do Turismo mostrou, ontem, abertura do Governo para a construção da marina da Barra, no concelho de Ílhavo. Bernardo Trindade realçou que um dos objectivos da tutela é «mobilizar esforços para que o turismo náutico seja uma realidade», desde que os empreendimentos previstos sejam criados «dentro da lei». O governante – que falava em Aveiro à margem da cerimónia de entrega do certificado de qualidade à Região de Turismo da Rota da Luz (ver texto na página 3) – afirmou que, salvaguardados os requisitos legais – nomeadamente os que estão relacionados com as questões ambientais – o projecto da marina «pode avançar». «Não vejo por que não», salientou aos jornalistas.

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Leia mais em Diário de Aveiro

O BACALHAU

Curiosidades...

O FIEL AMIGO

O bacalhau cresce de forma rápida e reproduz-se – entre Janeiro e Abril - também rapidamente, já que cada fêmea põe, por ano entre 4 a 6 milhões de ovos. Contudo, só cerca de 1% sobrevive e chega à fase adulta. Aos dois anos o bacalhau já tem 50 cm. Vive perto de 20 anos altura em que atinge 1,5m e chega a pesar 50 quilos.
É um peixe estenoterno, o que significa que só pode viver a determinadas temperaturas – frias – pelo que anda em constante rodopio entre a Noruega, Terra Nova, Islândia, Canadá e Alaska.
Os primeiros comerciantes deste peixe foram os Bascos, em redor do ano 1000. Já conhecedores do sal comercializavam o peixe curado, salgado e seco, o que era feito nas próprias rochas, ao ar livre, portanto.
Mas terão sido os Vikings os primeiros a usá-lo na alimentação. Desconhecedores do sal, secavam o peixe em tábuas de madeira até que perdesse a quinta parte do seu peso.
Depois era cortado em cubos que eram guardados para a alimentação.
Os Portugueses são os maiores consumidores de bacalhau do mundo. Contudo, só a partir do século XV o peixe entra na dieta em Portugal, durante o período das Descobertas. Em 1497 os primeiros exemplares são trazidos da Terra Nova.
Em 1508 o bacalhau já representava 10% da alimentação nacional. O Rei D. Manuel I, grande apreciador de bacalhau, criou um imposto sobre a pesca do bacalhau, o chamado “Dízimo da pescaria”.
Este imposto destinava-se a patrocinar expedições para a pesca do bacalhau.
As primeiras frotas pesqueiras de bacalhau eram pertença do Reino e só em meados do século XIX, altura em que o imposto sobre a pescaria foi abolido, se autorizou a que particulares se dedicassem, de igual modo, a este negócio.
As primeiras embarcações privadas eram à vela, feitas de madeira e a pesca fazia-se à linha. Os homens do mar chegavam a trabalhar 20 horas por dia.
O bacalhau foi uma revolução na alimentação, já que na altura em que começou a ser usado os alimentos estragavam-se pelas precárias condições de conservação. A salga e a seca do bacalhau, além de garantirem assim a sua conservação, apuravam o seu gosto.
A disputa entre os países foi tanta, que o peixe esteve na origem de duas guerras, a primeira em 1532 entre a Inglaterra e a Alemanha e, a segunda em 1585 entre a Inglaterra e a Espanha.
Actualmente Portugal importa cerca de 90% do bacalhau que consome, grande parte dele já salgado e seco.
O bacalhau salgado e seco é dos alimentos mais completos, já que conserva toda a qualidade do peixe fresco.
Rico em minerais vitaminas e proteínas, apresenta uma taxa de gorduras de apenas 1gr./ 100 gr. de peso.
Para além do mais, comido da forma mais simples – cozido – é de fácil digestão.
Quando há necessidade de o temperar à mesa, tal deve ser feito com azeite português, virgem, com um grau de acidez nunca inferior a 1º.
Já Eça de Queiroz escrevia que um bom tinto “é um casamento feliz com o bacalhau pela acção do tipo de sabores frutados do vinho o que dá uma sensação gustativa indirecta da doçura que ameniza o gosto oposto salgado do bacalhau”
O vinho alentejano, por mais encorpado, é o ideal para se acompanhar o peixe.
José Luís Gomes de Sá Júnior foi, a certa altura cozinheiro no Restaurante Lisbonense. Aí criou a sua célebre receita, servida pela primeira vez em 1914. Viria a morrer em 1926.
José Valentim, mais conhecido pelo Zé do Pipo, viveu no Porto onde era dono do restaurante com o mesmo nome. A si se lhe deve a confecção do seu prato em que as postas de bacalhau eram cobertas por maionese e depois levadas ao forno a gratinar.
Nos últimos 20 anos, contudo, assistiu-se a uma pesca excessiva do bacalhau, o que motivou que os cardumes fossem substancialmente reduzidos. A modernização da indústria pesqueira não foi alheia a este facto.
O bacalhau tornou-se assim uma espécie em via de extinção o que motivou já que a Comissão Europeia reduzisse drasticamente as quotas de pesca do mesmo, já a partir de 2006.
Contudo, a Noruega, por não fazer parte da Europa comunitária, já disse que não aceitaria esta norma...
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NOTA: Diariamente recebo e.mails com curiosidades e mensagens de variadíssima ordem. Hoje, de alguns amigos, recebi estas curiosidades relativas ao Bacalhau. Porque o Fiel Amigo faz parte da nossa vida, aqui fica o texto que me enviaram.
F.M.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

SAL DE AVEIRO



SAL COMO PRODUTO
AGRO-ALIMENTAR



A futura Associação dos Produtores e Marnotos da Ria de Aveiro vai apostar na classificação do sal das nossas salinas como produto agro-alimentar, considerando esta decisão fundamental para a sobrevivência do salgado aveirense.
Li esta notícia na Rádio Terra Nova e não posso deixar de me congratular por sentir que ainda há gente que acredita nas coisas que nos distinguém.
Manuel Estrela Esteves, presidente da comissão instaladora da futura Associação, garante que o nosso sal é, de facto "excepcional", acrescentando que a associação que representa vai implementar a investigação, o estudo e a divulgação de todas as questões técnicas e científicas respeitantes ao sal marinho artesanal, produzido nas salinas aveirenses.

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO



OUVIR LIMPIDAMENTE
A CONSCIÊNCIA

Ninguém gosta de perder. E é possível que quem se empenhou emotivamente numa campanha pelo sim ou pelo não ao aborto, se sinta dependente da escolha inicial e não queira, por nada, dar o dito por não dito à última hora: a hora de marcar, na intimidade plena da consciência e no reduto secreto da mesa de voto, a sentença do sim ou do não. Ao aborto.
A campanha tem os defeitos e as virtudes de qualquer campanha. Acende ânimos, suscita paixões, constrói e cega argumentos. E tem muitos efeitos colaterais. Com tudo o que se diz de certo e errado: sobre a mulher, o filho, a ciência, o momento da vida, o embrião, a sua organização como ser, como corpo e pessoa, a perplexidade e razões de aceitar ou rejeitar uma nova vida, a consciência confrontada com os valores que a guiam, o debate entre o marcado pela natureza e o mascarado pela ideologia - tudo isso vem ao de cima num debate onde, por vezes, parece simples um ou outro extremo da resposta à pergunta lançada no referendo. E custa perceber que há tantos amigos, com quem compartilhamos ideais, que dizem exactamente o contrário de nós.
Há elementos extremamente positivos neste todo, vindos de ambos os lados, numa discussão politicamente livre, mas socialmente dependente. Interessa perceber que os cristãos quando dizem não ao aborto se referem essencialmente à intangibilidade da vida humana. Aqui não há subtileza. Não há meia medida. Há consciência. Os contributos científicos ou jurídicos são importantes para o debate, aprendizagem e esclarecimento. Mas não inspiram a decisão final porque essa só por ilusão se esconde ou esquece. E as mulheres – que aparentemente todos pretendem defender - são os seres que, na sua íntima voz, recusam, antes da palavra, qualquer modalidade de aborto. Seja qual for a sua religião, posicionamento de esquerda ou direita, com ou sem radicalidade. Antes do discurso de qualquer político ou entidade religiosa. Está no âmago de todo o ser. É duma evidência entranhada que dispensa demonstração moralista de esquerda ou de direita.
Neste caminho, torna-se complexo envolver o todo num manto político ou ideológico. Está em causa um valor não passível de cálculos, que ultrapassa todos os artifícios que se exibem noutras campanhas políticas. Por isso, mais forte que tudo é a consciência, como voz última, íntima e soberana, que sobrepassa todos os simulacros. Ouvir limpidamente a consciência é escutar o melhor conselheiro da vida.

IMAGENS DA GAFANHA DA NAZARÉ

LIGAÇÃO DA GAFANHA DA NAZARÉ A AVEIRO
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PONTE DE MADEIRA
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A gente mais nova, que hoje circula por pontes de betão, resistentes quanto baste, não faz ideia de como eram as antigas pontes de madeira que ligavam a Gafanha da Nazaré a Aveiro e às praias da Barra e Costa Nova.
Hoje ofereço uma imagem não muito nítida da antiga ponte por onde passavam os gafanhões quando precisavam de ir à cidade.
Por esta ponte passei vezes sem conta, a pé, de bicicleta, de motorizada e de autocarro, quando ia a Aveiro. Quer fizesse sol ou chuva, quer fosse um dia sereno ou ventoso. E quando a estrutura da ponte dava sinais de perigo, os que iam no autocarro tinham de descer e de passar a ponte a pé. O autocarro seguia devagarinho. Quando o perigo era grande, um outro autocarros esperava do outro lado os passageiros.
Na foto, em primeiro plano, está o suporte de início da actual ponte da Friopesca.
F.M.

ARTE NOVA EM AVEIRO

Museu de Arte Nova
de Aveiro abre até ao Verão
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O futuro Museu de Arte Nova de Aveiro, que irá nascer na recuperada Casa Major Pessoa, deverá começar a funcionar até ao Verão. A perspectiva foi traçada por Élio Maia, presidente da câmara municipal, numa altura em que as obras de reconstrução daquele que é um dos mais importantes exemplares de Arte Nova da cidade entraram já na sua recta final. O autarca reconheceu que a empreitada tem sofrido alguns atrasos, muito por força "das exigências técnicas" da intervenção que está a ser levada a cabo.
As perspectivas iniciais apontavam para que os trabalhos de recuperação do imóvel histórico estivessem concluídos durante o ano de 2006, mas a intervenção acabou por se estender no tempo. "Aquela requalificação é extremamente complexa, tem muitas exigências técnicas e houve um conjunto de dificuldades na concretização da obra", aludiu Élio Maia, a propósito da intervenção que espera, agora, ver concluída ainda durante este mês ou em Março.
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Um trabalho da jornalista Maria José Santana
A foto é de Miguel Lemos, de um site de Aveiro
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Leia mais no PÚBLICO de hoje
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Para ampliar, clique na foto

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

PARA TODOS OS ARTISTAS


EXCERTOS DA CARTA
DE JOÃO PAULO II
AOS ARTISTAS



"A todos aqueles que apaixonadamente procuram novas 'epifanias' da beleza para oferecê-la ao mundo como criação artística"


[1] “Ao escrever-vos desejo dar continuidade àquele fecundo diálogo da Igreja com os artistas que, em dois mil anos de história, nunca se interrompeu e se prevê ainda rico de futuro no limiar do terceiro milénio.
Na realidade, não se trata de um diálogo ditado apenas por circunstâncias históricas ou motivos utilitários, mas radica na própria essência tanto da experiência religiosa como da criação artística.

[6] “Toda a forma autêntica de arte é, a seu modo, um caminho de acesso à realidade mais profunda do homem e do mundo. E, como tal, constitui um meio muito válido de aproximação ao horizonte da fé, onde a existência humana encontra a sua plena interpretação.
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Para ler mais, clique aqui

PONTE DA BARRA


AS OBRAS CONTINUAM
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Na Ponte da Barra, as obras continuam. Estou convencido de que, lá para o Verão, tudo estará em condições de permitir o acesso às praias da Barra e Costa Nova, com toda a normalidade. Com uma ponte renovada, espera-se que o tráfego se torne mais fluido, para tranquilidade de todos os moradores e veraneantes.

GRANDES AVEIRENSES

ANTÓNIA RODRIGUES
Antónia Rodrigues, "Heroína de Mazagão", foi uma mulher aventureira, que encarnou, de maneira original, o espírito determinado da alma aveirense. Disfarçando-se de grumete, combateu com tal tenacidade, em Mazagão, ao ponto de ser considerada(o) o “terror dos mouros”.
A sua coragem foi reconhecida por Filipe II e o seu exemplo foi cantado por escritores e artistas.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

TEMPO PARA NASCER...

TUDO TEM
O SEU TEMPO


Para tudo há um momento
e um tempo para cada coisa
que se deseja debaixo do céu:

Tempo para nascer
e tempo para morrer,
tempo para plantar
e tempo para colher,
tempo para matar
e tempo para curar,
tempo para destruir
e tempo para edificar,
tempo para chorar
e tempo para rir,
tempo para se lamentar
e tempo para dançar,
tempo para atirar pedras
e tempo para as juntar,
tempo para abraçar
e tempo para evitar o abraço,
tempo para procurar
e tempo para perder,
tempo para guardar
e tempo para atirar fora,
tempo para rasgar
e tempo para coser,
tempo para calar
e tempo para falar,
tempo para amar
e tempo para odiar,
tempo para a guerra
e tempo para a paz.
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(Ecl 3. 1-13)
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NOTA: É a segunda vez que publico, no meu blogue, este belíssimo texto bíblico. E faço-o, porque gosto dele.
Laurinda Alves publicou-o esta semana na revista XIS, numa outra versão, mostrando, assim, que a poesia e a mensagem bíblica não perdem actualidade.

GRANDES AVEIRENSES

JAIME DE MAGALHÃES LIMA

Jaime de Magalhães Lima, escritor e pensador, político e conferencista, agricultor e ecologista, contemplativo e homem bom, foi e é, tanto quanto posso perceber, uma das figuras mais veneráveis de Aveiro.
Amante da natureza, crente fervoroso e cultor do espírito franciscano, foi amigo e confidente de figuras gradas do seu tempo.
Homem de cultura universal, multifacetado na vida e na arte de escrever, defendeu as suas ideias em inúmeros livros, revistas, jornais e conferências.

A NOSSA GENTE



MULHER DE ÍLHAVO

Aguarela da autoria de Alberto Souza (assinada e datada, 1938, no canto inferior direito). Este retrato de Palmira de Jesus revela-nos a simplicidade dos trajes das peixeiras de Ílhavo, com os seus tradicionais xailes e rodilhas de pano na cabeça.
A tez acastanhada e as feições rudes evidenciam uma mulher de trabalho árduo.
Esta aguarela foi doada ao Museu Marítimo de Ílhavo pelo autor em 10 de Setembro de 1957.
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Fonte: "Viver em"
da Câmara Municipal de Ílhavo

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 9



O CARDO

Caríssimo:

Regressado ao meu cantinho, nem por isso as temperaturas subiram muito; parece mesmo que se tirita mais aqui, pois as nossas casas não estão equipadas com aquecimento central. Temos que tomar certas e outras medidas...
Assim também, um dia, há muitos, muitos anos...
[Certamente, no final da leitura dirás:”Mas que tenho eu a ver com isto? Não me diz respeito...”
Cheio de razão. Terei de pedir a tua compreensão e também que embarques comigo na aventura de descobrires lendas, mitos, símbolos e outras coisitas que vamos encontrando e nos ajudarão a caracterizar as nossas terras e, portanto, as nossas vidas. Como vim da Escócia, trouxe, além de outras, esta que me lembrei partilhar... (E para os que andámos na tropa, faz-nos reviver outras guerras...)]
Então é assim:

Conta-se que nos inícios do século XI, um exército de invasores dinamarqueses pretendia atacar de surpresa Stirling Castle, a antiga residência dos Reis da Escócia. Marchavam de noite e descalços para fazerem o mínimo ruído.
Os Escoceses, dentro do castelo, não faziam ideia de que o inimigo se estava a aproximar.
Abeirando-se do castelo, os Dinamarqueses mergulharam para o fosso a fim de o atravessarem a nado e, silenciosamente, surpreenderem os que estavam no interior. Só que o fosso, em vez de água, estava cheio de cardos... Aos gritos de dor e de desespero, acorreram lestos os Escoceses que se precipitaram sobre os invasores e os puseram em fuga.

Diz-se que então o cardo passou a ser símbolo, emblema da Escócia. É sabido que antes do cardo eram usados a Cruz de Santo André e o Leão. A primeira vez que o cardo foi usado como emblema especial da Escócia foi no tempo do rei Jaime III, no século XV, enquanto que a Cruz de Santo André já era usada há mais de quinhentos anos.
A flor dos Ingleses era a rosa, também uma planta com espinhos. Quando uma princesa inglesa, Margarida de Tudor, casou com o filho de Jaime, foi considerado o casamento do cardo com a rosa.

Nos nossos dias o cardo não é uma planta útil. Só os macacos a comem. Não é mais que uma erva daninha, rústica e cheia de espinhos.
Contudo o cardo tornou-se o símbolo popular da Escócia. Apesar de o Leão ser imponente e orgulhoso e a Cruz ter sido venerada durante longa tradição, o humilde Cardo é algo com o qual se identificam ; para os Escoceses, é a lembrança de que o seu país pode não ser o mais rico e o mais fértil, mas certamente nunca será presa fácil para estranhos.

Bom mês de Fevereiro,

Manuel

sábado, 3 de fevereiro de 2007

PASTORAL DA SAÚDE

Conclusões do II Congresso Nacional
da Pastoral da Saúde



CENTROS DE APOIO À VIDA
DESDE O NASCIMENTO
ATÉ À FASE TERMINAL

Criação em todas as dioceses de centros de apoio à vida e à maternidade e simultaneamente apostar em espaços de apoio a doentes terminais. Estas são duas das principais conclusões que o II Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, que hoje termina em Fátima, propõe.
Duas linhas de força surgiram nos três dias do congresso, nomeadamente a aposta na formação de todos os agentes da pastoral da saúde e um esforço para que todas as dioceses do país estejam organizadas em pastoral da saúde permitindo assim criar em modelos de nova evangelização.
A criação de centros de apoio à vida, a criar em todas as dioceses, pretende ser um espaço onde “possamos ter atenção à mulher grávida, às mulheres com problemas na sua gravidez, ou ao casal que precisa de ajuda”, adianta o Padre Feytor Pinto à Agência ECCLESIA. Isto deve ser assumido com coragem e com simplicidade para “fazer o acompanhamento da vida da criança, antes e depois do nascimento”.
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Leia mais em ECCLESIA

UM ARTIGO DE FRANCISCO SARSFIELD CABRAL NO DN


Debate ético
e leis do aborto


É positivo o actual debate público sobre o aborto. Decerto que, tendo-se realizado outro referendo, com a mesma pergunta, há menos de nove anos, a discussão é um tanto repetitiva - parece já ter sido tudo dito, a favor e contra.
E a abstenção no referendo de 1998 e a prevista para 11 de Fevereiro indiciam, é verdade, que boa parte da população se quer alhear do assunto, algo incomodativo. Também é óbvio que não se trata de um debate académico, sereno e racional.
Ainda assim, é bom que se discuta o aborto, bem como outros problemas que envolvem decisões de consciência e de que as pessoas não gostam geralmente de falar. O facto de estes casos implicarem uma decisão ética pessoal, até íntima, não é contraditório com a conveniência do seu debate público. Por três motivos.
Primeiro, porque a ética é importante. E sem debate aberto das questões acaba por se considerar "normal" e justo aquilo que a maioria das pessoas faz, independentemente de quaisquer justificações morais. Na prática tudo passa, então, a ser aceitável, desde que haja muitos a fazê-lo.
Ora, se a ética é afastada numa sociedade amoral, porque não, então, legalizar a poligamia (e também a poliandria, para ser politicamente correcto), onde ela ocorra com alguma frequência? Na Holanda foi recentemente tentada a criação de um partido pedófilo...
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