domingo, 21 de janeiro de 2007

IMAGENS DA RIA

Ria de Aveiro ::
APROVEITANDO O CALORZINHO
::
Ontem, dei uma voltinha para ver a Ria, numa zona em que até parece que ela está a dormir. Com a maré a rebentar pelas costuras, as águas estavam mansas, serenas, como que a convidarem-nos a descansar também. Sinto que cada dia é sempre diferente de outro dia. Assim a Ria. Todos os dias, e dentro de cada dia, ela oferece-nos cambiantes inesquecíveis. Ora calma, como ontem à tarde, ora mais agitada, inquieta, como que irritada, tantas vezes. Não sei porquê! Talvez aborrecida com os ataques que lhe fazem ou com a indiferença com que a olham. Enfim... Ela, como cachopa bonita, gosta que a apreciem... Pois aqui proponho, neste domingo um pouco cinzento, por enquanto, como sugestão, uma visita à nossa Ria, de encantos raros...
Na foto, vê-se ao longe, embora de forma pouco nítida, a ilha de Sama, que há décadas dava abrigo à Quinta do Rebocho, onde se cultivava um pouco de tudo. Hoje está tudo abandonado, o que é pena. Com gente de imaginação, aquele espaço não poderia acolher, agora, uma estância turística? F.M.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 6

A CRUZADA DAS CRIANÇAS
Caríssimo/a: Só de pensar neste tema, me junto a Augusto Gil a dizer-chorar-rezar:
… Mas as crianças, Senhor, Porque lhes dais tanta dor, Porque padecem assim?
E os adjectivos de pessoa bem instalada na vida não se fazem esperar: incrível, horroroso; inacreditável, horrendo; inimaginável, horripilante… De facto, nunca ouvira qualquer referência e fiquei assim a olhar para as letras como se de um mar de sangue se tratasse, o qual submergia e fazia esquecer a “matança dos Inocentes” de Herodes. Abri o livro “365 Things to Know”, de Clifford Parker, da 12.a impressão, de 1981, na página 18 e li:
“Between 1100 and 1300 the Christians rulers of Europe organised several expeditions, or crusades, to Palestine with the object of recovering the Holy Places from the Saracens. In 1212 happened the strangest and most tragic crusade of them all: the Children’s Crusade. A twelve-year-old shepherd boy named Stephen went to the King of France with a letter which he said came from Christ, and asked him to start a crusade. The King would not, so Stephen announced that he would organise a crusade of children, and that the sea would miraculously dry up to allow them to walk to the Holy Land. Stephen set off and soon collected thirty thousand children. Many of them died from hunger and thirst on the march through France to the sea – a hot summer that year had brought drought to the land. When the survivors reached Marseilles, the port on the Mediterranean, they found that the sea would not dry up to let them cross. Two rascally merchants took them aboard seven ships, promising to take them to Palestine, but their real intention was to sell them into slavery. Two of the ships were wrecked in a storm. The rest reached Algeria, where the children were duly sold. Of the thirty thousand children who set off, only one ever got back to France, and that was after eighteen years of slavery. At the same time as the French Children’s Crusade got under way, another one was started in Germany by a boy called Nicolas. Twenty thousand children set off on this: only one in ten finally returned home.”
Certamente que muitos já conheceriam este facto, mas para quem como eu o ouve pela primeira vez, desenha um mundo de interrogações; à partida, a dúvida: será verdade? Enciclopédia Britânica na mão e no 6º volume, na página 786 lá está: “…the Children’s crusade of 1212…A shepherd boy named Stephen had appeared in France… In Germany a child from Cologne, named Nicolas …” Neste Domingo, apetece-me chamar para a minha beira o Espírito Santo para ter uma conversa muito séria com Ele ou, pelo menos, sussurrar:
- Divino ESPIRITO SANTO, AMOR do PAI e do FILHO, Soprai, soprai, soprai, Varrei, varrei, varrei, Arrancai o nosso coração de pedra E trocai-o por um coração de carne, Instaurai o vosso REINO, REINO de PAZ, de AMOR, De JUSTICA, PERDÃO e MISERICÓRDIA… E “as crianças, SENHOR, Porque lhes dais tanta dor, Porque padecem assim?”
Manuel

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

REFERENDO SOBRE O ABORTO
::
Numa questão tão delicada, com a vida e a morte em jogo, não se pretende que haja vencedores nem vencidos, mas um diálogo argumentado, para lá da paixão e mesmo da simples compaixão. Ficam alguns pontos para reflectir.
:
1. O aborto é objectivamente um mal moral grave. Aliás, ninguém é a favor do aborto em si, pois é sempre um drama.
2. A vida é um bem fundamental, mas não é um bem absoluto e incondicionado. Se o fosse, como justificar, por exemplo, o martírio voluntário e a morte em legítima defesa?
3. Para o aparecimento de um novo ser humano, não há "o instante" da fecundação, que é processual e demora várias horas.
A gestação é um processo contínuo até ao nascimento. Há, no entanto, alguns "marcos" que não devem ser ignorados. É precisamente o seu conhecimento que leva à distinção entre vida, vida humana e pessoa humana. O blastocisto, por exemplo, é humano, vida e vida humana, mas não um indivíduo humano e, muito menos, uma pessoa humana.
Se entre a fecundação e o início da nidação (sete dias), pode haver a possibilidade de gémeos monozigóticos (verdadeiros), é porque não temos ainda um indivíduo constituído.Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído.
De qualquer modo, não se pode chamar homicídio, sem mais, à interrupção da gravidez levada a cabo nesse período.
:
Leia mais no DN

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

UM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE

O SAL DA LÍNGUA
:: Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer. Não é importante, eu sei, não vai salvar o mundo, não mudará a vida de ninguém – mas quem é hoje capaz de salvar o mundo ou apenas mudar o sentido da vida de alguém? Escuta-me, não te demoro. É coisa pouca, como chuvinha que vem vindo devagar. São três, quatro palavras, pouco mais. Palavras que te quero confiar. Para que não se extinga o seu lume, o seu lume breve. Palavras que muito amei, que talvez ame ainda. Elas são a casa, o sal da língua.

In "O Sal da Língua"

::

NOTA: Aqui fica um poema de Eugénio de Andrade. Para além do mais, ele serve para evocar o seu nascimento, que aconteceu a19 de Janeiro de 1923, em Póvoa de Atalaia.

CITAÇÃO

"Não queiras saber tudo.
Deixa um espaço livre para te saberes a ti"
Vergílio Ferreira
:
Fonte: Citador

TRÊS EXPOSIÇÕES NA UA

Para ver até Fevereiro
EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS
ABREM HOJE
AO PÚBLICO NA UA
::
Esta Sexta-feira, 19 de Janeiro, abrem ao público três exposições. Uma mostra fotográfica, que assinala os vinte anos de integração na União Europeia de Portugal e Espanha, e duas exposições de dois alunos do Mestrado em Criação Artística e Contemporânea. Visite-as na Reitoria e na Livraria da UA até Fevereiro.
:
Leia mais em UA

MOINHO DO CONDE

Moinho do Conde (Pai ou filho?)
::
MOINHO DO CONDE
NA MARINHA VELHA
::
Ontem referi, no texto sobre o desastre que ocorreu na Ponte do Forte, o Moinho do Conde, que existiu na Marinha Velha, onde aproveitava os ventos que vinham da Ria e do Mar. Ali se moíam os cereais que se cultivavam na Gafanha da Nazaré, nomeadamente milho, centeio, cevada, aveia e algum trigo. O milho levava de vencida todos os outros por estas bandas.
Recordo que os lavradores iam lá entregar os cereais, pagando com farinha. Não havia sempre utilização de dinheiro, nessa época. Mesmo havendo o moinho do Conde, não faltavam moleiros que vinham, segundo recordo, dos lados de Salreu e freguesias vizinhas. O Padre Resende diz, na sua "Monografia da Gafanha", que outrora os moleiros eram de Videira (Mira), Boco e Lavandeira, e que anunciavam a sua presença aos fregueses, "percorrendo o lugar a tocar o tradicional búzio".
Seja como for, a Gafanha da Nazaré também teve, na minha meninice, o seu moinho, em terra que hoje está inundada pelo Canal de Mira, concretamente na zona do Porto de Pesca e seus acessos.
Não sei se a foto mostra o moinho mais antigo, o tal Moinho do Conde, ou um outro, de seu filho, mais integrado na povoação e não longe do primeiro. Caso para descobrir, por quem tem boa memória visual.
F.M.

SEMANA DA UNIDADE DOS CRISTÃOS

ROMPER O SILÊNCIO,
CONSTRUIR COMUNHÃO
::
O mundo cristão celebra, de 18 a 25 de Janeiro, o Oitavário de Oração pela unidade dos Cristãos. As comunidades cristãs de Umlazi, na África do Sul, apresentam-nos uma proposta de reflexão, oração e intervenção social que aposta no rompimento do silêncio perante situações de sofrimento que somos tentados a esconder. Lançam dois grandes convites: a rezar pela unidade dos cristãos e a unir as forças e as vozes para dar resposta aos sofrimentos da humanidade.
:
Leia mais em Ecclesia

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

UM ARTIGO DE D. ANTÓNIO MARCELINO

MAIS UM ATAQUE
INJUSTO
À IMPRESNA REGIONAL
Orientações recentes sobre a imprensa regional vão levar ao fim do porte pago dos jornais enviados aos emigrantes, bem como à proibição de se oferecer o jornal a quem quer que seja, mesmo aos que nele colaboram e às instituições abertas a todos. A luta contra a imprensa regional vem de longe e alguns quadrantes políticos se lhe mudaram a forma, não mudaram os objectivos. Porém, é ela que faz com que não aumentem cada dia os analfabetos letrados, mostra o país real e abre as janelas do mundo, que aproxima as pessoas dos objectivos comuns e aperta laços de vida, que denuncia as prepotências dos diversos poderes e lança iniciativas que respondam a necessidades concretas que uns ignoram e outros abafam. O que se anuncia agora, já com data marcada, além de ser um mau passo, dado por um poder que teima, em muitos aspectos, viver à margem da vida dos cidadãos, é, ao mesmo tempo, uma medida inconcebível que entra, talvez sob pretexto orçamental, por um caminho tão injusto, como perigoso. Um dos laços mais fortes dos emigrantes à sua terra é o jornal da região. Quem visita emigrantes por esse mundo fora ou com eles contacta quando por aí passam férias, sabe que assim é. Os deputados pela emigração já se aperceberam desta medida ou foram ouvidos sobre tais decisões do governo? Acabar com o porte pago quer dizer, traduzido em números, que um emigrante, assinante do jornal semanário da sua terra, terá de pagar, além da assinatura, mais umas centenas de euros. Mas quer dizer ainda, e isto é muito grave, que vivam lá eles pelas terras onde trabalham, o importante é que mandem divisas e façam investimentos. Se se forem secando os afectos que ainda os ligam ao país e à terra onde nasceram, isso é de somenos importância… Todos sabemos como se exprime a sensibilidade dos que lutam pela vida em terras estrangeiras, quando se lhes toca na sua pessoa, sentimentos e interesses. Está aí ao rubro este seu sentir pelo facto de se fecharem consulados, obrigando a deslocações impensáveis, para tratar dos seus problemas. E já vem aí outra medida que os agride… Ainda neste contexto de livre opinião, é bom que se saiba que a imprensa regional vive, em grande parte, de colaboradores graciosos. Escrevo regularmente nos jornais há quase cinquenta anos. Nunca recebi, nem pedi, nem aceitei como paga desta colaboração regular, mais do que a oferta do jornal onde escrevo. Pois, daqui em diante, a administração terá de pagar o jornal que me envia, ou então pagá-lo eu, ou deixar de o receber. Assim mesmo. De igual modo, e por igual razão, vão acabar as ofertas de jornais para escolas, hospitais, centros de convívio e por aí adiante. Quem quiser ler terá de pagar. Uma tristeza sem nome, que mata tantas coisas lindas e louváveis. Não descortino razões para estas medidas, que não sejam o propósito de asfixiar, a pouco e pouco, a incómoda imprensa regional. Um propósito que vem do tempo do PREC. Foi então que se lhe chamou reaccionária, um nome sempre à mão de cabeças vazias de ideias e de corações encarquilhados por ódios e preconceitos. Eu compreendo medidas que ajudem a qualificação dos jornais, estimulem a sua leitura, os tornem desejáveis e esperados. Ao Estado cumpre o estar atento ao que se faz de bem e interessa às populações, e empenhar-se para que se faça mais e melhor. Por este caminho não vai lá. Vou-me interrogando, seriamente, se, para quem governa, a almejada democracia afinal ajuda o país a crescer ou é um empecilho ao seu crescimento. Não voltaremos mais ao pensamento dominante e único de uns tantos inteligentes que já nasceram ricos e agora governam e decidem sem apelo, em contraponto com o povo, que, felizmente, já não se resigna a que outros pensem por ele e o queiram calar por incómodo. Matar a imprensa regional é agredir o povo e as iniciativas de quem quer participar e tem direito a fazê-lo.

ANTIGA PONTE DO FORTE

Recordando um desastre




QUANDO A PONTE
DO FORTE DA BARRA
RUIU

Esta fotografia da antiga ponte do Forte, que ligava a Gafanha da Nazaré às Praias da Barra e da Costa Nova, leva-me a recordar um desastre que, por pouco, não provocou vítimas. A velha ponte, de madeira, mostrava de quando em vez sinais de alguma fragilidade, o que exigia redobrados cuidados. 
A “Auto Viação Aveirense”, que fazia os transportes de passageiros entre Aveiro e as praias, obrigava, com alguma regularidade, todos os passageiros a passarem a pé de um lado para o outro, tanto nesta ponte como na ponte da Gafanha, na Cale da Vila, que permitia a ligação a Aveiro. Saíam do autocarro para o retomar do outro lado da ponte, quer chovesse quer fizesse sol. 
No dia 5 de Julho de 1951, pelas 10 horas, porém, o desastre aconteceu na ponte do Forte. Quando o camião do senhor Manuel Ramos, conhecido por Manuel Russo (ou Ruço?) ia a passar, com cinco toneladas de areia, a ponte ruiu. O proprietário e condutor conseguiu sair de imediato, mas o filho Francisco Ramos, que o acompanhava, ficou debaixo de água durante quatro minutos e meio, segundo lhe afiançou o então mestre Augusto, encarregado da Junta Autónoma do Porto de Aveiro (JAPA). 
Garantiu Francisco Ramos, que viveu esse drama, que  nada fazia prever que isto pudesse acontecer, pois a ponte, oficialmente, podia suportar sete toneladas de peso. Mas caiu com menos. E o pior poderia ter acontecido naquele dia, pois cinco minutos depois passaria por ali o autocarro da “Auto Viação Aveirense”, cheio de passageiros.
No dia seguinte, procedeu-se à retirada do camião do fundo da Ria. Com a experiência de mestre Augusto, o camião pôde sair com a ajuda de duas barcaças e de talhas, posicionadas nos sítios certos. Quem foi ligar o camião às barcaças, mergulhando as vezes necessárias, foi o “Pezinho” (apelido de um homem cujo nome não me ocorre nesta altura), que tinha a capacidade rara de aguentar uns minutos debaixo de água. 
Feitas as ligações, uma lancha da JAPA arrastou tudo para um espraiado na Marinha Velha, perto do moinho do senhor Conde, que foi demolido há várias décadas, mas que ainda se mantém na minha memória. 
Do areal da borda até à estrada mais próxima o camião foi puxado por juntas de bois. Depois foi reparado e a vida retomada, à espera de uma ponte que oferecesse mais garantias. O que veio a acontecer, não naquele sítio. A nova ponte, a actual, está presentemente a ser reparada. É a que nos liga às Praias da Barra e da Costa Nova. Mesmo de betão, com a idade, mostrava sinais de algum perigo. Acudiram-lhe a tempo. 

 Fernando Martins

VOLUNTÁRIOS NA FÁBRICA

Crianças no Centro da Ciência Viva, em Aveiro
::
Centro de Ciência Viva
aceita colaboração
de voluntários
::
A Fábrica tem inscrições abertas a todos aqueles que queiram colaborar com este Centro de Ciência Viva de Aveiro. Basta ter tardes ou manhãs livres, à semana ou ao fim-de-semana (a fábrica funciona quase em laboração contínua) e entrar em contacto com a Fábrica. A idade não importa, já que não há idade para aprender a ser solidário. Talvez já lhe tenha passado pela cabeça dar uma mãozinha na Fábrica. Se quiser colaborar com este Centro, envia o teu contacto. Os responsáveis da Fábrica têm muito gosto em falar contigo para juntos verem em que nos pode ajudar. Rua dos Santos Mártires
3810-170 Aveiro - Portugal
Tel. +351 234 427 053 (859)
Fax. +351 234 426 077

SANTO ANDRÉ REABRIU AO PÚBLICO

A MEMÓRIA DE ÍLHAVO PASSA POR ESTE MUSEU

No último sábado, o Navio Museu Santo André reabriu ao público, depois de três meses de encerramento, período durante o qual teve uma “estadia” no estaleiro da Navalria. O navio Santo André regressou ao seu cais de atracagem, no Canal de Mira da Ria de Aveiro, na zona do Forte da Barra e do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré.

::

Leia mais no Correio do Vouga

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

UM POEMA DE MIGUEL TORGA

Miguel Torga
CONFIANÇA
::
O que é bonito neste mundo,
e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar
outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
::
NOTA: Faz hoje anos que faleceu Miguel Torga, um escritor multifacetado que muito aprecio. No dia 17 de Janeiro de 1995, a literatura portuguesa, e mesmo universal, ficou mais pobre, com a morte de um artista que muito a honrou.
Várias vezes premiado, nunca, porém, recebeu o Prémio Nobel da Literatura, que tantos para ele reclamaram merecidamente. Alheio a grupos de pressão e a capelas literárias ou políticas, o mundo não pôde ser acordado para uma arte que Miguel Torga tão bem cultivou. Mas a sua obra, que abarcou todos os géneros, ficou para nos desafiar a apreciar a beleza que de tudo quanto escreveu sobressai.
Em jeito de homenagem, aqui fica um poema, de sua autoria, muito simples, como simples foi tudo quanto nos legou.
F.M.

FUGA AOS IMPOSTOS

GOVERNO QUER
IGNORAR SINAIS
EXTERIORES DE RIQUEZA?
A comunicação social de hoje noticia que o Governo deixou cair as "manifestações de fortunas" na declaração de IRS deste ano, até agora visto como um instrumento fundamental para o combate à fuga e fraude fiscais. É que, ao contrário do exigido em 2006, os impressos do IRS para 2007 não obrigam à declaração de compra de bens.
Não sei se esta situação é resultado de um qualquer lapso, ou se é deliberada. No primeiro caso, há que esperar a correcção urgente; no segundo caso, é motivo para fortes protestos. Tudo isto, porque é inconcebível que o Governo não queira receber os impostos de quem se dá ao luxo de mostrar que é rico. Os trabalhadores por conta de outrem, como é sabido, pagam sempre os impostos devidos. E se é assim, por que razão alguns dos mais ricos ficam tantas vezes à margem das suas obrigações fiscais?
:
NOTA: Sem retirar uma vírgula ao que está escrito, devo acrescentar que também é verdade que o Estado pode, se quiser, contornar essa falha, recorrendo ao cruzamento de informações que estão ao seu dispor, graças à informatização dos serviços. No entanto, o facto de os contribuintes declararem anualmente os bens (de custos elevados) que adquiriram, só dignificaria o processo.

FAROL DA BARRA

::
FAROL EM CONSTRUÇÃO
::
Quem hoje contempla o Farol da Barra de Aveiro, situado no lugar da Praia da Barra, Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, talvez nunca tenha imaginado como é que ele nasceu. Qualquer dia, com mais vagar, hei-de falar disso no meu blogue, para que a história não se perca, com a agitação dos tempos ou com os ventos fortes que costumam varrer a região.
Apeteceu-me publicar esta foto do Farol em construção, para lembrar as extraordinárias transformações que ocorreram desde o seu nascimento, com baptismo inaugural datado de 31 de Agosto de 1893.
Já agora, quando forem à Praia de Barra, apreciem o Farol e imaginem os primeiros tempos com as obras em curso naquela zona... Como tudo era tão diferente!
F.M.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 5

Pintassilgos
OS PASSARINHOS
TÃO ENGRAÇADOS…
Caríssimo/a: A frase sai instintiva mas convictamente: - Mas que bela arrozada! Vem ver: pombos que mais parecem patos! Sete, sete pombos prazenteiros alimentavam-se no pátio da casa; de início, há três anos, eram apenas dois, informam-nos. Corvos, pardais, rolas, gaivotas não têm conta. Duas pegas. Um melro, durante anos, foi companhia nas actividades no quintal. Agora não aparece. Já fiz referência à renovação dos grãos nos comedouros. Junto de muitas casas, assim como em parques e jardins, os abrigos, os ninhos e os comedouros são uma constante. Espectáculo que não se esquece é estar a tomar o café num restaurante, nevar intensamente e observarmos, através da janela, o colorido agitado dos pássaros em torno do alimentador. Também não menos espectacular é ouvir, quiçá na zona mais ventosa do globo: - Sabes, mana, agora aparece um pintassilgo que vem todos os dias comer ali! – e apontava para o comedouro à frente da casa. Entretanto já trazia na mão o livro onde figuravam os pássaros da região e pudemos observar o “nosso” pintassilgo. Contudo o mais espantoso para nós terá sido ver bandos e bandos de patos bravos a cruzar os céus, no seu característico V. Agora troquem de lugar connosco e, no regresso, observem o indescritível: centenas e centenas de patos, ao lado uns dos outros, a debicar no terreno de cultura mais vasto que um campo de futebol! O espanto fez calar o instinto, a “arrozada” deliu-se e ficamos a saborear a poesia de Afonso Lopes Vieira, do nosso livro da 2.a classe:
::
Os passarinhos tão engraçados Fazem os ninhos com mil cuidados… Nunca se faça mal a um ninho, A linda graça dum passarinho! Que nos lembremos sempre também Do pai que temos, da nossa mãe!
::
Falei de pássaros. Podíamos ter falado de outros animais de mais ou menos porte. Por vezes, parece irem além do carinho e do respeito… E com respeito fica o Manuel Só mais uma coisita: Quanto aos cães!… Também vi ruas sujas… Mas não há dúvida: normalmente os donos são cuidadosos!

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

UM ARTIGO DE ALEXANDRE CRUZ

Violência omnipresente
1. Não há educação (de princípios) que resista! Na tarde de domingo último, por casualidade, alguns minutos de tempo nos sobraram e eis que o “ritual” de ligar a TV foi também o nosso. Seria pelo meio da tarde, em horário nobre de domingo, horas propícias das propostas de programação aliciante para os mais novos. Já sabíamos, e não é novidade para ninguém, que a concorrência feroz, ao segundo, nos nossos canais generalistas, generaliza, precisamente e perversamente, um sensacionalismo de tendências sempre mais fantásticas quanto deseducativas em termos de uma irreverência em que quanto pior (programa) melhor (audiência). Já não tínhamos grandes expectativas. Mas, permita-se-nos a liberdade do “bom senso”, ficámos surpreendidos e perplexos pelo grotesco excesso. Na generalidade dos canais a grande violência reinava no sereno domingo à tarde; e se a violência dos filmes já “faz parte” da vida (temos lamentavelmente de o reconhecer, estamos por tudo!), com os seus impactos negativos, já a violência gratuita e espectacularizada não nos pode deixar indiferentes (pelo menos por agora, até que nos habituemos). 2. Falamos concretamente da luta livre americana. Sabemos que já existe há longos anos esse espectáculo inqualificável, onde a “pancada em cima de pancada”, até partir se for preciso, é o lema. Esse programa há já alguns anos esteve presente no mesmo canal; agora voltou (ao terceiro canal), para semear (que sentimentos?) violência na tarde de domingo. Inqualificável opção de programação de um instrumento admirável que pode ser a TV. No referido programa das lutas de Wrestling, esta uma empresa americana de espectáculos de entretenimento na base da violência, luta-se premeditadamente até haver forças; quase que faz lembrar as lutas das arenas romanas até à morte. Há um quadro grande de lutadores onde droga, escândalo, morte se misturam; para nossa surpresa esses campeonatos nos EUA têm uma proporção impressionante, havendo 14 campeonatos de luta, também de mulheres. Dessa empresa, que vende os seus espectáculos ao mundo sedento, a táctica é declaradamente, com encenação, vender para o público-alvo que são os adolescentes pelos 14 anos e os jovens adultos na casa dos 30. Este é o Wrestling mais "politicamente incorrecto", com linguagem degradante, combate espectacular e violento a ponto de partir braços, pernas, cabeças…mesmo atingindo situações de morte posterior. Essa empresa de entretenimento, desta forma (degradante), superou a sua crise económica recente, vencendo assim a concorrência. Público? Estádio-pavilhão cheio de público eufórico e deliciado (com crianças a assistir ao vivo) a ver os lutadores até ao fim!... 3. Dos filmes aos noticiários, dos game boy às lutas livres, uma sensação de violência omnipresente (on-line) acompanha a história deste tempo, a que se poderá juntar a comunicação social (quando é) sensacionalista. Desta impressão televisiva violenta (consciente ou inconscientemente), a crispação e intolerância passa para os mais novos e desce à escola, à estrada e mesmo à “violência doméstica”. Nesse tal programa americano, no intervalo dizia-se: “Não repita isto em casa”! Não fossem os adolescentes repetirem a experiência dando violentamente na mãe ou no irmão mais novo! Dá vontade de rir, degradante realidade esta que existe e que a concorrência televisiva trás para Portugal como um “doce” de domingo para vencer a “guerra” da audiência. Não há ética, educação, conselho, ideal, visão feliz de mundo, direitos e dignidade humana,… que resista! Andamos a “trabalhar” desnorteados, sem enquadrar as instâncias universais de educação (UNESCO, ONU, …) neste processo de referência da boa LIBERDADE COM REPOSNABILIDADE para sermos HUMANOS, para todas as formas impressionantes de comunicação porem água na sua fervura dos espectáculos da violência. Existem algumas instâncias, nacionais e internacionais, para o efeito, mas… Talvez a proibição (de tudo o que é desumano, indigno e deseduca) terá de fazer parte da liberdade! 4. No ano passado, quando da (mal) designada época dos incêndios as nossas televisões fizeram um pacto de paz, para não transmitir grandes imagens de incêndios nem apresentar “exploração de sentimentos”. Louvável! Mas, apesar de todas as subjectividades nestas realidades, será necessário um pacto transversal de não-violência para as programações televisivas? Ou, descendo à terra de sermos humanos: antes de todas as codificações, não terão os senhores da TV nos seus filhos ou sobrinhos a intuição “daquilo” que será o melhor (ou o menos pior) para uma boa educação dos seus? Terão esta preocupação? Terão eles a percepção da responsabilidade na formação da sociedade do seu canal? Mal vai quando para tudo será necessário códigos (este é o “sinal” evidente de que estamos a distanciar-nos da proclamada “liberdade”). Pelo andar da carruagem, até onde o comboio violento chegará?

AO SABOR DA MARÉ - 3

O FRIO
::
Temos de convir que o frio faz parte da vida. O frio físico, está bem de ver, não deixa de ter o seu encanto, sobretudo por nos atrair para a fogueira que nos aquece os pés, depois o corpo todo e, desde o início, a alma. O frio vem sempre, ou normalmente, na época própria. Aparece com o Natal e prolonga-se até fins de Março, quando os sinais de Primavera nos encantam e alegram o espírito. E apesar dos encantos que ele nos traz, para muitos que têm a tal fogueira que nos atrai, não podemos ignorar que não deixa de ser um drama pungente para quem a não tem, como não tem agasalhos para o minimizar. Daí a urgência de pensarmos um pouco nisto, para na hora própria acudirmos a quem passa frio nestas noites, e dias, de fazer tremer o queixo. Eu sei que é complicado sair dos nossos aconchegos para pensar nos que vivem sem o mínimo conforto e sem mantas à altura de lhes emprestarem um pouco de calor. Mas, se quisermos, haverá sempre uns minutos para pegar em cobertores que até já nem usamos, para os levar a quem farão muito jeito. E já que falo do frio físico, que todos sentimos, permitam-me que diga uma palavrinha sobre o frio humano. Esse será o mais agreste, porque tem lugar em todas as estações do ano. Então, se é o mais agreste, temos mesmo que o substituir pelo calor humano, durante todos os dias do ano, nas nossas relações com toda a gente.
Fernando Martins

ABORTO - 14

UM ARTIGO DE ANTÓNIO REGO
::
Referendo II
::
Uma mobilização organizada,
possivelmente a maior mobilização
de leigos desde os tempos
da Acção Católica
Arrastando bizarrias de alto riso, disparates incomensuráveis, ignorâncias arrogantes e, ao mesmo tempo, reflexões muito sensatas, corre o rio da nossa pequena história em direcção ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. E, cumpre dizer, tem águas muito saudáveis, intervenções inteligentes e debates enriquecedores para o tempo comum da democracia. Não se esqueça que estamos no segundo tempo do mesmo jogo. O povo português já se pronunciou, em referendo, sobre o aborto. E disse não. Tivera dito sim em 1998 e ficaria aferrolhado pelos zelotas do direito e de alguma esquerda que ainda não percebeu em que país vivemos. Convém, por isso, no meio do ruído, lembrar que estamos a perguntar ao mesmo povo a mesma coisa pela segunda vez. Haja paciência para uma democracia assim. Haja! Mas há aspectos interessantes. Estamos perante uma mobilização organizada. Possivelmente a maior mobilização de leigos desde os tempos da Acção Católica. E desta vez é por uma causa: a causa simples e concreta da vida. Oficialmente a Igreja reafirma a sua inequívoca posição pelo não, na pergunta que é feita no referendo. Mas cada diocese, bispo, paróquia ou movimento, assume os seus dinamismos sem agressão e com respeito por aqueles, mesmo cristãos, que enveredam por outro caminho. O Patriarca de Lisboa enviou uma carta aos Párocos, pedindo que, como “presidentes da assembleia litúrgica, se limitem, durante a mesma, à apresentação da doutrina da Igreja sobre o respeito pela vida. A celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha…” Plenas de sensatez e respeito, estas palavras não podem ser tomadas, como pretendem alguns comentadores, por alheamento à campanha que está a posicionar-se neste momento no terreno da opinião pública. O Cardeal Patriarca acrescenta que “isto não impede que o Pároco e a comunidade cristã organizem noutros momentos e espaços debates de esclarecimento… acerca das várias questões que este referendo levanta.” Eis uma orientação sábia e oportuna num momento de mobilização para uma causa que não é um capricho moral ou uma corrente de circunstância. E à volta da qual pululam falácias e ilusionismos numa confusão ardilosa de falsa modernidade. Como se a vida fosse uma questão do passado.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

PASTORAL DA CULTURA

Cultura como espaço
de evangelização
::
A Igreja toma consciência que o campo cultural é uma área também de evangelização. Recentemente Bento XVI por ocasião dos 500 anos dos Museus do Vaticano, referiu a imensidão cultural acessível a tantos que diariamente entram nos museus. Esta temática esteve em análise na reunião do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, onde a partir de um documento do Conselho Pontifício para a Cultura intitulado “Para uma pastoral da Cultura, os representantes de 11 dioceses e de várias congregações religiosas, reflectiram nos seus desafios. “A cultura é um novo campo de acção evangelizadora no mundo da cultura”, refere à Agência ECCLESIA o Padre Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Cultura. Assim é muito importante que “a nível nacional se reflicta e avalie o que poderá ser hoje uma pastoral da cultura no espaço da Igreja em Portugal”. Do documento em análise e segundo o director do Secretariado Nacional da Cultura, emergem três desafios: construir a consciência de que a cultura é um espaço privilegiado para a evangelização, ganhando essa consciência de uma forma mais forte; construir um espaço cultural com uma presença de diálogo, de abertura e de explicitação daquela que é a verdade da experiência cristã; e por último um envolvimento maior da Igreja em Portugal neste novo campo de acção. “Tem de haver um esforço de congregação maior da Igreja em Portugal e das dioceses neste caminhar comum e âmbito pastoral tão urgente”, regista o Pe Tolentino Mendonça. E a diversidade cultural de cada diocese não é barreira, pois “a diversidade em Igreja nunca foi um obstáculo, mas condição necessária para a sua afirmação”, aponta. Nesse sentido “lançamos a possibilidade de acções conjuntas em cada diocese, para que trabalhassem esta unidade necessária e consenso em torno de algumas linhas de acção conjunta”, a serem apresentadas brevemente. O director do Secretariado Nacional da Cultura regista ainda que “falar da cultura é falar de uma realidade transversal, é perceber que hoje a evangelização não pode acontecer em circuitos fechados, não pode ser num discurso intra eclesial”. Passa antes por uma evangelização que apresente uma visão do homem e do mundo acente “numa proposta em diálogo com a sociedade civil”, conclui.
:
Fonte: Ecclesia

MISERICÓRDIA DE ÍLHAVO

Professor Fernando Maria (foto do meu arquivo)
::
HOSPITAL DE CUIDADOS
CONTINUADOS ESTARÁ
CONCLUÍDO EM 2009
::
Na Rádio Terra Nova li hoje uma notícia que me agradou: A Misericórdia de Ílhavo vai ter o seu Hospital de Cuidados Continuados em 2009. A garantia foi dada pelo professor Fernando Maria, provedor da Santa Casa, e tudo indica que vai ser assim. Porque o professor Fernando Maria não é homem para prometer uma coisa e fazer outra. Esta notícia agradou-me porque se trata de uma valência necessária na nossa região, como certamente noutras. Cada vez há mais doentes e idosos acamados e a precisarem de muita atenção, tanto mais que as famílias, por força das circunstâncias, têm, cada vez menos, pouca disponibilidade para oferecerem aos seus familiares nessa situação os cuidados de que carecem. Mas se é verdade que a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo vai apostar em força nesta valência, que se pretende modelar mesmo a nível do País, também é bom esperar que as forças políticas e sociais, bem como toda a população do concelho, venham a ajudar a erguer este Hospital de Cuidados Continuados, que se destina a todos. Agora ou mais tarde. F.M.

ABORTO - 13

Cardeal-Patriarca escreve aos párocos
::
Celebração litúrgica
não pode ser lugar
de campanha,
alerta D. José Policarpo
::
D. José Policarpo enviou uma carta aos párocos e comunidades cristãs do Patriarcado de Lisboa a respeito do próximo referendo ao aborto, frisando que a celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha, “rebatendo argumentos contrários, analisando vertentes políticas e sociológicas do problema”. A missiva sublinha, no entanto, que isso não impede a organização, noutros momentos e espaços, de “debates de esclarecimento mais abrangentes, para os quais podem pedir a colaboração de pessoas preparadas para esclarecer acerca das variadas questões que este referendo levanta”. O voto no Não, segundo o Cardeal-Patriarca, deve ser claro para todos os católicos. “A doutrina da Igreja sobre a vida, inviolável desde o seu primeiro momento, obriga em consciência todos os católicos. Estes, para serem fiéis à Igreja, não devem tomar posições públicas contrárias ao seu Magistério”, assinala. A carta, publicada na página oficial do Patriarcado, sublinha que “o drama do aborto voluntário” implica sérias questões morais e “desafia a Igreja e a sociedade a encontrar respostas positivas, na linha do amor fraterno, na ajuda a todas as mulheres que vão ser mães”. A próxima campanha será, neste contexto, “momento de esclarecimento das consciências e não de exclusão de ninguém do nosso amor fraterno”, aponta D. José Policarpo. O texto termina com um rápido olhar sobre os principais pontos da doutrina da Igreja sobre a vida: toda a vida é dom de Deus; a vida humana é um todo inseparável, desde a fecundação até à morte natural; o respeito pela vida dos outros, em todos os seus momentos, é dever imposto pela lei natural e universal, base da exigência ética e da cultura; a resposta cristã para os problemas e para os pecados no cumprimento deste mandamento está no perdão e na ajuda de Deus e no mandamento do amor fraterno.
::
Fonte: Ecclesia

SÃO GONÇALINHO

À espera das cavacas (Foto do meu arquivo)
::
ATIREM-SE AS CAVACAS
DO ALTO DA CAPELA
::
A tradição das festas em honra do padroeiro do Bairro da Beira-Mar, em Aveiro, continua a atrair cada vez mais populares ao adro da Capela de São Gonçalinho. Só este ano, deverão ser arremessadas seis toneladas de cavacas num ritual usado para o pagamento de promessas ao santo.
Por Maria José Santana (texto)
::
Assim que as badaladas do sino se fazem ouvir, as pessoas que se amontoam no adro começam a procurar o melhor lugar possível para apanhar as cavacas que são arremessadas do alto da Capela de São Gonçalinho. Alguns recorrem a guarda-chuvas abertos, virados ao contrário, para ajudar na "apanha". Mas há também quem se sirva de apetrechos um pouco mais rebuscados: um camaroeiro (rede normalmente usada na apanha de camarões) atado a um cabo que pode atingir os quatro metros de altura, ou mais.
A ideia é apanhar o máximo de doces que são atirados pelos devotos a São Gonçalinho, o padroeiro do Bairro da Beira-Mar, em Aveiro, que pagam assim em cavacas as promessas que fizeram ao santo. Dalila Sobreiro toma o seu lugar na extensa fila de devotos que querem subir ao alto do templo para cumprir a sua promessa. "Já venho há 30 anos atirar dez quilos de cavacas", relata ao PÚBLICO, a propósito do ritual que está prestes a levar a cabo e no qual foi iniciada pela sogra.
:: Leia mais no "PÚBLICO"

JANEIRAS - 2

COLABORAÇÃO DOS LEITORES
Jovem tocador de cavaquinho
::
GRUPO ETNOGRÁFICO
EM MOREIRA DA MAIA
::
É com muito gosto que vejo o meu (também seu) grupo no seu blogue. Não estive em sua casa, cheguei um pouco mais tarde, mas foi com grande satisfação que cantámos para si e para todos os que nos querem ouvir.
Ontem à tarde estivemos em Moreira da Maia a cantar os nossos cânticos dos Reis, cânticos bem gafanhões. Todas as pessoas gostaram, e podemos dizer, sem falsa modéstia, que os nossos não serão os mais bonitos, mas são tão bonitos como os das outras terras, apesar de não termos tantas tradições das Janeiras, como alguns grupos que lá se apresentaram. Um abraço amigo
do Rubem da Rocha

domingo, 14 de janeiro de 2007

JANEIRAS

::
GRUPO ETNOGRÁFICO
DA GAFANHA DA NAZARÉ
MANTÉM TRADIÇÃO
::
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré mantém a tradição. Hoje, surgiu à minha porta para cantar as Janeiras. Apesar da noite fria, um bom grupo, com jovens de todas as idades, fez ouvir um coro de vozes afinadas, cantando melodias tradicionais que dá sempre gozo ouvir. E em surdina, não deixei de as entoar, em jeito de quem sabe vibrar com as cantigas populares, esses cânticos que tanto aprecio. O Grupo Etnográfico continua a cumprir os objectivos que assumiu há muitos anos, que são o de recolher e apresentar, onde for preciso, as tradições dos nossos avós, sendo hoje, sem dúvida, uma importante memória viva da Gafanha da Nazaré e sua região. Por isso, o meu incondicional apoio, na certeza de que saberá continuar a mostrar às gerações mais novas os usos e costumes dos antigos gafanhões. F.M.