sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

SEMANA DA UNIDADE DOS CRISTÃOS

ROMPER O SILÊNCIO,
CONSTRUIR COMUNHÃO
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O mundo cristão celebra, de 18 a 25 de Janeiro, o Oitavário de Oração pela unidade dos Cristãos. As comunidades cristãs de Umlazi, na África do Sul, apresentam-nos uma proposta de reflexão, oração e intervenção social que aposta no rompimento do silêncio perante situações de sofrimento que somos tentados a esconder. Lançam dois grandes convites: a rezar pela unidade dos cristãos e a unir as forças e as vozes para dar resposta aos sofrimentos da humanidade.
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quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

UM ARTIGO DE D. ANTÓNIO MARCELINO

MAIS UM ATAQUE
INJUSTO
À IMPRESNA REGIONAL
Orientações recentes sobre a imprensa regional vão levar ao fim do porte pago dos jornais enviados aos emigrantes, bem como à proibição de se oferecer o jornal a quem quer que seja, mesmo aos que nele colaboram e às instituições abertas a todos. A luta contra a imprensa regional vem de longe e alguns quadrantes políticos se lhe mudaram a forma, não mudaram os objectivos. Porém, é ela que faz com que não aumentem cada dia os analfabetos letrados, mostra o país real e abre as janelas do mundo, que aproxima as pessoas dos objectivos comuns e aperta laços de vida, que denuncia as prepotências dos diversos poderes e lança iniciativas que respondam a necessidades concretas que uns ignoram e outros abafam. O que se anuncia agora, já com data marcada, além de ser um mau passo, dado por um poder que teima, em muitos aspectos, viver à margem da vida dos cidadãos, é, ao mesmo tempo, uma medida inconcebível que entra, talvez sob pretexto orçamental, por um caminho tão injusto, como perigoso. Um dos laços mais fortes dos emigrantes à sua terra é o jornal da região. Quem visita emigrantes por esse mundo fora ou com eles contacta quando por aí passam férias, sabe que assim é. Os deputados pela emigração já se aperceberam desta medida ou foram ouvidos sobre tais decisões do governo? Acabar com o porte pago quer dizer, traduzido em números, que um emigrante, assinante do jornal semanário da sua terra, terá de pagar, além da assinatura, mais umas centenas de euros. Mas quer dizer ainda, e isto é muito grave, que vivam lá eles pelas terras onde trabalham, o importante é que mandem divisas e façam investimentos. Se se forem secando os afectos que ainda os ligam ao país e à terra onde nasceram, isso é de somenos importância… Todos sabemos como se exprime a sensibilidade dos que lutam pela vida em terras estrangeiras, quando se lhes toca na sua pessoa, sentimentos e interesses. Está aí ao rubro este seu sentir pelo facto de se fecharem consulados, obrigando a deslocações impensáveis, para tratar dos seus problemas. E já vem aí outra medida que os agride… Ainda neste contexto de livre opinião, é bom que se saiba que a imprensa regional vive, em grande parte, de colaboradores graciosos. Escrevo regularmente nos jornais há quase cinquenta anos. Nunca recebi, nem pedi, nem aceitei como paga desta colaboração regular, mais do que a oferta do jornal onde escrevo. Pois, daqui em diante, a administração terá de pagar o jornal que me envia, ou então pagá-lo eu, ou deixar de o receber. Assim mesmo. De igual modo, e por igual razão, vão acabar as ofertas de jornais para escolas, hospitais, centros de convívio e por aí adiante. Quem quiser ler terá de pagar. Uma tristeza sem nome, que mata tantas coisas lindas e louváveis. Não descortino razões para estas medidas, que não sejam o propósito de asfixiar, a pouco e pouco, a incómoda imprensa regional. Um propósito que vem do tempo do PREC. Foi então que se lhe chamou reaccionária, um nome sempre à mão de cabeças vazias de ideias e de corações encarquilhados por ódios e preconceitos. Eu compreendo medidas que ajudem a qualificação dos jornais, estimulem a sua leitura, os tornem desejáveis e esperados. Ao Estado cumpre o estar atento ao que se faz de bem e interessa às populações, e empenhar-se para que se faça mais e melhor. Por este caminho não vai lá. Vou-me interrogando, seriamente, se, para quem governa, a almejada democracia afinal ajuda o país a crescer ou é um empecilho ao seu crescimento. Não voltaremos mais ao pensamento dominante e único de uns tantos inteligentes que já nasceram ricos e agora governam e decidem sem apelo, em contraponto com o povo, que, felizmente, já não se resigna a que outros pensem por ele e o queiram calar por incómodo. Matar a imprensa regional é agredir o povo e as iniciativas de quem quer participar e tem direito a fazê-lo.

ANTIGA PONTE DO FORTE

Recordando um desastre




QUANDO A PONTE
DO FORTE DA BARRA
RUIU

Esta fotografia da antiga ponte do Forte, que ligava a Gafanha da Nazaré às Praias da Barra e da Costa Nova, leva-me a recordar um desastre que, por pouco, não provocou vítimas. A velha ponte, de madeira, mostrava de quando em vez sinais de alguma fragilidade, o que exigia redobrados cuidados. 
A “Auto Viação Aveirense”, que fazia os transportes de passageiros entre Aveiro e as praias, obrigava, com alguma regularidade, todos os passageiros a passarem a pé de um lado para o outro, tanto nesta ponte como na ponte da Gafanha, na Cale da Vila, que permitia a ligação a Aveiro. Saíam do autocarro para o retomar do outro lado da ponte, quer chovesse quer fizesse sol. 
No dia 5 de Julho de 1951, pelas 10 horas, porém, o desastre aconteceu na ponte do Forte. Quando o camião do senhor Manuel Ramos, conhecido por Manuel Russo (ou Ruço?) ia a passar, com cinco toneladas de areia, a ponte ruiu. O proprietário e condutor conseguiu sair de imediato, mas o filho Francisco Ramos, que o acompanhava, ficou debaixo de água durante quatro minutos e meio, segundo lhe afiançou o então mestre Augusto, encarregado da Junta Autónoma do Porto de Aveiro (JAPA). 
Garantiu Francisco Ramos, que viveu esse drama, que  nada fazia prever que isto pudesse acontecer, pois a ponte, oficialmente, podia suportar sete toneladas de peso. Mas caiu com menos. E o pior poderia ter acontecido naquele dia, pois cinco minutos depois passaria por ali o autocarro da “Auto Viação Aveirense”, cheio de passageiros.
No dia seguinte, procedeu-se à retirada do camião do fundo da Ria. Com a experiência de mestre Augusto, o camião pôde sair com a ajuda de duas barcaças e de talhas, posicionadas nos sítios certos. Quem foi ligar o camião às barcaças, mergulhando as vezes necessárias, foi o “Pezinho” (apelido de um homem cujo nome não me ocorre nesta altura), que tinha a capacidade rara de aguentar uns minutos debaixo de água. 
Feitas as ligações, uma lancha da JAPA arrastou tudo para um espraiado na Marinha Velha, perto do moinho do senhor Conde, que foi demolido há várias décadas, mas que ainda se mantém na minha memória. 
Do areal da borda até à estrada mais próxima o camião foi puxado por juntas de bois. Depois foi reparado e a vida retomada, à espera de uma ponte que oferecesse mais garantias. O que veio a acontecer, não naquele sítio. A nova ponte, a actual, está presentemente a ser reparada. É a que nos liga às Praias da Barra e da Costa Nova. Mesmo de betão, com a idade, mostrava sinais de algum perigo. Acudiram-lhe a tempo. 

 Fernando Martins

VOLUNTÁRIOS NA FÁBRICA

Crianças no Centro da Ciência Viva, em Aveiro
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Centro de Ciência Viva
aceita colaboração
de voluntários
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A Fábrica tem inscrições abertas a todos aqueles que queiram colaborar com este Centro de Ciência Viva de Aveiro. Basta ter tardes ou manhãs livres, à semana ou ao fim-de-semana (a fábrica funciona quase em laboração contínua) e entrar em contacto com a Fábrica. A idade não importa, já que não há idade para aprender a ser solidário. Talvez já lhe tenha passado pela cabeça dar uma mãozinha na Fábrica. Se quiser colaborar com este Centro, envia o teu contacto. Os responsáveis da Fábrica têm muito gosto em falar contigo para juntos verem em que nos pode ajudar. Rua dos Santos Mártires
3810-170 Aveiro - Portugal
Tel. +351 234 427 053 (859)
Fax. +351 234 426 077

SANTO ANDRÉ REABRIU AO PÚBLICO

A MEMÓRIA DE ÍLHAVO PASSA POR ESTE MUSEU

No último sábado, o Navio Museu Santo André reabriu ao público, depois de três meses de encerramento, período durante o qual teve uma “estadia” no estaleiro da Navalria. O navio Santo André regressou ao seu cais de atracagem, no Canal de Mira da Ria de Aveiro, na zona do Forte da Barra e do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré.

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quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

UM POEMA DE MIGUEL TORGA

Miguel Torga
CONFIANÇA
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O que é bonito neste mundo,
e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar
outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
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NOTA: Faz hoje anos que faleceu Miguel Torga, um escritor multifacetado que muito aprecio. No dia 17 de Janeiro de 1995, a literatura portuguesa, e mesmo universal, ficou mais pobre, com a morte de um artista que muito a honrou.
Várias vezes premiado, nunca, porém, recebeu o Prémio Nobel da Literatura, que tantos para ele reclamaram merecidamente. Alheio a grupos de pressão e a capelas literárias ou políticas, o mundo não pôde ser acordado para uma arte que Miguel Torga tão bem cultivou. Mas a sua obra, que abarcou todos os géneros, ficou para nos desafiar a apreciar a beleza que de tudo quanto escreveu sobressai.
Em jeito de homenagem, aqui fica um poema, de sua autoria, muito simples, como simples foi tudo quanto nos legou.
F.M.

FUGA AOS IMPOSTOS

GOVERNO QUER
IGNORAR SINAIS
EXTERIORES DE RIQUEZA?
A comunicação social de hoje noticia que o Governo deixou cair as "manifestações de fortunas" na declaração de IRS deste ano, até agora visto como um instrumento fundamental para o combate à fuga e fraude fiscais. É que, ao contrário do exigido em 2006, os impressos do IRS para 2007 não obrigam à declaração de compra de bens.
Não sei se esta situação é resultado de um qualquer lapso, ou se é deliberada. No primeiro caso, há que esperar a correcção urgente; no segundo caso, é motivo para fortes protestos. Tudo isto, porque é inconcebível que o Governo não queira receber os impostos de quem se dá ao luxo de mostrar que é rico. Os trabalhadores por conta de outrem, como é sabido, pagam sempre os impostos devidos. E se é assim, por que razão alguns dos mais ricos ficam tantas vezes à margem das suas obrigações fiscais?
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NOTA: Sem retirar uma vírgula ao que está escrito, devo acrescentar que também é verdade que o Estado pode, se quiser, contornar essa falha, recorrendo ao cruzamento de informações que estão ao seu dispor, graças à informatização dos serviços. No entanto, o facto de os contribuintes declararem anualmente os bens (de custos elevados) que adquiriram, só dignificaria o processo.